quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Agronegócios

Déficit na armazenagem no Brasil atrai grupo argentino

Autor(es): Mauro Zanatta | De Río Grande (Argentina)
Valor Econômico - 08/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/8/deficit-na-armazenagem-no-brasil-atrai-grupo-argentino
No rastro da insuficiente estrutura de armazenagem brasileira de grãos, a indústria argentina Ipesa Río Chico planeja abrir uma fábrica de "silo-bolsa" de polietileno no Brasil para atender ao farto mercado das principais fronteiras agrícolas.
Fundado há 50 anos em Buenos Aires, o grupo tem investido forte na ampliação de suas instalações fabris da Terra do Fogo, na região da Patagônia, para alcançar novos mercados com demanda em alta. Os mais vistosos são Brasil, Uruguai, Estados Unidos, Rússia e Ucrânia. Hoje, a empresa exporta 20% da produção de 400 mil toneladas de "silos-bolsa" para 17 países. O sistema consiste em um "salsichão" de plástico reforçado de 100 metros de comprimento onde podem ser armazenadas até 200 toneladas, ou 3 mil sacas de grãos.
Dona de um faturamento estimado em US$ 150 milhões, a indústria argentina tem avançado no Brasil. Domina o mercado local com a venda de 18 mil das 22 mil unidades comercializadas na última safra. Tem uma rede de 12 revendedores e outros cinco fabricantes das máquinas de embutimento e extração dos grãos no "silo-bolsa". E quer mais: em 2011, abrirá uma filial em Cuiabá (MT) para ampliar as vendas ao Centro-Oeste usando os benefícios do "porto seco" local. Isso ajudará a driblar alguns obstáculos fiscais, como a cobrança antecipada de ICMS no maior Estado produtor de grãos do Brasil.
"Estamos criando demanda para poder investir no Brasil", resume o diretor comercial da Ipesa Río Chico, Carlos Puiggari. "É um mercado difícil, tem uma barreira cultural do produtor, mas a confiança na nossa tecnologia virá com os resultados".
Em sua aposta nas fronteiras brasileiras, a Ipesa também apela para alguns nichos de mercado, como a segregação de grãos convencionais (milho e soja) da produção geneticamente modificada, além da soja especial para fabricação de tofu japonês. Na Argentina, 65% da armazenagem se dá em silos. No Brasil, esse índice é inferior a 4%. Tradings multinacionais como Cargill e Bunge, além das cooperativas nacionais C-Vale, Lar e Copacol, têm usado o sistema Ipesa no país. Mas os produtores relutam em desembolsar US$ 0,50 por saca para usufruir do baixo custo operacional, manutenção da qualidade e acesso imediato ao produto para venda na entressafra. Há, ainda, os benefícios de facilitar a certificação.
O diretor Carlos Puiggari estima que, rompidas as desconfianças na tecnologia, o Brasil poderia absorver entre 100 mil e 150 mil toneladas de "silo-bolsa". A meta da empresa é elevar a 40% a fatia desse sistema na armazenagem nacional. Alguns caminhos argentinos podem ser replicados no Brasil. De tão difundido o modelo em terras platinas, os produtores locais passaram a receber o "silo-bolsa" em operações de crédito antecipado com tradings.
O sistema já virou parte do "pacote tecnológico" tradicional, composto por sementes, agrotóxicos e fertilizantes. E isso ajuda na difusão da tecnologia. "Aqui, o silo-bolsa é tão insumo quanto a semente", afirma o diretor comercial da subsidiária Ipesa do Brasil, Héctor Malinarich. "As tradings compram e duplicam as vendas porque também precisam estocar".
As relações com o Brasil tendem a aprofundar-se à medida que a demanda interna cresce. Das poucas bolsas vendidas na safra de estreia, em 2004, a empresa passou a planejar novas parcerias. Hoje ancorada no polietileno de baixa densidade fornecido pela americana Dow, a Ipesa negocia a compra da matéria-prima da Braskem. Na fábrica plantada na gélida cidade de Río Grande, parte das máquinas opera com o produto do polo petroquímico de Triunfo (RS).
"Testamos o produto e gostamos muito do resultado", diz o engenheiro mecânico Fabio Massucco, gerente da planta industrial. A Ipesa exige uma variedade de combinações e várias especificações para o polietileno usado nas bolsas. A empresa consome 60 mil toneladas da matéria-prima de baixa densidade por ano.
O maior atrativo para a Ipesa no Brasil, porém, é o estimado déficit de 12 milhões de toneladas em armazéns. Os silos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por exemplo, têm capacidade estática para apenas 2,2 milhões de toneladas - 1,2 milhão para grãos. A capacidade estática catalogada pela Conab soma 137,9 milhões de toneladas. São 17,8 mil armazéns públicos, privados e de cooperativas. Desses, somente 8% têm contrato para receber grãos dos estoques oficiais. O governo tem tentado estimular a construção de silos fixos nas fazendas, mas esbarra nas dificuldades de acesso ao crédito pelos produtores.
No Uruguai, um de seus principais mercados, a Ipesa não encontrou dificuldades porque boa parte dos produtores locais pe composta por argentinos que preferiram deixar para trás as reviravoltas impostas pelo governo Cristina Kirchner ao setor rural. "O produtor compra cada vez mais. À medida que sobe a produção e a produtividade, aumentamos nossas vendas", afirma o diretor Malinarich.
Antes de sua expansão no Brasil, a Ipesa Río Chico precisará resolver uma questão no âmbito do Mercosul. Para entrar no Brasil, o "silo-bolsa" tem que pagar tarifas de importação como se fosse um tubo flexível para uso industrial. A aplicação agrícola do material ainda não é reconhecida pelas regras do bloco comercial. A Ipesa tem tentado modificar a classificação, mas encontra dificuldades de todos os lados para alterar a nomenclatura de seu principal produto de resina plástica. "Temos tentado de todas as formas, mas ainda não conseguimos", afirma Héctor Malinarich.


'Silo-bolsa' já é tradicional em região de grãos entre rios Uruguai e Paraná

Autor(es): Gualeguaychú e Río Grande (Argentina)
Valor Econômico - 08/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/8/silo-bolsa-ja-e-tradicional-em-regiao-de-graos-entre-rios-uruguai-e-parana

Na Mesopotâmia argentina, a ampla e fértil região compreendida entre os rios Uruguai e Paraná, as fazendas de grãos adotaram há quase uma década o sistema do "silo-bolsa". De cima da pequena máquina extratora da soja estocada desde março deste ano, o uruguaio Cesar Romero orienta outros três funcionários que operam um trator e uma carregadeira. "Vendemos 40% da última safra de soja. Agora que os preços atingiram picos históricos na bolsa de Chicago, resolvemos vender o restante", diz o gerente da Cabaña La Peregrina, a 15 quilômetros da fronteira com o Uruguai.

Em uma área de 400 hectares, situada na Província de Entre Ríos, Romero cuida dos negócios rurais do empresário Zacarias Class. A fazenda em Gualeguaychú, a 240 quilômetro da capital Buenos Aires, colheu 270 mil sacas de soja e milho na última safra, com uma impressionante média de 65 sacas por hectare de soja e 150 de milho.
Romero diz que o sistema é fácil de manejar, requer pouca gente para operar, mas necessita de conhecimento e treinamento no sistema. A poucos metros da operação, o motorista de caminhão Miguel Luñak, há 45 anos no ramo, afirma que o sistema melhora também a sua vida. "Isso melhorou a logística para a gente. Trabalhamos o ano todo e não só na safra", diz o profissional ligado à Associação de Cooperativas Argentinas. Morador de Concepción del Uruguay, ele conta que antes ficava até quatro meses fora de casa. "Rodava o país atrás das colheitadeiras de soja. Era muito ruim". Hoje, Luñak prefere os trabalhos perto de sua cidade.
Na outra ponta do país, a mais de 3 mil quilômetros, a fábrica da Ipesa Río Chico, em Río Grande, está em ritmo acelerado. Mesmo com uma máquina em manutenção, é frenético o corre-corre dos operários pelas instalações recentemente ampliadas. Lá fora, o vento congela o rosto dos visitantes. No conforto da calefação movida a gás natural, os operários ganham entre US$ 1,5 mil a US$ 1,8 mil por mês.
A maioria vem de fora, de outras cidades, em busca dos bons salários, que chegam a ser o triplo do que ganhariam em regiões industriais da capital Buenos Aires. "Aqui, todo mundo é de fora. As casas são precárias, mas todos têm carros novos. É a síndrome da volta para casa que não deixa ninguém em paz", resume o gerente industrial Fabio Massucco, que deixou emprego em Buenos Aires há cinco anos. As temperaturas abaixo de zero e o vento antártico castigam os moradores.
Os bons salários são possíveis porque a Ipesa está em uma zona franca. Aqui, o grupo não paga impostos. Economiza 21% de Imposto de Valor Agregado (IVA), outros 3,5% sobre faturamento bruto e não paga tarifas para importar bens de capital, máquinas e matérias-primas. "É um bom negócio estar lá. Mas ajudamos a desenvolver a região onde estamos há 30 anos", diz o diretor comercial Carlos Puiggari. O maior problema, muito mais complicado do que o clima inóspito e as dificuldades logísticas, segundo ele, é a instabilidade política do país. Puiggari estima que a safra nacional argentina poderia saltar dos atuais 100 milhões para 115 milhões de toneladas se o governo retirasse, ou reduzisse, as tarifas de exportações (reintegros) sobre soja, milho e trigo. "O governo tem sido nafasto", afirma.



Sistema fomenta rede de fabricantes de equipamentos

Autor(es): Río Grande (Argentina)
Valor Econômico - 08/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/8/sistema-fomenta-rede-de-fabricantes-de-equipamentos


O sistema criado pela Ipesa Río Chico também fomenta uma rede de fabricantes de máquinas e equipamentos no Brasil. Hoje, cinco empresas de São Paulo, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul fabricam as máquinas embutidoras e extratoras dos grãos no "silo-bolsa".
Em franco crescimento, a JM Máquinas, fundada pelo gaúcho Jorge Antonio Batista em Rondonópolis (MT), tem aumentado a aposta na fabricação de máquinas para operar o sistema do "silo-bolsa". Ex-mecânico, Batista começou no ramo ao copiar uma máquina importada pelo megaprodutor Eraí Maggi Scheffer há alguns anos na região sul de Mato Grosso. "Sempre gostei disso. Comecei olhando e depois resolvi fazer eu mesmo. E deu certo", afirma Batista.
Neste ano, a JM vendeu 70 máquinas aos produtores da região. Os preços variaram de R$ 25 mil a R$ 40 mil por unidade. Agora, ele prepara a empresa para entrar na revenda dos silos da Ipesa. Batista afirma que a Ipesa ainda precisa melhorar sua rede de atendimento no país, sobretudo na região Centro-Oeste do Brasil. "Muita gente compra e depois não tem assitência. vou explorar esse nicho também", avisa ao concorrentes.
No Brasil, também produzem as máquinas embutidoras e extratoras as empresas Nogueira, de São João da Boa Vista (SP); Marcher, de Gravataí (RS); GTS do Brasil, de Lages (SC); e MecMaq, de Piracicaba (SP). Na Argentina, cerca de 70 empresas produziam as máquinas. Hoje, com a especialização, sobraram cinco grandes indústrias.
A grande explosão do sistema se deu em 2001/2002, quando uma forte crise abalou a agropecuária argentina. De lá para cá, o sistema ganhou força fora da Argentina. A cada ano, a empresa dobrou as vendas.
Revendedor da Ipesa em Uberaba (MG), o paulista Sergio Venceslau também viu no sistema uma forma para acelerar os negócios da sua Minasoja. "O frete custa R$ 1 a R$ 1,50 na safra. Se somar a bolsa e as máquinas, o custo ao produtor é de R$ 0,75 por saca. Lá na frente, vendendo fora da boca da safra, ele ganha R$ 5 e não paga frete porque a trading vai buscar lá na fazenda dele", afirma.
O sistema, segundo ele, também evita a chamada quebra técnica, onde o comprador do grão desconta impurezas e umidade da soja e do milho. "É um negocião", resume o revendedor Luciano Nunes Ferreira, dona da empresa Ceres, de Catalão (GO).
O sistema também é elogiado pelo governo brasileiro. Mesmo sem ter optado pela compra dos "silos-bolsa" para suprir o déficit de armazenagem do país, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acredita que o sistema é uma "boa solução" para médios e grandes produtores que buscam acelerar o giro das vendas. "Funciona bem na Argentina porque o produtor está a 300 km do porto, está perto. É algo bom para quem tem giro rápido", diz o superintendente de Armazenagem e Estoques da Conab, Milton Libardoni.
Mas ele ressalta que o sistema é marcado pelo "uso emergencial" para produtores de outros portes. "Aqui, é bom para grandes produtores ou uma multinacional que vende rápido".


Após crise, Imcopa estuda opções para voltar a crescer

Autor(es): Marli Lima | De Curitiba
Valor Econômico - 08/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/8/apos-crise-imcopa-estuda-opcoes-para-voltar-a-crescer


A Imcopa, maior processadora de soja não transgênica do país, planeja comprar 2 milhões de toneladas de grão tradicional em 2011, metade no Paraná e metade em Mato Grosso, onde participa do Programa Soja Livre, criado por empresas que vão estimular o desenvolvimento de novas variedades tradicionais.
Desse total, a empresa vai processar 1,6 milhão de toneladas e exportar 400 mil toneladas em grãos. O volume é 29% superior ao do exercício atual, no qual ela comprou 1,55 milhão de toneladas e processou 1,35 milhão.
Depois de sofrer um revés em 2008 com a crise econômica e acumular dívida da ordem de US$ 500 milhões, a Imcopa pretende sair do vermelho em 2010 e faz planos para retornar em 2012 aos mesmos volumes de 2008.
Enquanto arruma a casa, a Imcopa analisa opções de crescimento. Em 2008, a empresa tinha fábricas arrendadas e, para voltar ao tamanho anterior, precisa decidir se vai investir em ampliação da estrutura ou se arrendará unidades de processamento de soja. A decisão deve ser tomada até maio. Na recuperação extrajudicial com bancos, fechada no fim do ano passado, há limitação para investimentos. A primeira parcela da negociação, de US$ 50 milhões, terá de ser paga no fim de 2011, após carência de dois anos. O acordo prevê o pagamento de 30% em cinco anos e os outros 70% serão renegociados.
"O ano de 2009 foi de muito prejuízo, mas estamos nos reerguendo", afirma o diretor de operações, José Enrique Traver, sobre o ano em que o processamento de soja caiu para menos da metade e chegou a 850 mil toneladas. Para 2010, a meta é chegar à receita de US$ 800 milhões e, em 2011, voltar a encostar no US$ 1 bilhão de três anos atrás.
A empresa, que chegou a buscar sócios, fez parceria com a Cervejaria Petrópolis para a compra e fornecimento de soja, o que aliviou o caixa. Desde o começo do ano, a Petrópolis compra toda a soja usada pela Imcopa, que tem sede em Araucária (PR). O modelo deve ser repetido em 2011, segundo Traver.
A Imcopa também estuda ampliar a capacidade de produção de lecitina de soja, em conjunto com parceiros. De acordo com o executivo, com melhora no sistema de extração é possível ampliar a porcentagem de 1% para perto de 1,5% do total de soja processado pela empresa. Ou seja, em vez de 16 mil toneladas esperadas para 2011, poderiam ser 23 mil toneladas. O produto tem alto valor agregado e é usado pela indústria de alimentos.
Sobre a necessidade de investir em soja não transgênica, Traver diz que defende o direito do consumidor. "Queremos garantir que o consumidor final possa decidir se deseja ou não consumir o produto transgênico". Ele defende o estímulo à continuidade da produção de semente convencional porque existe uma distorção na legislação que regula o mercado de sementes.
"As convencionais são enquadradas na legislação de novas cultivares, enquanto as transgênicas são enquadradas na Lei de Propriedade Intelectual, que permite a obtenção de patentes e cobrança de royalties por dez anos", comenta. "Cerca de 90% das novas variedades de semente de soja introduzidas no mercado a cada ano são transgênicas, o que ameaça a continuidade da convencional."

Cosan fecha compra da Usina São José, em São Paulo

Autor(es): Eduardo Magossi
O Estado de S. Paulo - 08/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/8/cosan-fecha-compra-da-usina-sao-jose-em-sao-paulo
Grupo deve, no entanto, desmontar a usina e usar apenas a produção de cana-de-açúcar para suas unidades na região

A Cosan comprou a Usina São José, do grupo pernambucano Farias, localizada em Rio das Pedras, interior paulista, a 15 quilômetros de Piracicaba, segundo fontes próximas à operação. Localizada em região de forte presença canavieira, a Usina São José deve ser desmontada.
O foco da Cosan neste negócios seria a cana-de-açúcar vinculada à usina, estimada em torno de 700 mil toneladas, que devem ser processadas agora por usinas da Cosan localizadas nas proximidades. Procurada, a Cosan informou que não comenta rumores de mercado. Na sede paulista do Grupo Farias, nenhum executivo estava disponível para comentar a operação.
A Usina São José está praticamente cercada geograficamente pelas usinas Costa Pinto, Santa Helena e Bom Retiro, todas da Cosan. A gigante do setor sucroenergético viu na São José uma possibilidade de obter mais cana em uma região em que a expansão da produção de matéria-prima fica cada vez mais difícil em função da concorrência com outros grupos e também em função do zoneamento agrícola, que limitou o crescimento da área plantada.
Com capacidade de processamento de até 1,3 milhão de toneladas de cana, a usina São José estava processando um volume menor que este nas últimas safras. Com seu desmanche, a Cosan deve vender as máquinas para recuperar parte do investimento, avaliado em cerca de R$ 120 milhões a R$ 150 milhões pelo mercado. A Usina São José já estava à procura de um comprador há algum tempo.
Afetado pela crise financeira, o Grupo Farias queria se desfazer da usina paulista para concentrar seus negócios nas demais cinco usinas do grupo no Centro-Sul, localizadas em Goiás. Nos últimos anos, o grupo já havia desistido de levar adiante a construção de uma outra usina no Estado de São Paulo, em Taquarituba. Além de Goiás, o Grupo Farias possui usinas nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Acre.
A Cosan é a maior produtora e processadora de cana-de-açúcar do mundo, com capacidade de moagem de 62 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, cerca de 10% da produção brasileira da matéria-prima. A empresa possui 23 usinas. Na safra 2010/11, a expectativa é de que a Cosan produza 3,5 milhões de toneladas de açúcar e 1,8 bilhão de litros de etanol.
Atualmente, a Cosan está nos estágios finais para criar uma joint venture com a Shell Combustíveis. O anúncio da concretização do negócio deve ser realizado no primeiro trimestre de 2011.


Fundo dos EUA investe em açúcar no Brasil

Autor(es): Lílian Cunha | De São Paulo
Valor Econômico - 08/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/8/fundo-dos-eua-investe-em-acucar-no-brasil


O fundo de investimentos Fort Corporation, com sede em Miami, nos Estados Unidos, está anunciando um investimento de R$ 220 milhões em uma unidade embaladora e distribuidora de açúcar em Jundiaí, no interior de São Paulo. A Japy Alimentos, como será chamada a nova empresa, é o primeiro investimento do fundo no Brasil
O Fort Corporation, segundo o diretor comercial da empresa, Edgar Guedes, financia empresas exportadoras de commodities, principalmente na área de açúcar e álcool. "Temos de 60 a 70 clientes do quais compramos açúcar e exportamos principalmente para a Europa e Oriente Médio", diz Guedes. "Mas por conta da crise, vimos que a capacidade do mercado interno do Brasil é maior e por isso decidimos fazer o investimento." A expectativa da Japy é de embalar e distribuir 1,9 milhão de toneladas de açúcar ao ano e gerar 3 mil empregos até o fim de 2012. A unidade deve ficar pronta em um ano.
O fundo também está negociando a instalação de uma refinaria na cidade paulista de Limeira - investimento que alcançaria R$ 840 milhões. "A ideia é embalar o açúcar dessa nova refinaria, que deve ficar pronta somente dentro de três anos. Até lá, a embaladora de Jundiaí vai trabalhar com o açúcar dos contratos futuros que já temos com nossos clientes", diz o diretor. depois de pronta, 65% da produção da unidade irá para o mercado externo, 35% para o mercado interno e 10% será embalada a granel para indústria alimentícia.
Tanto os R$ 220 milhões da embaladora quanto os R$ 840 milhões da refinaria, segundo o executivo, virão de recursos próprios do fundo. "Escolhemos Jundiaí por sua infraestrutura logística: é o melhor lugar do Estado de São Paulo", diz o executivo. Segundo dados da prefeitura de Jundiaí, os investimentos anunciados no município em 2010 superam R$ 800 milhões.


Grupo Maeda terá 33% da Brasil Ecodiesel

Autor(es): Fabiana Batista | De São Paulo
Valor Econômico - 08/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/8/grupo-maeda-tera-33-da-brasil-ecodiesel
A Brasil Ecodiesel, uma das maiores produtoras de biodiesel do país, e o grupo Maeda, um dos principais produtores brasileiro de grãos e algodão, anunciaram ontem as condições da associação que deverá ser concluída por ambos em 23 de dezembro, após assembleia de acionistas da Brasil Ecodiesel. Pelo acordo, o Maeda passará a deter 33% da companhia de biodiesel com a subscrição de 358,9 milhões de ações ordinárias, que resultarão em aumento de capital na Brasil Ecodiesel de R$ 320,13 milhões.
Com isso, após a operação o capital da Brasil Ecodiesel passará a ser de R$ 1,128 bilhão. A relação de troca proposta pelas empresas foi de uma ação ordinária da Brasil Ecodiesel para cada 3,6395 ações ordinárias do Maeda, com base em perspectiva de rentabilidade futura das empresas e preço médio ponderado das ações da Brasil Ecodiesel nos últimos 60 pregões anteriores a 30 de setembro deste ano - início das tratativas entre as duas empresas.
A associação deverá resultar na criação de uma nova comercializadora de commodities agrícolas, além de fortalecer as atividades já tradicionais de cada uma das companhias.
O grupo Maeda saiu neste ano das mãos da tradicional família de japoneses para o controle do Arion Capital, fundo controlado pelo bilionário espanhol Enrique Bañuelos. Já a Brasil Ecodiesel, que foi criada para ser a maior empresa de biodiesel do país, entrou em dificuldades financeiras e hoje é controlada por bancos credores, que converteram dívidas em ações.

Oferta de Moscou para cota de carne bovina desagrada

Autor(es): Assis Moreira | De Genebra
Valor Econômico - 08/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/8/oferta-de-moscou-para-cota-de-carne-bovina-desagrada
A Rússia está oferecendo uma cota de importação de 530 mil toneladas de carne bovina a partir do momento em que entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas em condições julgadas insatisfatórias pelo Brasil e outro exportadores.
O Brasil se prepara para dizer a Moscou, em reunião bilateral em Genebra, que sua nova oferta de cotas para as carnes em geral não está em linha com a expectativa brasileira e causa prejuízos.
Para 2011, as cotas já estão definidas. A negociação agora é sobre o regime de importação no momento em que Moscou for aceita na OMC. Os russos querem entrar em 2011, e o novo regime entraria em vigor em 2012. Só que oferecem volumes bem menores para os exportadores. Ou seja, Moscou quer acelerar sua entrada na OMC indo na direção contrária da política de liberalização da entidade.
Os russos querem restringir o acesso a seu mercado mesmo em áreas onde seu plano de substituição de importações avança menos, como no caso de produção de carne bovina.
Primeiro, reduziu significativamente sua própria oferta para importações de carnes de frango e de suíno, limitando as cotas a 250 mil toneladas nos dois casos. Depois, manteve o montante para carne bovina, mas deixando abertos vários detalhes que causam insegurança nos exportadores.
Para a carne de frango, a cota seria permanente, mas o volume tende a baixar, porque a Rússia diz estar produzindo cada vez mais e seus avicultores resistem ao produto estrangeiro.
No caso de suínos e bovinos, a ideia é de cotas por dez anos e apenas tarifa de importação a partir de 2020. As cotas começam sendo divididas em três grupos, na prática assegurando o maior volume para os Estados Unidos e União Europeia e deixando o resto para "outros". O Brasil exporta muita carne porque ocupa grande parte da cota destinada à União Europeia, que não consegue preenchê-la.
Além disso, Moscou não indica como ocorrerá a transição de cotas específicas para global, na qual a competitividade de cada um é que vai pesar, como é a demanda feita pelo Brasil.
A Rússia concluiu acordos bilaterais com os Estados Unidos e a União Europeia, dentro da velha percepção de que o essencial é se acertar com os dois elefantes do comércio mundial. Só que a realidade está mudando. Negociar com Washington e Bruxelas facilita, mas hoje não é decisivo. Os russos estão sendo pressionados a pagar o preço pelas concessões que terão em troca nos outros mercados, uma vez dentro da OMC.
A questão agora é se a insatisfação do governo e da indústria brasileira se transformará em decisão política de bloquear a entrada russa na OMC, caso as demandas brasileiras não sejam atendidas. A resposta virá no governo de Dilma Rousseff.


Vale custeará metade da exploração para garantir fabricação de fertilizante

Valor Econômico - 08/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/8/vale-custeara-metade-da-exploracao-para-garantir-fabricacao-de-fertilizante

A Vale terá um papel importante na exploração das novas reservas de gás anunciadas ontem pela YPF. As duas empresas fizeram uma parceria para dividir os custos de extração do gás não convencional de parte da jazida de Loma de la Lata. O valor do investimento não foi divulgado. De acordo com a petrolífera, a produção será dividida em partes iguais. Para a Vale, o essencial é ter energia para movimentar a mina de cloreto de potássio na região de Malargüe, em Mendoza, Província vizinha à de Neuquén, dona das reservas.
O projeto da Vale, aprovado recentemente pelo conselho da empresa, é o maior investimento brasileiro já feito na Argentina: cerca de US$ 4,2 bilhões. Segundo a YPF, a mineradora deverá precisar de 1,5 milhão a 2 milhões de metros cúbicos por dia para as suas operações. Devido ao alto volume que consumirá, a opção foi por investir diretamente na exploração da jazida, diminuindo os riscos de que eventuais intervenções do governo afetem o abastecimento.
O empreendimento da Vale consiste na exploração inicial de 2,4 milhões de toneladas por ano de cloreto de potássio, a partir de julho de 2013, podendo crescer gradualmente até 4,3 milhões de toneladas/ano. Praticamente toda a produção será exportada, sobretudo para a fabricação de fertilizantes no Brasil, o que deverá transformar a Argentina em um dos cinco maiores vendedores mundiais do insumo. A agricultura argentina, devido às características do solo, não usa esse tipo de fertilizante. Pela cotação média da tonelada de US$ 300 - estimativa conservadora -, serão US$ 700 milhões anuais em exportações.
Trata-se da quarta grande parceria firmada pela Vale para o desenvolvimento do projeto. Em agosto, a mineradora havia firmado um pacote de obras com três construtoras brasileiras. A Odebrecht ficará responsável pela instalação da mina em si. A Camargo Corrêa entrará na parte ferroviária, restaurando 500 quilômetros de trilhos e construindo um ramal de 368 quilômetros até o porto de Bahía Blanca (Província de Buenos Aires). A Andrade Gutierrez construirá um terminal próprio da Vale, com capacidade para movimentar até 1.600 toneladas por hora, nesse porto.

Argentina divulga "megarreserva" de gás, mas há dúvidas

Autor(es): Daniel Rittner | De Buenos Aires
Valor Econômico - 08/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/8/argentina-divulga-megarreserva-de-gas-mas-ha-duvidas

A petrolífera argentina YPF, hoje controlada pela espanhola Repsol, anunciou ontem a descoberta de uma "megarreserva" de gás não convencional na Bacia de Neuquén (oeste do país).
A jazida tem reservas estimadas em 127 bilhões de metros cúbicos. De acordo com a YPF, as reservas de gás da empresa, que durariam apenas mais seis anos, agora aumentaram para 16 anos com a nova descoberta. Muitos analistas, porém, colocaram em dúvida a viabilidade comercial e os custos de extração do combustível, além de terem criticado o grau de imprecisão do anúncio.
Desde o fim de semana, quando vazaram as primeiras informações, havia forte expectativa quanto à divulgação de uma nova "megarreserva". O panorama energético da Argentina é cada vez mais complicado. Com a queda da produção, o país tem enfrentado cortes no abastecimento às indústrias durante o inverno, quando sobe o consumo residencial. Em uma década, de 2000 a 2009, o total de reservas comprovadas diminuiu 51%, e o horizonte de autossuficiência passou de 17 para 7,8 anos.
A expectativa disparou porque funcionários do governo argentino e da Província de Neuquén afirmaram, na segunda-feira, que as novas reservas poderiam abastecer o país por "mais de 50 anos". A YPF convocou uma cerimônia pomposa para fazer o anúncio, com a presença de quase todo o gabinete de ministros, de vários governadores e da presidente Cristina Kirchner.
No fim das contas, o que se anunciou foi uma descoberta importante, mas de dimensões mais discretas. Convertidas em óleo equivalente, a jazida anunciada pela YPF tem 775 milhões de barris. Para efeito de comparação, as reservas estimadas de Tupi, na camada pré-sal, são de 5 a 8 bilhões de barris de óleo equivalente.
O vice-presidente da YPF, Sebastián Eskenazi, disse que a produção da nova jazida poderá alcançar "entre 4 milhões e 5 milhões de m³ por dia". Ele não mencionou prazos. Um alto funcionário da YPF explicou ao Valor que esse não é um teto para a produção e o volume poderá subir no futuro. E acrescentou que o campo explorado tem potencial para novas descobertas.
"Os anúncios são muito genéricos. Não se sabe se são reservas comprovadas, prováveis, se são simplesmente recursos, nem quanto custa colocar esse gás no mercado", disse Jorge Lapeña, ex-secretário nacional de Energia, ao jornal "La Nación". "Se tudo isso não se definir, estamos falando de um projeto com um grau de imprecisão que não merece ser considerado concreto", completou.
Os custos de produção do gás de xisto, muito mais complexo de ser extraído do que o convencional, também geram dúvidas sobre a viabilidade do empreendimento. As petrolíferas instaladas na Argentina recebem cerca de US$ 2 por milhão de BTU (unidade térmica britânica) pelo gás vendido. Um acordo fechado ontem mesmo entre o Ministério do Planejamento e a Província de Neuquén reajustou o preço para uma faixa entre US$ 4,5 e US$ 7,5 - o último é o valor pago pela importação de gás da Bolívia. Uma nova política de preços é essencial para desenvolver o potencial da região, que, segundo calcula o secretário de Energia de Neuquén, Héctor Mendiberry, é de 257 trilhões de pés cúbicos - o suficiente, se confirmado, para fazer do país um dos maiores produtores mundiais.

O que é gás de xisto

Valor Econômico - 08/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/8/o-que-e-gas-de-xisto
O xisto é uma das principais rochas metamórficas de origem sedimentar e tem o potencial de mudar o mapa energético mundial. Ao ser levado a temperaturas muito elevadas, libera um óleo semelhante ao petróleo e também gás. Há preocupação com os perigos ambientais para lençóis freáticos causado por produtos químicos usados para extrair o gás de xisto. Cerca de 20% do gás produzido nos Estados Unidos já provém do xisto. O Canadá é hoje o maior produtor global. Acredita-se que a Europa e a China também tenham grandes fontes exploráveis. Em 2030, segundo estudos recentes, o gás de xisto pode equivaler a 50% da produção energética americana. Após sua liberação, o xisto deixa um resíduo sólido com carbono. No Brasil há duas principais ocorrências de xisto betuminoso, cujo nome correto é folhelho pirobetuminoso. Nas rochas sedimentares da bacia do Paraná e na bacia de Taubaté. Na cidade de São Mateus do Sul, no Estado do Paraná, a Petrobras possui uma usina para extração do óleo de xisto a partir dos folhelhos pirobetuminosos. O processo chama-se Petrosix.

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