terça-feira, 13 de julho de 2010

Ipea: diminuição da pobreza no Brasil é desigual. 1995-2008


ALEXANDRE RODRIGUES  Agencia Estado



RIO DE JANEIRO - Embora os índices de pobreza no Brasil tenham experimentado queda mais acelerada nos últimos anos, a melhoria das condições econômicas da população desde o Plano Real não teve uma distribuição uniforme entre as regiões do País. É o que indica o trabalho "Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por Estado no Brasil", do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado hoje.
1) Enquanto a taxa de pobreza absoluta caiu 33,6% entre 1995 e 2008 em todo o País, ou sejam 12,8 milhões de pessoas que saíram da condição de pobreza
absoluta (rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo mensal), ...


2) ... a redução foi de apenas 12,7% na região Centro-Oeste. 


3) Já a queda da taxa de pobreza extrema, cuja média nacional caiu 49,8% no período, (rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal), observa-se um contingente de 13,1 milhões de brasileiros a superar essa condição, ou seja, a taxa nacional dessa categoria de pobreza decaiu de 20,9%, em 1995, para 10,5%, em 2008, ...


4) ... mas foi reduzida em apenas 22,8% na Região Norte. 


5) Já a Região Sul teve resultados bem acima da média nacional nos dois casos: queda de 47,1% da pobreza absoluta e 59,6% da extrema.
Segundo o Ipea, os dados mostram que a redução da pobreza não tem uma relação direta apenas com o crescimento econômico. A região Centro-Oeste, que teve a menor queda na proporção de brasileiros com renda per capita abaixo de meio salário mínimo (pobreza absoluta), registrou no período estudado a melhor média do País de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) por habitante: média de crescimento anual de 5,3%. >>> FRONTEIRA
Por outro lado, o Sul reduziu a pobreza em maior proporção, mesmo tendo registrado o menor ritmo de crescimento do PIB por habitante entre as regiões: 2,3% anuais. O órgão sugere a combinação entre crescimento e políticas públicas voltadas para o combate à pobreza.
Projeção
De acordo com as projeções do Ipea com base no ritmo da redução da pobreza no governo Lula (2003-2008), o Paraná poderá se tornar o primeiro Estado brasileiro a erradicar a pobreza absoluta já em 2013. A mesma condição já poderia ser alcançada no ano seguinte por São Paulo. Em 2015, a pobreza estaria eliminada no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal. >>> Administração e Porto.
Já entre os Estados em que o desafio é maior para que a média nacional da taxa de pobreza absoluta fique em 4% da população em 2016, como projeta o estudo, estão Alagoas, Maranhão, Pernambuco, Paraíba e Piauí. Nesses Estados, a taxa de pobreza absoluta ainda estava acima de 50% da população em 2008.
Pobreza extrema
Já a pobreza extrema, que caracteriza a miséria de famílias com rendimento per capita abaixo de um quarto de salário mínimo, será eliminada em todo o País até 2016, segundo o Ipea. O estudo prevê que os estados de Santa Catarina e Paraná superarão essa condição já em 2012.
No ano seguinte, atingiriam o mesmo objetivo Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais. Em 2014, a miséria seria eliminada em Estados como São Paulo e Mato Grosso. "Mas para que essa projeção se torne realidade, os Estados terão de apresentar ritmos diferenciados de redução da miséria, uma vez que registram enorme assimetrias de taxas atuais de pobrezas extremas, como se pode observar entre Alagoas (32,3%) e Santa Catarina (2,8%)", diz um trecho do estudo.


· Região Sul
Taxa de pobreza absoluta caiu 47,1%
Taxa de pobreza extrema caiu 59,6%


· Região Sudeste
Taxa de pobreza absoluta caiu 34,8%
Taxa de pobreza extrema caiu 41,0%

· Região Nordeste
Taxa de pobreza absoluta caiu 28,8%
Taxa de pobreza extrema caiu 40,4%

· Região Centro-Oeste
Taxa de pobreza absoluta caiu 12,7%
Taxa de pobreza extrema caiu 33,7%

· Região Norte
Pobreza absoluta caiu 14,9%
Pobreza extrema caiu 22,8%.

"as regiões com maior expansão econômica não foram
necessariamente as que mais reduziram a pobreza e a desigualdade. Cabe assinalar
também tanto o perfil do crescimento econômico – se impulsionador intensivo ou não
de empregos e da qualidade dos postos de trabalho gerados – como a capacidade de
correção e proteção social das políticas públicas implementadas, bem como a
convergência da sociedade no enfrentamento contínuo dos problemas brasileiros.
Por isso, ganha maior relevância o papel do Estado – em suas distintas
esferas governamentais e concomitantemente às instituições da sociedade civil – na
execução de uma política nacional de desenvolvimento que possibilite ao País enfrentar
todos os problemas de ordem social. Por meio de políticas de Estado, não apenas de
governos, o Brasil protagonizaria um novo padrão de desenvolvimento capaz de tornálo
a quinta economia do mundo, não mais desassociada dos necessários avanços sociais".







Comunicado do IPEA, Nº 58, 13 de julho de 2010
Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil
As informações quantitativas primárias utilizadas são oriundas da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE, assim como das Contas Nacionais e Regionais. As linhas de pobreza absoluta e extrema utilizadas foram estabelecidas pelo critério de rendimento médio domiciliar per capita, respectivamente,
de até meio salário mínimo mensal e de até um quarto de salário mínimo mensal.
Para medir o grau de desigualdade de renda utilizou-se o índice de Gini, que
varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade).


Concentração de renda só cresceu no DF, aponta Ipea

ALEXANDRE RODRIGUES  Agencia Estado



RIO DE JANEIRO - Apesar da queda da concentração de renda no Brasil, medida pelo índice de Gini (quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade), o Distrito Federal (DF) foi a única unidade da federação que aumentou a distância entre ricos e pobres entre 1995 e 2008O desempenho candango é comparado apenas ao do sertão nordestino nos anos 1980 e 1990.
Com boa parte da renda oriunda do funcionalismo público, o DF é a única unidade do País com Gini acima de 0,60: aumentou de 0,58 para 0,62 no intervalo, durante os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os Estados mais desiguais, além do Distrito Federal, estão Alagoas (0,58), Paraíba (0,58) e Bahia (0,56).
Os dados constam do estudo "Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por Estado no Brasil", divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A média nacional caiu de 0,60 para 0,54 no período estudado pelo órgão, que usou como referência dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 1995, São Paulo era o Estado com menor desigualdade, com Gini de 0,53. Em 2008, o índice paulista caiu para 0,50, mas o posto de melhor distribuição de renda ficou com o Amapá (?), que reduziu o Gini de 0,53 para 0,45.
Santa Catarina e Rondônia também tiveram resultados melhores do que o de São Paulo, com reduções de 0,54 para 0,46 e 0,29 para 0,48, respectivamente.




Pobreza cai mais onde crescimento foi menor

Autor(es): Fernando Dantas
O Estado de S. Paulo - 14/07/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/7/14/pobreza-cai-mais-onde-crescimento-foi-menor
Estudo do Ipea mostra que PIB per capita, de 1995 a 2008, cresceu menos no Sul e Sudeste, regiões de maior redução de pobres e miseráveis

As regiões brasileiras que menos cresceram entre 1995 e 2008 foram as que tiveram maior redução da pobreza e da miséria. E, inversamente, as que mais se expandiram foram as com menor queda da pobreza e da miséria.

Essa constatação, aparentemente paradoxal, está num estudo recém-divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o trabalho, as Regiões Sul e Sudeste apresentaram os menores crescimentos médios anuais do Produto Interno Bruto (PIB) per capita de 1995 a 2008, de respectivamente 2,3% e 2,5%. Ainda assim, a Região Sul teve as maiores quedas médias anuais da pobreza e da miséria, de 3% e 3,7%. Na Região Sudeste, a pobreza caiu 2,3% ao ano, segundo melhor resultado do Brasil, e o recuo médio anual da miséria foi de 2,7%, também o segundo melhor, junto com o Nordeste.
Já a Região Centro-Oeste foi a que mais se expandiu naquele período, com crescimento médio anual do PIB per capita de 5,3%. Em segundo lugar, vem a Região Norte, com 3,6%. A pobreza e a miséria, porém, tiveram quedas anuais de apenas 0,9% e 2,3%, no caso da Região Centro-Oeste; e de 1,1% e 1,6%, na Região Norte. Todas as outras regiões do Brasil tiveram quedas anuais médias da pobreza e da miséria, entre 1995 e 2008, superiores às das Regiões Centro-Oeste e Norte.
Marcio Pochmann, presidente do Ipea, diz que não há estudos prontos para avaliar por que esse fenômeno paradoxal ocorreu, mas os técnicos do Ipea já estão investigando.
A sua hipótese inicial é de que a presença de uma economia mais desenvolvida e geradora de empregos na indústria e nos serviços, de instituições mais consolidadas e de organizações da sociedade civil mais atuantes possa explicar porque Sul e Sudeste tiveram mais avanço nos indicadores sociais, mesmo crescendo menos. >>> Administração (onde a indústria) e porto
Inversamente, regiões mais dependentes da agropecuária de exportação e da extração de recursos minerais teriam um tipo de crescimento menos criador de empregos, e menos eficaz socialmente. >>> Fronteira.
"O futuro do Brasil não pode estar apenas na produção de bens primários para a exportação", disse Pochmann.
Fim da miséria. O estudo divulgado ontem mostrou também que uma grande ênfase na redução das desigualdades regionais será necessária para que o Brasil acabe com a miséria e reduza a pobreza a apenas 4% da população em 2016. Essas projeções estão num estudo de janeiro do Ipea, e podem ocorrer desde que o ritmo de redução da pobreza e da miséria entre 2009 e 2016 seja o mesmo apresentado entre 2003 e 2008. O problema, porém, é que, para que aquelas projeções se cumpram, em alguns Estados, como Alagoas e Maranhão, os indicadores terão de ser melhorados num ritmo bem mais rápido do que o do País como um todo.








TCDF aponta caos na saúde do DF

Autor(es): Ariadne Sakkis
Correio Braziliense - 14/07/2010
Auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal comprova a realidade que os usuários do sistema de saúde pública conhecem bem. Demora para agendar consultas e a falta de infraestrutura são apenas alguns dos problemas


Evandro Matheus/Esp. CB/D.A Press - 6/11/2008
A demora para conseguir uma consulta médica foi constatada no levantamento: 34% dos usuários que buscaram a rede não foram atendidos

Uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) no sistema de saúde pública da capital federal chegou a uma conclusão que é bastante óbvia para os usuários: um conjunto de falhas que se estendem da infraestrutura precária até a falta crônica de medicamentos. A análise feita pelo tribunal de janeiro de 2006 a abril de 2008 revela gastos excessivos com serviços terceirizados e negligência na aplicação de recursos para a modernização dos equipamentos e para a compra de remédios. O documento destaca a dificuldade enfrentada pela população para agendar consultas e exames, apesar de a relação médico/habitante no DF ser o melhor do país. As consequências da desordem, embora conhecidas dos pacientes, assustam..

Os números apurados pela auditoria foram fornecidos por 88 das 115 unidades de atendimento de saúde do Distrito Federal. O primeiro ponto observado pelo TCDF são as restrições impostas à população, por motivos diversos, para que seja cumprido o artigo 196 da Constituição Federal, que garante o acesso universal e igualitário à saúde. O grande inimigo do paciente é a dificuldade em conseguir vaga para ser atendido em postos e centros de saúde. Um exemplo são os números registrados em novembro de 2007: 34% dos usuários que buscaram atendimento em 70% das unidades de saúde não conseguiram uma consulta. 

A especialidade que registrou o maior índice de recusas foi a angiologia, que trata doenças das veias e vasos sanguíneos. Das 4.101 pessoas que tentaram um agendamento, 2.985 saíram sem ser atentidas. Ou seja, 73% dos pacientes não tiveram acesso a um médico. No Centro de Saúde nº 2 de Planaltina, por exemplo, a cada 24 pacientes atendidos na clínica médica, 200 voltam para casa sem se consultar. Quem decide aguardar precisa ter paciência. Em 81% das especialidades, o tempo médio de espera é superior a três meses (veja quadro).

Conseguir um horário na agenda nem sempre é sinônimo de atendimento adequado. Segundo o TCDF, a capital federal tem média de 1,3 médico para cada mil habitantes, superior à meta de 1/1000 estipulada pelo Sistema Único de Saúde. Mas, como o modelo do DF é focado em hospitais e não em centros de atenção básica à saúde — consideradas pontos de primeiro atendimento — a consequência são unidades regionais superlotadas e sem capacidade de atender a demanda. O Ministério da Saúde recomenda que apenas 15% dos atendimentos sejam feitos em hospitais, priorizando os casos mais graves. No DF, o número chega a 50%. Além disso, a distribuição irregular de pessoal, negligenciando a oferta de médicos em postos de saúde, “pode prejudicar a promoção de ações voltadas à Atenção Básica nas áreas em que estão localizados”, alerta o documento.

A falta de funcionários compete com a precariedade dos equipamentos e da infraestrutura das unidades. Até a escassez de máquinas de esterilização de instrumentos médicos foi constada, o que pode impedir a continuidade de determinados procedimentos médicos. Espaços pequenos, mal ventilados e mal iluminados, manutenção demorada ou inexistente de equipamentos, além da defasagem tecnológica compõem um lista de problemas que parece não ter fim. Segundo as diretorias regionais, 44,7% das instalações necessitam de reforma para funcionar normalmente.

Por fim, a auditoria constatou um número elevado de horários de consultas que permaneceram vagos. Para o tribunal, existem duas explicações: pacientes que simplesmente não aparecem ou desmarcam o compromisso em tempo inábil para o encaixe de outro; e fraude no sistema de marcação, que não é feita por uma central reguladora, mas pelas próprias unidades. O acúmulo de funções de servidores e o compartilhamento de senhas possibilitam o agendamento de consultas fictícias e a comprovação de que elas aconteceram. Por fim, o documento critica o sistema utilizado pela Secretaria de Saúde, cuja “central de regulação não dispõe de informações sobre a totalidade da demanda por serviços regulados e da respectiva oferta”. 


O número
1.731 dias
Tempo por que um paciente espera por uma consulta com um angiologista na rede pública, segundo a auditoria do TCDF.


Principais problemas encontrados:


  • Alto número de usuários que têm acesso negado a consultas médicas e odontológicas


  • Elevado tempo de espera para atendimento de consultas e exames, que, consequentemente, atrasam a marcação de retornos


  • Indisponibilidade de consultas durante o horário de funcionamento das unidades


  • Não há controle de capacidade de atendimento e de demanda da população por serviços


  • Existem unidades que não têm médicos há anos


  • Os meios materiais e logísticos são insuficientes ou inadequados para as unidades


  • A regulação de consultas e exames não se estende a todos os serviços, não havendo, assim, informação sobre a demanda e oferta de determinados procedimentos


  • O TCDF constatou um grande número de vagas para consultas e exames não utilizado, despertando a possibilidade de fraude no sistema usado pela Secretaria de Saúde


  • Metade dos atendimentos na rede pública é feita nas emergências, quando o Ministério da Saúde recomenda apenas 15%


  • Dificuldade de acesso a consultas em postos e centro de saúde, concentrando os atendimentos em hospitais



  • Memória
    Enfermeira ferida

    Em 19 de junho, a demora no atendimento nos hospitais do Distrito Federal acabou em uma grave agressão contra uma servidora do Hospital Regional de Ceilândia. A enfermeira Vilma Lobo, de 47 anos, cuidava de uma paciente em um dos boxes da emergência, onde trabalha desde 1981, quando uma confusão começou nos corredores da unidade de saúde. Como supervisora do setor, a enfermeira foi sondar o que acontecia. No caminho até a sala de medicação, onde acontecia o tumulto, as colegas contaram rapidamente o motivo da fúria da mulher — cujo nome de batismo é Osmair Miliano Pinto, de 28 anos — que é conhecida como Maíra. O travesti chegou ao hospital em uma ambulância do Corpo de Bombeiros, acompanhando um paciente que sofrera uma crise convulsiva, mas já havia recebido os primeiros socorros e aguardava atendimento médico.

    Assim que Vilma se aproximou do travesti, ele perguntou: “É você que não quer atender?”. Não houve tempo de a enfermeira responder. Osmair, que é soropositivo, pegou uma seringa com a qual havia coletado o próprio sangue e o injetou na mão esquerda da enfermeira-chefe do pronto-socorro. Foram três picadas. “Agora, você é a mais nova integrante da turma, colega”, debochou Osmair, depois do ataque. Desde a agressão, a enfermeira está tomando medicamentos na tentativa de barrar a contaminação e aguarda o resultado dos exames que vão revelar se ela foi contaminada pelo vírus.


    GDF tem plano de ação

    Acacio Pinheiro/GDF
    O governador Rogério Rosso (C) e a secretária Fabíola de Aguiar Nunes anunciaram ontem ação emergencial

    O Governo do Distrito Federal (GDF) reconheceu ontem os problemas “gritantes e graves”, nas palavras da secretária de Saúde, Fabíola de Aguiar Nunes, do sistema ao apresentar o Plano de Ação da Gestão de Saúde no DF, cujas medidas visam a sanear o desabastecimento de medicamentos e melhorar o atendimento até dezembro. O governador Rogério Rosso confessou que “ninguém faz milagre em seis meses”, mas que o seu governo recebeu “uma rede e um sistema de logística, tanto em insumos quanto em infraestrutura, com muita coisa a ser feita”.

    Descentralização foi a palavra-chave da apresentação. Uma maior autonomia financeira para os hospitais regionais — como prevê o decreto assinado por Rosso em abril —, o fortalecimento de postos e centro de saúde para desafogar a superlotação dos hospitais, a priorização de casos graves e a capacitação de profissionais foram apontados como os principais pontos do plano. “Pretendemos reorganizar o nível central, mas também dar condições adequadas de controle social nas unidades regionais. Regionalizar o controle social nos permite receber uma contrapartida da população e ajustar os serviços com base nas suas necessidades”, afirmou Fabíola. 

    Uma das cargas mais pesadas será de competência da recém-criada Secretaria Extraordinária de Logística e Infraestrutura de Saúde (Seelis), comandada pelo médico Hebert Teixeira Cavalcanti. A secretaria tem a missão de contratar serviços terceirizados, adquirir medicamentos, equipamentos hospitalares e outros insumos para equipar a rede pública. Antes, o processo de compra de materiais era feito por uma central de compras subordinada à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão. 

    Como resposta à falta de remédios, um dos problemas que mais afetam a população, Cavalcanti afirmou que 325 pedidos estão parados no TCDF, sendo que 178 correspondem à aquisição de medicamentos. “O tribunal suspende o processo quando há falhas ou itens nos contratos que precisam ser esclarecidos. Nos próximos dias, devemos receber muitos deles para corrigir os erros e seguir com a licitação”, avisa. Do TCU, os documentos seguem para análise da Procuradoria-Geral do DF. Outra ferramenta para providenciar estoques imediatos, explicou o secretário, é a adesão às atas de preços de licitações feitas em outros estados e municípios. “Evitamos, assim, a morosidade de todo o processo de abrir uma licitação. Mas esse é um recurso que não nos garante grandes quantidades”, completou. Ele recomendou a utilização dos recursos do programa de descentralização — atualmente cada hospital conta com R$ 150 mil por mês — para resolver demandas urgentes do dia a dia, mas criticou o uso indiscriminado das compras emergenciais, autorizadas por lei. “Esse deveria ser o último recurso. É preciso planejar para que, no futuro, a reposição seja automática.”

    Para o secretário, os problemas enfrentados com os serviços de manutenção e aquisição de equipamentos são resultado do uso indevido e, em alguns casos, até da ausência de contratos. Segundo ele, a preocupação é regularizar a situação dos prestadores de serviço e abrir novos processos licitatórios. Cavalcanti também citou a falta de planejamento como mais um fator de comprometimento. “Vemos unidades com demandas semelhantes pedindo equipamentos completamente diferentes e inadequados às suas estruturas.” (AS)
    Pretendemos reorganizar o nível central, mas também dar condições adequadas de controle social nas unidades regionais. A regionalização nos permite receber uma contrapartida da população e ajustar os serviços com base nas suas necessidades”
    Fabíola de Aguiar Nunes, secretária de Saúde






    No semestre, vendas aumentam 32,55%

    Autor(es): Diego Amorim
    Correio Braziliense - 15/07/2010
    http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/7/15/no-semestre-vendas-aumentam-32-55
    Edilson Rodrigues/CB/D.A Press - 23/1/06
    Carne de frango e miudezas representam 81% das compras externas
     


    O Distrito Federal exportou, no primeiro semestre deste ano, 32,55% a mais na comparação com mesmo período de 2009. Entre janeiro e junho, o volume de vendas externas totalizou

    US$ 67,4 milhões, o equivalente a R$ 118,6 milhões com base na cotação de ontem. A média mensal de vendas externas — que era de US$ 8,4 mil em 2009 — está em US$ 11,2 mil. Os números foram divulgados pela Federação das Indústrias do DF (Fibra), com base em dados fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

    Somente no mês passado, o DF exportou US$ 11,9 milhões, um aumento de 41,05% em relação a igual período de 2009. O bom desempenho das exportações reflete principalmente o crescimento das vendas de bens de consumo, com destaque, mais uma vez, para carnes de frango e miudezas. A categoria representou 81% do montante referente aos seis primeiros meses do ano. “Brasília segue a mesma tendência de crescimento do contexto nacional”, observa o presidente da Fibra, Antônio Rocha. Como em meses anteriores, produtos de consumo de bordo, combustíveis e lubrificantes para aeronaves aparecem em segundo lugar no ranking de exportação. 

    Países como Venezuela e Arábia Saudita continuam sendo os mercados mais vantajosos para os produtos brasilienses. O país da América do Sul concentrou 33,17% do volume total de exportações e ficou em primeiro lugar no ranking dos principais destinos das mercadorias vendidas pelo DF. A nação do Oriente Médio ficou na segunda posição (14%), seguida por Portugal (9%), Hong Kong (7%) e Emirados Árabes (7,38%). Para conquistar novos mercados internacionais, a Fibra organizou este ano missões empresariais para países como Nigéria, Letônia, Turquia e China. Os encontros serviram para estreitar as relações comerciais entre os países.

    Importações
    As importações do DF alcançaram, em junho, US$ 122,8 milhões (equivalente a R$ 216,1 milhões), o que representa aumento de 33,58% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o montante não passou de US$ 91 milhões. O saldo acumulado de 2010 apresenta um crescimento de 76,85% na comparação com o primeiro semestre de 2009. A origem das importações brasilienses continua concentrada no Canadá (29%), Estados Unidos (17%), Alemanha (10%), Reino Unido (8%) e Suíça (6%).











    Manchete: Grande varejo dedica 1/3 da expansão às classes CD
    Folha de S. Paulo 13/07/2010, p/ Banco de Notícias


    Até 2011, maiores redes de supermercado destinam R$ 2 bi em novos negócios a essa faixa da população

    Um terço dos R$ 6,3 bilhões de investimentos das três maiores redes varejistas do país até o próximo ano será destinado à expansão dos negócios com as classes C e D, relata Claudia Rolli.

    A maior parte desses R$ 2 bilhões será aplicada na
    abertura de lojas e na reforma de pontos que atendiam clientes com renda familiar de 3 a 10 salários mínimos.

    A
    té o fim do ano, o Walmart vai abrir 50 supermercados TodoDia (varejo) e Maxxi (atacado), suas bandeiras mais populares.

    N
    o Grupo Pão de Açúcar, ao menos 30% do R$ 1,6 bilhão anunciado será usado para fazer versões compactas do Extra a partir de 150 lojas CompreBem e Sendas.

    O
    Pão de Açúcar abrirá 18 unidades Assaí, de "atacarejo", e 60 Extra Fácil, de conveniência, no Nordeste e no Centro-Oeste. O Carrefour fará 70 inaugurações até dezembro, parte delas para o público C e D. (Págs. 1 e B1)


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