quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Mesmo com a crise, um milhão de brasileiros deixou a pobreza em 2009

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/mesmo-com-a-crise-um-milhao-de-brasileiros-deixou-a-pobreza-em-2009
Mesmo com a crise, um milhão de brasileiros deixou a pobreza em 2009
Autor(es): Agência O Globo/Fabiana Ribeiro, Cássia Almeida e Letícia Lins
O Globo - 09/09/2010
Distribuição de renda melhorou, mas em ritmo menor que em outros anos

A despeito de uma das maiores crises internacionais desde a Grande Depressão dos anos 30, um milhão de brasileiros deixou a pobreza no ano passado. Nos cálculos do economista Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais (CPS) da Fundação Getulio Vargas (FGV), o número de pobres caiu de 29,8 milhões para 28,8 milhões em um ano que representam agora 15,32% da população brasileira e não mais os 16,02% do ano anterior.

O economista considera pobre quem tem renda familiar per capita de até R$ 140.

A renda familiar per capita subiu 2,04% de 2008 para 2009, mesmo com um aumento do desemprego no país. E isso ajudou a reduzir a desigualdade, especialmente em tempos de crise afirmou Neri, acrescentando que, considerando a renda familiar per capita de meio salário mínimo (ou R$ 232,50, pelo piso de 2009), 3,5 milhões de pessoas deixaram a pobreza no ano passado.

A distância entre ricos e pobres também foi reduzida. Segundo Neri, os 40% mais pobres tiveram um aumento na renda domiciliar per capita de 3,15%, com ganho médio de R$ 294. Já a renda dos 10% mais ricos subiu 1,09%, para R$ 2.566. Vários fatores ajudaram a explicar a queda na desigualdade, como reajustes do mínimo, a Bolsa Família e o desempenho do mercado de trabalho.

Emprego formal fez aumentar renda O Índice de Gini, medida de distribuição de renda que, quanto mais próximo de um mais desigual é a sociedade, caiu de 0,521 para 0,518 no mercado de trabalho. Numa velocidade menor que em outros anos. Para Sonia Rocha, economista do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets), essas oscilações já aconteceram em outros anos: Ainda não se configura uma tendência. Não quer dizer que está se esgotando. É espantoso que a distribuição de renda continue melhorando. O impacto da escassez de mão de obra qualificada não tem afetado a distribuição.

Nas famílias, a distribuição de renda também melhorou. O Índice de Gini passou de 0,514 para 0,509. E o principal fator foi o mercado de trabalho, segundo Sonia: A renda do trabalho responde por 75% dos rendimentos das famílias. Sem dúvida, o aumento do salário mínimo foi um dos componentes. Além disso, a cultura da formalização está aumentando.

Há um interesse das empresas em se formalizar para ter acesso a crédito e a compras governamentais.

Para o economista Sergei Soares, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), essa melhora mais lenta na distribuição de renda pode representar, sim, uma eficácia menor dos programas sociais.

Porém, a desigualdade deve continuar caindo pelos fatores demográficos e educacionais.

A sociedade ainda é muito desigual Com ensino fundamental completo, Eliel Carvalho da Silva, de 22 anos, fazia biscates até os 18 anos, quando o seus rendimentos não atingiam, sequer, metade do salário mínimo.

Aos 20 anos, conseguiu seu primeiro emprego com carteira assinada, no qual ficou até julho passado. Não ficou um mês sem trabalho. Mesmo sem ser qualificado, ele já conseguiu outra vaga, como servente de construção em Recife.

No feriado de 7 de setembro, Silva trabalhava na reforma de uma agência bancária no bairro de Casa Forte, com companheiros que chegaram a passar até uma década sem trabalho formal. Silva ganha mais de um salário mínimo R$ 530, com direito a alguns outros benefícios sociais. Apesar do dinheiro não ser muito, está com as contas em dia. Ele está se programando agora para comprar uma geladeira, mas não quer se endividar.

Espero fazer isso em 2011 e estou poupando para comprar à vista e com desconto afirma Silva.

Para o diretor do Instituto de Economia da UFRJ, João Saboia, apesar das melhoras, ainda há muito a avançar.

A escolaridade é menor que de nossos vizinhos. A sociedade ainda é muito desigual.


Crise fez desemprego crescer 18%, diz Pnad
A crise de 2009 gerou alta de 1,3 milhão no total de desempregados do país, aumento de 18,3% em relação a 2008, o maior da década, segundo a Pnad, do IBGE.

A renda teve avanço de 2,2%, ficando com ganho médio de R$ 1.106. Mesmo em ascensão desde 2005, o patamar ainda é menor que os R$ 1.144 de 1996. (FSP. págs. 1 e A4)


Carteira
» Ministro Paulo Bernardo comemora dados de pesquisa que apontam para a formalização da força de trabalho brasileira. Entre 2004 e 2009, 7,1 milhões de trabalhadores passaram a ter acesso à proteção social



Doméstico tem ganho de 7,1%

Autor(es): Vera Batista e Mariana Mainenti
Correio Braziliense - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/domestico-tem-ganho-de-7-1
Ritmo de expansão das remunerações da categoria é mais de três vezes superior ao do contingente geral da economia.
Nehil Hamilton/CB/D.A Press - 24/5/99
Em busca de uma vaga: informalidade no setor é maior do que a do campo

A renda dos empregados domésticos com carteira assinada foi a que mais cresceu entre todas as categorias de trabalhadores no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a remuneração média mensal do segmento aumentou 7,1% de 2008 para 2009. O ritmo de expansão foi mais de três vezes superior ao do conjunto da força de trabalho nacional, que teve um ganho de apenas 2,3%. [Casa-Grande; subdesenvolvimento; serviço; configuração de nebulosa do pólo dinâmico]

No Brasil, o salário médio do doméstico formalizado cresceu de R$ 547 para R$ 586. Os rendimentos de seus colegas no Centro-Oeste passaram de R$ 539 para R$ 567, uma alta de 5,2%. “É uma questão complicada de analisar. Ou houve um acréscimo na oferta desses profissionais em Brasília, o que fez os salários subirem menos em termos percentuais, ou eles deixaram as antigas vagas e passaram para a qualidade de diaristas, sem as garantias trabalhistas”, explica Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad.

Em média, as mulheres ganhavam 67,1% do salário recebido pelos homens em 2009 — essa proporção era de 63,6% em 2004. “A desigualdade está se reduzindo pela inserção da mulher no mercado de trabalho”, disse o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Nunes.

Desigualdade
O número de trabalhadores domésticos com mais de 10 anos de idade somou 7,2 milhões em 2010, ante os 6,6 milhões verificados na Pnad de 2009. Além disso, o percentual desses empregados que possuem carteira assinada passou de 26,8% para 27,6% do total. Persiste a desigualdade entre os sexos. Entre os homens, a participação dos formalizados foi de 41,4% para 44,8%. Entre as mulheres, subiu de 25,8% para 26,3%.

Embora tenha havido uma ligeira melhora, a informalidade dos domésticos continua a superar até mesmo a do trabalho agrícola, área na qual a participação dos legalizados encolheu de 38,6% para 35,1%, evidenciando os fortes efeitos da crise econômica no campo. [Senzalização geral - e não o contrário, ie, por desdobramento da CG.]

No trabalho doméstico, as mulheres continuam sendo a esmagadora maioria: 6,7 milhões de empregadas, ante 504 mil do sexo masculino. Esse fenômeno ocorre em todas as atividades, embora os indicadores apontem uma mudança.



34,4 milhões com carteira assinada

Autor(es): Mariana Mainenti
Correio Braziliense - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/34-4-milhoes-com-carteira-assinada
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios aponta um novo recorde na formalização dos trabalhadores urbanos em 2009.
Iano Andrade/CB/D.A Press
Agora, sei exatamente quanto vou receber no fim do mês e ainda tenho benefícios, como planos de saúde e odontológico e vale-refeição e vale-transporte”
Manuella Beatriz Santos Vieira, caixa de livraria

Valério Ayres/Esp. CB/D.A Press - 29/7/10
      A formalização do mercado de trabalho contribuiu para amenizar o impacto da crise econômica no Brasil”
      Eduardo Nunes, presidente do IBGE

Aos 18 anos, a estudante de biologia da Universidade de Brasília Manuella Beatriz Santos Vieira deu em 2010 uma guinada na vida. Decidiu deixar de lado a loja virtual de produtos temáticos que criou em parceria com a irmã, Marina, 17 anos, após participar de um curso de empreendedorismo quando estava no ensino médio. Em troca, preferiu ingressar no grupo dos que preferem os direitos e a estabilidade da carteira assinada aos altos e baixos de ter um negócio próprio. A oportunidade surgiu com a abertura do Shopping Iguatemi em Brasília. Em abril, ela foi chamada para trabalhar numa grande livraria e deixou de investir no futuro como microempresária para realizar um novo sonho.

“Sou amante de livros. Era cliente da livraria e sempre quis trabalhar aqui. Agora, estou empregada em um local de que gosto, com a vantagem de ter mais estabilidade”, afirma Manuella, para quem a maior previsibilidade do emprego fixo de caixa faz diferença. “Trabalhando por contra própria, há uma variação muito grande na renda. Em alguns meses, eu ganhava bem, mas em outros, não. Agora, sei exatamente quanto vou receber no fim do mês e ainda tenho benefícios, como planos de saúde e odontológico e vale-refeição e vale-transporte.”

Com a instabilidade econômica gerada pela crise internacional, histórias como a de Manuella se repetiram em todo o país. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que o número de empregados com carteira assinada passou de 33,7 milhões em 2008 para 34,4 milhões em 2009, o que indica um crescimento da participação desse grupo de 36,4% das pessoas ocupadas no país para 37,1%. O número é recorde. No mesmo período, 289 mil pessoas deixaram de trabalhar por conta própria no Brasil e o número de empregadores caiu de 4,1 milhões para 3,9 milhões.

O trabalho por contra própria é, muitas vezes, uma forma de escape de quem já está na informalidade por não ter conseguido se inserir no mercado de trabalho. Mas, no momento em que surge uma oportunidade, a pessoa opta por se formalizar”, avalia o gerente de Integração da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) à Pnad, Cimar Azeredo. “A carteira assinada continua sendo um sonho para os brasileiros que contribui, inclusive, para a saúde do trabalhador por gerar maior previsibilidade. A estabilidade que a pessoa quer é, no fim do mês, ter o salário dela.” [Prefere-se a condição de agregado à de pequeno-burguês. Avesso dos EUA, sem a securidade do welf. Crescimento, na periferia, é concentração. Evidência de que os direitos são um benefício do mercado, e não da cidadania.]

O maior índice de formalização é um contraponto positivo a um dado preocupante. Em 2009, o número de pessoas desocupadas no país passou de 7,1 milhões para 8,4 milhões. Esse dado representa uma alta de 18,5% em relação ao nível de 2008. Excluindo-se o trabalho na área rural, é a maior elevação do desemprego na década. Isso significa que a situação de desocupação gerada pela crise econômica foi maior do que o que vinham mostrando indicadores divulgados anteriormente.

“O primeiro semestre foi de impacto muito forte na economia brasileira. Foi menor no segundo, a ponto de o PIB só cair 0,2% em 2009. A formalização do mercado de trabalho contribuiu para amenizar o impacto da crise econômica no Brasil. Mesmo que não tenha sido alterada a legislação trabalhista, a fiscalização está aumentando”, afirma o presidente do IBGE, Eduardo Nunes.

Além disso, o índice recorde de desocupação pode estar mostrando também que, passado o pior momento da crise, com a retomada da economia, as pessoas que ficaram desempregadas animaram-se a procurar emprego. Só entram no critério de desocupação os que seguem procurando uma colocação. Um índice que meça um nível muito baixo de desocupação pode evidenciar o chamado desalento, quando o desempregado desiste de tentar uma vaga.

Para o gerente da Pnad, o fato de ter havido mais formalização do mercado de trabalho é consequência de um quadro macroeconômico positivo. “Houve um maior número de pessoas desocupadas do que esperávamos. A PME vinha mostrando uma taxa de desemprego mais baixa. Mas o aumento da quantidade de pessoas com carteira assinada é um sinal de que as perspectivas são positivas”, analisa. Azeredo acrescenta que, em comparação com outros países, a taxa de desemprego no Brasil é inferior. “A crise foi um temporal pelo qual o país passou e vai sair sem muito sofrimento.”



O PAÍS DE LULA: ESGOTO EM BAIXA, CONSUMO EM ALTA

CRISE AFETA EMPREGO E POUPA RENDA
Autor(es): Agência O Globo/Cássia Almeida, Clarice Spitz, Rennan Setti e Martha Beck
O Globo - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/o-pais-de-lula-esgoto-em-baixa-consumo-em-alta

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2009), divulgada pelo IBGE, confirma que o acesso a bens duráveis cresceu, mas o país ainda vive o drama da falta de saneamento. O número de lares ligados à rede coletora ficou praticamente estagnado, caindo de 59,3% para 59.1%. O desemprego subiu na crise, mas o brasileiro comprou mais DVDs e máquinas de lavar
Desemprego sobe para 8,3% em 2009, mas salários aumentam 2,2%
Ainda sob os efeitos da crise financeira internacional, o Brasil viu sua taxa de desemprego subir de 7,1% para 8,3% no ano passado, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o mais amplo levantamento anual sobre as condições de vida dos brasileiros, divulgada ontem pelo IBGE. Mesmo com a alta no desemprego, o poder de compra dos trabalhadores ficou maior 2,2%, chegando a R$ 1.106. Excluindo-se a renda do Norte rural (área do país que só começou a ser investigada em 2004), a renda ficou em R$ 1.111, a maior desde 1998, amparada pelo ganho real de 6,39% do salário mínimo em 2009. E a formalização do mercado de trabalho bateu recorde.

A Pnad mostrou ainda redução no trabalho infantil, avanços na educação e no acesso a bens e serviços pelos brasileiros. Mas constatou que o país não conseguiu melhorar o saneamento básico, ausente em 40% dos lares do país, e que o analfabetismo ainda atinge quase 10% dos brasileiros.

O retrato do desemprego que a Pnad mostrou, no entanto, já é passado. A pesquisa foi às ruas em setembro do ano passado e, em julho deste ano, a taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país ficou em 6,9%, a menor desde 2002. E, apesar do aumento do desemprego em 2009, houve redução da pobreza e melhora na distribuição de renda. [Paradoxo que precisa ser explicado. As famílias aumentaram? Há mais dependentes? Mesmo com a diferença entre desalento e desemprego, redução de pobreza, vá lá... mas melhora na distribuição de renda?]

O que segurou o emprego foi o impacto da crise no Brasil. No primeiro semestre, os efeitos foram muito fortes, mas diminuíram no segundo semestre, a tal ponto que a economia só recuou 0,2%. A formalização do mercado de trabalho contribuiu para amenizar o impacto da crise disse Eduardo Nunes, presidente do IBGE.

Na análise dos especialistas, diante da crise financeira internacional, a maior desde 1929, o mercado de trabalho reagiu muito bem.

Tudo melhorou. Renda subindo, desigualdade caindo e escolaridade aumentando. Até mesmo o desemprego já foi superado. A Pnad mal chegou a captar os efeitos da crise, que se concentraram no último trimestre de 2008 e no primeiro de 2009.

A recuperação foi muito rápida, afirmou João Saboia, diretor do Instituto de Economia da UFRJ.

Até mesmo a taxa de desemprego, o lado ruim do mercado mostrado pela pesquisa, não significou corte de vagas.

O número de ocupados cresceu 0,3%, ou 294 mil. O que provocou a alta na taxa foi o aumento no número de desempregados, que chegou a 18,5%, a maior elevação desta década. Um milhão e 400 mil trabalhadores não encontrou uma vaga e isso fez a taxa subir. A indústria e a agricultura foram os dois setores que cortaram vagas em 2009, respectivamente, 2,8% e 2,4%. O primeiro setor foi o mais atingido pela crise, porém já está contratando. Os serviços domésticos foram os que mais aumentaram contratação: 9%. [Ah, tá! O terciário aumentou a contratação. Na indústria e na agricultura, vagas foram cortadas. Provavelmente, o desalento carreou alguma parcela para o desemprego, refletindo otimismo, cuja fonte de verdade são os serviços domésticos. Agora, sim, distribuição de renda, com menor produção de riqueza.]


Brasileiro nunca consumiu tanto, mas saneamento e educação patinam

Autor(es): Fernando Dantas
O Estado de S. Paulo - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/brasileiro-nunca-consumiu-tanto-mas-saneamento-e-educacao-patinam

Enquanto o consumo de bens duráveis manteve crescimento, caiu parcela de domicílios atendidos por rede de esgoto

Os avanços sociais dos últimos anos resistiram à crise de 2009, quando houve continuidade do aumento da renda, da expansão do consumo e da queda da desigualdade que já persistem há vários anos. Para os 10% mais pobres, porém, a expansão da renda perdeu fôlego.


Já o desemprego teve o maior salto desde 2001, com um aumento de 1,3 milhão de desocupados em relação a 2008. A renda real média do trabalho, por sua vez, ainda está abaixo do nível que prevaleceu entre 1995 e 1998.

Esses são alguns dos principais resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"A Pnad de 2009 mostra que, mesmo num ano de crise, o Brasil avançou na redução da desigualdade e da pobreza, o que é muito bom, mas é preocupante a queda no ritmo de aumento da renda dos 10% mais pobres", avalia Ricardo Paes de Barros, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), considerado um dos maiores especialistas na área social do Brasil.

Ele notou que a velocidade da queda da extrema pobreza diminuiu em 2009. No ano passado, segundo a linha de extrema pobreza do Ipea, 8,4% dos brasileiros estavam nesta situação, ante 8,8% em 2008, com queda de 0,4 ponto porcentual. Já a redução da extrema pobreza de 2007 para 2008 foi mais de três vezes maior, de 1,5 ponto porcentual, saindo de 10,3% em 2007.

A Pnad 2009 revelou ainda que, em algumas áreas nas quais o Brasil progride muito lentamente há décadas, incluindo os bons anos de 2004 a 2008, o ritmo permaneceu moroso no ano passado. É o caso, por exemplo, do saneamento básico, onde inclusive houve redução na proporção de domicílios atendidos por rede de esgoto ou fossa séptica ligada à rede de esgoto.

Por outro lado, manteve-se a tendência de crescimento do consumo de bens duráveis, com destaque para máquinas de lavar roupa, microcomputadores, celulares e aparelhos de DVD, que já estão em 72% dos domicílios.

Desemprego e renda. Segundo a Pnad 2009, a taxa de desocupação em setembro de 2009, quando a pesquisa foi a campo, foi de 8,3%, ante 7,1% no mesmo mês de 2008. Em números absolutos, o número de desocupados no Brasil saltou de 7,1 milhões para 8,4 milhões entre setembro de 2008 e 2009, uma alta de 18,5%, a maior desde 2002, período para o qual há dados comparáveis.

Cimar Azeredo, da área de trabalho do IBGE, ressaltou, porém, que o aumento do desemprego aconteceu com estabilidade da população ocupada. Os ocupados em setembro de 2009 eram 92,7 milhões, com uma leve alta de 0,3% ante 2008. A alta do desemprego, portanto, deveu-se ao crescimento de 1,6% na população economicamente ativa, que saiu de 99,5 milhões em 2008 para 101,1 milhões em 2010.

Apesar do salto nos desocupados, o mercado de trabalho teve bons resultados em termos de formalização, como o aumento de 58,8% para 59,6% (entre 2008 e 2009) do número de pessoas empregadas com carteira de trabalho assinada. O rendimento real médio do trabalho, por sua vez, subiu de R$ 1.082 para R$ 1.106 entre 2008 e 2009, com alta de 2,2%.

Ainda assim, a renda média do trabalho ainda está abaixo do nível entre 1995 e 1998, quando variou de R$ 1.113 a R$ 1.121, com um pico de R$ 1.144 em 1996. A distribuição de renda do trabalho continuou a melhorar em 2009, com uma queda do índice de Gini dos rendimentos de 0,521, em 2008, para 0,518, em 2010. [A verificar: melhora na distribuição de renda por iniciativa das camadas médias, cujo salário não aumentou em termos reais, mas consolidou-se: a diferenciação social - almejada, para a significação pessoal - em relação àqueles que passaram a consumir TI - por força quer da voga, quer de programas assistenciais, quer das "novas oportunidades" - é reempregá-los nos serviços domésticos.]

O índice de Gini varia de zero a 1, e, quanto maior, pior é a distribuição de renda. O Gini da renda do trabalho vem caindo desde 1993, quando atingiu 0,600. A queda de 0,3 do Gini em 2009, porém, representa uma desaceleração em relação ao ritmo de redução em 2007 e 2008, quando as melhoras foram de 1,3 e 0,7 .

Segundo Paes de Barros, a evolução do índice de Gini do rendimento familiar total per capita manteve em 2009 o ritmo dos últimos sete anos, que ele considera "maravilhoso". Segundo seus cálculos, o indicador passou de 0,544 em 2008 para 0,539 em 2010. A queda é de 1%, exatamente o ritmo anual desde 2002.

Trabalho infantil. O Brasil continuou a reduzir o trabalho infantil em 2009, quando foram registradas 4,25 milhões de pessoas de 5 a 17 anos trabalhando, ou 202.000 a menos que em 2008. O ritmo de queda, porém, foi menor, e houve um pequeno aumento do trabalho na faixa de 14 a 15 anos no Nordeste. [Onde a economia "mais cresce", o que denuncia com que caráter.]

A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais caiu de 10% em 2008 para 9,7% em 2009, com redução de 0,3 ponto porcentual, melhor do que o avanço de apenas 0,1 entre 2007 e 2008. A Pnad 2009 também confirmou o lento, porém progressivo avanço nos últimos anos do abastecimento de água, da coleta de lixo e da iluminação elétrica. Houve recuo em 2009, porém, para 59,1% (ante 59,3%) na proporção de domicílios ligados à rede coletora de esgotos, ou com fossa ligada à rede.


Moradia é prioridade

Autor(es): Victor Martins
Correio Braziliense - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/moradia-e-prioridade
Brasileiro destina maior parte do orçamento para adquirir a casa própria. Despesa supera a com móveis e alimentos.
José Varella/CB/D.A Press - 13/2/09
Desembolso com habitação alcançará R$ 545 bilhões este ano

O sonho da casa própria está tomando conta do orçamento e os financiamentos superando os gastos com itens básicos de consumo. Em 2010, os brasileiros irão desembolsar R$ 545 bilhões para sair do aluguel, de acordo com o estudo sobre hábitos de consumo IPC Maps. O montante é quase um quarto de tudo o que as famílias devem gastar no ano, recursos que sairão do bolso em prestações e estão impulsionando fortemente a demanda por crédito. Em agosto, essa procura avançou 3,6% frente a julho, atingindo o maior resultado desde 2003, quando o levantamento passou a ser feito pela Serasa Experian.

Além de moradia, o brasileiro também está em busca de geladeiras, fogões e outros itens duráveis e, mesmo após o fim do incentivo fiscal para a aquisição desses produtos, ele continua com uma sede insaciável por compras. “Todas as classes estão procurando mais crédito. Quanto maior a renda, mais se procura os financiamentos”, explicou Luiz Rabi, gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian. Marcos Pazzini, responsável pelo levantamento do IPC Maps, detalha a informação:

Questões básicas
Ainda de acordo com Pazzini, o brasileiro está consumindo mais e financiando todas essas compras. “Ele está comprometendo menos a renda com questões básicas para consumir com mais qualidade e adquirir itens de outras categorias, que antes eram inacessíveis”, ponderou. A casa própria ganhou tamanha importância no orçamento que, fora os gastos para adquirir uma residência, o brasileiro vai desembolsar mais R$ 539,3 bilhões com a manutenção do lar. Em contraponto, alimentar-se em casa, que um dia já ocupou o posto prioritário nas contas das famílias, terá um desembolso de R$ 222,3 bilhões este ano.

Em agosto, todas as faixas de rendimento pessoal mensal apresentaram crescimento em suas demandas por crédito. Pelos números da Serasa, os destaques foram os consumidores que ganham entre R$ 2 mil e R$ 5 mil mensais (alta de 4,3% frente a julho) e os que têm rendimento entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por mês (4,7%). No acumulado do ano, os consumidores de baixa renda, que ganham até R$ 500 por mês, continuam liderando a busca por crédito, registrando crescimento de 34,4% no período de janeiro a agosto de 2010 na comparação com igual período de 2009.
O grosso desses gastos são com o pagamento de prestações e aquisição de imóveis”
Marcos Pazzini, Coordenador do estudo do IPC Maps


Serviços voltam a atrair usuário
Zuleika de Souza/CB/D.A Press - 12/5/09
Depois de quatro meses ladeira abaixo, lojas como oficinas mecânicas retomam faturamento

Com o consumidor disposto a gastar por outros itens que não os de necessidade básica, o setor de serviços está bombando cada vez mais. Segundo o Índice de Confiança de Serviços (ICS), da Fundação Getulio Vargas (FGV), após quatro meses de quedas consecutivas o indicador recuperou-se e ainda retornou aos níveis pré-crise. Passou de 129,5 pontos em julho para 134,8 em agosto. O resultado indica que os empresários do setor estão confiantes nos negócios, tanto no presente como no futuro.

O momento é tão bom para quem trabalha com serviços que a quantidade de empresas no setor cresceu em ritmo explosivo. De acordo com o estudo IPC Maps, entre 2009 e 2010 houve um incremento de 18,8% na quantidade de empreendimentos do tipo no Brasil — o equivalente a quase 500 mil novos estabelecimentos no intervalo de apenas um ano. Impulsionados pela possibilidade de parcelar tudo, o brasileiro está consumindo fortemente serviços de oficina mecânica, saúde, ensino, lazer e cultura.

Essa situação favorável para os que investiram na área foi captada pelo estudo da FGV. Em agosto, a demanda chamou a atenção dos especialistas. Chegou ao segundo maior nível da série histórica (112,5 pontos), perdendo apenas para junho de 2008 (116 pontos). “A confiança está em alta e avançando”, constatou Jorge Braga, economista da FGV responsável pelo estudo. De mais de 2 mil empresários entrevistados, 23,3% avaliaram a demanda atual como forte e 10,8%, como fraca. Em julho, esses resultados haviam sido piores: 18,6% consideravam o momento como forte e 15,4%, como fraco.

O quesito que mede a situação atual dos negócios também registrou alta e chegou aos 121,8 pontos ao subir 7,3% frente a julho. O resultado é o terceiro maior da série histórica, abaixo apenas do resultado de agosto de 2008, quando a confiança no momento atual havia marcado 124,9 pontos.

O número
NOVO NEGÓCIO
Foram abertos quase
500 mil
empreendimentos entre 2009 e 2010, em reposta ao aquecimento da demanda

Corrida ao crédito

Enquanto as despesas com alimentação encolhem — e na mesma trajetória seguem os itens de vestuário, fumo e artigos de limpeza —, o brasileiro passou a consumir mais viagens, eletrodomésticos, produtos e serviços relacionados à saúde e a direcionar recursos também para a manutenção e aquisição de veículos. Tudo, é claro, parcelado. [A Globonews insiste que as compras significativas da nova classe média são feitas à vista, quando se trata de incremento e expansão do negócio próprio, mas parceladamente ou mediante financiamento, do imóvel e, com exceções, do automóvel. Mas não por empréstimo, a que recorrem os "pobres".] Com o surgimento da nova classe média e o mercado de trabalho pujante e mais formalizado, o crédito está cada dia mais fácil. Aliás, disparou.

Os consumidores com rendimentos mensais de até R$ 500 estão recorrendo em massa ao sistema financeiro. No acumulado do ano, até agosto, eles demandaram 61,6% mais crédito do que em igual período de 2009. A parcela da população com renda entre R$ 2 mil e R$ 10 mil também destaca-se na procura por financiamentos. Na comparação com um ano atrás, esse contingente de pessoas buscou 50,5% mais recursos em empréstimos.

O Nordeste, por exemplo, que ainda é considerado um mercado de consumo em amadurecimento por concentrar uma população de recursos escassos, tornou-se a região do país que mais tem feito uso de empréstimos e financiamentos. Em agosto, esses brasileiros demandaram 7,3% mais crédito do que em agosto. Nenhuma outra região buscou tantos recursos.

Confiança
O Sudeste figurou em segundo lugar, com avanço de 4,3% na variação mensal. “A região foi beneficiada pela recuperação da produção industrial. Gerou-se emprego na indústria e na construção civil, o que tem formalizado o mercado de trabalho e dado às pessoas acesso ao crédito”, justificou Luiz Rabi, da consultoria Serasa Experian. A empresa mostra que a confiança dos consumidores segue em alta em razão do mercado de trabalho aquecido, com aumento do emprego e da renda. Com esses ingredientes, o trabalhador sentiu-se estimulado a buscar mais crédito e arriscar-se em prestações.

No país, o resultado de agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, avançou 14,3%. No acumulado do ano, a alta está em 15,3%, em relação ao mesmo período de 2009. Para o restante do ano, a demanda por financiamentos deve continuar aquecida, mas não batendo recordes, como em agosto, avalia Rabi. “O Natal está chegando e com ele vem o 13º salário. Com a entrada desses recursos na economia, o segundo semestre vai ser um período de consumo muito forte.”



Desigualdade cai, mas rendimento dos muito pobres sobe menos

Autor(es): Chico Santos e Rafael Rosas
Valor Econômico - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/desigualdade-cai-mas-rendimento-dos-muito-pobres-sobe-menos
O rendimento médio real do trabalho cresceu 2,2%, chegando a R$ 1.106 por mês. A renda média mensal real por domicílio cresceu 1,5%, alcançando R$ 2.085. O Índice de Gini, que mede o grau de desigualdade de zero (igualdade plena) a um (desigualdade total), melhorou tanto pela renda do trabalho quanto do pela renda domiciliar. O desemprego aumentou, mas o emprego formal, de melhor qualidade, também. E a ocupação subiu, mesmo sem acompanhar o crescimento populacional.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada anualmente pelo IBGE, mostrou que a crise econômica iniciada em setembro de 2008 teve impacto, mas não foi suficiente para reverter a trajetória favorável da maioria dos indicadores sócio-econômicos brasileiros nos últimos anos. "Na verdade, esta não é uma Pnad tão boa quanto a do [começo do] real, nem como a do real do Lula [presidente Luiz Inácio Lula da Silva], de 2003 a 2008. Não é tão pungente, mas é um dado bastante razoável", destaca o economista Marcelo Néri, especialista em indicadores sociais da Fundação Getulio Vargas.
De 2008 para 2009, a Pnad mostra que o índice de Gini do rendimento do trabalho andou três milésimos a favor da redução da desigualdade, passando de 0,521 para 0,518, ritmo inferior aos dos outros anos. Os dados revelam também que desta vez, diferentemente dos últimos anos, a queda não beneficiou os 10% mais pobres da população que tiveram aumento zero no rendimento do trabalho, que foi de R$ 127 em média nos dois anos. No grupo seguinte, dos 10% a 20% mais pobres, o rendimento só subiu 0,65%. Em 2008, a renda deste dois grupos subiu muito mais - 4,1% e 6,9%.
Já os 10% mais ricos alcançaram uma renda média mensal de R$ 4.702, 1,75% maior do que em 2008 e, no topo da pirâmide, a faixa de 1% de renda mais elevada obteve ganho de 3,3%. Em 2008, esta parcela mais rica da população teve ganhos menores, de 0,3% e 1,1%, respectivamente.
O que sustentou a queda da desigualdade foram as camadas intermediárias de renda, os grupos na faixa entre R$ 459 e R$ 710 de receita média mensal do trabalho (a Pnad divide os grupos de renda de 10% em 10%). Para os analistas Sônia Rocha, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), e Jorge Abraão, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, o fenômeno tem a ver com a política de ganhos reais do salário mínimo.
Quando a conta é feita com base na renda domiciliar, que conta rendimentos de outras fontes que não a do trabalho, como aposentadorias, benefícios sociais (Bolsa Família, por exemplo) e outras fontes, o valor médio alcançado em 2009 foi mais bem distribuído, com crescimento de 1,46% entre os 10% mais pobres e de apenas 0,1% entre os 10% mais ricos.
Sônia, do Iets, avalia que os benefícios como o Bolsa Família são importantes, mas muito pequenos para influenciar de forma significativa nas estatísticas de renda e prefere, mesmo ressalvando ainda não ter estudado os números em detalhes, atribuir a melhora na distribuição da renda familiar -o Índice de Gini sob esse ponto de vista caiu de 0,514 para 0,509- a fatores como o próprio salário mínimo e a aspectos demográficos, como a redução do número de crianças e jovens (a população de 0 a 24 anos baixou em 642 mil pessoas em relação a 2008), liberando mais adultos para trabalhar.
Néri, da FGV, elaborou os dados da Pnad, transformando a renda bruta domiciliar em renda domiciliar per capita, concluindo que, apesar da crise, a renda média do brasileiro subiu no ano passado 2,04%, passando de R$ 618 para R$ 630. Ainda segundo suas contas, houve aumento de 3,15% na renda dos 40% mais pobres e de apenas 1,09% na dos 10% mais ricos, fazendo com que houvesse uma queda da taxa de pobreza do país de 16,02% para 15,32% da população, uma queda de 4,37%.
De acordo com Neri, os números significam que o total de pobres no Brasil ficou 1,02 milhão menor, passando de 29,86 milhões para 28,84 milhões. O economista trabalhou com a linha de pobreza adotada pela FGV que considera pobre quem ganha até R$ 140 por mês. Segundo ele, se a linha adotada for a de meio salário mínimo, o total de pobres foi reduzido em três milhões no ano passado.
O economista destacou o que considera uma discrepância entre os dados da Pnad e os das Contas Nacionais (medem o Produto Interno Bruto-PIB). Pelos dados do PIB, que caiu 0,2% no ano passado, cada brasileiro ficou cerca de 1,5% mais pobre em 2009, enquanto os números da Pnad mostram crescimento da renda.
Mesmo ressalvando que os números da pesquisa social tendem a convergir para os mesmos do PIB ao longo do tempo, Neri ressaltou a tese de um grupo de economistas, entre eles o Prêmio Nobel americano Joseph Stiglitz, de que não se deve olhar apenas para o PIB na hora de medir os avanços de um país ou região.
Para Abraão, do Ipea, os resultados da Pnad foram positivos se considerarmos que eles foram coletados em setembro de 2009, justamente no ponto de saída da crise. Para ele, a alta da taxa de desemprego, de 7,2% para 8,4%, "tem tudo a ver com a crise", bem como a queda de 57,5% para 56,8% no nível de ocupação (população ocupada em relação à população em idade ativa) de um ano para outro.
Apesar da pequena queda na taxa de analfabetismo, de 9,8% para 9,6%, dando sequência a uma redução histórica, Sônia, do Iets, destacou que a qualidade da educação segue sendo o calcanhar de aquiles da trajetória sócio-econômica brasileira.
Outro destaque levantado pelos analistas, neste caso negativo, foi o baixo crescimento do saneamento básico. Entre 2008 e 2009 a quantidade de domicílios com rede coletora ou fossa séptica ligada à rede coletora de esgoto pulou de 34,1 milhões para 34,6 milhões. Em números relativos, houve queda no volume de residências com esse serviço - de 59,3% do total em 2008 para 59,1% no ano passado.



Avanços e atrasos

Panorama Econômico - Míriam Leitão
Autor(es): Agencia o Globo
O Globo - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/avancos-e-atrasos

O Brasil há quase 20 anos vem mostrando, a cada Pnad, avanços e atrasos. Na telefonia, o número de casas com acesso ao serviço saiu de 19% em 1992 para 62% em 2002 e atingiu 85% em 2009. Aumento de 337%. Enquanto isso, o número de casas com acesso a esgoto e fossa séptica aumentou apenas 30%. Saiu de 46% para 60%. Mas o número é menor e piora em 2009 quando entra a área rural do Norte.
Os fatos não deixam dúvidas de que a privatização ampliou de forma impressionante a telefonia e que o avanço no saneamento básico foi lento no governo tucano e no governo PT. O IBGE fez uma série sem a área rural do Norte, em que o saneamento chega a 60% (vejam no gráfico). Com essa área, a cobertura cai de 59,3% em 2008 para 59,1% em 2009.

Na educação foi possível ver novos avanços, mas são absurdos os números de qualquer maneira. A taxa de analfabetismo caiu de 17,2% em 1992 para 9,6% em 2009, quase duas décadas para uma redução à metade do mais elementar dos indicadores educacionais. O governo Fernando Henrique derrubou a taxa de 15,5% para 11,9%. O governo Lula levou a 9,6%. Desempenhos pífios que deixam o Brasil com ainda 14,1 milhões de analfabetos, quase um Portugal e meio.

Na faixa etária acima de 25 anos, o analfabetismo é de 23,8% no Nordeste. Números completamente incompatíveis com o nosso propósito de ser um país desenvolvido.

Em todas as regiões caiu o analfabetismo funcional, mas ele chega a 30% no Nordeste. A presença na escola de crianças de 7 a 14 anos chegou a 98,1% em 2009. Aumentou 13 pontos percentuais de 1992 a 2002 e dois pontos percentuais até 2009. Pode-se dizer que o país completou a universalização do ensino nessa faixa e que a maior parte desse avanço foi no governo passado. Mas o risco é perder o adolescente: na idade entre 15 e 17 anos, 15% estão fora da escola.

Nos últimos anos houve aumento do percentual de trabalhadores com carteira assinada, mesmo assim, há 41% de trabalhadores informais ou 22 milhões de pessoas. A crise provocou um aumento de 18% no total de desocupados. Ao final do ano passado, o país tinha oito milhões de desempregados.

E olha o absurdo: enquanto o percentual de desempregados de 18 a 24 anos aumentou de 14,4% para 16,6%, de um ano para o outro, o Brasil ainda tinha quase um milhão de pequenos brasileiros trabalhando na idade entre 5 e 13 anos.

As oscilações econômicas atingiram diretamente a renda, para o bem e para o mal.

De 1992 a 1996, o rendimento médio real do trabalho aumentou 43,2%. Os ganhos desse período, sobretudo a partir de 1994, foram propiciados pelos efeitos da estabilização monetária do Plano Real, diz o IBGE. Mas aí vieram as crises. A renda caiu um ponto percentual por ano nos anos de 97 e 98, crises da Ásia e da Rússia.

Pior ainda foi em 1999, uma queda de 7%, na nossa crise cambial. No período de 2001 a 2004, a perda anual foi de 3,4%; o pior ano foi 2003, com queda de 7,4%. A partir de 2005, houve alta todos os anos: 7,4%; 3%; 1,7%; e até em 2009, ano de crise, houve aumento de 2,2% na renda.

Mesmo assim, não se voltou ao melhor ano em termos de rendimento do trabalho que foi 1996.

O país continua desigual, mas reduzindo o índice Gini que mede a desigualdade; continua melhorando na educação, mas a passos lentos; ainda tem índices absurdos de ausência de serviços públicos, mas melhorou muito em relação ao passado.

Quando se compara os dois períodos administrativos se vê avanços e atrasos em cada um deles. O Brasil tem melhorado, sem dúvida, mas às vezes com espantosa lentidão, como no caso do saneamento.

Às vésperas de um novo governo, o Brasil tem que olhar todos esses números para detectar acertos e erros dos governos anteriores. Para, assim, persistir nos acertos, acelerando o passo, e não insistir nos erros. Infelizmente, o debate eleitoral desse ano está completamente impedido pelo clima plebiscitário e de autocongratulação imposto pelo governo Lula.

Olhando sem a obsessão eleitoral, é possível encontrar a trilha para o progresso.






Analfabetismo atinge 14,1 milhões de pessoas

Autor(es): Agencia o Globo/Liana Melo, Rennan Setti, Letícia Lins e Demétrio Weber
O Estado de S. Paulo - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/analfabetismo-atinge-14-1-milhoes-de-pessoas

Na faixa de 6 a 14 anos, país tem 97,6% das crianças na escola. Cresce também o estudo entre adolescentes

O carroceiro Waldir Oliveira, pernambucano de 34 anos, não sabe ler nem escrever. Nem seu nome ele sabe assinar. É nas ruas de Recife que ele ganha a vida, catando material reciclável.

Waldir é um dos 14,1 milhões de brasileiros que engordam as estatísticas oficiais de analfabetismo.

Fazem parte da taxa de analfabetismo especialmente homens, com 15 anos ou mais, e, sobretudo, moradores do Nordeste do país. Entre a população de 50 anos ou mais, a taxa de analfabetismo no Nordeste chega a 40,1%.

O analfabetismo é um produto da sociedade brasileira, diagnostica o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, lembrando que, de 2008 para 2009, houve uma pequena redução do analfabetismo, de 10% para 9,7%.

É uma maldição do passado, diz especialista Dados da Pnad indicam que a taxa de escolarização, de crianças de 6 a 14 anos, cresceu 1,5 ponto percentual de 2004 para 2009, atingindo 97,6%. Já de 2008 para o ano passado, o maior crescimento registrado foi na faixa de 15 a 17 anos, que variou de 84,1% para 85,2%.

Laura Santos, de 15 anos, é um exemplo de quem luta para continuar estudando. Após trocar com a família o Centro do Rio pela Zona Oeste, a jovem foi obrigada a abandonar a escola.

A mudança ocorreu há um ano e, só recentemente, ela pôde voltar aos bancos escolares, após a família voltar ao antigo bairro. Laura hoje está cursando a 5ª série, à noite: "Estou conseguindo recuperar o que perdi".

O pesquisador do Ipea Sergei Soares está convencido de que o analfabetismo é uma maldição do passado, da qual não temos como escapar. A única forma de estancá-lo é parar de produzir analfabetos.

No Nordeste se concentram 19,8% dos analfabetos do país.

A segunda posição, entre as regiões com maior proporção de analfabetos, ficou com o Norte, com taxa de 10,6%, seguido por Centro-Oeste (8,0%), Sudeste (5,7%) e Sul (5,5%).

Apesar dessa taxa de analfabetismo, o consultor da Unesco para Educação, Célio da Cunha, está convencido de que o país fez progressos: Precisamos fechar a fábrica de analfabetos, porque tirá-los desta condição, sobretudo entre os mais velhos, é muito difícil.

Escola técnica deve ser prioridade do novo governo A proliferação de escolas técnicas no país, defende Cunha, deveria ser prioridade do próximo governo. Assim como atacar o analfabetismo funcional, aquele que atinge jovens acima de 15 anos, com menos de quatro anos de estudos completos. O analfabetismo funcional foi de 20,3% em 2009.

Em 2008, havia ficado em 21%.

Apesar de a taxa de analfabetismo ser maior até do que, inclusive, a população de Cuba de 11,2 milhões de pessoas o ministro da Educação, Fernando Haddad, ressalta o indicador de cobertura educacional. É que, segundo ele, está em sintonia com a elevação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, considerado principal indicador de qualidade do ensino brasileiro. Haddad está convencido de que o país atingirá a universalização, de 4 a 17 anos, até 2016. Ele ainda aposta que o analfabetismo pode cair para 6,7% em 2015, como prevê a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

4,3 milhões ainda no trabalho infantil

Autor(es): Agencia o Globo/Liana Melo, Letícia Lins e Ana Paula Carvalho
O Globo - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/4-3-milhoes-ainda-no-trabalho-infantil

Especialista teme que país não consiga cumprir a meta da OIT até 2016
O trabalho infantil seguiu em queda em 2009, mas ainda há 4,3 milhões de crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos, ocupados.

Em 2008, eram 4,5 milhões de menores trabalhando precocemente.

O Nordeste se manteve no topo das estatísticas (11,7%), ainda que tenha conseguido reduzir em 5,2% o trabalho infantil.

A menor taxa, por sua fez, foi encontrada no Sudeste (7,6%).

Coube ao Sul ficar com a segunda pior queda em relação ao trabalho infantil, perdendo para a Região Centro-Oeste. Apesar do declínio detectado pela Pnad, especialistas estão preocupados, porque 123 mil crianças, de 5 a 9 anos de idade, continuam trabalhando no país.

O adolescente pernambucano Filipe Henrique de Souza, de 13 anos, cursa a 8ª série e sonha em ser comerciante. De uma família de três irmãos, de 10 a 15 anos, ele alega trabalhar para ajudar a mãe, que está doente. Seu ofício é vender camarão na Praia da Boa Viagem, em Recife.

Dos 5.040 municípios brasileiros, 3.543 aderiram ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), do Ministério do Desenvolvimento Social.

Por considerar lenta a redução das estatísticas oficiais do trabalho infantil, o país estaria correndo o risco de não cumprir a meta de erradicação até 2016, como estipulado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). A previsão é da secretária do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Isa Maria de Oliveira.

Em Curitiba, por exemplo, as medidas governamentais parecem não ter êxito para retirar crianças das ruas. O trabalho infantil urbano é uma das preocupações dos especialistas, já que o perfil tradicionalmente é de trabalho infantil rural, informal e masculino. A conselheira tutelar de Curitiba, Sueli Machado, admite que sua maior dificuldade é tirar das ruas os chamados meninos de prata, que se pintam e fazem mímica.

Em tempo de expansão da economia, o trabalho infantil pode voltar a crescer, segundo Marcelo Neri, da FGV: Mas o inverso acontece quando a economia dá sinais de declínio. [...]





Centro-Oeste perde renda

Autor(es): Vera Batista
Correio Braziliense - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/centro-oeste-perde-renda
Diminuição dos pagamentos do trabalho é de 0,6% e marca a região como a única a ter queda no indicador.
Antônio Cunha/Esp. CB/D.A Press - 7/6/10
Crise mundial provoca retração nas receitas dos muito ricos e dos muito pobres do Planalto Central, enquanto a população com salários intermediários tem vantagens

O aumento da renda média real do trabalhador brasileiro, divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi o dado mais comemorado pelo ministro do PlanejamentoPaulo Bernardo. De acordo com o estudo, a renda cresceu 20% no país, entre 2008 e 2009. O melhor resultado, acima da média nacional, foi na Região Nordeste, com alta de 29%. A Região Centro-Oeste, no entanto, foi a única que apresentou queda (-0,6%), apesar de concentrar o maior nível de renda da nação.

Essa contradição, de acordo com Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad, aconteceu porque os ganhos da base e do pico da pirâmide social sofreram abalos no ano passado. Na Região Centro-Oeste, os muito ricos tiveram perdas de 2,8% nos rendimentos e os muito pobres viram suas rendas encolherem em 0,5%. No Brasil como um todo, os mais pobres tiveram aumento real de 5,9%. Maria Lúcia ressalta que os considerados muito ricos, no Centro-Oeste, estão entre os que recebiam, em 2009, acima de R$ 5.992. E os muito pobres eram os que viviam com até R$ 181.

A gerente da Pnad salientou que os trabalhadores na faixa intermediária de renda, no Centro-Oeste, passaram a ganhar mais. “Quem ganhava, na Região Centro-Oeste, entre R$ 181 e R$ 412, por exemplo, teve alta no rendimento médio de 4% entre 2008 e 2009. E quem recebia entre R$ 412 e R$ 468 elevou os ganhos em 6,8%”, ressaltou. Mesmo assim, a região ainda se mantém em segundo lugar entre as que apresentam a maior concentração de renda pelo Índice Gini (que mede o grau de desigualdade), que caiu de 0,552 para 0,540. O Centro-Oeste só fica abaixo da Região Nordeste (0,542). O Distrito Federal teve o maior Índice Gini (0,582), em 2009.

Com tamanho desequilíbrio social, na Região Centro-Oeste é onde se encontra o maior percentual de ricos. De acordo com a pesquisa, 3,1% da população ganham entre 10 e 20 salários mínimos; e 1,3% recebem acima de 20 salários mínimos. Os homens continuam recebendo mais que as mulheres. Estão entre os 3,6% com rendimentos entre 10 e 20 salários e são 1,8% que ostenta ganhos acima de 20 mínimos. Das mulheres do Centro-Oeste, 2,4% estão na faixa entre 10 e 20 mínimos e 0,6% vivem com ganhos acima de 20 salários. Os homens continuam ganhando mais que as mulheres em qualquer região. O rendimento médio deles no país está em R$ 1.180, enquanto suas parceiras ganharam R$ 634, em 2009.

Incremento
Os dados da Pnad mostram ainda que, em todo o país, o rendimento médio mensal cresceu 2,3%, considerando todas as fontes de renda, e chegou a R$ 1.088. Já a média de ganhos com o trabalho aumentou 2,2% e totalizou R$ 1.111. O incremento foi também comemorado pelo governo, apesar de ter ficado abaixo das altas registradas nas comparações entre 2006 e 2007, que foi de 3,1%, e do bom resultado verificado entre 2006 e 2005, com crescimento na renda média de 7,2%.

A justificativa dos técnicos do IBGE para esse tímido crescimento da renda dos trabalhadores entre 2008 e 2009 foram as perdas e ganhos decorrentes da crise econômica global.
Quem ganhava, na Região Centro-Oeste, entre R$ 181 e R$ 412, por exemplo, teve alta no rendimento médio de 4% entre 2008 e 2009. E quem recebia entre R$ 412 e R$ 468 elevou os ganhos em 6,8%”
Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad

Internet se propaga
Iano Andrade/CB/D.A Press
As três filhas da diarista Mara Izis contam com PC e internet em casa

O número de brasileiros que têm computadores e navegam pela internet não para de aumentar. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), das 58,6 milhões de residências existentes no país em 2009, cerca de 35% têm um PC e 27,4% acessam a rede mundial. Uma elevação média de 3,5 pontos percentuais nos dois casos em relação ao ano anterior. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste superam as médias nacionais e são os principais pólos tecnológicos do Brasil.

Na opinião de Maria Lúcia Vieira, gerente da pesquisa, considerando a série de aumentos do número de microcomputadores nas casas dos brasileiros desde 2001, existe a tendência de que o crescimento continue nos próximos anos. Vieira atribui essa elevação ao incremento da renda da população, à grande oferta de crédito e aos preços mais baratos dos bens e dos serviços. “Cerca de 41% da população têm acesso à internet, e existe a necessidade do cidadão de se inserir no mundo digital. O computador é o item que mais cresce, segundo a pesquisa.”

Essa expectativa se confirma no Distrito Federal (DF), onde 60,5% das casas possuem computadores, maior taxa do país. A diarista e vendedora de colchas Mara Izis Castro dos Santos, 31 anos, que está enquadrada na faixa de renda mensal de até R$ 800, comprou em abril deste ano um micro e contratou o serviço de internet para as três filhas. A mais velha, Lara Abigail Castro, 13 anos, é quem mais se beneficia e não preocupa mais a mãe com saídas para lan house. “Faço as pesquisas para trabalhos da escola com mais facilidade e posso conversar com os meus primos e tios que moram em outros estados nos chats de bate-papo”, conta a jovem. As mais novas, Sabrina Castro, 6 anos, e Samara, 8 anos, ainda usam pouco o computador. Preferem brincar na rua.

Entre jovens
O acesso à internet é mais comum entre jovens, de acordo com a Pnad, mas os adultos cada vez mais usam a tecnologia. Em 2009, nas faixas etárias de 10 a 14 anos, o percentual de acesso é de 58,8%, entre 15 e 17 anos subiu de 62,9% em 2008, para 71,1% e de 18 e 19 anos aumentou de 59,7% para 68,7%. Só 15,2% da população na faixa de 50 anos ou mais usam a internet, de acordo com a pesquisa.


CELULARES E AUTOMÓVEIS
O gerente de Integração da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) à Pnad, Cimar Azeredo, destacou o avanço da telefonia móvel. “Quando olhamos os números da Região Norte, vemos que o celular invadiu a floresta”, disse. Na região, 52,4% dos entrevistados declararam ter um celular, 10% a mais que a média nacional, que cresceu de 16,5% em 2004 para 41,2% em 2009. A pesquisa também investiga, desde 2008, a existência de automóvel ou de moto para uso pessoal nos domicílios. No ano passado, a pesquisa mostrou que 37,5% dos moradores tinham automóvel e 16,2% eram proprietários de motos. O Norte do país é a única região onde a porcentagem de motocicletas (20,9%) é maior do que a de automóveis (18%).

Expansão do aluguel

O número de casas alugadas aumentou 4,4% em 2009 quando comparado ao número de 2008. Dos 58,6 milhões de imóveis, 419 mil eram de habitações disponibilizadas para inquilinos. Por outro lado, o número de casas próprias ficou praticamente estável no período, subindo apenas 0,7% no ano passado.

Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A parcela de habitações postas para locação era de 17% no ano passado, contra 15,4% de 2004 e 16,6% de 2008. Outra curiosidade do estudo é o aumento dos imóveis ditos cedidos por seus ocupantes — são aquelas moradias que estão emprestadas pelos donos. De acordo com a Pnad, essa parcela representa 8,8% dos imóveis.

Na avaliação da gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira, esse incremento no volume de imóveis alugados está relacionado ao preço das moradias em relação ao salário da população. Ela destacou, no entanto, que o governo tem investido em programas de abertura de crédito como forma de permitir a compra da tão sonhada casa própria.

Um desejo que vem sendo suprido aos poucos. Tanto que de 2004 a 2009 foi registrado uma elevação de 13,4% no número de casas compradas pelos brasileiros. Neste ano, porém, o crescimento de 0,7% representam 322 mil imóveis. Dos 42,8 milhões de domicílios próprios apurados no ano passado, 2,5 milhões ainda estavam sendo financiados.

Também houve avanços nos domicílios com bens duráveis como fogão (98,4%), geladeira (93,4%), televisão (95,7%), máquina de lavar roupa (44,3%). O DVD, por exemplo, já está presente em 72% das casas em 2009, proporção 2,6 pontos percentuais acima da do ano anterior.

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