O mapa da geração hidrelétrica do país vai mudar completamente nos próximos anos com as licitações realizadas durante o governo Lula. Mesmo sob protestos ambientais, a Amazônia passará a ser responsável por quase um terço da capacidade de geração hidrelétrica do país. Serão aplicados R$ 60 bilhões na região para a construção e instalação de sete usinas, entre elas os megaprojetos do Madeira, Belo Monte e Teles Pires. Hoje a região produz 10 mil MW por meio de seus rios e vai superar os 30 mil MW com os novos projetos. A grandiosidade dos números também vai se refletir no ranking dos grandes geradores. A Neoenergia, que liderou o consórcio vencedor do leilão de Teles Pires, na sexta-feira, será a segundo maior atrás da GDF Suez. O grupo franco belga sequer deu lances no leilão de sexta-feira, deixando a Eletronorte fora da disputa.
O uso dos rios da Amazônia para a produção de energia elétrica, mesmo sob fortes protestos de ambientalistas, deixou de ser apenas uma discussão sobre o que parecia ser um futuro distante para ir tomando forma durante o governo Lula. Com base nas licitações realizadas até agora, é possível afirmar que a região será responsável pela geração de quase um terço de toda a energia hidrelétrica do país. A floresta será inundada por cerca de R$ 60 bilhões, necessários para a construção de sete usinas que juntas alteram não só o mapa da produção como o dos negócios de geração. Quando entrarem em operação, as megausinas licitadas na região - Madeira, Belo Monte e Teles Pires que juntas somam 19.500 MW - vão alterar o ranking dos grandes geradores privados do país. A liderança continuará nas mãos da GDF Suez, mas o grupo francês reduziu o apetite depois do negócio em Jirau (veja matéria ao lado). Novos geradores tentaram usar a Amazônia como trampolim para o topo do ranking, como a Odebrecht Energia- mas a empresa não conseguiu ir além de Santo Antônio e a ínfima participação na sociedade de Teles Pires. Outros ficaram marcados pela ausência, como foi o caso da CPFL Energia, quarta maior do país, que disputou dois leilões e perdeu. Quem despontou foi o grupo Neoenergia, que sai da sexta para assumir a segunda posição. A empresa controlada pelo fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil(Previ) e pelo grupo espanhol Iberdrolafoi a vencedora da licitação da usina de Teles Pires, na sexta-feira, onde detém mais de 50% da sociedade investidora, e é também dona de 10% de Belo Monte. Com esses dois projetos, a Neoenergia vai ampliar em cerca de dois mil megawatts (MW) sua capacidade de geração somente com projetos na região. O montante representa quase a totalidade do que a AES Tietê, a 2ª maior geradora privada do país e a 10ª, se levado em conta as estatais, tem hoje sob sua administração. A ascensão da empresa, entretanto, está se dando sob uma plataforma de forte risco em termos de retorno sobre o investimento. A usina de Belo Monte, onde tem 10% da sociedade e será responsável por cerca de R$ 2,5 bilhões de investimentos, ainda não obteve licença ambiental para o início das obras. A energia da usina foi vendida a menos de R$ 80 o MWh e a base de retorno se dá em torno da antecipação do início da geração. Em Teles Pires, na sexta-feira, o espírito agressivo da Neoenergia pôde ser visto pelo baixo preço oferecido pela energia para ficar dona da usina. O lance vencedor de R$ 58,36 é o menor preço da história dos leilões de energia do país, mesmo se comparado com leilões de projetos existentes. Além disso, a empresa terá o desafio de construir a usina em menos de quatro anos. O ranking futuro dos geradores privados só não será inteiramente modelado pelos projetos da Amazônia porque o grupo Bertin, que tem participação em Belo Monte, é dono de concessões de termelétricas leiloadas em 2008 que somadas chegam a quase 5 mil MW. Boa parte delas está com o cronograma atrasado, mas a empresa afirma que entregará os empreendimentos e assim vai ocupar posição de destaque no ranking. Em Belo Monte, por meio da Gaia Energia, o grupo tem 9% da sociedade, quase mil megawatts, mas ele tem a opção de ficar com apenas 2% e deve tomar essa decisão somente no próximo ano. Das sete usinas na Amazônia que tiveram energia vendida em leilões do governo federal, cinco foram negociadas neste ano. Além de Belo Monte, que tem 11.233 MW de capacidade e investimentos previstos em R$ 25 bilhões, foram leiloadas Colíder (300 MW) e Teles Pires (1.820 MW), ambas no rio Teles Pires no norte de Mato Grosso e dentro da Amazônia legal. No Amapá, foi vendida energia das usinas de Ferreira Gomes (153 MW) e Santo Antônio do Jari (300 MW). Esta última já tinha outorga registrada há alguns anos, mas só agora o empreendimento irá adiante com a venda da energia realizada na sexta-feira. As usinas da Amazônia ainda sofrem forte pressão das organizações não governamentais e Ministério Público Federal. Em Teles Pires, na semana passada, se repetiu o que já se transformou em um rito em leilões de hidrelétricas: liminares cassam a licença ambiental e próximo ao leilão a Advocacia Geral da União consegue derrubar a liminar e o leilão acontece. Em Belo Monte, já havia sido assim. Dessa forma, mesmo sob judice, as usinas continuam saindo do papel. Santo Antônio e Jirau são bons exemplos. O governo, entretanto, não tem se sensibilizado com os argumentos dos ambientalistas que alegam que está se mudando e se destruindo parte da Amazônia para sempre. O projeto de Tapajós, a próxima megausina no Pará, ainda não começou a ser discutido dentro do governo, mas pode representar uma mudança. Questionado sobre se há planos para se fazer de Tapajós um modelo diferente de discussão e até do processo de licenciamento, o presidente da Empresa de Pesquisa (EPE), Maurício Tolmasquim, diz apenas que sim, de que é preciso ter um plano de discussão, mas nenhuma ação concreta ainda foi tomada.
A mão visível
Autor(es): A gência O globo / : Adriano Pires |
O Globo - 20/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/20/a-mao-visivel |
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O ano de 2010 foi um ano de grandes acontecimentos no setor de energia. No petróleo foi aprovada a nova regulamentação que altera a Lei 9.478/07, sob o argumento de que, com a descoberta do pré-sal, o atual marco regulatório não seria adequado nesse novo contexto.
Medidas como o monopólio da Petrobras na operação dos campos do pré-sal ainda não licitados, 30% de participação mínima da Petrobras nesses campos, criação de uma nova estatal e o aumento da participação do governo na estrutura acionária da Petrobras, mostram que os projetos de lei apresentados pelo governo têm como característica comum uma maior intervenção governamental no setor de petróleo e gás natural. Sem falar na questão do conteúdo nacional que pode levar a termos no Brasil uma indústria fornecedora de bens e serviços ineficiente e cara. Isso é retrocesso e poderá trazer grandes prejuízos para futuras gerações.
Outra notícia ruim foi o anúncio feito pela Petrobras de construção de cinco novas refinarias com um custo muito elevado por barril refinado. O país precisa de novas refinarias. O questionamento é se há necessidade de cinco com um alto custo de investimento num segmento de baixo retorno. A boa nova foi a edição do decreto que regulamentou a Lei do Gás, que já havia sido sancionada em março de 2009.
Com a publicação do decreto e com a futura regulamentação da ANP espera-se que em 2011 aconteçam investimentos privados que se beneficiem da criação do regime jurídico da concessão, do swap e das figuras do autoprodutor e do autoimportador, dentre outros.
Os desafios para 2011 são retomar os leilões realizados pela ANP das áreas em terra, do pós-sal e do pré-sal e resolver o impasse da distribuição dos royalties entre estados produtores e os demais.
No setor de energia elétrica, o grande acontecimento foi a licitação da usina de Belo Monte. Quando todos esperavam um modelo semelhante ao utilizado nas usinas do Rio Madeira, eis que em Belo Monte o modelo foi parecido ao que vigorou durante o regime militar. Ou seja, a estatal toma o risco, as empreiteiras realizam a obra e o contribuinte paga a conta. Esse retrocesso ocorreu porque o governo, no edital de licitação, colocou um preço teto para o MWh que obrigava as empresas privadas a aceitar taxas de retorno patrióticas que somente as estatais podem assumir. A boa nova foi a venda de energia eólica nos leilões numa quantidade acima do esperado e preço abaixo das demais energias alternativas, em particular a biomassa.
O desafio é modificar as atuais regras de operação e comercialização de energia elétrica de modo a viabilizar um sistema hidrotérmico, com usinas a gás natural sendo despachadas na base do sistema, firmando a energia das hidrelétricas a fio de água e permitindo uma maior diversificação da matriz elétrica brasileira, com a entrada de mais energia eólica, bagaço de cana e futuramente solar, sem falar da tradicional nuclear.
Em relação aos combustíveis, 2010 apresentou um movimento de consolidação, tanto no segmento de distribuição como no do etanol. O curioso é que a consolidação do setor de distribuição de combustíveis ocorreu através de uma nacionalização, enquanto que no etanol houve uma grande entrada de empresas estrangeiras tanto do segmento do agrobusiness quanto de petroleiras, provocando uma desnacionalização do combustível verde e amarelo. No biodiesel continuaram os leilões e os problemas de só ter a soja como matéria-prima. Para 2011, espera-se um movimento de consolidação como o que vem ocorrendo no etanol. A boa nova são as inovações tecnológicas na produção de etanol celulósico e o plástico verde que já é uma realidade. O desafio é reformular a política tributária, levando em consideração as vantagens ambientais dos biocombustíveis, bem como mais recursos para o desenvolvimento de novas tecnologias. Sem isso, o alto crescimento do consumo de gasolina, ocorrido este ano, que obrigou a Petrobras a importar o combustível, tende a suplantar o do etanol nos próximos anos.
Expansão vigorosa
Valor Econômico - 20/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/20/expansao-vigorosa |
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A realidade dramática do Nordeste retratada com brilhantismo na série de telas sobre retirantes nordestinos, produzidas por Cândido Portinari nos anos 1940, parece uma cena cada vez mais distante. A migração continua ocorrendo, mas o saldo negativo entre imigrantes e emigrantes tem sido decrescente. Numa fase mais recente, com a melhoria nas condições de vida, uma parcela crescente dos retirantes que buscaram o Sul e Sudeste, em busca de melhores oportunidades, parece tomar o caminho de volta para casa. Na verdade, tem ocorrido uma inversão nos fluxos migratórios, aponta a economista Liédje Bettizaide Oliveira de Siqueira, professora do Departamento de Economia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) realizada em 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), num trabalho que a professora pretende atualizar com bases nos dados do Censo de 2010, mostram que 408,4 mil nordestinos que estavam fora da região em 2002 decidiram retornar, representando 47,35% do total de 862,52 mil imigrantes registrados no período. As levas de "retornados", num processo qualificado como migração começaram a ser observadas a partir de meados da década. Cerca de 60% são homens, oito em cada dez têm entre 20 e 49 anos e algo acima de 47% têm dez ou mais anos de estudo. Apesar da melhor qualificação, quando comparados aos que decidiram não migrar, esses migrantes "não conseguiram uma inserção plena no mercado de trabalho", diz a economista, ao mostrar que 52% trabalhavam por conta própria ou sem carteira assinada. "As diferenças de custo de vida e de condições de moradia, mesmo com oportunidades de empregos de menor qualidade, pode explicar o retorno." O crescimento da economia nordestina, que conseguiu retomar sua fatia de pouco mais de 13% no Produto Interno Bruto (PIB) do país, a intensificação dos programas públicos de transferência direta de renda, a política de aumentos reais para o salário mínimo, a recomposição do valor das aposentadorias e expansão das operações de crédito explicam a mudança no cenário. "A crise de 2008 teve menor impacto na economia da região e a recuperação tem se dado de forma mais acelerada e não só por causa do Bolsa Família", analisa o economista Alexandre Rands, da Datamétrica. A ascensão de famílias para a classe C, saídas de estratos inferiores como resultado das políticas públicas de transferência direta de renda, como o próprio Bolsa Família, que beneficia 55% das famílias nordestinas, diz Rands, abriu espaço para um forte avanço do consumo, sustentado pela ampliação do crédito ao consumidor e da renda. Entre 2005 e 2009, segundo o Ipeadata, em torno de 6,35 milhões de nordestinos conseguiram transpor a linha de pobreza, redução de 23% no total de pobres na região, para 20,98 milhões de pessoas, 39,2% da população estimada para a região. Simultaneamente, houve redução das desigualdades. A concentração da renda, medida pelo coeficiente de Gini, recuou de de 0,605 em 1999 para 0,571 em 2005, caindo para 0,558 em 2009. As mudanças que permitiram renovar o fôlego do consumo, anota Rands, produziram maior impacto para cidades de médio porte, com 100 mil a 1 milhão de habitantes, que ocorrem em proporção muito maior no Nordeste do que em outras regiões do país. "Houve uma dinamização da economia local, puxada pela prosperidade de pequenas empresas, que conseguiram ampliar receitas e contratar mais empregados, puxando mais gente para a classe C", afirma. Criou-se, na definição do sócio sênior da GS&MD - Gouvêa de Souza, Alberto Serrentino, uma "espiral virtuosa, com surgimento de uma classe média emergente mais forte". Na sua visão, os dispêndios do Bolsa Família devem ser considerados como "um dos principais gatilhos" nesse processo. "No Nordeste, 41% dos assalariados formais ganham o salário mínimo e mais da metade das famílias recebem os benefícios do programa, que representou uma injeção direta de recursos no consumo." Um dos resultados dessa ampliação do mercado consumidor foi o início de um ciclo de investimentos com características diversas dos anos 1990. "Houve um fluxo de investimentos embalado, então, por incentivos fiscais, com implantação de projetos para a produção de bens de consumo destinados ao Sul e ao Sudeste", diz Serrentino. O ciclo atual tem como foco o próprio mercado nordestino, com surgimento de novos polos voltados para a produção de têxteis, confecções e calçados, alimentos e bebidas, principalmente na Bahia, no Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, e se caracteriza pela atração de grandes redes de varejistas. Na visão de Serrentino, essa é a grande mudança estrutural em marcha na região. Redes como Pão de Açúcar, Walmart, Renner e C&A, que já estavam posicionadas no mercado nordestino, buscam consolidar sua presença ali. O Magazine Luíza fechou em julho a compra da Lojas Maia, com atuação em nove Estados nordestinos, enquanto a Casas Bahia instalou-se em 2009 no Estado que dá nome à rede e a Ricardo Eletro uniu-se à Insinuante para formar a Máquina de Vendas, parceria que passou a incluir a City Lar, que tem suas origens no Centro-Oeste, mas com forte presença no Norte e no Nordeste. |
Obras do PAC na região já somam mais de R$ 6 bi
Valor Econômico - 20/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/20/obras-do-pac-na-regiao-ja-somam-mais-de-r-6-bi |
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O Nordeste, cuja taxa de crescimento supera a média registrada pelo país, pode ser definido sem exagero como um "grande canteiro de obras". Algumas das principais intervenções incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em rodovias, aeroportos, portos e na área de saneamento básico somam mais de R$ 6 bilhões em investimentos na região. Uma das obras mais importantes é a duplicação da BR 101 Nordeste, principal ligação da região com o Sul e o Sudeste. Avaliada em R$ 4,75 bilhões, a duplicação deveria ter ocorrido há 30 anos, segundo Gustavo Maia Gomes, economista da consultoria Datamétrica, de Recife. Estima-se que o fim dos gargalos na estrada vai reduzir o tempo de viagem dos caminhões em mais de 40%, diminuindo, assim, os custos logísticos de vários setores. "Também vai incrementar o turismo", acredita Gomes. De acordo com dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Ministério dos Transportes, a primeira fase da duplicação da BR-101 Nordeste deverá ser concluída no final do ano. Ela envolve também a restauração de 398,9 quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte a Palmares, em Pernambuco, passando pela Paraíba. O investimento é de R$ 2,45 bilhões. A segunda fase, cuja conclusão está prevista para 2012, teve início em agosto passado. Abrange a duplicação e restauração de 649,2 quilômetros de Pernambuco à Bahia, passando por Alagoas e Sergipe e vai exigir outros R$ 2,3 bilhões. Além de estradas, o Nordeste está ganhando um "banho de loja" na área de saneamento, uma das mais carentes da região. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009, feita pelo IBGE, indicam que somente 33,8% da população do Nordeste (o equivalente a 5,2 milhões de domicílios) é atendida pelo serviço de rede coletora ou por fossa séptica. "Para o setor de saneamento, a proposta do PAC de manter recursos no longo prazo é fundamental", observa o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos. Segundo a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, estão destinados cerca de R$ 7,7 bilhões do PAC 1 e outros R$ 2 bilhões do PAC 2 para o setor. Das obras do PAC 1, R$ 7,3 bilhões foram efetivamente contratados. Entre as maiores obras estão a ampliação do sistema de esgotamento sanitário para o emissário submarino de Salvador e da região metropolitana. Avaliada em R$ 260 milhões, já tem 98% concluídos e vai beneficiar cerca de 1,1 milhão de pessoas. Outra intervenção destacada pela Secretaria é a dragagem do Rio Cocó em Fortaleza, favorecendo 88,8 mil famílias. Ainda está em fase preparatória e serão aplicados R$ 220 milhões. Da lista de projetos selecionados do PAC 2, alguns destaques são o saneamento integrado na Bacia do Rio Camaçari, na Bahia, a ampliação do sistema de esgotamento sanitário em Fortaleza e a expansão do sistema de abastecimento de água de Maceió. Para Édison Carlos, do Trata Brasil, a falta de projetos estruturados e adequados tecnicamente à realidade e necessidade do município é o principal fator de atraso das obras. O secretário nacional de saneamento, Leodegar Tiscoski, está atento à situação, que ocorre principalmente em localidades mais carentes. "A falta de projetos de qualidade foi diagnosticada pelo Ministério antes mesmo do PAC. Por isso, uma das ações do programa foi o apoio à elaboração de projetos de engenharia, em municípios com situação financeira crítica", diz Tiscoski. Enquanto se retiram os entraves às obras de saneamento, a Infraero corre para modernizar e ampliar aeroportos de cidades-sede da Copa de 2014 no Nordeste. Os aeroportos de Fortaleza, Natal, Recife e Salvador estão recebendo cerca de R$ 558 milhões para reformas e construção de novos equipamentos até 2013. As obras no aeroporto de Salvador aguardam a finalização dos editais para contratação e término em. 2013. No Rio Grande do Norte, as obras do novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante, próximo a Natal, dependem de convênio com o Exército. |
Grandes grupos veem oportunidade na região
Valor Econômico - 20/12/2010
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A estratégia de expansão da Unilever no Nordeste foi desenhada em 2008 e aprovada globalmente pelo board do grupo em julho daquele ano, quase dois meses antes do estouro da crise internacional. A expansão da fábrica de Igarassu, em Pernambuco, dedicada à produção do detergente em pó Ala, foi comunicada em novembro, quando a economia mundial desabava. " Isso não nos impediu de prosseguir com o projeto", diz Luiz Carlos Dutra, vice-presidente de assuntos corporativos. Num investimento de R$ 85 milhões, foi praticamente construída uma nova fábrica, que deve iniciar sua operação em 2011, passando a produzir, além do Ala, as marcas Omo, Surf e Brilhante, e gerar 300 empregos. "Será a nossa segunda maior operação na América Latina. A tecnologia aplicada à unidade vai permitir uma redução de mais de 30% nas emissões de CO2." Com faturamento bruto de R$ 11,05 bilhões em 2009, quando investiu R$ 1,94 bilhão apenas em mídia, a Unilever opera, ainda em Pernambuco, outras três fábricas e um centro de distribuição para o Brasil e América Latina. O Nordeste, afirma Dutra, sempre foi considerado como um mercado importante e a Unilever "talvez tenha sido pioneira em entender e explorar esse mercado, com suporte técnico e pesquisas, há mais de 15 anos". Ele diz que é preciso "olhar o mercado nordestino como uma via de mão dupla", que pode contribuir para o desenvolvimento de produtos destinados ao restante do país. Dutra cita o exemplo da linha Compact do desodorante Rexona, desenvolvido em 2004 para atender ao pequeno varejo nordestino e atualmente disponível nas gôndolas de todo o país. Além de detergente em pó, desodorante e dentifrício, a Unilever fabrica no Nordeste o sorvete Kibon, amido de milho (maizena), amaciante de roupas e xampu. O Walmart desembarcou no Nordeste com a compra do Bom Preço em 2004. Desde lá, diz José Rafael Vasquez, vice-presidente comercial do Walmart Brasil, o número de lojas passou de 118 para 192, o que transformou o negócio nordestino na maior operação do grupo no país. "Estamos presentes com todos os formatos, incluindo hiper e supermercados, clube de compras, atacado, lojas de vizinhança e comércio eletrônico." O grupo considera as bandeiras Todo Dia, rede de lojas de vizinhança espalhada por todo o Brasil atualmente, e Maxxi Atacado, que adota o conceito de "pague e leve", como as "joias da coroa", porque apresentam o perfil adequado para atender à classe média ascendente na região, descreve Vasquez. Em 2009, o Nordeste recebeu 43 dentre as 90 lojas inauguradas pelo Walmart no país e, para este ano, está prevista a abertura de outras 14, de um total de 60 inaugurações previstas, num investimento de R$ 120 milhões. "Nosso plano para 2004 a 2010 prevê investimentos de R$ 1,7 bilhão na abertura de 90 lojas e reforma de 120 unidades."
Capitais recebem grande parte das obras para turistas
Autor(es): Gleise de Castro | Para o Valor, de São Paulo |
Valor Econômico - 20/12/2010
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De pousadas a hotéis econômicos e resorts, passando por restaurantes e locação de automóveis, o efervescente turismo do Nordeste está atraindo cada vez mais investimentos. O Banco do Nordeste (BNB), principal financiador de empreendimentos na região, contabilizou até outubro 211 projetos em diversas atividades, no valor de R$ 146 milhões, com recursos do Fundo Constitucional de Investimento do Nordeste (FNE), a juros camaradas, de 5,06% (microempresa) a 10% (empresa de grande porte) nominais. Para o ano que vem são previstos R$ 442 milhões, segundo o presidente do BNB, Roberto Smith. A maior concentração de empreendimentos está nas capitais, principalmente Salvador, Recife e Fortaleza. Mas o interior também começa a entrar no radar dos investidores, atentos ao crescente interesse de turistas por destinos exóticos, ecológicos e culturais. No litoral, os investidores em hotelaria mudaram de foco depois da crise de 2008. Grandes empreendimentos mistos, resorts e segunda residência, que predominavam até 2008, cederam espaço a aplicações em hotéis urbanos nas capitais. "Os investimentos em resorts continuam, mas o maior volume está sendo destinado a hotéis urbanos em todas as capitais. As melhores oportunidades estão em Recife e Fortaleza, onde a oferta é menor do que a demanda", diz Felipe Cavalcante, presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit Brasil). A infraestrutura turística evoluiu nas últimas décadas, incluindo bom aparato hoteleiro e bons restaurantes, com preços convidativos. "A falta de preparo não existe mais. Hoje há secretarias de turismo, faculdades formando turismólogos, bons restaurantes e muita atração nas capitais. Com o tempo, foi-se ganhando experiência e errando menos", diz Smith. A rede hoteleira está sendo fortalecida com investimentos em construção, ampliação e modernização. Só para este ano, o BNB conta com 33 operações de crédito para essa finalidade, no valor de R$ 267 milhões. Desse total, 19 operações (R$ 79 milhões) estão em fase adiantada, 10 (R$ 76 milhões) estão em análise e outras quatro (R$ 112 milhões), em fase de carta-consulta, segundo dados do Ministério do Turismo. A aposta dos investidores está na demanda doméstica. "O mercado interno é responsável por 85% a 90% da movimentação turística", diz Hermano Gonçalves de Souza Carvalho, diretor do departamento de financiamento e promoção de investimentos do ministério. Além disso, para atender à demanda que se espera durante a Copa de 2014, o ministério articulou com o BNDES uma linha de crédito para a reforma e construção de novos hotéis, o ProCopa Turismo. Entre as operações em análise no banco, num total de R$ 205,5 milhões para diferentes Estados, R$ 133,4 milhões referem-se a projetos no Nordeste, informa o BNDES. Com a contrapartida do tomador, já que o banco não financia 100% dos projetos, o investimento total em ampliação e modernização do parque hoteleiro do Nordeste até 2014 soma, até o momento, R$ 252 milhões. O programa tem dotação orçamentária de R$ 1 bilhão e já foram aprovadas três operações, em outras regiões, no valor de R$ 178,5 milhões. Confiante na economia do país e no florescente apelo turístico do Nordeste, o grupo francês Accor anunciou no final de novembro um modelo inédito de franquia para seus hotéis econômicos da bandeira Formule1, destinado a turismo de negócios, que contará, na região, com financiamento do BNB. No lançamento, feito em Salvador, Recife, Natal e Fortaleza, a empresa foi surpreendida pelo número de investidores interessados, o dobro do que previa. "Nosso objetivo era encontrar 15 a 20 investidores por cidade, mas tivemos um total de 150. Isso demonstra o interesse por investir no negócio hoteleiro na região", diz Abel de Castro, diretor de desenvolvimento de novos negócios da Accor. Com investimentos previstos de R$ 500 milhões, a empresa pretende abrir 100 desses hotéis no país, dos quais 30 no Nordeste. O novo modelo, com 60 a 100 apartamentos, destina-se a cidades com 100 mil a 500 mil habitantes no interior do país. No total, o investimento do grupo até agora no Nordeste chega a R$ 407 milhões. Com os terrenos, sobe para R$ 500 milhões. Os investimentos em turismo também seguem destinos mais rústicos do interior. Vários hotéis de porte estão substituindo pousadinhas de cidades como Quixadá, no sertão do Ceará, e a região da serra da Capivara, interior do Piauí. "É um turismo com forte apelo para a juventude, com paisagens muito bonitas e inusitadas", descreve o presidente do BNB, Roberto Smith. |
Estádios e mobilidade urbana são os maiores gastos para a Copa 2014 [Salvador, Fortaleza, Recife, Natal]
Autor(es): Gleise de Castro | Para o Valor, de São Paulo |
Valor Econômico - 20/12/2010 |
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As quatro cidades do Nordeste que vão sediar jogos da Copa de 2014 devem investir um total previsto de R$ 5,48 bilhões em reforma e construção de estádios e em mobilidade urbana, as principais obras demandadas pelo evento, segundo o Portal da Transparência, do governo federal. Só em estádios, Salvador, Fortaleza, Recife e Natal devem aplicar R$ 1,96 bilhão, em contratos na modalidade parceria público-privada (PPP), em cujas contas entram recursos públicos federais, estaduais e financiamentos do BNDES e do Banco do Nordeste (BNB). Os estádios precisam estar prontos em dezembro de 2012, prazo definido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). O orçamento do programa BNDES ProCopa Arenas para os 12 estádios brasileiros, que inclui investimentos na urbanização das áreas próxima a eles, é de R$ 4,8 bilhões. Salvador, a primeira das cidades-sede a lançar o edital de licitação, em outubro de 2009, deve investir R$ 591 milhões, dos quais R$ 323,6 milhões em financiamento aprovado pelo BNDES ao Estado da Bahia, para a demolição e reconstrução do estádio Fonte Nova. O Banco do Nordeste vai financiar outros R$ 238 milhões, provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), e o restante dos recursos, segundo a Secretaria Extraordinária para Assuntos da Copa do Mundo (Secopa) do governo da Bahia, será captado de outras instituições empresariais e do próprio consórcio vencedor, formado por Odebrecht e OAS. As obras de mobilidade contemplam a implantação de corredores de transporte metropolitano de ônibus, ligando o acesso norte ao aeroporto de Salvador, para os quais, segundo a Secopa, foram liberados R$ 570,3 milhões do governo federal. O novo estádio da Bahia, que será administrado pelo consórcio vencedor em regime de concessão por 35 anos, terá 50,4 mil lugares, o que vai habilitá-lo a receber, de acordo com as normas da Fifa, jogos de quartas-de-final. O projeto de Pernambuco prevê a construção não só de uma arena, mas de um novo bairro. O Arena Cidade da Copa, a ser erguido em São Lourenço da Mata, a 19 quilômetros de Recife, com capacidade para 46 mil pessoas, contará com praças de alimentação, restaurantes, shopping center integrado, museu, cinemas, teatro e centro de convenções. Para dar sustentabilidade econômica ao projeto, o governo do Estado acrescentou à Cidade da Copa um conjunto residencial, hotéis, um centro comercial e um hospital. O financiamento dos bancos oficiais contemplam só as obras do estádio, além das de mobilidade urbana. Para o estádio, a ser construído por Odebrecht, ISG e AEG Facilities, com custo estimado de R$ 654 milhões, o BNB já aprovou R$ 250 milhões e o BNDES analisa o aporte de R$ 400 milhões. As obras de transporte em Recife incluem um terminal de metrô e corredores de ônibus. No total, são previstos investimentos de R$ 1,28 bilhão. Em Fortaleza, o cronograma da reforma do estádio Castelão está atrasado. Com capacidade prevista para 66,5 mil pessoas, a obra só foi licitada em outubro deste ano. Serão investidos R$ 623 milhões, dos quais 75% financiados pelo BNDES. As obras ficaram com o consórcio Galvão, Serveng e BWA e vão incluir centro olímpico, piscina e ginásio multiuso, além de geração de energia eólica. A cidade pretende também ampliar o sistema de transporte, com a construção de quatro corredores de ônibus, um VLT entre Parangaba e Mucuripe e duas estações de metrô e melhorias no corredor norte-sul. Em Natal, deve ser construída a Arena das Dunas, com capacidade para 45 mil pessoas. O projeto, com custo estimado em R$ 350 milhões e licitação marcada para março de 2011, ainda não deu entrada nem no BNDES nem no BNB. |
Projetos devem gerar 200 mil novas vagas [Maranhão]
Valor Econômico - 20/12/2010 |
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/20/projetos-devem-gerar-200-mil-novas-vagas |
Mais de R$ 100 bilhões, entre investimentos públicos e privados, vão desembarcar no Maranhão nos próximos anos. Os aportes devem puxar a geração de mais de 200 mil empregos até 2016. Enquanto o oeste do Estado reforça um complexo minerometalúrgico, a região de Balsas, no sul, investe no agronegócio. Em torno da capital, o destaque é a movimentação de indústrias de petróleo e alumínio. Há também novos projetos nos setores de celulose, logística, energia e turismo. "Já está em fase final de construção a hidrelétrica de Estreito, com capacidade de geração de 1.087 MW", diz Maurício Macedo, secretário estadual da Indústria e Comércio do Maranhão. Em Bacabeira, a cerca de 60 quilômetros de São Luís, a Petrobras iniciou as obras de uma refinaria premium, considerada a maior da América Latina. A unidade é avaliada em US$ 20 bilhões e será capaz de processar 600 mil barris por dia.
A hidrelétrica de Estreito, com recursos de US$ 3,6 bilhões, é considerada o principal investimento energético do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. A primeira das oito turbinas está sendo instalada e a produção de energia começa em fevereiro de 2011. No ano passado, a Secretaria de Indústria reformulou políticas de incentivo para atrair investidores e criou, em parceria com a pasta da Fazenda, o ProMaranhão, um programa de vantagens que duram até 20 anos, como a isenção do ICMS. Um dos benefícios da iniciativa é estimular a interiorização dos recursos, com eliminação de impostos para empresas que se instalam em municípios com IDH inferior ao índice médio do Estado, que chega a 0,683, um dos mais baixos do Brasil. Os distritos industriais implantados pelo governo também ajudam a acelerar a produção de bens. Três polos industriais já estão funcionando - em São Luís, Imperatriz e Porto Franco - dois seguem em fase de construção, em Grajaú e Balsas, e mais cinco unidades estão em estudo. No município de Imperatriz, a 628 quilômetros da capital maranhense, a Suzano Papel e Celulose investe mais de US$ 2 bilhões em uma nova fábrica. A unidade vai produzir 1,4 milhão de tonelada de celulose de eucalipto ao ano. "A nova planta industrial deve começar a operar em 2013", afirma Luis Eduardo Baroni, diretor do projeto de expansão da Suzano no Nordeste. "Durante o pico da obra, serão gerados cerca de sete mil empregos diretos e, na etapa de operação, surgirão mais 18,5 mil postos de trabalho." A empresa estudou cerca de 20 locais para a instalação de empreendimento e optou pelo Maranhão, segundo Baroni, por conta de condições mais adequadas de infraestrutura logística e da disponibilidade de terras. "A Suzano investiu 20 anos em pesquisas e desenvolvimento de material genético na região para o plantio de eucalipto." Em Açailândia, cidade vizinha à Imperatriz, a Indústria Brasileira de Gases (IBG) instala uma fábrica orçada em US$ 11 milhões, com início das operações previsto para 2011. "A unidade será utilizada pela aciaria Gusa do Nordeste", afirma Newton de Oliveira, presidente da IBG, que também opera em Pernambuco. A Gusa do Nordeste deve operar a partir do primeiro semestre de 2011, com uma produção de 600 mil toneladas de tarugos de aço ao ano. Em Balsas, na região do cerrado sul maranhense, a Notaro Alimentos também implanta um complexo industrial avícola para fabricar ração e beneficiar soja para a produção de óleo e farelo. Já a Brascopper investe na construção de uma fábrica de vergalhões, fios e cabos de alumínio em São Luís. Na área de turismo, o governo estadual quer estimular as empresas a aderirem ao Cadastro Nacional de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur). O sistema oferece acesso a financiamentos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, além de participação em programas de qualificação, feiras e eventos. Há cerca de 70 locais de hospedagem em São Luís, que somam 3,7 mil unidades habitacionais e 7,5 mil leitos - somente 33 hotéis têm cadastro regular. Em 2010, entraram em operação três novos empreendimentos hoteleiros, com 536 quartos.
Parques eólicos permitirão venda de energia [Rio Grande do Norte]
Autor(es): Celia Demarchi | Para o Valor, de São Paulo |
Valor Econômico - 20/12/2010 |
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/20/parques-eolicos-permitirao-venda-de-energia |
O vento está soprando a favor do Rio Grande do Norte: até 2013 o Estado receberá 69 parques eólicos, que demandarão investimento de R$ 8 bilhões e o tornarão "exportador" de energia renovável para outros Estados brasileiros. Mas, se o governo estadual não for bem sucedido na tarefa de atrair fornecedores para o setor, os potiguares correm o risco de entrar apenas com o vento nesse negócio de bilhões. "As obras já iniciadas do PAC não conseguiram dar impulso à economia porque os equipamentos e materiais empregados vêm de outros Estados", diz o economista Odair Lopes Garcia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. "O impacto fica restrito ao pagamento de salários." O governo do Estado, porém, está se esforçando para tirar o melhor proveito dos investimentos em energia eólica, que representam quase um quarto do PIB potiguar de 2008, de R$ 25,5 bilhões.
Francisco Cipriano Segundo de Paula, secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, explica que o governo criou um programa de apoio à indústria que prevê descontos no ICMS de acordo com a capacidade da empresa de criar empregos. Outro incentivo é o programa Progás, que pode isentar a indústria de parte do pagamento da conta do gás. Segundo De Paula, o governo também está trabalhando para que os investimentos se espalhem pelo interior do Estado - que tem menos de 53 mil km2 de área e cerca de 3,2 milhões de habitantes. Mas os projetos do PAC não vão nessa direção, como lembra Garcia, apesar dos benefícios que acarretarão. Concentram-se na capital e cidades próximas e na região de Mossoró, onde está a Petrobras. As obras do PAC incluem a ampliação do porto de Natal (a segunda desde 2008, com investimento total de mais de R$ 200 milhões) e a construção do Terminal Pesqueiro Público de Natal (cerca de R$ 36 milhões). Essas obras possibilitarão ao Rio Grande do Norte receber embarcações de grande porte, inclusive internacionais, para recolher seus valiosos atuns, dos quais é o maior produtor e exportador do país. Também ficará perto de Natal, em Macaíba, cidade com um parque industrial expressivo, uma das duas Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) que o Estado planeja construir. No interior, os projetos do PAC se concentram de fato em Mossoró, a noroeste. A refinaria Clara Camarão, que está sendo ampliada (com investimento de R$ 191 milhões), e o porto Ilha, que também passa por expansão (cerca de R$ 160 milhões), ficam próximos: respectivamente, no Polo Industrial de Guamaré e na cidade de Areia Branca. A segunda ZPE será instalada em Assu, na mesma região. Para Garcia, embora seja legítima, a intenção de interiorizar os investimentos esbarra em dificuldades, como a baixa qualidade de ensino no Estado, que pode ser enfrentada, em sua opinião, com a expansão do ensino técnico. O governo trabalha nessa direção. "Estamos montando cursos para capacitar pessoal para o setor de energia eólica", diz De Paula.
Negócios bilionários têm efeito multiplicador [Alagoas]
Autor(es): Simone Goldberg | Para o Valor, de São Paulo |
Valor Econômico - 20/12/2010 |
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Com investimentos bilionários em diversos setores, Alagoas vive um momento especial. Somados, os projetos principais estão avaliados em R$ 3,5 bilhões e incluem a instalação do estaleiro Eisa, ampliação da produção de PVC da Braskem e a produção de minérios pela Vale Verde, que vão movimentar outros segmentos e gerar empregos. "Esses empreendimentos mudam a face econômica e social de Alagoas", diz o secretário estadual de desenvolvimento econômico, energia e logística, Luiz Otávio Gomes. Tais negócios devem tomar corpo em 2011, mas têm efeitos multiplicadores. O anúncio do aumento da produção da Braskem, por exemplo, atraiu empresas de terceira geração, os transformadores de plástico, como a catarinense Krona, que anunciou uma fábrica de tubos e conexões de cerca de R$ 50 milhões. E com o estaleiro Eisa, que deve começar a construção em março de 2011, há perspectivas de geração de 5 mil empregos diretos, segundo Gomes. O Eisa, que está exigindo aportes de cerca de R$ 1,5 bilhão, deve levar cerca de 18 meses para ficar pronto e prevê unidades para construção de navios, navios-sonda e reparos. A expansão da Braskem está avaliada em R$ 980 milhões e vai aumentar em 200 mil toneladas a produção de PVC, duplicando a capacidade atual. A nova fábrica deve iniciar operações em 2012. Já o projeto da Vale Verde ainda depende de infraestrutura. Isso porque, para montar sua unidade de beneficiamento de minérios - principalmente cobre - em Craíbas, no Agreste, é preciso disponibilidade de água e energia. De acordo com Gomes, a mineradora já investiu cerca de R$ 65 milhões nas regiões de Craíbas e Arapiraca na exploração de minérios, gerando mais de uma centena de empregos em uma das áreas mais pobres do Estado. O plano total da empresa soma cerca de R$ 1 bilhão. A questão da energia, assegura o secretário, já está resolvida, com a construção pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) de uma subestação na região. Para a água, há duas soluções em vista: a construção de uma adutora com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 ou por meio de uma parceria público-privada. "Até meados do ano que vem resolvemos esse ponto. A empresa pode ir tocando seu projeto de forma que, em 2012, a fábrica fique pronta já contando com o fornecimento dos dois insumos, energia e água", observa Gomes. Enquanto os novos projetos começam a se materializar, vários outros já estão de vento em popa no Estado. Um deles é a unidade Nordeste da paulista Jaraguá Equipamentos, fabricante de bens de capital sob encomenda, inaugurada em março passado. O investimento foi de R$ 86 milhões. A empresa tem entre seus clientes a Petroquímica Suape, em Pernambuco, usinas de açúcar e álcool, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), também em Pernambuco, entre outros, segundo listou o diretor industrial da unidade do Nordeste, Helder Aguiar Neves.
Incentivos garantem atração de indústrias [Sergipe]
Autor(es): Roseli Lopes | Para o Valor, de São Paulo |
Valor Econômico - 20/12/2010
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Um terço do Produto Interno Bruto (PIB) de Sergipe é gerado pela indústria. O setor é responsável no Estado por um investimento de pouco mais de R$ 1 bilhão e responde por cerca de 12 mil empregos diretos. Apenas em fase de implantação, Sergipe contabiliza hoje 40 indústrias. Ao todo, 104 empresas vêm recebendo do governo incentivos fiscais. Os setores de alimentos e bebidas estão entre os mais dinâmicos. A Crown Embalagens é um exemplo desse dinamismo. Uma das principais fabricantes de latas de alumínio para cervejas e refrigerantes no país, a empresa investiu R$ 150 milhões para erguer sua primeira fábrica no Estado, no município de Estância, a 70 quilômetros da capital. Abriu 100 empregos diretos e 120 indiretos. Um novo investimento, de R$ 140 milhões, foi anunciado no primeiro trimestre deste ano, para duplicar a capacidade de produção atual de 1 milhão de latas ao ano para dois milhões, em 2011. A unidade de Sergipe passará a ter o mesmo tamanho das outras fábricas do grupo, que está presente em São Paulo, Manaus e Ponta Grossa, conta Rinaldo Lopes, presidente da Crown. "Viemos para atender o cliente regional, que era atendido por fábricas distantes. Percebemos que a demanda era mais forte do que o esperado", diz o executivo da empresa. Hoje, o Estado representa até 35% da receita do grupo. Em 2009, o faturamento chegou a R$ 500 milhões. Também o grupo West Coast, do setor de calçados, com sede na cidade gaúcha de Ivoti, investiu R$ 5 milhões em uma fábrica no município de Nossa Senhora Aparecida, onde são produzidas atualmente 80% das sandálias do grupo. O setor calçadista está entre os mais fortes do Estado. "A experiência desde o início foi muito boa, onde tivemos uma resposta rápida de produção", diz Rafael Schefer, diretor de mercado da West Coast. Os bons resultados aceleraram novos investimentos. Schefer informa que, para 2011, serão investidos outros R$ 5 milhões para dobrar a capacidade atual, com a criação de mais uma linha de produção. "Em 2011, até 80% da receita da West Coast deverá vir da unidade de Sergipe", diz Schefer. De 104 novas indústrias que estão sendo incentivadas pelo programa do governo do Estado, 58 já estão em funcionamento, segundo Jorge Santana, secretário de Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo do Estado. Os benefícios, conta Jorge Santana, fazem parte da política de desenvolvimento industrial de Sergipe. "É uma política balizada na atração de empresas que se integrem às principais cadeias produtivas do Estado", diz. Como Sergipe é um Estado pequeno, acaba favorecido, na avaliação do economista Carlos Magno, da Datamétrica, consultoria especializada em estudos da região Nordeste. "Sua concentração econômica não exige uma infraestrutura que envolva logística de transporte muito dimensionada e isso dá ao Estado uma boa vantagem competitiva em relação a outros Estados da região Nordeste", diz Magno. O Estado também tem uma economia forte na indústria extrativa, de petróleo e gás. A Petrobras deverá investir R$ 1,5 bilhão na perfuração de poços no Estado - por conta de recente descoberta de petróleo em águas profundas, na região próxima a Barra dos Coqueiros, a 58 quilômetros da costa sergipana. Outros US$ 131 milhões serão injetados ainda pela estatal na ampliação da fábrica de fertilizantes no município de Laranjeiras. Para colocar Sergipe na roda do desenvolvimento sustentável, com inclusão social, o governo está direcionando R$ 86 milhões na construção da adutora do semiárido, para automação e ampliação do sistema integrado com as adutoras do alto sertão e sertaneja, em Nossa Senhor da Glória; outros R$ 105 milhões serão usados na construção da ponte Gilberto Amado, sobre o rio Piauí, e mais R$ 5 milhões, na implantação do Sistema de Abastecimento de Água das localidades rurais de Itabaiana. Por meio do programa Sergipe Cidades, há obras em execução na Caueira, litoral sul do Estado, que incluem a drenagem e pavimentação de ruas.
Governo consegue recursos para duplicar e pavimentar estradas [Paraíba]
Autor(es): Roseli Lopes | Para o Valor, de São Paulo |
Valor Econômico - 20/12/2010 |
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Em 2008, o processo de cassação do então governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, colocou o Estado em um período letárgico que paralisou investimentos e reduziu o ritmo da economia local, na avaliação de Francisco Sarmento, secretário de Recursos Hídricos, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do governo da Paraíba. "Criou-se uma insegurança política na época", afirma. Para recuperar a credibilidade e os investimentos, o novo governo, que assumiu em fevereiro de 2009, focou as obras de infraestrutura, priorizando a pavimentação da malha viária. Dos 232 municípios do Estado, mais da metade, segundo Sarmento, não tem acesso rodoviário adequado. Após recuperar os contratos de empréstimo firmados no governo anterior junto à Corporación Andina de Fomento, empresa com sede na Venezuela, o governo conseguiu um contrato de R$ 100 milhões para a recuperação e pavimentação de 1.018 quilômetros de estradas no Estado. A primeira parcela dos recursos chega em 2011. Os projetos contemplam ainda a duplicação da BR 101, orçada em R$ 600 milhões, que ligará João Pessoa a Recife e Natal. "João Pessoa se credencia com essa obra a ser uma das cidades escolhidas por turistas que virão para a Copa, por estar perto de duas das sedes dos jogos", diz Sarmento. Segundo o secretário, estão na Paraíba as duas maiores obras do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento): a adutora Translitorânea, empreendimento de saneamento que garantirá água a 1,5 milhão de pessoas na região metropolitana de João Pessoa, e o sistema adutor São José, que serve Campina Grande, a segunda maior do Estado. Com investimentos de R$ 25 milhões dentro dos recursos do PAC 2, a obra beneficiará meio milhão de pessoas. "A Paraíba sempre cresceu a taxas superiores às do Nordeste e do país, mas foi ultrapassada por Estados como o Rio Grande do Norte e precisa recuperar seu ritmo ", diz o economista Constantino Cronemberg, do Ipea da Paraíba. O setor que mais cresce é o da construção civil, que saltou de 5,9% em 2008 para 7,7% em 2009. No último dia 29, o governo assinou um protocolo de intenções que dará incentivos financeiros e fiscais ao Grupo Brennad Cimentos. A Brennand investirá R$ 400 milhões para erguer uma fábrica no município de Alhandra, no litoral sul do Estado, cujas obras devem começar em 2011. Os benefícios incluem empréstimos com encargos subsidiados por meio do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Industrial da Paraíba (Fain) e incentivos fiscais, como redução no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Mais R$ 300 milhões serão despejados pela Enerbrax, que instalará no município de Coremas, no semiárido, uma usina para a geração de 50 MW de energia solar. Os primeiros contratos para a venda de energia deverão ser fechados até o fim do mês, informa Elcio Camarinha, diretor-executivo da Enerbrax. "A usina poderá atrair empresas do setor de cosméticos, já que nosso projeto contempla a produção de mudas de plantas usadas como matéria-prima nessa indústria."
Complexo portuário move investimentos [Ceará]
Autor(es): Jacilio Saraiva | Para o Valor, de São Paulo |
Valor Econômico - 20/12/2010 |
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O principal instrumento de atração de investimentos para o Ceará é o Complexo Portuário do Pecém. Sua expansão vai abrir uma porta bilionária para o Estado porque dará importante apoio logístico a grandes empreendimentos. Entre eles, destacam-se dois para os próximos anos: a refinaria premium da Petrobras, avaliada em US$ 11,1 bilhões, e a siderúrgica da Vale, com sócios coreanos, cujo investimento bate na casa dos US$ 6 bilhões. Junto ao porto serão construídos o canal de transposição de água do açude Castanhão, que vai abastecer o complexo portuário, e a estrada de ferro Transnordestina, que liga o Ceará a Pernambuco, Maranhão e Piauí, com maiores oportunidades de transporte para as mercadorias da região. Entre janeiro e outubro de 2010, a movimentação no terminal cresceu 68% em relação a 2009. Foram movimentadas 2,4 milhões de toneladas ante 1,4 milhão de tonelada em 2009. As principais mercadorias embarcadas foram frutas, (180 mil toneladas), minérios (73 mil toneladas) e alumínio (25 mil toneladas).
"Em 2010, a economia do Ceará pode crescer até mais que a taxa nacional, tendo como destaques os setores da construção civil, comércio, utilities e transporte", garante o economista Jair do Amaral Filho, professor do departamento de teoria econômica da Universidade Federal do Ceará (UFC). Entre 2002 e 2008, segundo ele, a economia cearense obteve uma taxa acumulada de crescimento de 32%, ante 27,4% do Brasil. Conhecido por ser um dos maiores produtores nacionais de energia eólica, o Ceará prepara-se para dar um passo importante com a criação de uma unidade geradora de energia solar. A partir de março de 2011, deve entrar em operação a usina da MPX, do empresário Eike Batista. Com potência instalada de 1 MW e capacidade para abastecer 1,5 mil residências, a central será construída na cidade de Tauá, a 360 quilômetros de Fortaleza. O investimento de R$ 12 milhões tem apoio do governo do Estado, BID e da prefeitura da cidade. Do PAC 2 o Estado deverá receber R$ 455,6 milhões para obras de saneamento e urbanização. Também serão destinados mais R$ 250 milhões para projetos de 13 prefeituras. Entre as obras, estão projetos na capital e em cidades como Cascavel, Horizonte e Itaitinga. Outro setor que continua atraindo investidores para o Estado é o turismo. Em novembro, o governo estadual assinou com o BID um contrato de financiamento do Programa de Desenvolvimento do Turismo Nacional (Prodetur), no valor de US$ 150 milhões. Conforme o secretário do turismo do Ceará, Bismarck Maia, o investimento é voltado para a qualificação de destinos turísticos, principalmente na área de infraestrutura urbana, com a construção e recuperação de estradas. Os municípios beneficiados estão nas regiões da Chapada da Ibiapaba, no litoral leste e no Maciço de Baturité. A praia de Canoa Quebrada, por exemplo, uma das mais procuradas pelos turistas que visitam o Estado, ganhará um plano de manejo ambiental. Na região de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, foram concluídas as obras da primeira etapa do Centro de Convenções do Cariri, orçada em R$ 9,6 milhões. As instalações devem ficar prontas em 2011 e prometem impulsionar a realização de eventos agropecuários e industriais do entorno. Em Fortaleza, mais de 40% das obras do Centro de Eventos do Ceará (CEC) já estão concluídas. O local, que poderá receber até 30 mil pessoas em um único evento, deve ser entregue em 2011, com investimentos de R$ 300 milhões. A expectativa do governo com o empreendimento é estimular o turismo de negócios no Estado. Na praia de Cumbuco, no município de Caucaia, a 40 quilômetros de Fortaleza, o grupo hoteleiro português Vila Galé inaugurou no mês passado um resort com 465 apartamentos e chalés, no qual investiu R$ 100 milhões. É a segunda unidade da companhia no Ceará. "O clima e a fraca incidência de chuvas dão ao Estado um enorme potencial turístico", diz Jorge Rebelo de Almeida, presidente da rede que possui seis unidades no Brasil e 17 hotéis em Portugal. |
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Sany define Brasil como prioridade
Autor(es): Virgínia Silveira | Para o Valor, de São José dos Campos |
Valor Econômico - 20/12/2010 |
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A Sany Group, fabricante de máquinas e equipamentos pesados para engenharia, destinou ao Brasil um de seus principais executivos e fundadores, com a missão de transformar a filial brasileira no mais importante projeto do grupo fora da China. Com faturamento global previsto de Us$ 8 bilhões em 2010 e cerca de 50 mil funcionários, a Sany tem planos audaciosos para o Brasil: em cinco anos prevê uma receita de US$ 1,2 bilhão e no curto prazo quer conquistar a liderança de mercado nos segmentos de guindaste e de bombas de concreto. Seu presidente no Brasil e vice presidente mundial, Victor Yuan, diz que é a primeira vez que uma filial fora da China é comandada por um dos quatro fundadores e sócios do grupo, o que demonstra a importância que a companhia dá para o mercado brasileiro, considerado um dos mais promissores na área de infraestrutura. "A economia do Brasil entrou em um novo patamar de crescimento e entre os países do Bric é o que apresenta maior potencial para o crescimento dos negócios da Sany hoje no mundo", afirmou. Brasil e China, segundo Yuan, têm muitos aspectos similares no que diz respeito ao ritmo de crescimento da economia. "Nos últimos vinte anos a China experimentou um crescimento significativo nas áreas de infraestrutura e vejo que isso está acontecendo hoje no Brasil". A nova fábrica que a Sany pretende construir no Brasil, segundo o executivo, será a maior unidade industrial fora da China e a que terá mais linhas de produtos. "As unidades da Alemanha e dos Estados Unidos estão mais focadas em pesquisa e desenvolvimento e a da Índia, no mercado". Com 30 filiais espalhadas pelo mundo, ligadas a uma rede de vendas e distribuição que alcança 110 países, a Sany terá na filial brasileira o primeiro braço do grupo na América Latina e a quarta fábrica fora da China. Yuan revela ainda que a Sany pretende montar um instituto de desenvolvimento tecnológico no Brasil, pois entende que o mercado local tem diferenças e é preciso fazer adaptações que também atendam às necessidades de outros países da América do Sul. O investimento previsto na construção da fábrica no Brasil é de US$ 200 milhões e a previsão é que a unidade esteja em funcionamento no fim de 2011. Atualmente, a empresa está instalada em uma área alugada, de 15 mil metros quadrados, em São José dos Campos. A Sany possui hoje cerca de 200 funcionários, mas com a fábrica em operação, prevê um total de 500 empregados. O local onde será construída a nova fábrica ainda não foi definido, mas o presidente da companhia garante que será no Estado de São Paulo. "Temos duas opções no Vale do Paraíba, mas o importante é que a fábrica esteja localizada em uma região de fácil acesso às principais rodovias do país e num ambiente econômico desenvolvido e com incentivos fiscais". A expectativa do executivo é que a decisão seja tomada num prazo de um a dois meses. Este ano a Sany contabilizou vendas de US$ 35 milhões no Brasil, mas o planejamento para 2011 é de um crescimento significativo, com receitas da ordem de US$ 140 milhões a US$ 150 milhões. O presidente da companhia estima vendas de aproximadamente mil máquinas no próximo ano, sendo 600 escavadeiras, 300 guindastes e mais 100 bombas de concreto. A empresa está montando uma rede de distribuidores no Brasil e já conta com 11, que tem a missão de distribuir as máquinas importadas da Sany e, futuramente, as que serão produzidas no país. A Sany Holding do Brasil, segundo o executivo, terá 70% de produção local e 30% de produtos importados. Fundada em 1989, a Sany Group produz máquinas voltadas para o setor de construção civil, pavimentação, escavação, estacas, guindastes, máquinas portuárias e de mineração. Com crescimento médio de 50% ao ano na última década, a Sany participa atualmente dos principais projetos de infraestrutura da China e colocou sua marca nos edifícios mais altos do país, como o World Financial Center, em Xangai, com 492 metros de altura. A previsão de receita global para o próximo ano gira em torno de US$ 11 bilhões a US$ 12 bilhões, segundo Yuan. |
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