quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Cosan planeja segunda fase de expansão

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/23/cosan-planeja-segunda-fase-de-expansao
Cosan planeja construir quatro novas usinas
Autor(es): Fabiana Batista | De Caarapó (MS)
Valor Econômico - 23/09/2010
A Cosan prepara, com a discrição necessária, a segunda fase do seu plano de expansão da capacidade de moagem de cana. No primeiro estágio, pretende atingir 70 milhões de toneladas em três anos, apenas com a ampliação das usinas já existentes. Em seguida, a meta é ir para 100 milhões ou 110 milhões de toneladas. "Dinheiro não é problema", disse ao Valor Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da companhia durante inauguração de uma unidade em Caarapó (MS). O programa inclui quatro projetos de usinas a serem construídas a partir do zero, duas em Goiás, uma em Naviraí (MS) e outra em Andradina.



Além do projeto de atingir 70 milhões de toneladas de capacidade de moagem de cana nos próximos três anos só com a ampliação de usinas existentes, a Cosan planeja a sete chaves como se dará sua nova onda de crescimento em açúcar, álcool e energia. Hoje, a companhia tem condições de moer 63 milhões de toneladas por ano.
Em entrevista ao Valor, Rubens Ometto, presidente do Conselho de Administração da companhia, disse que o plano que está sendo desenvolvido visa traçar os próximos passos da empresa, que quer superar a marca de 100 milhões de toneladas de capacidade instalada nos próximos anos. "Podemos ir para 100 milhões, 110 milhões de toneladas de moagem. Dinheiro para nós não é problema", afirmou Ometto, referindo-se à geração de caixa esperada com as operações sucroenergéticas, de logística (Rumo) e de distribuição de combustíveis, que se agigantou com a associação com a Shell. "Essa parceria também reduziu substancialmente o nosso endividamento que está zerado", disse Ometto.
Na mesa de planejamento estão sendo consideradas três estratégias: projetos "greenfields" (usinas construídas a partir do zero), "brownfields" (ampliação) e aquisições. Somente de "greenfields", a Cosan tem quatro projetos de usinas - duas em Goiás, uma em Naviraí (MS) e uma em Andradina (SP). "Alguns desses já têm até licenças para serem construídos, como é o caso de Naviraí", acrescentou o presidente da Cosan Açúcar e Álcool, Pedro Muzutani, que acompanhava ontem Ometto na inauguração da usina Caarapó, localizada em município de mesmo nome, em Mato Grosso do Sul.
Em cada unidade projetada para Goiás será possível atingir moagem de 8 milhões de toneladas de cana. "Considerando os três projetos da região [um deles, Jataí (GO), já está em operação], temos condição de ter 24 milhões de toneladas de capacidade", disse Ometto. Os projetos de Andradina e Naviraí têm potencial para agregar mais 10 milhões de toneladas.
Os projetos "greenfield" animam o empresário, mas o que parece mais empolgá-lo é o desafio de comprar usinas. Aquisições são a marca registrada de Ometto, como lembra seu agora sócio, Roberto Rezende Barbosa, fundador da NovAmérica e até meados de 2009 proprietário da marca de açúcar União, hoje nas mãos de Ometto. "Ele pegou gosto pela coisa ainda nos primórdios do negócio, quando criou o nome Cosan, fruto da fusão das iniciais das usinas Costa Pinto e Santa Bárbara. Depois, não parou mais", brinca Rezende.
Mas Ometto avisa que não vai pagar caro, mesmo com muito dinheiro no bolso. Ele reconhece que a concorrência pelos ativos está maior, com multinacionais pagando preços elevados, mas observa bem de perto [a Cosan participa de quase todas as negociações de ativos à venda], à espera do melhor momento de dar o xeque-mate.
"Quem paga caro, depois volta. Vão surgir oportunidades. Tem gente que cresceu muito e que está com a equação financeira apertada", disse. Soma-se a isso, continuou ele, o fato de que o setor está ficando bastante sofisticado, o que acentuará essa seleção natural. "As empresas terão que investir cada vez mais em logística, ganhos de produção, meio ambiente, etc, para reduzir custos e atingir padrões elevados de qualidade", previu.
Ometto evita falar sobre os investimentos que serão necessários para quase duplicar no longo prazo a capacidade de moagem da companhia. "Depois a CVM [Comissão de Valores Imobiliários] vem atrás de mim". Adiantou, contudo, que os "brownfields" são prioritários, por permitirem que a Cosan cresça com metade do investimento que seria feito em uma usina nova. "Trata-se de US$ 40 por tonelada, valor que é de US$ 100 para um projeto greenfield".
Diante de todas essas possibilidades, com baixa alavancagem e dinheiro, Ometto ainda não arrisca divulgar prazos. "Pode ser que boas oportunidades de aquisição surjam e nos possibilite crescer mais rápido", ponderou. Ao que tudo indica, a consolidação está apenas começando.


Disputa pela Potash expõe o tamanho dos desafios da Vale

Autor(es): Fernando Lopes | De São Paulo
Valor Econômico - 23/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/23/disputa-pela-potash-expoe-o-tamanho-dos-desafios-da-vale

A disputa que ganhou corpo a partir da oferta - primeiro amigável, depois hostil - apresentada pela anglo-australiana BHP Billiton pela canadense PotashCorp. não só dá a medida da onda global de consolidação e novos investimentos que tomou conta do segmento de fertilizantes e do tamanho do desafio enfrentado pela brasileira Vale para cumprir a meta de se transformar no segundo ou terceiro maior player do mercado nos próximos anos.
Acompanhada com interesse mundial desde que foi colocada sobre a mesa, em meados do mês passado, a proposta da BHP pelo controle da Potash, hoje a maior companhia de fertilizantes do mundo, é de US$ 39 bilhões - "apenas" US$ 1 bilhão a menos que o valor de mercado previsto pela Vale para sua nova divisão de fertilizantes quando todos os projetos que estão sendo desenvolvido nesta frente no momento estejam produzindo a todo o vapor.
E não são poucos. Com investimentos estimados em US$ 12 bilhões até 2014, a Vale mantém projetos de expansão da capacidade de produção de matérias-primas para fertilizantes derivadas de potássio e fostato no Brasil, na Argentina, no Canadá e em Moçambique. Trata-se de uma variedade e de um montante total de aportes no segmento nunca antes colocados em marcha por uma única empresa radicada no Brasil, multinacional ou não - daí a histórica dependência do país de nutrientes importados.
"As projeções de crescimento da demanda mundial por alimentos, que implicam produtividade agrícola crescente, fizeram o mercado de fertilizantes mudar de patamar", diz Mário Barbosa, diretor-executivo da Vale e presidente da nova Vale Fertilizantes e da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Desde 1992 Barbosa liderava a divisão de fertilizantes da americana Bunge no Brasil, que foi adquirida pela Vale neste ano. O negócio com a Bunge deu à Vale o controle da Fosfertil, maior fabricante nacional de matérias-primas para adubos, ratificado com a posterior aquisição das participações minoritárias que outras empresas, estrangeiras e nacionais, também tinham na Fosfertil. No total, Bunge e Fosfertil custaram à Vale US$ 4,7 bilhões.
A transação entre Vale e Bunge inaugurou uma nova era para o segmento também no Brasil. A tendência já podia ser percebida com todas as suas cores no mercado internacional, mas foi a partir desse negócio que ficou claro para os players brasileiros que os investimentos mais importantes na expansão da produção de fertilizantes ficariam agora a cargo das grandes mineradoras. O próprio CEO da Bunge, o brasileiro Alberto Weisser reconheceu que não era mais possível para um grupo com foco no agronegócio brigar com as mineradoras na prospecção e exploração de novas jazidas de fosfato e potássio para fertilizantes, uma vez que os investimentos para isso são cada vez mais vultosos.
Estimativas da Bunge do início deste ano davam conta que, para cada 1 milhão de toneladas "novas" do principal derivado do fosfato destinado a adubos, eram necessários aportes de US$ 1,5 bilhão. Nos potássicos, eram US$ 1,3 bilhão para cada milhão de toneladas adicionais, e no caso dos nitrogenados - que completa o trio fundamental de fontes de nutrientes para fertilizantes -, eram também US$ 1,5 bilhão.
Nesse contexto, projeções de aumento de consumo global recentemente divulgadas pela IFA, a associação internacional das indústrias do segmento, mostram que serão necessários mais de US$ 25 bilhões só para atender ao incremento até a safra 2014/15. Barbosa não tem detalhes, mas informou ao Valor que, em um prazo mais longo, a IFA prevê investimentos entre US$ 80 bilhões e US$ 100 bilhões na expansão mundial da oferta. Não por acaso, portanto, a briga ficou mais bem acirrada no mercado.
Para fazer frente à BHP, o grupo chinês Sinochem vem tentando reunir parceiros e atrair o governo de seu país para entrar na disputa pela Potash. Barbosa disse que nem como parceiro tem interesse na Potash. Outra frente de possível investimento da Vale apontada por fontes do ramo, que é a aquisição, no Brasil, da Copebrás - segunda maior fabricantes de matérias-primas para fertilizantes do país e posta à venda por seu controlador, o grupo Anglo American - também foi rechaçada pelo executivo. Para ele, é hora de amadurecer os projetos em curso, reuni-los em um único "guarda-chuva" e abrir o capital desta que será a Vale Fertilizantes, movimento previsto para o primeiro semestre de 2011. Mas, é claro, novas aquisições não estão descartadas.


Importação de leite cresce 17% até julho

Correio Braziliense - 23/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/23/importacao-de-leite-cresce-17-ate-julho

Compra de queijos estrangeiros disparou 93% este ano, conforme dados do Ministério da Agricultura. Produtores se dizem preocupados


A invasão estrangeira de leite e derivados já preocupa os produtores do país. As importações de lácteos comparadas com as de exportações apresentaram um saldo negativo de US$ 87,9 milhões na balança comercial de janeiro a julho de 2010. A entrada desses produtos no Brasil cresceu 17,8% nos sete primeiros meses do ano, segundo o Ministério da Agricultura. Entre os derivados, o ingresso de queijo aumentou 93% e o de soro de leite 41,5%.

Desde 2009 o mercado de lácteos sofre perdas. Depois de registrar um saldo positivo de mais de US$ 328 milhões em 2008, a crise internacional afetou as exportações. No ano passado, as receitas ficaram no vermelho em um total de US$ 99,3 milhões. Na avaliação do presidente da Comissão de Leite da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Rodrigo Alvim, a forte presença de importados no mercado brasileiro é consequência da política cambial, já que o Brasil é autossuficiente na produção desde 2001.

O integrante da CNA acredita que o real está sobrevalorizado, o que encarece o produto nacional no mercado externo e facilita a importação. Outro ponto que pesa sobre os produtores, na opinião de Alvim, é o alto valor dos impostos que se traduz em mais despesas. “Existe o interesse de algumas indústrias em comprar leite de outros países. Supermercados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul já compram o leite UHT (de caixinha) do Uruguai”, disse Alvim.

Safra 
O clima será o fator que vai decidir os rumos do mercado de lácteos em 2010. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) indica que o fenômeno La Niña deve prolongar o período de seca e estiagem no país até outubro e adiar o início da safra. As pastagens ruins podem diminuir a expectativa de aumento de 5% na produção em comparação com o ano passado. O Brasil produziu 26,7 bilhões de litros de leite em 2009, segundo estimativa da CNA. A solução para amenizar perdas com problemas climáticos seria o investimento na compra de rações.

Entretanto, o assessor técnico da CNA, Bruno Lucchi acredita que a queda de 13,35% no preço pago ao produtor de maio a agosto, aumentaria ainda mais as despesas dos empresários que estão sem capital de giro. A forte seca na Rússia também elevou o preço do trigo, cereal que é base do suplemento para o gado.

Tudo isso faz com que o valor pago pelo consumidor por alguns lácteos já supere a inflação de 3,14% registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, de janeiro a agosto de 2010. O preço do leite pasteurizado, por exemplo, subiu 13,47% — quatro vezes mais — e do leite em pó, 6,46% no acumulado dos oitos primeiros meses, de acordo com o IPCA. Na avaliação do economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz, a falta de chuvas vai impactar as despesas dos produtores, que precisarão comprar ração para engordar o gado.

O número
US$ 87,9 milhões
Deficit da balança comercial de lácteos de janeiro a julho de 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário