http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/23/ny-pode-usar-software-da-policia-de-sp
Autor(es): Cibelle Bouças | De São Paulo | ||||
Valor Econômico - 23/09/2010 | ||||
O Departamento de Polícia da Cidade de Nova York (NYPD), tido como um dos corpos policiais mais bem preparados do mundo, está interessado nas tecnologias desenvolvidas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo. As corporações fizeram um acordo de colaboração em tecnologia e, em outubro, uma equipe da PM paulista vai a Nova York apresentar software desenvolvido pela instituição. "Compramos equipamentos de multinacionais que também atendem à Polícia de Nova York e fomos indicados por fornecedores para exportar sistemas que desenvolvemos e eles não têm", afirma o diretor de telemática da Polícia Militar do Estado de São Paulo, coronel João Antonio Ferreira. A instituição mantém uma reforçada estrutura de tecnologia da informação (TI). Uma equipe de 290 policiais e 130 profissionais de tecnologia da informação (TI) contratados pela corporação é responsável pelo desenvolvimento de programas e aplicações usadas pela PM de são Paulo. Entre os policiais especializados, 17 possuem mestrado ou doutorado. Desde 1986, a corporação desenvolveu aproximadamente 400 aplicações de segurança, de acordo com Ferreira. Uma das tecnologias que interessaram à polícia nova-iorquina é uma arquitetura de software que integra sistemas de chamadas telefônicas, bancos de dados sobre criminosos e posicionamento de viaturas, reunindo todas as informações em um mapa. "Esse mapa permite visualizar onde é feita a chamada, que criminosos frequentam a região e qual viatura está mais próxima para prestar o atendimento", diz o coronel Ferreira. O software foi criado em 2002 e passou por reformulações desde então. O mapa é na verdade resultado da união de alguns programas desenvolvidos separadamente pela Polícia Militar. Um deles é o sistema de informações operacionais, no qual são registradas e classificadas todas as chamadas recebidas pela Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros. A primeira versão do software foi desenvolvida pela instituição em 1986. A PM recebe, em média, 4,5 milhões de chamadas por mês em todo o Estado. Esses telefonemas são registrados e classificados e os pedidos de atendimento são repassados para a viatura mais próxima do local do incidente. A transmissão é feita por rádio ou intranet, no caso de viaturas equipadas com notebook - hoje, 3 mil das 17 mil viaturas em uso no Estado possuem computadores. Outra tecnologia criada pelos policiais é o Fotocrim, um banco de dados com 400 mil fotos de ex-presidiários e dados que ajudam na identificação dessas pessoas, como locais que frequentam, relações que mantêm com outras pessoas que passaram pelo sistema prisional, tatuagens, cicatrizes ou outra característica que ajude na sua identificação. A primeira versão foi criada em 1997. "A inclusão de todos esses dados no mesmo mapa facilita a definição da melhor estratégia de segurança", diz o coronel Ferreira. Esse mapa está disponível nas unidades de comando da PM. Neste ano, o órgão investiu R$ 12 milhões na implantação dos notebooks nas 3 mil mil viaturas, para que os policiais tenham acesso aos mapas. Os veículos também foram equipados com duas câmeras cada, que transmitem para a central da Polícia Militar imagens do local do crime à frente e atrás da viatura. "O sistema aumenta a segurança para o policial porque permite que a equipe na central o informe sobre alguma atividade suspeita que ele não conseguiu perceber", observa Ferreira. De acordo com o coronel, até 2012, a Polícia Militar investirá outros R$ 15,2 milhões para equipar as outras 14 mil viaturas com câmeras e computadores. "Depois de uma pesquisa, a Polícia Militar optou por adotar tablets em vez de notebooks, por ser uma plataforma mais amigável e com melhor relação custo-benefício", diz. Nas ruas também existem equipamentos que ajudam no trabalho policial. Nas regiões com maior incidência de crimes na cidade de São Paulo, a Polícia instalou 260 câmeras, sendo 130 fixas, ligadas por cabo ao centro de comando, e outras 130 câmeras móveis, que fazem a transmissão das imagens por radiofrequência. No ar, a Polícia Militar mantém 18 helicópteros equipados com "olhos de águia", que fazem o monitoramento em cidades com mais de 200 mil habitantes. Esse sistema é composto por um conjunto de seis câmeras, que monitora as atividades nas ruas e faz a transmissão de imagens em tempo real para a central de dados em terra. "O sistema permite dar um "zoom" de até quatro quilômetros com alta qualidade de imagem. Por ele é possível identificar suspeitos e placas de veículos roubados, por exemplo", observa o coronel Ferreira. Ao todo, a Polícia Militar tem 2 milhões de dispositivos eletroeletrônicos, contabilizando R$ 1,1 bilhão em ativos. O orçamento para a área é de R$ 108 milhões por ano. De acordo com o coronel Ferreira, essas tecnologias permitiram à PM organizar melhor as estratégias de segurança e, com isso, reduzir os índices de criminalidade no Estado. O número de homicídios passou de 6.304 no segundo trimestre de 2005 para 4.880 no mesmo intervalo de 2009 e 4.696 neste ano - queda de 25,5% desde 2005. A Polícia Militar paulista faz uso de tecnologias desde 1932, quando instalou a unidade de telecomunicações. As tecnologias desenvolvidas pela instituição são usadas no Estado pela Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Técnica Científica, Secretaria de Administração Penitenciária de Presidente Prudente, Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, CET, Samu e Corpo de Bombeiros. As Polícias Militares do Acre, Piauí e Amazonas também adotaram tecnologias desenvolvidas pela PM de São Paulo. Saab terá centro de pesquisas no Brasil
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