quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Indústria

AUMENTOS REAIS DE SALÁRIOS BATEM RECORDE NO SEMESTRE

Salários sobem muito acima da inflação
Autor(es): João Villaverde | De São Paulo
Valor Econômico - 13/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/13/aumentos-reais-de-salarios-batem-recorde-no-semestre

O melhor segundo semestre da história. Assim, Vanderlei Sartori, diretor da Federação de Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos do Paraná, caracteriza o período de julho a dezembro de 2010, quando os quase 80 mil operários representados pela entidade tiveram seus salários reajustados em dois dígitos - a maioria com aumentos reais de quase 5%. O Valor levantou dez categorias, em diferentes regiões do país, com data-base no segundo semestre e o menor aumento real que encontrou foi de 1,7%.
A euforia do sindicalista paranaense é compartilhada por comerciários de São Paulo e Florianópolis, trabalhadores na indústria têxtil de Caxias do Sul e de Blumenau, químicos de São Paulo e garçons, gerentes de restaurantes e de hotéis cariocas, entre outros trabalhadores.
Antes deles, no início do semestre, os reajustes recordes foram inaugurados com os 9% conquistados pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa 102 mil trabalhadores - destes, os 42 mil que trabalham nas montadoras obtiveram 10,8% de reajuste, sendo 6,5% reais, o maior em décadas. Também em setembro, os bancários negociaram um aumento entre 8,15% e 10% e os petroleiros, de 9% - com 4,65% acima da inflação.
O aumento da inflação, a partir de outubro, corroeu os ganhos salariais, mas não diminuiu o ímpeto dos sindicatos com data-base no quarto trimestre. Os 270 mil metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes repetiram o reajuste de 9% dos colegas do ABC, mas o ganho real passou de 4,7%, no ABC, para 3,6%, em São Paulo, porque entre setembro e novembro a inflação acumulada em 12 meses ficou um ponto percentual maior.
Os expressivos reajustes reais estão fazendo diferença na folha de pagamentos da indústria. Dados do IBGE divulgados na sexta-feira mostram que o salário médio pago pela indústria em outubro foi 5,5% maior, já descontada a inflação, que o salário de um ano antes. Foi o maior salto desde os 6% registrados entre 2003 e 2004. Naquela época, porém, o reajuste real recompôs dois anos de perdas salariais. Agora, 2010 foi o sexto ano consecutivo de aumento real nos salários na indústria.

Conjuntura: Reajustes totais obtidos por sindicatos com data-base no segundo semestre ficaram perto de 10%

O aumento da inflação não impediu que os acordos salariais firmados no quarto trimestre atingissem reajustes próximos à casa dos dois dígitos. De setembro a novembro, quando a maior parte dos sindicatos com data-base no segundo semestre negocia salários, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) saltou 1,1 ponto percentual, passando de 4,3% nos 12 meses acumulados até 1º de setembro para 5,4% nos 12 meses acumulados em novembro.
Ainda assim, os 270 mil metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, cuja data-base é em novembro, conquistaram os mesmos 9% que os 102 mil metalúrgicos do ABC atingiram em setembro. O aumento real, no entanto, foi diferente - enquanto no ABC os salários tiveram um salto de 4,7% acima da inflação, em São Paulo e Mogi esse reajuste foi de 3,6%.
Se no primeiro semestre do ano o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) levantou que o equivalente a 87% das categorias obtiveram reajustes salariais acima da inflação - o maior percentual da série histórica do Dieese -, o segundo semestre, avalia José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese, "foi, no mínimo, igual". O Valor levantou dez categorias, em diferentes regiões do país, com data-base no segundo semestre e o "pior" aumento real que encontrou foi de 1,7%.
Para Vanderlei Sartori, diretor da Federação de Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos do Paraná, o período entre julho e dezembro de 2010 pode ser chamado de "o melhor segundo semestre da história". Os quase 80 mil operários representados pela entidade tiveram um reajuste de 8,7% nos salários, embutindo um aumento de 3,1% acima da inflação.
A euforia do sindicalista paranaense foi dividida por comerciários de São Paulo e Florianópolis, trabalhadores na indústria têxtil de Caxias do Sul (RS) e de Blumenau (SC), garçons e gerentes de restaurantes e hotéis cariocas e eletricitários do Sergipe, que não tiveram reajuste real, mas tiveram sua dívida com o plano de saúde cortada em 42 pontos percentuais por mês e um abono de R$ 1 mil.
Antes deles, no começo do semestre, metalúrgicos de Campinas e São José dos Campos, em São Paulo, e de Curitiba, no Paraná, também conquistaram reajustes recordes, com taxas próximas à casa dos dois dígitos. Situação semelhante à de petroleiros e bancários que, em setembro e outubro, respectivamente, garantiram aumentos salariais de 9% nominais.
"Tivemos ganhos reais acima das nossas demandas mais otimistas", diz Sartori, para quem as empresas já se dispunham a conceder aumentos reais logo de partida, diferentemente das negociações tradicionais, em que oferecem apenas a reposição da inflação na primeira reunião. "Até nós ficamos surpresos", diz.
Cerca de 510 mil comerciários paulistas tiveram, neste mês, o maior reajuste salarial da década, depois que os sindicatos dos comerciários de São Paulo (470 mil trabalhadores) e Campinas, Valinhos e região (40 mil comerciários) conquistaram uma alta nominal de 7,5% nos salários.
Os quase 300 mil trabalhadores de indústrias químicas de São Paulo tiveram reajuste real de 2,8%, em acordo fechado no início do mês. Os 50 mil funcionários das mais de 6 mil padarias da Grande São Paulo tiveram, no mês passado, reajuste de 8,7% nos salários, sendo 3,14% acima da inflação. Segundo Francisco Pereira, o Chiquinho, presidente do sindicato, o momento de entusiasmo econômico facilitou nas negociações.
"Quando sentamos para conversar, os patrões sempre surgem com dados negativos, parece que estão falidos", diz Chiquinho, para quem "dá vontade de tirar as moedas do bolso e dar a eles". Chiquinho afirma que os sindicatos precisam estar "muito bem informados sobre a economia" para dialogar.
Os reajustes salariais expressivos são resultado de dois fatores combinados - o bom momento vivido pela economia, cujo Produto Interno Bruto (PIB) pode registrar avanço superior a 7,5% pela primeira vez em 24 anos, e a forte geração de empregos - saldo de 2,4 milhões de vagas formais criadas entre janeiro e outubro e queda na taxa de desemprego. Com isso, o trabalhador passa a ser "disputado" pelas empresas. Esse processo, explica Silvestre, do Dieese, dá aos sindicatos maior poder de barganha no momento de negociar acordos mais relevantes - seja nos salários, seja nas condições trabalhistas (cestas básicas, redução de jornada e horas extras).
"Conseguimos, neste ano, realizar pequenas paralisações e greves em grandes empresas, expediente que não realizamos há muito tempo", afirma Sartori, para quem as greves foram "decisivas" para os reajustes recordes.
"Nos últimos seis anos tivemos reajustes crescentes, culminando com este resultado de 2010, o melhor da década", diz Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, que garantiu reajuste de 9% para os 270 mil trabalhadores no Estado, cuja data-base ocorre em novembro. "O forte crescimento do país, puxado, neste ano, pela retomada da indústria, que sofreu mais a crise em 2009, ajudou a mobilizar os trabalhadores, que passaram a ter várias empresas oferecendo empregos e aumentos salariais", afirma o líder sindical. "Vimos placas de "precisa-se" nas portas das fábricas, algo que estava extinto havia 20 anos", diz Torres.
Mesmo quem não aproveitou a bonança, no segundo semestre, não ficou decepcionado. O Sindicato dos Eletricitários de Sergipe conquistou, com a Energisa, um acordo que apenas repõe a inflação. Mas Sergio Alves, presidente do sindicato, avalia que o acordo foi "dos melhores possíveis", uma vez que a principal demanda dos cerca de 900 trabalhadores era reduzir o reajuste de 66% que as mensalidades do plano de saúde sofreriam a partir de janeiro. "Rebaixamos para 24%, além de um abono de R$ 1 mil", diz Alves.


Brasil é a bola da vez no mundo da publicidade

Autor(es): Agencia o Globo/Ronaldo D"Ercole
O Globo - 13/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/13/brasil-e-a-bola-da-vez-no-mundo-da-publicidade
Rápida reação à crise financeira e crescimento econômico garantido atraem apetite das marcas globais ao país


A rápida reação à crise global e a economia entre as que mais crescem no mundo aguçaram o apetite dos gigantes da publicidade mundial pelo Brasil. As recentes compras de ícones da publicidade local por estrangeiros - a da W/, de Washington Olivetto, pelo americano Interpublic, em junho, e a da Talent, de Julio Ribeiro, pelo francês Publicis, no começo de outubro - são a ponta mais visível do avanço da internacionalização do mercado brasileiro de propaganda.

No mês passado, o mesmo Publicis desembarcou aqui com a Saatchi & Saatchi X, sua agência de "shopper marketing" (especializada em ações para pontos de venda), já presente em 16 países. E desafiando os grandes conglomerados, a americana Wieden + Kennedy, agência que ganhou projeção mundial com campanhas para a Nike, deve inaugurar ainda este mês em São Paulo seu oitavo escritório no mundo.

Das dez maiores agências de publicidade do país, segundo ranking do jornal "Meio & Mensagem", somente duas (a Fischer+Fala! e a Africa) são integralmente nacionais. Em 1995, das dez maiores, seis eram locais, número que já havia encolhido para quatro em 2000. Se consideradas as 20 maiores do ranking atual, são apenas cinco (PPR, My Propaganda e Propeg, além das duas já citadas).

E não são apenas as estrelas do mercado o alvo dos estrangeiros. Antes da W/, o Publicis Groupe já havia arrematado este ano a gaúcha AG2, especializada em mídia digital, e comprado 5% da Taterka, que entre outras contas atende a Natura e o McDonald"s.

- O interesse renovado dos estrangeiros reflete o fato de o Brasil ser a bola da vez - diz Luiz Lara, sócio-diretor da LewLara e presidente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap).
Copa e Olimpíadas entram na mira dos gringos



O grupo japonês Dentsu, quinto maior do setor no mundo, atuava como sócia numa joint-venture com a brasileira DPZ desde 2004 para atender seus clientes internacionais aqui e na América Latina. No fim do ano passado, a agência comprou a fatia da DPZ e se instalou de vez no país.

Sua estratégia é criar uma plataforma com diferentes serviços de comunicação, de olho na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas do Rio, em 2016.

- Com a crise nas grandes economias e o Brasil crescendo, as marcas globais viram aqui uma grande oportunidade - completa Lara.

Em 2009, quando a economia praticamente ficou estagnada, o mercado publicitário brasileiro cresceu 4%, movimentando R$30,5 bilhões, ou 0,97% do PIB. Este ano, com o país crescendo acima de 7%, a expectativa é de que os investimentos em anúncios e campanhas avancem 20%.

Estudo da Nielsen revela que o mercado brasileiro foi o que mais cresceu em todo o mundo no primeiro semestre do ano, com expansão de 50,2% ante igual período de 2009. Ainda recuperando-se do baque da crise de 2008, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, a publicidade mundial teve alta de 12,8% no semestre, segundo a Nielsen.

- A indústria de comunicação não cresce sozinha. É preciso que o país cresça para que tenhamos empresas e marcas fortes - afirma Emannuel Publio Dias, diretor Corporativo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

A associação com grupos estrangeiros foi o caminho para que as agências brasileiras pudessem atender aqui as grandes multinacionais, que passaram a concentrar sua publicidade nas mãos dos conglomerados globais do setor. Com isso, publicitários brasileiros passaram a colaborar com as matrizes e a trabalhar em outros mercados fora do país. Os brasileiros também estão à frente de todas as bandeiras de agências globais que vieram para cá.

- A maneira como o brasileiro se comunica é muito local e não pode ser replicada. Por isso, as agências internacionais são dirigidas por brasileiros - diz Marcello Serpa, sócio-diretor de criação da AlmapBBDO.

Reconhecida mundo afora pela criatividade, a internacionalização da publicidade brasileira se dá numa outra frente. Com o surgimento de empresas brasileiras globais, como Vale, Gerdau, AmBev e Havaianas, campanhas desenvolvidas aqui são exportadas.

Criatividade vira moeda de troca

A Africa, de Nizan Guanaes, cuida dos anúncios da Vale em diversos mercados em que a mineradora atua. Serpa, da AlmapBBDO, conta que já está trabalhando na nova campanha das Havaianas, que começa a circular na primavera do hemisfério Norte.

- Começamos há quatro anos com campanhas específicas para os revendedores dos mercados americano e europeu e hoje criamos toda a estratégia de venda da marca lá fora - diz Serpa.

Apesar do sucesso lá fora, apenas dois grupos brasileiros têm efetivamente negócios no exterior. O Totalcom, capitaneado por Eduardo Fischer, tem agências em Portugal, na Argentina e em Angola. E o ABC, de Guanaes, tem duas agências digitais nos Estados Unidos - a Pereira & O"Dell e a Dojo.

Muito respeitados pelos concorrentes estrangeiros que atuam aqui, o avanço internacional que conseguiram é tímido na visão dos especialistas.

- Exportamos muito trabalho, mas a operação brasileira, tem presença muito pequena lá fora - diz Publio, da ESPM.

A indústria da publicidade nasceu estrangeira no Brasil, lembra Emannuel Publio Dias, diretor Corporativo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Com a vinda de grandes marcas, como General Motors, Ford e Gessy Lever ainda na primeira metade do século passado, agências que as atendiam nos Estados Unidos, como a Thompson e a McCann Erickson, vieram juntas para cá.

- A indústria começa aqui como um setor fortemente influenciado pelas agências americanas - diz Publio, explicando que foi a falta de mão de obra local que levou à criação da ESPM em 1951.

Foi só durante o "milagre econômico" do regime militar, entre o fim dos anos 60 e início dos 70, que as primeiras agências brasileiras se firmaram atendendo as contas das estatais. Mas com a crise do petróleo nos anos 1980, começa o processo de consolidação no mercado, com a criação dos grandes conglomerados internacionais.




Embraer prevê fechar 2010 com receita de US$ 5,2 5 bi

Valor Econômico - 15/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/15/embraer-preve-fechar-2010-com-receita-de-us-5-2-5-bi


O presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, disse ontem que a empresa cumprirá em 2010 a previsão de terminar o ano com uma receita de US$ 5,25 bilhões, valor que ainda ficará abaixo dos US$ 5,5 bilhões registrados em 2009. O executivo lembrou, no entanto, que apesar das indefinições de como seria o mercado internacional , que ainda responde por cerca de 85% a 90% da receita da companhia, a Embraer conseguiu fechar 2010 com um total de 80 jatos vendidos. Em 2009, a empresa vendeu apenas 20 aeronaves comerciais.
A recuperação do mercado de aviação comercial, segundo Curado, ainda será lenta em 2011, mas já está na direção correta. "Os novos contratos fechados este ano estabiliza a nossa carteira de pedidos e significa um futuro garantido para a companhia nos próximos anos. Além disso, também demonstram que nossos aviões continuam modernos e muito bem aceitos pelo mercado", afirmou o executivo, durante almoço com a imprensa em São Paulo.
O vice-presidente executivo financeiro, Luiz Carlos Aguiar, disse que a Embraer pretende concluir em 2011 os estudos para o lançamento de uma nova aeronave. Em entrevista anterior, a Embraer informou que avaliava a possibilidade de fazer um avião maior, de 130 lugares com duas classes, mas que numa configuração de classe econômica poderia comportar entre 138 e 140 passageiros. A empresa também chegou a estudar a possibilidade de lançar uma versão alongada do 195, batizada de 195X, mas não levou adiante o projeto, porque potenciais operadores manifestaram preocupação com uma possível redução importante no alcance da aeronave.

Aços Villares será incorporada pela controladora Gerdau

Autor(es): Por Fernando Torres e Ivo Ribeiro | De São Paulo
Valor Econômico - 15/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/15/acos-villares-sera-incorporada-pela-controladora-gerdau
 

Reorganização Societária:   Diante da relação de troca, ações da fabricante de aços especiais sobem 10%.

As ações da Aços Villaressubiram 10,5% ontem, para R$ 0,95 por papel, após o anúncio de que a controladora Gerdaupretende incorporar a companhia até o fim deste ano. Segundo fato relevante publicado pela siderúrgica, o objetivo da operação é reduzir custos via "ganhos de escala, aumento de eficiências operacionais, comerciais e de gestão", além da "simplificação da estrutura societária" do conglomerado.
Conforme as condições propostas, para cada 24 ações ordinárias, com direito a voto, detidas da Aços Villares, o acionista terá direito a uma ação preferencial, sem voto, da Gerdau, que fechou cotada ontem a R$ 22,95, em baixa de 2,34%.
Para atender ao entendimento do Parecer de Orientação nº 35 da Comissão de Valores Mobiliários, que busca proteger o interesse dos minoritários em operações de incorporação de controladas, a Gerdau, na condição de controladora, não votará na assembleia da Aços Villares que deliberar sobre a operação. Atualmente, 12,6% das ações da fabricante de ações especiais estão em circulação no mercado.
As assembleias tanto da Gerdau como da Villares que analisarão a operação foram marcadas para o dia 30 de dezembro.
Atualmente, Gerdau S.A. já detém 58,5% do capital da Villares e a Prontofer, empresa de capital fechado que também pertence ao grupo, outros 28,9%.
No desenho societário feito para a operação, antes da incorporação da Villares, a Gerdau vai incorporar a Prontofer. Nesta primeira etapa, os sócios da Prontofer receberão 9 milhões de ações ordinárias e 50,5 milhões de ações preferenciais da Gerdau, em transação equivalente a R$ 1,3 bilhão. No momento seguinte, os minoritários da Villares trocarão seus papéis por 25,9 milhões de ações preferenciais da Gerdau, que valem hoje R$ 595 milhões.
No fim do ano passado, quando rumores de mercado levaram a uma oscilação atípica das ações da Aços Villares, a Gerdau veio a público, a pedido da CVM, para esclarecer que estudava a incorporação da controlada. Na ocasião, a companhia havia dito que a relação de troca estudada ficava entre 26 e 30 ações, pouco acima da razão proposta agora.
Procurada, a Gerdau informou que a operação não vai gerar ágio nem benefício fiscal. O motivo para que a incorporação ocorra no fim do ano é que isso ajuda a reduzir custos operacionais e de controle financeiros.
A incorporação de Aços Villares pela Gerdau unifica a gestão de duas empresas que atuavam separadamente no país na produção de aços especiais. A antiga Aços Finos Piratini foi adquirida nos anos 90 em programa de privatização da holding Siderbrás. Já a Villares, fundada nos idos de 1944, foi comprada, aos poucos, a partir de 2006, quando o grupo Gerdau decidiu montar uma grande operação mundial nesse segmento e assumiu 40% do capital da espanhola Sidenor, que, por sua vez, era dona do controle societário da Villares desde meados de 2000.
Localizada em Charqueadas, a 60 km de Porto Alegre (RS), a Piratini dispõe de capacidade para produzir por ano 430 mil toneladas de aço bruto. Com três unidades industriais no Estado de São Paulo - Mogi das Cruzes, Pindamonhangaba e Sorocaba - a Villares está apta a produzir 995 mil toneladas de aço, das quais pouco mais de 40 mil de cilindros de laminação. Sob a mesma gestão dentro da Gerdau, esses ativos poderão ser administrativa, operacional e comercialmente racionalizados, inclusive o mix de produtos.
A assessoria de imprensa da Gerdau informou que não estão previstas demissões de funcionários nem fechamento de unidades fabris. E afirmou que continua mantido o plano de construção de uma nova linha de laminação de aços especiais no país, orçada em R$ 350 milhões e com capacidade de 500 mil toneladas. O investimento visa atender ao crescimento do setor automotivo no país. Tem previsão de entrar em operação em 2012, mas o local de sua instalação ainda não foi definido.
O último ativo incorporado pelo grupo a essa unidade de negócio foi a americana Macsteel, em 2007. Com isso, a Gerdau tornou-se um líder mundial na produção de aços especiais, com capacidade produtiva superior a e 3 milhões de toneladas e com unidades fabris no Brasil, EUA e Espanha.
Esse tipo de aço tem cerca de 80% de sua aplicação na fabricação de peças e componentes para a indústria automotiva. Além disso é usado na indústria naval e em projetos relacionados a energias renováveis.
No terceiro trimestre de 2010, essa unidade de negócios respondeu por 27% do resultado operacional (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado do grupo, que foi de R$ 1,26 bilhão.

Novo projeto torna a Fiat mais brasileira

Autor(es): Marli Olmos e Murillo Camarotto | De São Paulo e do Recife
Valor Econômico - 15/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/15/novo-projeto-torna-a-fiat-mais-brasileira

Interesses políticos antecipam a festa: junto com o presidente Lula, Belini, comandante da Fiat, anuncia projeto em Salgueiro, a 500 km do local onde será a fábrica
Já faz algum tempo que com uma única fábrica, em Betim (MG), a filial brasileira da Fiat Automóveis consegue produzir mais do que a própria matriz, com seis fábricas, na Itália. Mas agora, ultrapassar os limites da produtividade começa a se tornar um risco, principalmente diante do avanço da concorrência. Ontem, os italianos deram um salto maior ao anunciar um investimento de R$ 3 bilhões numa fábrica, em Pernambuco, que nascerá já grande, com capacidade para 200 mil carros por ano.
Inaugurada na década de 70, a fábrica de Betim fechará 2010 com a produção de 750 mil veículos. Isso significa uma média diária de 3 mil unidades - ou um carro novo a cada 20 segundos. O volume que a Fiat produz hoje no Brasil é um terço maior do que há três anos. E, por isso, consegue liderar o mercado brasileiro com escala e, consequentemente, lucratividade. A Volkswagen conta com três fábricas no país para alcançar este ano a produção de 832 mil veículos.
Com a previsão inicial de 3,5 mil empregos diretos, o empreendimento que será construído no complexo portuário de Suape conduzirá a Fiat à meta de alcançar a fabricação anual de um milhão de veículos por ano daqui a três anos. A solução também livra a empresa de ter de recorrer à fábrica em Córdoba, na Argentina, para aliviar o ritmo acelerado em Minas Gerais, onde opera em três turnos. É conhecido, no meio automotivo, o receio de seus dirigentes de investir demasiadamente na Argentina.
No caso, manter as linhas de Córdoba num ritmo menos acelerado e erguer uma nova construção no Nordeste brasileiro vale a pena, considerando, principalmente, o pacote de vantagens fiscais que o grupo italiano abocanhou. O investimento em Pernambuco contará com os benefícios do regime automotivo especial para o Nordeste, Norte e Centro-Oeste, em vigor desde sexta-feira. Por meio deles as empresas do setor instaladas nas regiões e que apuram IR pelo regime do lucro presumido podem utilizar até dezembro de 2020 os créditos de IPI acumulados para quitar outros tributos federais, como o PIS e a Cofins.
De acordo com fontes da montadora, o investimento em Pernambuco contará com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os volumes de recursos envolvidos estariam ainda em processo de negociação. Procurado, o banco de fomento informou, por meio de sua assessoria, que não iria comentar o assunto.
Ao anunciar o novo projeto, ontem à tarde, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse que tentará oficializar ainda este ano a doação do terreno de 4,4 mil hectares onde será construída a fábrica, para que possam ser iniciados os trabalhos de terraplenagem. Ele também pretende providenciar uma outra área, onde seria construída uma pista de provas para a montadora.
O político, aliás, foi bastante elogiado pelo presidente da Fiat para a América Latina, Cledorvino Belini. Segundo o executivo, a influência de Campos foi decisiva para a chegada da montadora a Pernambuco. "Sem seu empenho em transformar Pernambuco em uma das economias mais prósperas do Brasil, não haveria fábrica", afirmou.
Belini encontrou-se com Campos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Salgueiro, município distante cerca de 500 km da área onde será erguida a segunda fábrica da Fiat. A ideia foi aproveitar a visita do presidente da República às obras de construção da ferrovia Transnordestina. Lula promete, no entanto, voltar à cena da festa em torno da chegada da primeira montadora em Pernambuco antes de seu mandato chegar ao final.
Nos próximos dias será marcada a data da celebração da pedra fundamental do empreendimento. Em princípio, seria no dia 29. Mas ontem a Fiat informou apenas que deverá ser depois do Natal.
As negociações com a montadora italiana começaram há cerca de oito meses, após um longo período de prospecções do governo de Pernambuco. Com a eclosão da crise econômica internacional, que afetou seriamente a indústria automotiva, em 2008, muitas das conversas acabaram esfriando. De acordo com fontes do governo pernambucano, houve negociações também com General Motors e Toyota, além das chinesas Cherry e BYD, entre outras.
Distante 60 km do Recife, o Complexo Industrial e Portuário de Suape é a principal vitrine da economia de Pernambuco, que cresce em ritmo superior ao do país e da própria região Nordeste. Nos últimos quatro anos, Suape atraiu projetos importantes, entre eles uma refinaria, dois estaleiros, uma petroquímica e, mais recentemente, uma siderúrgica.
Em meio aos interesses políticos e o avanço econômico de Pernambuco, o novo ciclo de investimentos do setor automotivo vive uma nova guerra fiscal. Para a Fiat, o importante é estar preparada para conseguir se manter na liderança de mercado, que já dura nove anos consecutivos. Como os demais fabricantes de veículos que anunciaram expansão industrial - como GM, Volks e Ford - os italianos se preparam para enfrentar a onda de investimentos de novas marcas, que vem também da China e da Coreia do Sul.


Argentina vai priorizar veículos do Mercosul

Autor(es): Ariel Palacios
O Estado de S. Paulo - 15/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/15/argentina-vai-priorizar-veiculos-do-mercosul


A ministra da Indústria da Argentina, Debora Giorgi, pediu às empresas importadoras de automóveis que implementem uma redução significativa das compras de veículos provenientes de fora da zona do Mercosul. A ministra - chamada ironicamente de "Senhora Protecionismo" - indicou que as empresas terão que reduzir em 20% as operações de importação de automóveis de fora do bloco do Cone Sul.
O pedido, em tom categórico, foi realizado durante uma reunião da ministra com a Câmara de Importadores e Distribuidores Oficiais de Automóveis (Cidoa), associação composta pelas empresas BMW Argentina, Volvo Trucks & Buses Argentina, Subaru, Hyundai Motor da Argentina, Indumotora Argentina, Kia da Argentina e Honda Motor da Argentina, entre outras.
A ordem de Giorgi afetaria principalmente os automóveis que são provenientes da União Europeia e também de países da Ásia.
Dados do mercado automotivo indicam que as importações de automóveis de fora do Mercosul aumentaram em 60% em 2010 em comparação com o ano passado. No total, entre janeiro e novembro, foram vendidos 41 mil veículos no país.
As importadores teriam que reduzir o volume em US$ 200 milhões em 2011, já que as compras de veículos extra-Mercosul é de US$ 1 bilhão.
A ministra Giorgi sustentou que a intenção da medida é "equilibrar a balança comercial com terceiros países e avançar na integração da cadeia automotiva na esfera regional, de modo a aprofundar o setor de autopeças argentino e brasileiro".
Giorgi sustentou que a medida tem como principal objetivo proteger a indústria regional da concorrência mundial "trata-se de preservar a produção regional perante a superoferta mundial, fundamentalmente naquilo que diz respeito aos veículos de porte médio e alto".
Giorgi, amiga da presidente Cristina Kirchner e economista de sua confiança, foi cotada várias vezes para ocupar a pasta da Economia.

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