sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Indústria

3M vai pôr US$ 90 milhões para crescer mais no Brasil

Autor(es): Vanessa Dezem | De São Paulo
Valor Econômico - 23/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/23/3m-vai-por-us-90-milhoes-para-crescer-mais-no-brasil

Com foco no fortalecimento da área de indústria e transportes, a 3M, como é conhecida a multinacional americana Minnesota Mining and Manufacturing, pretende quase dobrar seus investimentos no Brasil no ano que vem. Do montante de US$ 50 milhões aplicados no país ao longo deste ano - que já representou um crescimento de 6% frente à média investida nos últimos cinco anos - os recursos que a multinacional americana vai direcionar a sua subsidiária brasileira deverão alcançar até US$ 90 milhões em 2011.
Os números revelados pela companhia não incluem aquisições. A ideia é impulsionar o crescimento orgânico da multinacional no Brasil, o que passa pela expansão de suas unidades fabris, pela produção de itens que não eram feitos no país e pelas inovações projetadas para os próximos anos. "Nós temos que olhar para o Brasil como um todo e pensar onde vamos investir. Agora, está no foco da subsidiária dar um maior peso para a área de indústria e transportes", afirmou ao Valoro presidente da 3M no Brasil, Michael Vale.
Em sua primeira entrevista à imprensa brasileira desde que assumiu o cargo de comando da subsidiária, há um ano e meio, o executivo nascido no Texas enfatizou a importância que os negócios no Brasil têm ganhado dentro da corporação e colocou como um dos principais desafios a própria diversificação de seu portfólio.
epMais conhecida por seus produtos de consumo, como as fitas adesivas transparentes, o Durex, os lembretes de escritório, os Post-it e os materiais para limpeza Scotch-Brite , a multinacional ainda tem dificuldades de se fazer ser lembrada no mercado pelo seu amplo portfólio voltado para o setor de saúde, industrial, para a área de telecomunicações, entre outros.
Para a indústria automobilística, por exemplo, a empresa tem soluções para colar chapas automotivas, mantas para isolamento acústico, etc. No setor da construção, consta no portfólio da companhia desde soluções de revestimentos internos, até soluções para controle solar. "A nossa diversidade é a nossa força, mas muitas vezes a nossa dificuldade. O difícil é fazer conexões - os clientes nem sempre sabem tudo o que podemos oferecer para eles e, do mesmo modo, nós temos que nos esforçar para conhecermos os clientes o suficiente para saber o que eles precisam do que podemos ofertar", explicou Vale.
No Brasil, a subsidiária tem sete fábricas - cinco em São Paulo, uma no Amazonas e uma no Rio Grande do Sul - e atua com seis diferentes grupos de negócios. A divisão de indústria e transportes hoje representa cerca de 45% do faturamento da companhia no país, enquanto o segmento de consumo e escritório é responsável por apenas 15% de seus resultados. Nos negócios globais, essa proporção é um pouco mais equilibrada, com 30% do faturamento vindo de indústria e transportes e 15% vindo dos bens de consumo.
Com 4 mil funcionários e um faturamento que deverá encerrar este ano no patamar dos R$ 2,3 bilhões - avanço de cerca de 15% ante os R$ 2,03 bilhões registrados em 2009 -, as operações da 3M no Brasil representam apenas 4% dos resultados globais da multinacional. Mas, o executivo lembra que a subsidiária passou da 10ª posição no ranking de vendas da empresa em 2005, para a atual 6ª posição.
Com os investimentos que serão injetados no próximo ano, Vale planeja contratar 250 novos profissionais, que irão se somar aos 450 já contratados ao longo de 2010. Para 2011, o executivo estima uma alta entre 12% a 15% no faturamento da empresa no Brasil, enquanto, globalmente, a multinacional vem crescendo na faixa dos 4% a 6% nos últimos anos. A meta global da companhia é alcançar até os 8% nos próximos cinco anos.
A estratégia de crescimento da companhia vem de cima e passa pela inovação, para ganhar participação no mercado. No início do ano, o presidente executivo mundial da 3M, George Buckley, destacou seu foco nas inovações "na base da pirâmide", com melhorias pequenas e de baixo custo nos produtos mais baratos. "Antes inovávamos muito nos produtos premium, agora descemos na pirâmide", avaliou Michael Vale, sem dar detalhes das inovações que pretende trazer para o Brasil na área de indústria e transportes.
A subsidiária quer introduzir no mercado brasileiro também novas capacidades às áreas produtivas brasileiras. Há planos, por exemplo, de começar a fabricar por aqui soluções para a área de óleo e gás, aproveitando o potencial do setor no país. "Não queremos somente a maior penetração dos produtos já existentes. Agora, nosso foco é a penetração dos novos", acrescentou o executivo. Para isso, a empresa deve dobrar a equipe de inovação em até cinco anos - hoje com 130 pessoas - e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento devem sair dos atuais 3% das vendas no Brasil, para alcançar o patamar próximo aos 6% investidos globalmente, no mesmo período.

Steinbruch compra ações de empregados

Autor(es): Por Nelson Niero e Ivo Ribeiro | De São Paulo
Valor Econômico - 23/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/23/steinbruch-compra-acoes-de-empregados
 
A família de Benjamin Steinbruch, diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), vai comprar parte das ações que estão com CBS Previdência, fundo dos funcionários da empresa.
Para isso, uma empresa de participações da família, a Rio Iaco, vai emitir R$ 1,63 bilhão em notas promissórias comerciais, papéis de dívidas com prazo mais curto que debêntures. A operação foi aprovada em assembleia de acionistas no dia 15.
A remuneração das notas comerciais - serão 163 a R$ 10 milhões cada - será de 114,75% da variação acumulada das taxas médias dos depósitos interfinanceiros (DI).
Os recursos serão utilizados "exclusivamente" para pagar aquisição pela Rio Iaco de 58.193.503 ações da CSN que estão com a Caixa Beneficente dos Empregados da CSN, que detém 4,87% de participação na siderúrgica, conforme posição de 30 de setembro.
Pela cotação de ontem, de R$ 26,93, a fatia dos empregados está avaliada a R$ 1,9 bilhão.
As notas comerciais serão garantidas por aval da Rio Purus Participações, empresa por meio da qual família de Benjamim Steinbruch divide o controle das empresas do grupo com a CFL Participações, do espólio de Eliezer Steinbruch, cunhado de Dorothéa Steinbruch, mãe do empresário Benjamim.
Eliezer, falecido em junho de 2008, foi um dos fundadores da tecelagem Vicunha, junto com o irmão Mendel. Ele entrou no ramo têxtil nos anos 40, ao assumir, com o irmão, a Têxtil Elizabeth, de São Roque (SP). Nos anos seguintes, em parceria com a família Rabinovich, deu início a um conglomerado hoje formado por Vicunha, CSN, Banco Fibra, entre outras.
Segundo apurou o Valor, o fundo de previdência dos funcionários da CSN e outras empresas ligadas à siderúrgica, está se desfazendo de grande parte dos papéis da companhia de aço para se enquadrar nas regras da Secretaria de Previdência Complementar (SPC). O CBS estaria muito alavancado em um único ativo, a CSN, e, com a venda dos papéis, alocaria os recursos em outros investimentos. O fundo teria prazo até o fim deste mês para acertar sua situação.
O CBS foi criado há meio século - em 1960. Atualmente, o número de participantes do fundo é de cerca de 30 mil pessoas.
Procurada, a direção do CBS, informou que não iria se pronunciar sobre a decisão de vendas das ações. Benjamin Steinbruch estava em viagem. Os empregados da siderúrgica tem um representante no conselho da empresa.

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