O Brasil será cada vez mais o motor do crescimento dos lucros do Santander e o México terá o mesmo papel para o BBVA, superando os resultados obtidos na Espanha, país de origem dos dois grandes bancos. A previsão feio feita em um estudo sobre bancos ibéricos feita pelo Banco BPI, de Portugal. Os mercados emergentes em geral representarão 57% dos ganhos do Santander e do BBVA dentro de dois anos, de acordo com o chefe do estudo, o analista Carlos Peixoto, levando em conta o potencial dessas economias dinâmicas, em comparação a estagnação nos paises desenvolvidos. No caso do Santander, o Brasil já contribui com a maior fatia do lucro desde o terceiro trimestre, por volta de 25% do total. Até 2013, sua importância será ainda maior em relação ao mercado espanhol: o resultado no Brasil representará 37% do lucro global, enquanto as operações na Espanha cairão de 37% para 24% do total. A herdeira Ana Patricia Botin assumiu recentemente a direção do Santander no Reino Unido. Mas a expectativa é de que as operações britânicas continuem representando cerca de 20% do resultado. A diversificação na Polônia garante 2% no total dos lucros. Já o BBVA obtém no México 26% de seus ganhos, mas esse percentual aumentará para 32% em três anos, enquanto na Espanha e Portugal cairá de 43,3% para 36%. A América do Sul responderá por cerca de 16% nos lucros dentro de três anos, numa ligeira alta, e o mercado americano manterá sua fatia de 19%. Para os dois grandes bancos espanhóis, a baixa taxa de bancarização e menor dependência de "funding" criam espaço para plataformas sustentáveis de crescimento no longo prazo na América Latina. A expectativa é de que a taxa composta de crescimento (que mede o retorno de um investimento) do Santander na América Latina seja de 15% entre 2009 e 2013, liderada pela alta anual de 18% no Brasil. "Os empréstimos continuam a expandir no Brasil a taxas solidas, como os 19% até agosto, e achamos que continuarão crescendo a dois dígitos", diz Carlos Peixoto, do BPI em Lisboa. "A economia brasileira tem boas perspectivas combinada com programas de infraestrutura. A qualidade dos ativos melhorou significativamente e esperamos estabilização nos calotes em 2011." O Brasil representa 9% na distribuição geográfica do estoque de empréstimos de €717 bilhões do Santander em 2010. Já na Espanha, a economia continuará fragilizada, e a exposição no setor imobiliário e de construção afeta os resultados. O total de empréstimos para companhias imobiliárias representa 16% do crédito fornecido tanto pelo BBVA como pelo Santander na Espanha. No geral, os bancos espanhóis têm um "amortecedor" contra a queda de preços de 40% a 50% no setor imobiliário. Mas, se o sistema financeiro é bem mais vulnerável que essa queda de preços, no caso do Santander a situação é bem mais calma. A taxa de calotes pode aumentar em 2011 no mercado espanhol, acima dos 4,15% de setembro. No caso do Santander, a taxa de calote nos EUA era de 4,8%, superior aos 4,2% na América Latina. Santander e BBVA tem situação bem mais confortável que o resto do sistema financeiro espanhol. Mas acumulam também quase metade da divida publica espanhola em mãos dos bancos e "cajas de ahorros" e que alcançam €191,7 bilhões. O Santander tem em seu balanço €48,5 bilhoes da divida soberana da Espanha, ou 25% do total. O BBVA concentra €43, 9 bilhões, ou 23% do total. Para analistas, de um lado isso mostra que os bancos espanhóis mantêm disposição para comprar títulos públicos em razão da maior taxa de juros. De outro lado, os bancos se veem duplamente afetados pela crise da dívida soberana, já que é forte a desconfiança sobre a capacidade dos governos de honrar seus compromissos, encarecendo as emissões dos próprios bancos.
Balança comercial tem recorde histórico
Autor(es): Gustavo Paul |
O Globo - 28/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/28/balanca-comercial-tem-recorde-historico |
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Alta de preços de produtos básicos ajuda Brasil a faturar mais com vendas externas, apesar do dólar fraco
BRASÍLIA. Contrariando todas as previsões feitas até agora e apesar do dólar estar encerrando o ano perto de R$1,70 (o que, em tese, reduz a competitividade dos produtos brasileiros), as exportações brasileiras estão batendo recorde histórico. Antes mesmo do fim do ano, elas já encostam nos US$200 bilhões. De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ao fim da quarta semana de dezembro, as vendas externas acumularam US$197,999 bilhões, superando a meta de US$195 bilhões do próprio ministério e próxima à projeção de US$198 bilhões feita na semana passada pelo Banco Central. A alta de preços das commodities (minério de ferro, soja, etc) - que respondem por boa parte das vendas brasileiras - e a demanda maior de países emergentes favoreceram o Brasil.
De acordo com a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), as vendas podem chegar a US$202 bilhões no fim do ano. Os números de 2010 também superam o recorde histórico das exportações registrado em 2008, que alcançou US$197, 942 bilhões. Com o novo resultado, o crescimento das exportações brasileiras é de 29% em relação aos US$152,9 bilhões de 2009, acima dos 19% esperados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para a recuperação das vendas mundiais em 2010.
Seguindo a tendência durante o ano, as importações também crescem rapidamente e saltaram 42% no ano, somando US$179 bilhões, perto dos US$181 bilhões projetados pelo BC. Com isso, o saldo comercial brasileiro chega a US$18,8 bilhões, ultrapassando a estimativa de US$17 bilhões do BC e de US$16 bilhões do ministério.
Foi o resultado da balança comercial de dezembro que derrubou a maior parte das projeções. Nas quatro primeiras semanas do mês, o saldo comercial chegou a US$3,95 bilhões, o maior resultado mensal do ano. Só na semana passada, o superávit bateu US$2,174 bilhões.
Esse resultado se deve, principalmente, ao súbito crescimento das exportações de petróleo e derivados, que aumentaram duas vezes entre os dias 20 e 26 de dezembro. De acordo com o ministério, essas exportações alcançaram a média diária de US$303 milhões na quarta semana de dezembro, superando em três vezes a média de novembro, que foi de US$90,4 milhões.
- Ninguém, em sã consciência, poderia imaginar que em dezembro, que é tradicionalmente é um mês fraco, seria alcançado um superávit de US$4 bilhões - diz José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB.
Mas ele adverte que o resultado deve ser creditado mais ao aquecimento externo do que a ações adotadas pelo governo brasileiro. No ano, as vendas de minérios e a valorização do preço do insumo foram as principais responsáveis pelo aumento das exportações.
- O Brasil acompanhou de camarote o mundo crescer e as exportações de minério de ferro dispararem - diz Castro.
Para o Ministério do Desenvolvimento, o desafio brasileiro será fazer as exportações crescerem pelo menos 12% em 2011, contra expansão das vendas globais de 9%, o que elevaria a fatia do mercado brasileiro de 1,26% para 1,3%. Segundo o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, 2011 ainda será um ano difícil. O Banco Central, porém, projeta US$235 bilhões em exportações, enquanto a AEB aposta em um resultado de US$226 bilhões.
Vendas do País têm maior expansão entre 70 países
Autor(es): Jamil Chade |
O Estado de S. Paulo - 28/12/2010 |
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/28/vendas-do-pais-tem-maior-expansao-entre-70-paises |
Graças à alta nos preços das commodities, o Brasil registrou até outubro a maior expansão nas exportações entre as 70 principais economias, superando a taxa de crescimento da China e ainda subindo no ranking do maiores exportadores. Dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) apontam que a expansão nas vendas nacionais foi de 33%, inflada pela alta nas commodities e pela recuperação das compras da China e de outros mercados emergentes. Com US$ 163,3 bilhões em exportações até outubro, o Brasil superou a Suíça no ranking da OMC e passou a ocupar a 23ª posição no levantamento. O Brasil praticamente se igualou à Malásia e reduziu bastante a diferença com a Índia e a Austrália. Economistas apontam que se o ritmo de crescimento das vendas nacionais for mantido nos dois últimos meses de 2010, o Brasil deve acabar o ano em uma posição no ranking ainda melhor, voltando a ocupar pelo menos a 22ª posição, posto que matinha em 2008. Desde então, a valorização do real prejudicou as exportações, que passaram a depender da variação nos preços das commodities para permitir maior arrecadação. Até outubro, o Brasil havia superado a expansão das exportações chinesas, de 32%. A China é o maior exportador do planeta, confirmando sua posição em 2010 acima dos EUA e da Alemanha. A taxa brasileira é ainda quase duas vezes superior à média mundial, quatro vezes a expansão da Europa e superior à média de toda a Ásia, de 29%. Na América do Sul, a expansão das exportações foi de 22%, contra 20% nos EUA, que se recuperou da crise profunda de 2009. Invasão de importados. As exportações contam apenas parte da história. Como o Estado antecipou há um mês, o Brasil aparece nos números da OMC como o que sofreu a maior invasão de importações em 2010, com taxas superiores às exportações. A comparação entre o que o Brasil importou entre janeiro de 2010 e outubro mostra um aumento das de 49%. O real valorizado e o crescimento do mercado doméstico são os principais motivos do fenômeno. No fim de dezembro de 2009, o Brasil importava US$ 12,8 bilhões. Em setembro de 2010, esse volume já chegava a US$ 18,7 bilhões. Nenhuma das 70 economias avaliadas registrou uma variação tão grande como a do Brasil. |
Vendas superam previsão e Natal é o melhor desde 2004
Autor(es): Tatiana Schnoor | De São Paulo |
Valor Econômico - 28/12/2010 |
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/28/vendas-superam-previsao-e-natal-e-o-melhor-desde-2004 |
O volume de vendas do varejo brasileiro na semana do Natal (18 a 24 de dezembro) aumentou 15% na comparação com a mesma semana de 2009, o melhor resultado desde 2004 - ano em que houve expansão de 16,1% sobre o mesmo período de 2003. Os dados foram apurados pelo Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio - Natal 2010. O resultado superou as expectativas dos varejistas, que previam um crescimento de 10,5% sobre as vendas de 2009, de acordo com o indicador da Serasa. Na cidade de São Paulo, as vendas cresceram 14,9%. O bom desempenho também foi observado no fim de semana anterior ao Natal (dias 17, 18 e 19), quando as vendas cresceram 12,6%, ante o período equivalente de 2009. Para os economistas da Serasa Experian, o desempenho foi determinado pelo elevado nível de emprego, pela expansão da massa de rendimentos dos consumidores e pelas condições de parcelamento ainda bastante favoráveis, apesar das medidas adotadas pelo Banco Central (BC), que visavam conter o avanço acelerado do crédito e que "parecem não ter produzido efeitos adversos significativos sobre as vendas de final de ano", avaliou a Serasa. A Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop) compartilha da mesma avaliação. As novas normas do Banco Central, aumentando o compulsório dos bancos e retirando R$ 62 bilhões de circulação, não afetaram as vendas natalinas. Para a Alshop, os efeitos, provavelmente, serão percebidos a partir de meados de janeiro. Segundo levantamento da Alshop, as vendas nos shoppings no período do Natal registraram crescimento de 13% em relação ao mesmo intervalo em 2009. No ano todo, foi verificado um aumento de 12%. O segmento de óculos, bijuterias e acessórios despontou nos shoppings no período natalino, com expansão nominal de 18% sobre o mesmo período de 2009. No ano todo, o desempenho foi menor, mas ainda bastante positivo - ficou em 12%. O segmento de perfumaria e cosméticos teve vendas nominais até 17% maiores na semana pré-Natal e de 14% no acumulado de janeiro a dezembro de 2010. Em terceiro lugar, o segmento de vestuário apresentou crescimento nominal de 13% sobre o Natal de 2009. Já no ano todo, a alta foi de 10%. Para a Alshop, com a melhoria na economia brasileira, o desempenho do varejo em 2010 apresentou, desde os primeiros meses, um desenvolvimento firme e consistente amparado por oferta de crédito farto e prestações alongadas, redução nas taxas de juros para o consumo, aumento da renda, ampliação do emprego formal e a valorização do real - que tornou os produtos importados mais baratos. Em relação à contratação de temporários, os lojistas de shopping admitiram no fim de 2010 cerca de 130 mil pessoas, com um aumento de 13% sobre os contratados no Natal de 2009. |
Vivo será incorporada pela Telesp
Autor(es): Talita Moreira e Téo Takar | De São Paulo |
Valor Econômico - 28/12/2010 |
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O ano de 2010 acaba com mais uma certeza para os investidores do setor de telecomunicações: a Telesp, concessionária de telefonia fixa da Telefónica no país, vai incorporar a Vivo. A pergunta sobre qual das empresas seria absorvida na reorganização dos ativos do grupo pairou sobre o mercado desde julho, quando os espanhóis fecharam acordo para comprar a fatia da Portugal Telecomno bloco de controle da Vivo por €7,5 bilhões. A resposta veio ontem à noite, quando as operadoras divulgaram comunicado ao mercado revelando o desenho da reestruturação - que, segundo a Telefónica, deverá ocorrer ao longo do primeiro semestre de 2011. Segundo anunciado pelas companhias, a Telesp vai incorporar ao seu patrimônio a totalidade das ações da Vivo Participações, que por sua vez controla a Vivo S.A., operadora de telefonia móvel. A relação de troca desses papéis ainda não está definida. Esse valor será estipulado com base em laudo a ser preparado por assessores financeiros que a Telefónica ainda vai contratar. Segundo o comunicado, os conselhos de administração da Vivo e da Telesp aprovaram a operação ontem. Para implementar a reestruturação e zelar pelos interesses dos investidores, as duas empresas criarão comitês especiais independentes para negociar a relação de substituição de ações e se manifestar sobre as demais condições da reorganização que vierem a ser propostas. Após a realização das análises necessárias e da avaliação pelos comitês, as empresas divulgarão novo fato relevante com a relação de troca de ações e demais detalhes da reestruturação, que serão submetidos à aprovação dos acionistas das duas companhias. A operação também será submetida à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O primeiro passo da reestruturação societária prevê a incorporação, pela Vivo, das holdings brasileiras TBS Celular Participações, Portelcom Participações e PTelecom Brasil, que atualmente detêm diretamente ações da Vivo e que são controladas pela Brasilcel - holding que atualmente controla a operadora de celular. A incorporação não vai alterar o número de ações da Vivo. De acordo com a Telefónica, a reorganização "racionalizará a estrutura de custos das companhias e auxiliará na integração dos negócios e na geração de sinergias daí decorrentes". A companhia espanhola não revelou qual a economia fiscal que espera alcançar com a integração de suas empresas no Brasil. Porém, a aposta no mercado era que essas sinergias seriam determinantes para saber qual seria o veículo incorporador. Para desenhar a integração dos pontos de vista societário e operacional, a Telefónica montou um comitê com seus principais executivos. À frente da equipe está o espanhol Luiz Miguel Gilpérez López, que foi nomeado em outubro como o responsável pelos negócios do grupo no Brasil. Numa entrevista recente, o presidente da Telefónica no país, Antonio Carlos Valente, disse que a integração será gradual. A unificação das marcas do grupo em torno da bandeira Vivo poderá ocorrer apenas em 2012, afirmou. Durante anos, a Telefónica perseguiu o objetivo de adquirir a participação dos portugueses na Vivo. Com o controle total da operadora de celular, o grupo pretende ganhar mais agilidade e oferecer pacotes de serviços combinados de telefonia fixa, móvel, banda larga e televisão por assinatura. Procurada ontem, a Telefónica não deu entrevistas. As ações preferenciais (sem voto) da Vivo fecharam ontem a R$ 52,54, com baixa de 1,42%, enquanto as preferenciais da Telesp subiram 0,79%, para R$ 40,55. |
Ibovespa ganha 497% com Lula
Autor(es): Vera Batista |
Correio Braziliense - 28/12/2010 |
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Apesar do terror que se instalou entre os principais analistas antes de o presidente Lula assumir o primeiro mandato (2003-2006), ao fim de seu governo ele pode dizer que venceu a desconfiança e o medo dos investidores e proporcionou resultados acima das expectativas até dos mais otimistas observadores. A despeito do temor de ter à frente da nação um ex-operário de esquerda, que predominou no mercado durante o início de seu governo, o Ibovespa — índice que mede a desempenho das ações mais negociadas na BM&FBovespa — acumulou valorização de 497% de 1º de janeiro de 2003 a 21 de dezembro de 2010. Nos oito anos da gestão de Fernando Henrique Cardoso, a Bolsa de Valores cresceu 159%, menos de um terço.
Para Wagner Slaverry, sócio do Banco Geração Futuro de Investimentos, autor da análise comparativa do mercado acionário nos governos Lula e FHC, ambos foram fundamentais para a economia, cada um a seu modo. “São períodos de situações diferentes. Os anos de FHC foram marcados por diversas crises, início do Plano Real, maxidesvalorização da moeda e juros altíssimos. Lula não teve praticamente nada, além da crise de 2008”, ressaltou.
Slaverry lembrou que os problemas para FHC começaram na crise do México, no fim de 1994. Depois, veio a quebra do banco inglês Barings, seguida de problemas de insolvência em instituições brasileiras, que levaram o governo a instaurar o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema
Financeiro Nacional (Proer). Além disso, houve a crise da Ásia (1997), da Rússia e do próprio Brasil, e da quebra do fundo Long Term Capital Management (LTCM), em 1998. Foram dois anos de alta na Bolsa, um de estabilidade e um de baixa. O segundo mandato de FHC iniciou-se em 1999, com forte valorização do Ibovespa.
Mas vieram três anos de quedas. Houve o estouro da bolha das empresas pontocom (2000) e o apagão brasileiro e o ataque terrorista de 11 de setembro nos Estados Unidos (2001). Com isso, o Ibovespa chegou a cair 40%, mas encerrou 2002 em queda de 17%, com o compromisso do presidenciável Lula de manter a política econômica. “O dólar chegou a R$ 4”, recordou Slaverry. A análise destaca, também, que, no governo FHC (1995-2002), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 2,4% na média, abaixo dos EUA (3,2%) e da China (8,2%). Por conta da elevada inflação e instabilidade, o período teve de juros elevados de 546%.
Ritmo
Em 2003, o Ibovespa subiu 97%. Com o forte crescimento das economias chinesa e dos Estados Unidos, e o ritmo de expansão da brasileira, o Ibovespa avançou também em 2004 (18%), 2005 (28%), 2006 (33%) e 2007 (44%). Apenas na crise de 2008, acabou caindo 41%. Mas se recuperou em 2009, com alta de 83%. Em 2010, mantém-se estável.
Na avaliação de Salaverry, “nos últimos anos, as ações de empresas brasileiras entraram no radar dos investidores internacionais e o brasileiro pareceu ter descoberto o mercado acionário”. Apenas este ano, os IPOs (sigla em inglês para os lançamentos de ações) somam R$ 11,3 bilhões, aumento de 10,4% ante 2009.
Segundo estudo da Consultoria Economatica, que analisa a rentabilidade dos IPOs, a ação da Natura está entre as que têm a maior rentabilidade nominal desde a data da oferta, com 750,53% de ganho, seguida pela Localiza, com 680,76%. Na outra ponta, entre os piores desempenhos, estão os papéis da Laep, com queda de 88,8%, seguida pelos da Ecodiesel, que perderam 88,4% de seu valor.
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China promete mais arrocho
Correio Braziliense - 28/12/2010 |
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/28/china-promete-mais-arrocho |
Banco Central chinês pretende usar todas as ferramentas disponíveis para reduzir o nível de crédito e combater a inflação. Declaração assusta investidores nas bolsas de valores O Banco Popular da China (BPC, o Banco Central do país) prometeu ontem usar todos os instrumentos disponíveis para amenizar a oferta de crédito e o consumo, controlar a quantidade de dinheiro em circulação e, em consequência, combater a inflação. O alerta veio dois dias após o país ter elevado a taxa de juros, medida complementar aos diversos aumentos do compulsório (depósito que os bancos precisam fazer, reduzindo os recursos livres para empréstimos) nas últimas semanas.
“A implementação de uma política monetária prudente é útil para fortalecer o gerenciamento de expectativas de inflação e evitar bolhas de ativos”, disse a vice-presidente do BPC, Hu Xiaolin, em comunicado divulgado no site da instituição. “Nós exploraremos novas ferramentas para manter um bom controle no portão de liquidez.” Ela não indicou que medidas poderiam ser adotadas daqui para a frente — as iniciativas clássicas para a restrição de crédito são a alta de juros e a do compulsório.
Os analistas acreditam que, além disso, o BPC só pode apertar as exigências de capital nos bancos. Outra opção seria fazer mais operações compromissadas com títulos públicos. Nelas, o Banco Central vende parte dos papéis que estão em seu poder, com a certeza de recomprá-los mais tarde. Assim, retira recursos da economia por um certo prazo. O problema dessa alternativa é que ela só produz efeitos por pouco tempo, pois a recompra deve ser feita alguns meses depois.
No sábado, a autoridade monetária elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, na segunda alta em dois meses. O governo teme a explosão do índice de preços ao consumidor, que já acumula 5,81% neste ano até novembro, o maior nível em 28 meses. Segundo a estimativa de especialistas, a inflação deve encerrar 2010 em 5,88%, bem acima da meta, fixada inicialmente em 3% — o objetivo teve que ser revisto para 4%, diante do descontrole dos preços, principalmente de alimentos.
A perda no poder de compra do iuan (moeda chinesa) é causada pela maciça entrada de recursos no país tanto pela via das exportações de produtos industrializados como pelo ingresso de investimentos estrangeiros. Para se conformar ao novo cenário restritivo, o Ministério das Finanças prevê a desaceleração do crescimento econômico dos atuais 10% para algo entre 7% e 7,5% anuais de 2011 a 2015. Economistas, porém, acreditam que a expansão acabará sendo maior que a estimativa oficial.
Acima do normal“Não importa o cenário que o mercado assuma para o curto prazo, o crescimento na China ainda será bem acima do normal”, disse Howard Wheeldon, estrategista de ações da BGC Capital Partners, à Reuters. A promessa de novas medidas restritivas desanimou os investidores. As principais bolsas de valores ocidentais fecharam em baixa, especialmente na Europa: Frankfurt (-1,23%), Paris (-0,98%), Milão (-1,25%) e Madri (-2,06%) — não houve negócios em Londres por causa de um feriado. Em Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,16%.
SEM PERTURBARO Banco Central do Japão ressaltou que não pode perturbar os mercados financeiros quando comprar ativos sob o novo programa de estímulo, mostrou ontem a ata da reunião de 4 e 5 de novembro. “Já que seria a primeira vez que o BC compraria ativamente esses ativos de risco, o banco deve levar em consideração as opiniões dos participantes do mercado e avaliar as diretrizes para a operação das compras de ativos de forma flexível, como for preciso”, assinalou o documento. No encontro, o BC manteve as taxas de juros em zero.
EMPREGO NA INDÚSTRIA ALEMÃ
A indústria da Alemanha criará 70 mil empregos no ano que vem, estimou o presidente da Câmara Alemã de Indústria e Comércio, Hans Heinrich Driftmann, ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung. “A indústria irá, portanto, contribuir com um quarto do crescimento no emprego”, afirmou. Cerca de 300 mil vagas devem ser geradas em toda a economia do país. Isso representaria, no entanto, uma desaceleração. Números do Ministério do Trabalho mostraram um aumento nos postos em outubro, numa taxa anual de 400 mil. “Uma em cada cinco companhias industriais quer contratar novos funcionários, sobretudo em engenharia elétrica, assim como na indústria de borracha e plásticos.” Pela primeira vez em dois anos, os fabricantes veem suas próprias condições de negócios de forma mais positiva do que as da economia em geral.
Ano de austeridade
A maior parte das promessas de austeridade fiscal feitas pelos países desenvolvidos entra em vigor no ano que vem, principalmente na Europa. A sobrevivência do euro como uma moeda forte vai depender da concretização dos planos de corte de despesas das nações que estão afundadas em deficits orçamentários que extrapolam em muito o teto de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O governo português prometeu cortes de 5% nos salários dos servidores públicos. O parlamento da Espanha aprovou um Orçamento que inclui uma redução de 7,9% nas despesas governamentais, e a Irlanda pretende reduzir os gastos em 4 bilhões de euros.
EstôniaMedidas orçamentárias do tipo são uma das razões pelas quais economistas consultados pela agência Reuters acreditam que o crescimento da Zona do Euro, formada por 17 países a partir da entrada da Estônia, em janeiro, vai desacelerar para 1,5% no ano que vem, menos que a taxa já lenta de 1,7% de 2010.
Os Estados Unidos também enfrentam seu próprio combate de austeridade, com republicanos no Congresso insistindo em cortes de gastos. A perspectiva de expansão econômica para os EUA em 2011 parece um tanto melhor que a da Europa, embora as projeções norte-americanas ainda estejam abaixo do necessário para estimular o mercado de trabalho do país.
Sung Won Sohn, economista da Universidade Estadual da Califórnia, prevê um crescimento de 3% para os EUA em 2011, mas diz que a falta de empregos continua sendo a principal dificuldade. “Os consumidores norte-americanos querem economizar mais, pagar dívidas e deixar suas finanças em melhor forma”, disse. “Enquanto eles estiverem cautelosos, em parte por causa do cenário ruim para o emprego, será difícil ter um crescimento econômico saudável.”
O FMI estima que os países emergentes crescerão 6,4% no próximo ano, quase três vezes a taxa das nações desenvolvidas. No mundo, a expansão deve ser de 4,2%.
Crédito à AIG A seguradora American International Group (AIG), que foi resgatada pelo governo dos EUA no auge da crise financeira, obteve US$ 4,3 bilhões em linhas de crédito com o objetivo de reembolsar os contribuintes americanos e reconquistar a sua independência. O crédito foi concedido por mais de 30 bancos e será administrado pelo JPMorsgan Chase. Em nota, o diretor-executivo da seguradora, Robert Benmosch, disse que as linhas de crédito representam "um importante voto de confiança por parte do mercado na AIG." Para o executivo, à medida que o fim do ano se aproxima, "nós acreditamos que estamos mais próximos de completar o nosso plano de recapitalização", completou. No início deste mês, a AIG anunciou a assinatura de um acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA e outros credores, para pagar US$ 20 bilhões que recebera de ajuda durante a crise, quando levantou junto ao governo americano socorro avaliado em mais de US$ 60 bilhões. |
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