06.12.10 - BRASIL |
Adital -
No início deste mês, o lançamento do ‘Homicídios na Adolescência no Brasil’ trouxe à tona a situação de risco de morte enfrentada por adolescentes nas grandes cidades do país. O relatório, que tem como base o ano de 2007, foi produzido em parceria pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Fundo de Nações Unidas para a Infância (Unicef), Observatório de Favelas e Laboratório de Análise de Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-Uerj).
Suas informações foram baseadas no Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), mecanismo criado em 2009, capaz de estimar o risco que adolescentes entre 12 e 18 anos têm de serem vitimados fatalmente por causa da violência. O IHA também leva em consideração fatores que podem aumentar o risco, como raça e gênero e idade e meio (arma de fogo).
O Índice de Homicídios na Adolescência estima, para um universo de mil pessoas, o número de adolescentes que após terem chegado aos 12 anos não chegarão aos 19 porque serão vítimas de homicídio. O IHA também busca estimar a quantidade de homicídios que podem acontecer dentro do período de sete anos (12 aos 18 anos) caso as condições não mudem.Com a utilização desta ferramenta, 266 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes foram pesquisados e analisados. A partir daí, surgiu um prognóstico infeliz para o Brasil: 33 mil adolescentes poderão ser assassinatos de 2007 a 2013, caso as cidades pesquisadas continuem com as mesmas características.
De acordo com o relatório, os homicídios representam 45% das causas de morte dos/as adolescentes brasileiros na faixa etária dos 12 aos 18 anos. No entanto, os do sexo masculino têm 12 vezes mais chances de serem vitimados em comparação com as do sexo feminino. Já os adolescentes negros têm quatro vezes mais chances de serem assassinados do que os brancos. A arma de fogo é o principal meio de execução, visto que seis em cada sete adolescentes morrem baleados.
Por meio de análises nos municípios com mais de 100 mil habitantes, chegou-se ao índice, para o Brasil, de 2,67 adolescentes mortos por homicídio entre os 12 e os 18 anos, para cada grupo de 1.000 adolescentes. Foz do Iguaçu, no Paraná, cidade com mais de 200 mil habitantes, é a responsável por puxar esses números para cima, pois para cada grupo de mil adolescentes entre 12 e 18 anos, foi registrado para o município o IHA de 11,8.
O município de Cariacica, no Espírito Santo, aparece em segundo lugar com IHA de 8,2 e Olinda, em Pernambuco, figura em terceiro com índice 8. Recife, também em Pernambuco, e Maceió, em Alagoas, também apresentaram índices altos, 7,3 e 7,1, respectivamente.
Outra notícia que comprova a necessidade de o Brasil cuidar de seus adolescentes é que, a cada ano, o IHA do país vem aumentando. O Índice registrado em 2005 para o país foi de 2,51 e em 2007 de 2,67, cifras que mostram aumento de 6%.
Partindo da constatação de que os níveis de violência estão relacionados a índices como maior população, menor renda entre os setores mais pobres e educação mais deficiente, o relatório chama a atenção para a necessidade de políticas públicas de incremento da renda e programas que favoreçam a educação, visto que estas iniciativas são apontadas como eficientes para ajudar a enfrentar o assassinato de adolescentes.
O Relatório na íntegra está no link: www.andi.org.br/_pdfs/iha_imprensa.pdf
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