À exceção dos produtores de bens de consumo não-duráveis, como alimentos, toda a indústria brasileira utilizou menos sua capacidade produtiva em dezembro. Os fabricantes de máquinas e equipamentos, que em novembro utilizavam 84,8% de sua capacidade produtiva passaram, em dezembro, a trabalhar com 84,5%. Em menor medida, mas igualmente declinante, os produtores de insumos e de materiais de construção viram seu nível de utilização da capacidade instalada cair 0,1 ponto percentual entre novembro e dezembro, atingindo, respectivamente, 85,9% e 90,3%. Os dados, levantados pela Fundação Getulio Vargas(FGV) junto a 1,2 mil empresas neste mês e divulgados ontem, indicam, no entanto, que o salto de 1,6 ponto percentual no nível de utilização da capacidade instalada do segmento produtor de bens não-duráveis - para 82% - puxou o número geral da indústria de transformação, que passou de 84,5%, em novembro para 84,9% em dezembro. O salto na utilização da capacidade produtiva da indústria registrado em dezembro, no entanto, foi inferior ao que ocorreu em igual período de 2009, quando a economia acelerava sua recuperação pós-crise, e mesmo ao registrado entre novembro e dezembro de 2007, quando a economia também estava aquecida. No geral, a utilização de 84,9% da capacidade instalada em dezembro ainda está 0,6 ponto percentual abaixo do patamar de abril e 1,4 ponto inferior ao recorde da série histórica, de agosto de 2008, antes do agravamento da crise mundial. Segundo o coordenador técnico do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Jorge Braga, os dados indicam que as importações têm afetado o incremento da produção, especialmente nos setores de bens de capital e intermediários. "O cenário para o início do ano, no entanto, é de alta tanto nos investimentos quanto na produção, uma vez que os empresários estão mais otimistas", diz Braga. Segundo a FGV, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) aumentou 1,6% em dezembro sobre o mês anterior, feito o ajuste sazonal. Além disso, o equivalente a 51% das fábricas afirmou que pretende aumentar a capacidade produtiva no primeiro semestre de 2011, e 55% afirmaram que vão também ampliar a utilização da capacidade produtiva entre janeiro e junho do ano que vem. [Quanto mais perto da saturação, há pressão inflacionária. Na seqüência, a produção decresce com preços que se mantêm compensatórios. Acrescente-se à desocupação igualmente previsível, a substituição do trabalho-vivo, se for verdade a importação de bens de capital, pode afetar negativamente a taxa de ocupação.] O Índice de Situação Atual dos negócios subiu 3,3% entre novembro e dezembro, na primeira elevação mensal depois de sete quedas consecutivas, iniciadas em maio.
Imposto sobre brinquedo importado sobe para 35%
Valor Econômico - 29/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/29/imposto-sobre-brinquedo-importado-sobe-para-35 |
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O governo anunciou ontem o aumento do Imposto de Importação para 14 tipos de brinquedos. De acordo com resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex), o tributo passará de 20% para 35%. A decisão foi publicada no "Diário Oficial da União" e o objetivo é combater aumento das importações. O aumento estará em vigor até 31 de dezembro de 2011 e atende a solicitação da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) para combater o crescimento das importações. A medida atinge principalmente os brinquedos fabricados na China, origem de quase 90% das importações brasileiras. "Atualmente, o Brasil importa brinquedos de várias faixas de preços. Os produtos importados, segundo os fabricantes, estão competindo com os nacionais em nichos específicos e não apenas no mercado de brinquedos de menor valor", informou o ministério. Entre os brinquedos que estão na lista dos itens que terão aumento da alíquota estão triciclos, patinetes, carros de pedais, carrinhos para bonecos, bonecos, trens elétricos, incluídos os trilhos, sinais e outros acessórios, quebra-cabeças, instrumentos e aparelhos musicais.
Uruguai adere ao padrão japonês
Autor(es): Daniel Rittner | De Buenos Aires |
Valor Econômico - 29/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/29/uruguai-adere-ao-padrao-japones |
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O Uruguai cedeu ao lobby do governo brasileiro e resolveu adotar o sistema japonês de TV digital, seguindo a escolha feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006. A decisão foi anunciada ontem pelo ministro das Relações Exteriores, Luis Almagro, que precisou contornar um mal-estar com a União Europeia. O país havia adotado o padrão europeu DVB (Digital Video Broadcasting) em 2007. Almagro justificou a escolha "por razões geopolíticas" e "para ser coerentes com o discurso de integração regional, priorizando as relações bilaterais com o Brasil e a Argentina". Uruguai e Colômbia eram os únicos dois países sul-americanos que haviam optado pela tecnologia DVB. Desde sua adesão ao padrão ISDB-T (sigla em inglês para Serviço Integrado de Transmissão Digital Terrestre), o Brasil abriu uma ofensiva diplomática para convencer os vizinhos a adotar o sistema "nipo-brasileiro", rebatizado dessa forma por causa de algumas contribuições tecnológicas nacionais. O Peru foi o primeiro país a acompanhar Brasília. Depois, a Argentina se somou à lista. Chile, Equador, Paraguai e Bolívia também se integraram ao clube. Mais recentemente, foi a vez da Venezuela, que flertava com os chineses. A ofensiva brasileira no Uruguai começou com a posse de José Mujica na presidência do país, em março, sucedendo Tabaré Vásquez, autor da decisão a favor dos europeus. A delegação da UE em Montevidéu divulgou nota "lamentando" a nova posição uruguaia e lembrando que o padrão DVB já foi escolhido por 133 países. "No entanto, a perda dessa oportunidade de cooperação não impedirá que sigamos trabalhando em outras áreas", afirmaram os europeus na nota. Para o chanceler uruguaio, a escolha do sistema ISDB-T "potencializará o desenvolvimento de programas e projetos que se podem alcançar com o Brasil, por meio de maior cooperação tecnológica e produtiva". Ele disse que a UE "expressou total entendimento pela decisão". Com o apoio de dez empresários, o governo brasileiro ofereceu, em novembro, um pacote de investimentos ao Uruguai, condicionados à escolha do padrão de TV digital. O pacote somava projetos de US$ 290 milhões - boa parte com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - e prometia gerar 3 mil empregos diretos. A lista de investimentos incluía a instalação de uma fábrica de conversores digitais (set-top boxes), uma indústria de beneficiamento de sebo bovino para uso como matéria-prima no setor de cosméticos, uma unidade de pintura automotiva e a construção de um hospital e de um shopping center no balneário de Punta del Este. No pacote estavam também bolsas de estudo para engenheiros, estágios para profissionais de TV e apoio para realização de estudos de espectro. O Japão, por outra parte, se dispôs a fornecer equipamentos digitais (de geração e transmissão) para a emissora pública do Uruguai avaliados em US$ 6 milhões. Também adiantou que poderá intermediar a obtenção de crédito estimado em US$ 10 milhões para outras iniciativas de "digitalização", além de patrocinar viagens de especialistas uruguaios para cooperação acadêmica em institutos japoneses. O Uruguai estabeleceu um cronograma mais apertado de implementação da TV digital. Os sinais analógicos serão desligados em 2015, mesma data que no Brasil, mas o prazo desde a decisão será de apenas cinco anos. O cronograma de dez anos também foi seguido pela maioria dos países sul-americanos. O ministro da Indústria do Uruguai, Roberto Kreimerman, defendeu as "vantagens e possibilidades para os usuários e para o país" do padrão ISDB-T. O sistema "contém elementos de interatividade, mobilidade e portabilidade, três conceitos que têm o potencial de desenvolver o país e gerar mais postos de trabalho, brindando novos serviços à sociedade". Kreimerman fará, a partir de agora, o monitoramento das promessas brasileiras para tirar do papel os investimentos no Uruguai. |
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