quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Agronegócios

09/12/2010

Safra 2010/2011 chega a 149 milhões de toneladas




A safra nacional de grãos do ciclo 2010/2011 deve chegar a 149,1 milhões de toneladas, com uma queda de 0,1%, ou cerca de 200 mil t, sobre a safra passada. Com relação ao ponto médio dos intervalos inferior e superior da pesquisa do mês de novembro, houve também um acréscimo de 1,0%. A área deve atingir 48 milhões de hectares, com 1,3% a mais que a cultivada no período anterior.
Estes números são do terceiro levantamento realizado pela Conab este mês, que destaca produtos como trigo, arroz e soja que ampliaram a produção. No geral, a previsão de aumento está condicionada à ocorrência  de clima favorável às culturas como a soja, milho (1ª e 2ª safras), arroz e feijão.

O encerramento da safra de trigo nos estados do Sul confirma que a produção deve chegar a 5,78 milhões de t, com um aumento de 15% sobre o exercício anterior. O arroz também deve crescer 7,8%, atingindo 12,57 milhões de t, mesmo com uma retração na área de 1,2%. Já a soja alcança uma produção de 68,51 milhões de t, em uma área de 24,08 milhões de ha. O aumento sobre a área anterior é de 2,6%.

Por outro lado, para o milho 1ª safra prevê-se uma situação diferente, com uma queda de produção de 8%, podendo atingir 31,35 milhões de t, contra as 34,08 milhões de t da safra passada.

A pesquisa foi realizada  por 51 técnicos, no período de 22 a 26 de novembro, em trabalho de campo que ouviu representantes de cooperativas e sindicatos rurais, de órgãos públicos e privados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de parte das regiões Norte e Nordeste. (Raimundo Estevam/Conab)

Com caixa, Brasil Ecodiesel avalia como crescer

Autor(es): Fernando Lopes | De São Paulo
Valor Econômico - 09/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/9/com-caixa-brasil-ecodiesel-avalia-como-crescer
Sacramentadas as bases para a incorporação da Maeda Agroindustrial, a Brasil Ecodiesel avalia a melhor estratégia para atender às expectativas que criou desde que anunciou que a negociação estava em curso, no fim de outubro.
Conforme José Carlos Aguilera, presidente da empresa, há R$ 140 milhões em caixa para expandir as operações, mas ainda não está resolvido se essa expansão, que passará pela atividade de originação de grãos, será orgânica ou por meio de aquisições - ou, como é possível, das duas maneiras.

Tudo dependerá, segundo ele, do retorno financeiro. Uma resposta óbvia, é verdade, mas que mostra que as dificuldades vividas pelos novos parceiros nos últimos anos, boa parte relacionada à escassez de crédito que se seguiu à quebra do banco americano Lehman Brothers, em setembro de 2008, deixaram suas cicatrizes.
Para os Maeda, a crise mostrou-se quase fatal. Com mais de oito décadas de história, o grupo, grande produtor de soja e algodão, preparou-se para a safra 2008/09 com custos e preços recordes, mas realizou o que planejou em meio à crise, e as contas não fecharam. Em maio deste ano, ocorreu a venda do controle da empresa familiar ao fundo Arion Capital, cujo principal investidor é o bilionário espanhol Enrique Bañuelos.
No caso da Brasil Ecodiesel, fundada em 2003 para tornar-se a líder no então nascente mercado brasileiro de biodiesel - e que em novembro de 2006 abriu seu capital em bolsa -, os problemas começaram antes da crise, mas aumentaram com ela.
Às dificuldades iniciais no relacionamento com o "mercado", que questionava a governança da empresa, e ao fracasso do uso da mamona como matéria-prima para a produção do biocombustível - a aposta original do governo e da companhia -, veio uma amarga vitória, já relacionada à crise.
Em dezembro de 2007, a empresa foi a grande vitoriosa do primeiro leilão mandatório de biodiesel da Petrobras, abocanhando 40% do volume demandado. Dois meses depois os preços das commodities agrícolas dispararam, na "bolha" que antecedeu a quebra do Lehman, e o aumento de custos para atender à encomenda fez com que a Ecodiesel entrasse em uma círculo de perda de valor que levou à renegociação de dívidas e aumentos de capital.
"Hoje, além de termos dinheiro em caixa para investir, temos um endividamento líquido positivo de R$ 80 milhões. Mas o problema estratégico não estava resolvido", diz Aguilera, que esteve à frente da Brasil Ecodiesel durante as negociações que permitiram que a empresa continuasse viva após os problemas financeiros descritos.
Segundo o executivo, as mudanças no perfil do mercado brasileiro de biodiesel, que caminhou para a dependência da soja como matéria-prima e hoje encara uma capacidade ociosa geral da ordem de 50%, passaram a exigir a verticalização das operações.
E foi aí que nasceu a ideia de uma associação com a Maeda Agroindustrial, com seus atuais 93,7 mil hectares plantados - 20 mil próprios - nos Estados de Mato Grosso, Goiás e Bahia e seu parque industrial para fabricar e armazenar óleo de algodão.
Além disso, o grupo conta com participações de 25% na Tropical Bioenergia (usina sucroalcooleira em Goiás), de 10% na Jaborandi Propriedades e de 25% na Jaborandi Agrícolas, as duas últimas com negócios na área de terras.
Aguilera diz que o endividamento dos Maeda, de R$ 260 milhões, não será problema, e que a venda de uma fazenda do grupo, por R$ 90 milhões, já está engatilhada. Por isso ele garante que a única preocupação é olhar para frente e traçar um plano que resulte na maior empresa agrícola brasileira com ações em bolsa.
O primeiro sinal do "mercado" foi negativo. As ações da Brasil Ecodiesel caíram 7,21% na BM&FBovespa ontem (o Ibovespa caiu 1,68%), no primeiro pregão depois de confirmado o negócio pelo conselho de administração da companhia - ainda falta o sinal verde da assembleia de acionistas que será realizada no próximo dia 23.
E com sócios como Silvio Tini, investidor com participações em diversas empresas que ajudou a resgatar a Ecodiesel da crise e hoje tem 10% da companhia, e Enrique Bañuelos, o principal investidor do Arion Capital que terá, sozinho, 24% da empresa resultante da incorporação (a Maeda Agroindustrial como um todo terá 33%), o foco terá mesmo de estar no retorno financeiro.


09/12/2010 - 11h53

Agropecuária tem primeira queda desde 2009



A produção agropecuária brasileira também ajudou a desacelerar a economia no terceiro trimestre. No período, teve retração de 1,5% na comparação com os três meses imediatamente anteriores.
É a primeira queda desde o segundo trimestre de 2009, quando houve variação negativa de 1,7%, segundo dados do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


Em relação a igual período no ano passado, a agropecuária teve expansão de 7%, impulsionada especialmente pelas produções de café (18%), trigo (14,2%) e cana (6%).

Já o setor de serviços cresceu 4,9% em relação ao terceiro trimestre de 2009. Tiveram destaque os serviços de intermediação financeira e seguros (11,4%), comércio (9%) e de transporte, armazenagem e correio (7,5%).
Frente ao trimestre anterior, os serviços avançaram 1%, mantendo o nível de expansão observado nos períodos anteriores. Nessa comparação, os serviços de intermediação financeira aumentaram 3,1%, e o comércio registrou alta de 1,4%.
Editoria de Arte/Folhapress
Os dados constam do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE, que mostram desaceleração da economia no período, com alta de 0,5% frente aos três meses imediatamente anteriores.
No terceiro trimestre, em relação a igual período em 2009, a expansão foi de 6,7%. Já no acumulado do nove primeiros meses, a economia teve elevação de 8,4% frente ao período de janeiro a setembro do ano passado.
Ao todo, a economia movimentou R$ 937,2 bilhões de julho a setembro. A taxa acumulada dos últimos 12 meses (encerrados em setembro) indica alta de 7,5% do PIB em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

Bunge e Louis Dreyfus disputam usinas da CNAA

Autor(es): Fabiana Batista
Valor Econômico - 09/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/9/bunge-e-louis-dreyfus-disputam-usinas-da-cnaa

Grandes negociações de compra de usinas entram em fase final. Amanhã, dia 10 de dezembro, está sendo esperada a conclusão da compra de 50% do grupo Cerradinho pela BP (ex British Petroleum). Em outra frente, a disputa pelos ativos da Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA) avança e se afunila com dois concorrentes: as multinacionais Bunge e Louis Dreyfus. E outra negociação em curso, ainda que não envolva usina (ativo industrial), é o da compra pela Cosan do canavial da usina São José, de Rio das Pedras (SP), cujas conversas estão em fase inicial.
O Valor apurou que alguns grupos que estiveram presentes nas primeiras fases de negociação com a CNAA, como Cosan e a chinesa Cofco, já saíram da disputa por motivos variados.
As que permanecem estão propondo valores próximos de R$ 100 por tonelada de capacidade instalada, mais a assunção de dívidas - que eram de R$ 1 bilhão ao final de março de 2009. O que, a grosso modo, diferencia a proposta da Bunge para a múlti francesa é o formato.
A multinacional francesa, segundo fontes, propôs comprar 100% da CNAA por meio de troca de ações, de forma que os fundos que controlam a CNAA, entre eles o Riverstone e o Goldman Sachs, poderão exercer a venda dos papéis da francesa na abertura de capital da divisão de bioenergia da empresa (LDC-SEV), esperada para 2011. A proposição da Bunge segue o formato mais tradicional de aporte de capital direto.
Procuradas, Bunge, que está há mais tempo na disputa, e Louis Dreyfus não retornaram até o fechamento da edição. Por sua assessoria, a CNAA informou que não comenta rumores de mercado e a Cosan também não quis comentar o assunto.
As duas usinas da CNAA estão localizadas em Goiás e em Minas Gerais e devem processar nesta safra, em finalização, cerca de 4 milhões de toneladas de cana. O grupo também tem um outro projeto greenfield, em Campina Verde (MG), mas está em fase de captação de recurso.
O projeto da CNAA, segundo informações disponíveis em balanço de resultados do período findo em 31 de março de 2009, era investir R$ 1,8 bilhão para construir três usinas e atingir moagem total de 7,5 milhões de toneladas de cana. Mas, segundo informou a empresa neste ano, já foram investidos R$ 2 bilhões entre 2006 e 2009 nos projetos.
Além de ter um endividamento elevado, a negociação da CNAA está mais difícil porque o fundo Riverstone, que é o principal acionista e credor da CNAA, tem como condição para a venda da empresa a recuperação de todo o valor emprestado para o projeto que, em março de 2009, era de R$ 672,8 milhões. "Quem comprar, não poderá alongar dívida, pois o débito existente é majoritariamente com o fundo", diz uma fonte.

Tetra Pak e Aurora lançam no país leite com rastreabilidade

Autor(es): Alda do Amaral Rocha
Valor Econômico - 09/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/9/tetra-pak-e-aurora-lancam-no-pais-leite-com-rastreabilidade

Lácteos: Multinacional de embalagens negocia venda do sistema para outros laticínios do Brasil e do exterior

A multinacional sueca de embalagens Tetra Pak e a cooperativa catarinense Aurora lançam hoje o primeiro leite longa vida com rastreabilidade no mundo. A tecnologia foi desenvolvida pela companhia sueca após quase um ano e meio de trabalho. "Já tínhamos ideia de fazer isso há uns cinco a seis anos. A Aurora se interessou pelo projeto e se propôs a ser teste de mercado mundial", afirma Eduardo Eisler, diretor de marketing da Tetra Pak no Brasil.
Além do Aurolat, marca que já está no mercado, a cooperativa também está lançando um leite especial com a marca Aurora (ver texto ao lado). Ambos usarão a tecnologia para rastreamento.
Com a rastreabilidade do leite será possível saber a origem do produto envasado, embalagem a embalagem, desde a cooperativa onde a matéria-prima foi recebida até a industrialização. "É uma ferramenta de controle da qualidade que permite diagnóstico e prevenção [de problemas] o mais rápido possível", garante Eisler.
O consumidor poderá checar as informações sobre a procedência do leite no site da Aurora - bastará informar o código de rastreabilidade que está impresso na caixinha longa vida.
Eisler explica que a tecnologia consiste de um conjunto de softwares que carregam informações sobre a origem e processo de produção, que são armazenadas em um banco da dados. Este, por sua vez, contém informações como data de produção, unidade de processamento, validade, início e fim da produção, cooperativas fornecedoras do leite, análise de qualidade da matéria-prima e tabela nutricional.
A ferramenta poderá, por exemplo, evitar problemas como o que ocorreu há três anos, quando cooperativas de Minas Gerais foram acusadas de fraudar leite cru entregue a indústrias para processamento. Elas teriam adicionado água oxigenada e soda cáustica à matéria-prima que seria processada e envazada.
De acordo com o presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster, com a rastreabilidade, um problema como esse seria identificado já no primeiro laboratório, onde o leite recém-recebido passa por análise de conformidade. Segundo Eisler, o software delimita parâmetros, por isso, em caso de inconformidades, a produção é paralisada.
A Aurora é a primeira cliente da Tetra Pak, mas a companhia de embalagens já negocia a venda do sistema - desenvolvido pela subsidiária no Brasil com o apoio da matriz - para outras empresas nacionais e também do exterior, segundo Eisler.
Na Aurora, o sistema está sendo chamado de P.A.R. (Produto Aurora Rastreado), mas os projetos são específicos, de acordo com o executivo da Tetra Pak. "São projetos "tailor made", específicos para cada empresa ou fábrica", afirma. Ele não informa o quanto a Tetra Pak investiu no desenvolvimento do sistema.
"A partir do teste de mercado [com a Aurora], o sistema passará a fazer parte do portfólio da Tetra Pak", informa Eisler. O produto com rastreabilidade, que vai para as gôndolas de Sul e parte do Sudeste a partir de hoje, passou por um período de quatro meses de validação.
Com 95% do mercado de embalagens para leite longa vida no Brasil, a Tetra Pak deve comercializar 11 bilhões de embalagens (para leite e outros itens) este ano.


Empresas buscam segurança alimentar

Valor Econômico - 09/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/9/empresas-buscam-seguranca-alimentar

A partir de hoje, todo o leite longa vida comercializado pela Coopercentral Aurora será rastreado, com informações desde a coleta da matéria-prima nas cooperativas até a industrialização na unidade de processamento da cooperativa em Pinhalzinho (SC).
Além do leite longa vida com a marca Aurolat, a central também lançará o produto com a marca Aurora, um leite especial com maior tempo de gôndola.
De acordo com Mário Lanznaster, presidente da central de cooperativas, o total de 350 mil litros de leite longa vida que a central produz diariamente já é rastreado. Desse volume, 20% serão comercializados com a marca Aurora. A marca Aurolat tem distribuição nacional, mas a Aurora será vendida inicialmente apenas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Ambas as marcas são de produtos com rastreabilidade, dentro do sistema chamado de P.A.R. (Produto Aurora Rastreado), mas o Aurora é um leite "mais fresco", o que permite mais tempo na prateleira, segundo Lanznaster. Enquanto os longa vida em geral têm prazo de validade de três meses, o da marca Aurora dura cinco meses.
Pelas normas do Ministério da Agricultura, o leite pode ser envasado em até 72 horas, entre a ordenha e a embalagem. No caso do leite Aurora, todo o processo dura cerca de 12 horas, afirma o presidente da central. Como o processamento é mais rápido, a logística de transporte é diferente e há segregação na armazenagem do leite. Essas mudanças demandaram investimento de R$ 600 mil.
O leite com a marca Aurora deverá custar R$ 0,20 a mais que o Aurolat, informa o presidente da cooperativa, já que há agregação de valor no processo.
Para Lanznaster, a rastreabilidade é um indicador de segurança alimentar. Com o sistema, diz, "o consumidor sabe que está comprando um leite de padrão superior. (...) Queremos ser referência em qualidade do leite", diz o presidente, referindo-se à região oeste de Santa Catarina.


Rússia descumpre acordo secreto com o Brasil

Autor(es): Jamil Chade
O Estado de S. Paulo - 09/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/9/russia-descumpre-acordo-secreto-com-o-brasil

Acordo firmado em 2005 obrigava os russos a comprarem 390 mil toneladas em troca de apoio para ingressar na OMC

Um acordo secreto para o comércio de carnes entre o Brasil e a Rússia é ignorado por Moscou, criando um mal-estar entre os dois países. O governo russo descumpriu um acordo assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Moscou em 2005 e elevou as barreiras contra a exportação nacional de carne.
O Estado obteve uma cópia do acordo que estava sendo mantido em sigilo e que estipulava os termos do entendimento entre os dois países para a adesão de Moscou à Organização Mundial do Comércio (OMC). O que Moscou propõe agora, porém, é radicalmente contrário aos termos do entendimento fechado na presença de Lula.
A Rússia, um dos principais destinos da exportação de carnes e açúcar do Brasil, está em um processo negociador com seus maiores parceiros comerciais, uma exigência para que faça parte da OMC. Já fechou um entendimento com americanos e, nesta semana, chegou a um acordo com a União Europeia.
Mas frustrou a diplomacia brasileira ao apresentar uma proposta que representa um revés total em comparação ao que o próprio presidente Lula havia obtido há cinco anos. O Itamaraty chegou a fazer uma troca: apoiava a adesão da Rússia à OMC sem criar dificuldades e, em troca, recebia o apoio do Kremlin para a adesão do Brasil ao Conselho de Segurança da ONU.
Segundo o acordo de 18 de outubro de 2005, os russos confirmam que, até sua adesão à OMC, teriam a intenção "tomar todas as medidas legais que dispõe para manter as condições atuais de acesso ao mercado e sua aplicação às carnes brasileiras".
Após a adesão da Rússia à OMC, a entrada da carne nacional no mercado russo poderia ser regulada por um mecanismos de cotas ou de tarifas. Essa cota seria distribuída de forma igualitária para todos os parceiros comerciais. "Em todos os casos, a Rússia está comprometida a não reduzir as condições de acesso a mercado para as carnes brasileiras para a Rússia", afirma o documento.
Segundo o texto "as duas delegações chegaram a um entendimento sobre a conclusão das negociações de acesso a mercados". Ao final das duas páginas do acordo, ambas as delegações concordaram em incluir a ordem de que o "entendimento será mantido confidencial".
Agora, esses termos do acordo são ignorados. Em 2005, por exemplo, o Brasil exportava 390 mil toneladas de carne suína para o mercado russo. Pelo acordo, o volume teria de ser mantido. Mas, em 2009, a exportações foi de 260 mil toneladas. O que os russos sugerem é que a cota seja limitada a 250 mil toneladas e que o valor seja congelado por dez anos. O mesmo ocorreria com o setor de frangos.
Na prática, portanto, o Brasil estaria pagando para ver a Rússia entrar na OMC, e não recebendo benefícios, como ficou estabelecido pelo acordo de 2005.
Mas a posição do Itamaraty agora é de que os russos terão de oferecer pelo menos a mesma quantidade de cotas que Moscou já negociou de forma secreta com os europeus e americanos. Isso se o Kremlin espera ter o apoio do Brasil para entrar na entidade. O temor em Brasília é de que, para acomodar europeus e americanos, os russos simplesmente cortaram pela metade a cota oferecida inicialmente ao Brasil para a exportação de suas carnes ao mercado da Rússia, um dos mais importantes para o País. Pela lógica do Kremlin, se um acordo fosse fechado com Europa e Estados Unidos, dificilmente a adesão da Rússia à OMC seria freado.
Ignorando a posição brasileira, europeus e russos comemoravam o acordo. José Manuel Barroso, presidente da UE, classificou o entendimento como um "marco". "A adesão da Rússia à OMC em 2011 é uma perspectiva realista", afirmou. "A adesão fortalecerá as regras de comércio na Rússia e será positivo para seus parceiros", disse.

Multinacional de grãos está de olho na cana-de-açúcar
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me0912201024.htm
A suíça Syngenta vai investir US$ 100 milhões no setor na próxima década

Objetivo é dobrar a produtividade em 20 anos; em 2011, empresa põe à venda gemas para semear com máquina

MAURO ZAFALON
DE SÃO PAULO

Tradicional nas áreas de soja e milho, a multinacional suíça Syngenta está cada vez mais com os olhos voltados para a cana-de-açúcar.
Ao completar dez anos, a empresa anuncia que investirá US$ 100 milhões no setor na próxima década e busca dobrar a produtividade da cana nos próximos 20 anos.
Já em 2011, a Syngenta coloca à disposição de usinas e de produtores pequenas gemas que -a exemplo do que já ocorre com soja e milho- poderão ser semeadas com máquinas. Essas gemas (de 4 cm) são a parte que fica no entrenó dos gomos. Uma cana tem, em média, 15 gemas.
Tecnologia desenvolvida por um cientista brasileiro, o novo método atraiu a atenção das usinas e de produtores, que já fizeram pedidos no valor de US$ 200 milhões.
A empresa entregará aos produtores as gemas tratadas com produtos químicos e outras substâncias para que não percam umidade e tenham crescimento.
Dado o primeiro passo, os investimentos da multinacional continuam com o objetivo de elevar a produção de açúcar na cana.
Antonio Carlos M. Guimarães, presidente da Syngenta Proteção de Cultivos na América Latina, explica que a busca dessa maior produção passa pela conjugação de três fatores.
Um deles é a utilização de agroquímicos que permitirão a elevação da produtividade agrícola. Outro: a utilização da biotecnologia para elevar o teor de açúcar. A maior produtividade passa, ainda, pelo aproveitamento da palha da cana, que gerará mais álcool de segunda geração.
"Com isso, acreditamos que podemos dobrar a produção agrícola em 20 anos. Produzir mais açúcar para dobrar também a produção de etanol", diz o executivo.
Esse aumento no rendimento industrial permitirá que se produza mais com a mesma área de cana, diz ele.

OPERAÇÕES GENÉTICAS
"Estamos trabalhando em operações genéticas da cana que serão lançadas possivelmente entre 2018 e 2020. Além do centro de pesquisa no país, a empresa contará com pesquisas já adiantadas em outros países e que serão trazidas para o Brasil."
Essas operações genéticas permitirão que o metabolismo da cana seja enganado por mudanças genéticas, fazendo com que a planta produza de 20% a 40% mais de açúcar, o que gerará também mais etanol.
Atualmente, um hectare gera 87 toneladas de cana, e cada tonelada produz 90 litros de álcool no pico da safra. Já a capacidade de produção de açúcar no pico de safra é de 160 quilos por tonelada de cana, mais dez litros de álcool residual.
O problema para o setor é que o primeiro um terço da safra gera 25% menos açúcar do que a produção do meio da safra. Já o um terço final gera 15% menos. O desafio é produzir uma cana que tenha teor de sacarose mais homogêneo durante toda a safra.
Mas Guimarães está ciente que o caminho para a maior produtividade não é curto. Uma coisa é fazer alteração genética, o que já está em processo avançado. Depois vêm os pacotes regulatórios para que a alteração genética não impacte o ambiente.
Finalmente, há a necessidade de aprovação disso. E, como não existe nada aprovado em cana ainda, isso deve demorar alguns anos.



Para empresa, país tem cenário agrícola promissor
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me0912201025.htm
DE SÃO PAULO

A aposta da Syngenta, no entanto, não é só na cana. Líder mundial em agroquímicos, status que também mantém na América Latina, e com faturamento anual de US$ 11 bilhões, a empresa investe US$ 1 bilhão por ano em pesquisas no mundo.
Vários desses centros estão no Brasil, que conta inclusive com a maior fábrica de proteção de cultivo.
Tradicional em sementes de soja e de milho no país, a Syngenta passará a distribuir também semente de algodão junto com a Embrapa.
Na avaliação de Antonio Carlos M. Guimarães, presidente da Syngenta Proteção de Cultivos na América Latina, "o cenário agrícola do Brasil é de crescimento constante". "Além da possibilidade de aumentar a área, o país conta com uma aceleração da produtividade e com um empresariado agrícola profissional acima do que se vê no resto do mundo."
A empresa tem motivos para acreditar no Brasil. Há dez anos, a América Latina representava 8% do faturamento do grupo. Atualmente, está em 20%, e o Brasil responde por pelo menos 70% desse percentual.
A Argentina fica com 15% e os outros 15% vêm dos demais países. (MZ)




Sanidade | 08/12/2010 | 16h17min

Brincos para rastreamento bovino terão tecnologia 100% nacional em 2012

Produção livre de componentes importados deve reduzir preços em até 40%

Letícia de Oliveira l Brasília (DF)http://www.canalrural.com.br/canalrural/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&id=3135312&action=noticias&utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+CanalRural+(Not%C3%ADcias+-+Canal+Rural)
Em 2012, o Brasil vai começar a produzir brincos para rastrear o rebanho bovino com tecnologia totalmente nacional. Hoje, parte dos componentes é importada, o que aumenta o custo para quem tem interesse em exportar. A fábrica de chips, única na América Latina, fica em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
O resultado dos primeiros testes foi apresentado nesta quarta, dia 8, em Brasília. Os chips projetados pelo Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) foram testados em 250 vacas leiteiras em Minas Gerais e em outros 3 mil animais de corte em Mato Grosso do Sul. Nenhum dos dispositivos apresentou falha.
O chip desenvolvido no Rio Grande do Sul é um quadradinho pequeno, mas poderoso. É ele que armazena a identidade do animal. Uma parte do brinco, quando passa pelo leitor eletrônico, permite ao produtor ver todas as informações sobre o rebanho. Com a produção deste dispositivo, o preço final do brinco deve cair até 40%.
– Hoje é um produto que nós compramos de fornecedores asiáticos ou europeus. Vamos economizar com importação e poder viabilizar a produção local do produto acabado, do brinco que incorpora o chip – afirma o presidente da fabricante de brincos bovinos Allflex, Didier Simon.
Por enquanto, o material projetado no Brasil está sendo produzido na Alemanha, como explica o presidente da Ceitec, Cylon Gonçalves da Silva.
– Está sendo feito na fábrica que vai nos transferir a tecnologia e exatamente com o mesmo processo. A partir de 2012, nós estaremos produzindo esse chip do boi em Porto Alegre.
Tecnologia que deve abrir novos mercados para a carne brasileira.
– Cada vez mais para vender carne para o Exterior é preciso mostrar o termo que chama rastreabilidade. Ou seja: a história do boi, por onde ele passou, quando foi vacinado, quem são os pais. E ela vai garantir à agropecuária brasileira qualidade pra exportar pra qualquer lugar do mundo – diz o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.



Fiscalização dos agrotóxicos será mais rídiga em SP

8 de dezembro de 2010
http://www.mst.org.br/Fiscalizacao-dos-agrotoxicos-sera-mais-ridiga-em-SP

O estado de São Paulo consome 30% dos agrotóxicos utilizados nas lavouras brasileiras. Mesmo assim, ainda não possui uma legislação que regule a produção, o comércio e a aplicação desses produtos.
No início deste mês, uma comissão da Assembléia Legislativa aprovou um Projeto de Lei que cria um sistema de fiscalização mais rígido. Segundo o deputado estadual Raul Marcelo (PSOL), autor do projeto, entre outras providências, a venda de agrotóxicos diretamente ao usuário pela internet será proibida.
“Nós queremos transformar a compra do agrotóxico em algo semelhante à compra de um remédio. Ou seja, vai se tornar obrigatória a presença e a orientação de um engenheiro agrônomo para só então atestar o produto químico. Vamos abrir, de imediato, o processo de banimento das substâncias que já foram banidas em outros países.”
O Projeto ainda prevê que empresas do ramo químico ou os importadores que quiserem operar o mercado de agrotóxicos no estado deverão pagar uma taxa destinada ao financiamento da produção de alimentos saudáveis.
“Esse fundo vai fomentar a pesquisa na área da produção orgânica e da agricultura familiar. A ideia do Projeto é viabilizar a pesquisa e os servidores no sentido de dar assistência técnica para essas iniciativas. A longo prazo, a agricultura sustentável vai passar por aí: agroecologia, que respeita o meio ambiente e que não contamina o solo.”
Segundo Marcelo, o sistema público de saúde deverá ser preparado para diagnosticar os casos de intoxicação, tanto dos trabalhadores que utilizam agrotóxicos, quanto das pessoas que consumirem alimentos contaminados. No ano de 2007 o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas registrou mais de 200 óbitos nessas condições em todo o Brasil.

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