segunda-feira, 5 de julho de 2010

Mapa da Violência 2010

oi, Gabi!

lembrei d'ocê, do teu TCC. "Dez mulheres são mortas por dia no país", reportagem d'O ESP. Ao final, articula com a Lei Maria da Penha.
Fonte:

Integra estudo mais abrangente, "Mapa da Violência 2010". "Um Carandiru por ano", afirmam. Dá pra saber quantos homens foram assassinados, estabelecer a proporção por gênero. Quem sabe, pôr a questão: são motivações diretamente conjugais ou econômicas? Variação por UF.

Mais informações, a partir de jornais, 
http://clippingmp.planejamento.gov.br/ , utilizando a ferramenta de busca.

A CPT - Comissão Pastoral da Terra - publica todos os anos "Relatório dos Conflitos no Campo". Se vc subtrair os dados deste ao presente Mapa, vai discriminá-los. Importante, pra obter a proporção e conjecturar sobre a motivação, dada a heterogeneidade entre os meios urbano e rural. Aí, poxa, uma pesquisa profunda - e descomplicada. A página da CPT que tem o Relatório: 
Mas existe também a http://www.cpt.org.br/

Pra consulta do Mapa da Violência 2010 na íntegra: http://www.institutosangari.org.br/instituto/
bjs

Chico.

http://www.institutosangari.org.br/instituto/
http://www.institutosangari.org.br/mapadaviolencia/
http://www.institutosangari.org.br/mapadaviolencia/homicidios_mulheres.html


Mapa da ViolênciaInstitutoSangari


HOMICÍDIO DE MULHERES NO BRASIL

No qüinqüênio 2003/2007, segundo dados do Subsistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde, que faz uma tabulação nacional das Certidões de Óbito, foram registrados 19.440 homicídios de mulheres. Algo perto de 4.000 homicídios ao ano. Isto dá uma média nacional de 4.2 homicídios em 100 mil mulheres.
Mas o comportamento dos estados, e ainda mais, o dos municípios, é altamente heterogêneo.
Dos 5564 municípios existentes segundo o IBGE não registraram nenhum homicídio feminino nesse qüinqüênio mais da metade (51,9%) exatos 2.886 municípios. E não são municípios de pequeno porte, onde pelo baixo volume populacional a ocorrência é menos provável. São também municípios de porte médio como Bragança, no Pará, ou São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, com aproximadamente 100 mil habitantes, que o sistema não registra nenhum homicídio feminino entre 2003 e 2007.
No outro extremo, impressionam os dados de municípios como Tailândia, no Pará, ou Serra, no Espírito Santo que, ostentado taxas em torno de 19 homicídios para cada 100 mil mulheres, se fossem países teriam a triste liderança internacional nessa área (El Salvador, taxa de 12,7 homicídios em 100 mil mulheres, Rússia 9,4 e Colômbia 7,8)
Número e taxas de Homicídio (em 100mil) de Mulheres em municípios de 40 mil habitantes ou mais. Brasil. 2007
Pos.MunicipioUFPopulN Homicídios FemininosTx. Hom. Fem.
(1000)20032004200520062007Total
1TailândiaPA56,1545552419,9
2SerraES405,4353528443717918,6
3Monte MorSP47,4824131816,3
4MacaéRJ165,014131015116316,1
5VianaES61,6127942315,6
6PalmasPR40,1331711515,4
7ItaguaiRJ97,842810113514,9
8LinharesES124,665713144514,8
9Foz do IguaçuPR316,8262120212311114,7
10VitóriaES320,8162133251811313,7

Dados completos em Microsoft ExcelDownload do excel

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Dez mulheres são mortas por dia no País
Média registrada em dez anos fica acima do padrão internacional; motivação geralmente é passional
Bruno Paes Manso, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Em dez anos, dez mulheres foram assassinadas por dia no Brasil. Entre 1997 e 2007, 41.532 mulheres morreram vítimas de homicídio – índice de 4,2 assassinadas por 100 mil habitantes. Elas morrem em número e proporção bem mais baixos do que os homens (92% das vítimas), mas o nível de assassinato feminino no Brasil fica acima do padrão internacional.
Os resultados são um apêndice, ainda inédito, do estudo Mapa da Violência no Brasil 2010, do Instituto Zangari, com base no banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus).
Os números mostram que as taxas de assassinatos femininos no Brasil são mais altas do que as da maioria dos países europeus, cujos índices não ultrapassam 0,5 caso por 100 mil habitantes, mas ficam abaixo de nações que lideram a lista, como África do Sul (25 por 100 mil habitantes) e Colômbia (7,8 por 100 mil).
Algumas cidades brasileiras, como Alto Alegre, em Roraima, e Silva Jardim, no Estado do Rio, registram índices de homicídio de mulheres perto dos mais altos do mundo. Em 50 municípios, os índices de homicídio são maiores que 10 por 100 mil habitantes. Em compensação, mais da metade das cidades brasileiras não registrou uma única mulher assassinada em cinco anos.
Outro contraste ocorre quando são comparados os Estados brasileiros. Espírito Santo, o primeiro lugar no ranking, tem índices de 10,3 assassinatos de mulheres por 100 mil habitantes. No Maranhão é de 1,9 por 100 mil. “Os resultados mostram que a concentração de homicídios no Brasil é heterogênea. Fica difícil encontrar um padrão que permita explicar as causas”, afirma o pesquisador Julio Jacobo Wiaselfisz, autor do estudo.
São Paulo é o quinto Estado menos violento do Brasil, com índice de 2,8 por 100 mil habitantes. Mas a taxa é alta se comparada à de Estados americanos, como Califórnia (1,2) e Texas (1,5). “Quanto mais machista a cultura local, maior tende a ser a violência contra a mulher”, diz a psicóloga Paula Licursi Prates, doutoranda na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, onde estuda homens autores de violência.
Motivação
Para aumentar a visibilidade do problema e intimidar a ação dos agressores, a aprovação da Lei Maria da Penha, em 2006, foi comemorada pelas entidades feministas por incentivar as mulheres a denunciar crimes de violência doméstica, garantindo medidas de proteção para a mulher e punições mais duras e rápidas contra agressores.
Mas a nova lei não impediu o assassinato da cabeleireira Maria Islaine de Morais, morta em janeiro diante das câmeras pelo ex-marido, alvo de oito denúncias. Nem uma série de outros casos que todos os dias ganham as manchetes dos jornais.
Ainda são raros os estudos de casos que analisam as motivações de assassinos que matam mulheres. De maneira geral, homens se matam por temas urbanos como tráfico de drogas e desordem territorial e os crimes ocorrem principalmente nas grandes cidades. Mulheres são mortas por questões domésticas em municípios de diferentes portes.
“No caso das mulheres, os assassinos são atuais ou antigos maridos, namorados ou companheiros, inconformados em perder o domínio sobre uma relação que acreditam ter o direito de controlar”, explica Wânia Pasinato Izumino, pesquisadora do Núcleo de Estudo da Violência da USP.
Em um estudo das motivações de 23 assassinatos contra mulheres ocorridos nos cinco primeiros meses deste ano e investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Paulo (DHPP), em 25% dos casos o motivo foi qualificado como torpe.
São casos como negativas de fazer sexo ou de manter a relação. Em 50% das ocorrências, o motivo foi qualificado como fútil, como casos de discussões domésticas. Houve 10% de mortes por motivos passionais, ligados a ciúmes, por exemplo, e 10% relacionado ao uso ou à venda de drogas.
“Por serem ocorrências domésticas, às vezes a prevenção a casos como esses são mais difíceis”, afirma a delegada Elisabete Sato, chefe da divisão de Homicídios do DHPP.

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