Autor(es): Roula Khalaf e James Drummond |
Valor Econômico - 21/09/2010 |
Os países árabes do Golfo Pérsico deram início a um dos maiores movimentos de rearmamento da história em tempos de paz, encomendando armas no valor de aproximadamente US$ 123 bilhões, na tentativa de conter o poderio militar do Irã. Um pacote de armas dos EUA avaliado em mais de US$ 67 bilhões para a Arábia Saudita responde pelo maior componente isolado dessa escalada militar, proporcionando um enorme estímulo à indústria bélica dos EUA. A primeira fase deste acordo - que deverá ser levado à aprovação do Congresso dos EUA em breve - está estimada em aproximadamente US$ 30 bilhões. Anthony Cordesman, do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês) em Washington, disse que o objetivo dos EUA é obter uma "nova estrutura de segurança de guerra pós-Iraque, que possa garantir o fluxo de exportações de energia à economia global". As vendas de armamentos devem "reforçar o nível de dissuasão regional e ajudarão a reduzir o tamanho das forças que os EUA precisam mobilizar na região". A compra de um novo arsenal acontece no momento em que muitos países no Oriente Médio, que acomoda dois terços das reservas comprovadas de petróleo do mundo, estão alarmados com as ambições nucleares do Irã. Eles também temem que qualquer ataque militar israelense ou dos EUA contra instalações nucleares do Irã possa provocar retaliação contra si, ou prejudicar o fluxo de petróleo através do Estreito de Ormuz. A Arábia Saudita receberá 85 novos caças F-15 e outros 70 serão reformados. A Boeing será a principal fornecedora, o que permitirá à companhia dos EUA fortalecer a sua capacidade de produzir jatos militares avançados, área em que esteve perdendo espaço devido à pressão da concorrência. Um próximo acordo deverá possibilitar a atualização do sistema de defesa de radar e mísseis e uma ambiciosa modernização da frota oriental da marinha saudita. "O objetivo dos sauditas é enviar uma mensagem, especialmente aos iranianos, de que detêm total superioridade aérea sobre eles", afirmou um analista militar saudita. Outros aliados dos EUA no Golfo Pérsico também estão envolvidos. Theodore Karasik, do Instituto para Análise Militar do Golfo e do Oriente Próximo em Dubai, disse que os Emirados Árabes Unidos (EAU) já haviam assinado contratos de compra de equipamentos militares num valor equivalente a US$ 35 bilhões a US$ 40 bilhões. Os EAU receberam autorização para comprar o Thaad, um sistema de defesa de mísseis de alta altitude, que está sendo desenvolvido pela Lockheed Martin. Os Emirados e o Kuwait assinaram em separado contratos para atualizar seus sistemas de defesa de mísseis Patriot, desenvolvido pela Raytheon, que cobre níveis mais baixos de uma "cortina" de defesa aérea. Em outro lugar, estima-se que Omã gaste US$ 12 bilhões e o Kuait, US$ 7 bilhões, no período que se estende até o fim de 2014, na substituição e atualização de aviões de combate e num novo sistema de comando e controle, segundo a consultoria Blenheim Capital Partners. O pacote de Omã incluirá 18 novos jatos de combate F-16 e atualizações para outros 12. Isso beneficiará a Lockheed Martin, reforçando sua posição como maior fabricante de aviões militares dos Estados Unidos. O valor total de todos os acordos de armas dos EUA com a Arábia Saudita, EAU, Omã e Kuwait está avaliado em US$ 122,88 bilhões ao longo dos próximos quatro anos. Grant Rogan, executivo-chefe da Blenheim, disse que os países asiáticos e do Oriente Médio tradicionalmente compram armas em grande quantidade. Mas agora eles estão substituindo os europeus ocidentais como um dos mais regulares compradores de armas. "Eles são os grandes compradores", disse ele. |
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Árabes encomendam US$ 123 bi em armas americanas
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/21/arabes-encomendam-us-123-bi-em-armas-americanas
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essas compras de armas tem que ser cortadas, so assim as guerras nos paises arabes podem acabar
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