sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Exportação crescente

Curtas - Agronegócios

Valor Econômico - 17/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/17/curtas-agronegocios

Etanol no Japão

A partir de 2011, a Petrobras deve triplicar o número de postos de combustíveis do Japão que vão usar o E-3 (mistura de 3% de etanol na gasolina). Há dois anos, a estatal brasileira desenvolve no país asiático um projeto de fomento ao uso da mistura. Em 2009, foram utilizados aproximadamente 200 mil litros de etanol distribuídos em seis postos de combustíveis.

Refinaria em Okinawa

A partir de 2011, a Petrobras vai usar a estrutura da sua refinaria na Ilha de Okinawa para fazer a mistura, o que até então vinha sendo feito com locação de espaços. "Em 2011, o volume irá para 600 mil litros de etanol, em 20 postos de Okinawa e da região metropolitana de Tokio", afirmou Ricardo Barreto Neto, gerente de Desenvolvimento de Novos Mercados de Biocombustíveis da Petrobras.

Certificação EPA (1)

Até o fim de outubro, oito usinas de açúcar e álcool do Centro-Sul deverão ser certificadas dentro das normas da Renewable Fuel Standard (RFS-2), o selo da agência de proteção ambiental americana (EPA). As usinas integram o projeto piloto desenvolvido pela International Ethanol Trade Association (IETHA).

Certificação EPA (2)

A estimativa é de que até o fim deste ano 100 usinas do Centro-Sul estejam certificadas pelas normas do RFS-2, segundo previsão da IETHA. Os grupos que não têm a certificação não terão restrições para exportar aos Estados Unidos, explica o presidente da IETHA, Tarcilo Rodrigues. "Mas terão um desconto no preço do etanol vendido, de cerca de 5 centavos de dólar por galão (3,78 litros)", diz Rodrigues.

Missão em Londres

O Brasil, maior produtor mundial de café, açúcar e suco de laranja, vai reabrir seu escritório de representação de commodities em Londres para elevar influência em organizações internacionais, informou a Bloomberg. O representante do país será o diplomata Marcos Pinta Gama, que já atuou nas embaixadas de Washington e de Santiago. O foco será atuar mais fortemente em instituições como a Organização Internacional do Café, a Organização Internacional do Açúcar e a Organização Mundial do Cacau.

Exportação crescente

Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe da Organização da ONU, as exportações brasileiras de commodities passaram de US$ 26,9 bilhões em 2001 para US$ 109,6 bilhões em 2008. A participação desses produtos nas exportações brasileiras aumentou de 46% em 2001 para 55% em 2008. "O Brasil quer elevar seu perfil e desenvolver sua própria agenda nessas organizações", disse Pinta Gama à Bloomberg.

Canadá exporta suínos

O Canadá, o terceiro maior exportador mundial de carne suína, pode impulsionar seus embarques no próximo ano com as reservas mundiais mais encolhidas e a demanda pela carne em recuperação, segundo informou a Bloomberg, com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Consumo interno fraco

De acordo com o USDA, o Canadá pode exportar 1,175 milhões de toneladas, alta de 0,9% dos 1,165 milhões estimados para este ano. Os embarques irão ganhar também com o menor consumo interno.

Fundo Terra Viva compra terceira usina no Centro-Sul

Autor(es): Fabiana Batista
Valor Econômico - 17/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/17/fundo-terra-viva-compra-terceira-usina-no-centro-sul
O fundo de private equity FIP Terra Viva, administrado pela DGF Investimentos, comprou 32% da usina Paraíso Bioenergia, de Brotas (SP). Foi a terceira usina adquirida neste ano pelo fundo, que passa agora a deter participação em ativos que somam capacidade de moagem de 8 milhões de toneladas de cana. Dos R$ 300 milhões previstos para serem investidos no setor sucroalcooleiro, entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões já foram aplicados na aquisição dos três ativos, afirma Humberto Casagrande, sócio da DGF Investimentos.
Outras usinas continuam no radar do fundo, que nos próximos quatro anos pretende pelo menos dobrar a capacidade de moagem. A meta, diz Casagrande, é formar um pool de indústrias que somem moagem de 15 milhões a 20 milhões de toneladas, reunir essas empresas sob o guarda-chuva de uma S.A. e lançá-la ao mercado de capitais.
A empresa também negocia duas parcerias em outros elos da cadeia sucroalcooleira. "Devemos fechar ainda neste ano, uma parceria em logística e outra em insumos, esta última na linha de venture capital", diz Casagrande.
Em março deste ano, o fundo, que tem como investidores seis fundos de pensão, entre eles a Previ, a Petros e o Banesprev (Santander), adquiriu uma participação minoritária nas duas usinas do grupo Tonon, pertencente à família de mesmo sobrenome, e que juntas reúnem capacidade para moer 5,4 milhões de toneladas. O negócio foi fechado por R$ 87 milhões e permitiu que se iniciasse a ampliação de uma das unidades, a de Maracajú (MS), que elevará a moagem da dupla para 6,4 milhões de toneladas em 2012.
A outra unidade da Tonon fica em Bocaina (SP) e distante 40 quilômetros da recém-integrante do grupo, a Paraíso Bioenergia. Wilson Pinheiro Júnior, presidente do conselho de administração da Paraíso, e filho do fundador da usina, na década de 60, Wilson Hélio de Pinheiro, conta que agora serão mapeadas as sinergias possíveis.
"Teremos ganhos em logística, compras de insumos, compartilhamento de máquinas agrícolas, além de estocagem e em contratos comerciais", afirma Pinheiro Júnior, que é conselheiro da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).
A Paraíso Bioenergia tem 27 mil hectares cultivados com cana e um mix de 60% para açúcar e 40% para o álcool, este último comercializado com apoio da SCA, maior comercializadora de etanol do país.
A entrada do FIP Terra Viva no negócio criou condição para implantar um projeto de cogeração com bagaço de cana. O plano é investir de R$ 140 milhões a R$ 160 milhões para produzir 70 Megawatts (MW) em 2013. O projeto terá um terceiro investidor - provavelmente uma empresa especializada em investimentos de energia com biomassa - que será anunciado nos próximos dias.
O FIP Terra Viva, que também tem como investidores a Funcef, o BNDESPar, a Fachesf e a Fundação Itaipu, foi criado em 2008 e tem ciclo de vida de oito anos. Além de participação minoritária, entre 20% e 50%, nas usinas, o fundo busca se associar a grupos que tenham em comum governança e que estejam alinhado com a estratégia de acessar o mercado de capitais.


Limite a estrangeiros freia negócios com terra

Autor(es): Marli Lima
Valor Econômico - 17/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/17/limite-a-estrangeiros-freia-negocios-com-terra
Impactos do parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que restringiu as aquisições de imóveis rurais por estrangeiros começaram a aparecer. Empresas e fundos do exterior estão congelando investimentos no país em florestas, agricultura e cana-de-açúcar. A STCP Engenharia, de Curitiba, informa que a medida resultou na suspensão de cinco projetos florestais e agrícolas que estava tocando. Juntos, eles somam US$ 3,2 bilhões, sendo que US$ 700 milhões seriam destinados à implementação de indústrias.

A STCP é uma das maiores empresas florestais do mundo e atua em 36 países. Segundo seu vice-presidente, Joésio Siqueira, um dos projetos estava sendo feito no Tocantins e envolvia o uso de 180 mil hectares de reflorestamento para a produção de celulose e chapas de madeira. Outro refere-se a 50 mil hectares para cultivo de soja no Piauí. Ele citou ainda dois projetos na Bahia, de 150 mil hectares para florestas e 190 mil hectares para cana, com indústria para etanol, além de projetos de reflorestamento no Mato Grosso do Sul.
"Estamos buscando alternativas para viabilizar esses investimentos", diz Siqueira, que espera alterações na medida. Por enquanto, afirma, os investidores estão dispostos a esperar por mudança e não houve cancelamento de projetos.
Ederson de Almeida, sócio da consultoria Consufor, que atua em negócios de base florestal, diz que vai haver freada nos investimentos porque os fundos e empresas estão em alerta, de olho nas eleições e no que vai acontecer depois. "O risco aumentou e eles devem exigir retornos maiores", prevê. Segundo ele, há ainda questões a serem resolvidas. "Os advogados estão em cima do assunto. Bancos internacionais pegavam terra em garantia. Vão continuar pegando?", questiona.
Especialista em investimentos estrangeiros e negócios florestais, o advogado Tarcísio Araújo Kroetz, do escritório Hapner e Kroetz Advogados, afirma que o setor moveleiro e papeleiro estão perdendo oportunidade de investimentos em matéria-prima, que ficará mais cara. Ele argumenta que a Constituição não discrimina capital estrangeiro ou nacional e a restrição ao investimento trará impactos no crescimento econômico. "Acredito que deve haver regulamentação pelo governo. Desde que haja sustentabilidade e propósito, não vejo motivo para restrição", opina ele, que acrescenta que um parecer da AGU não pode ser contra a Constituição. "Como os fundos não atuam fora da lei, não terão o Brasil como alvo de investimento."
Na quarta, Kroetz conversou com empresários indianos que compram madeira brasileira e arrendam terra no país. Eles têm negócios no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul e também suspenderam investimentos. "Disse a eles que precisam ter paciência", conta o advogado, que ontem conversou ainda com representantes de fundos que têm investimentos no Rio Grande do Sul.
Os negócios com florestas do escritório respondem por 15% do total. Kroetz acredita que a medida será questionada e derrubada na Justiça. Segundo ele, a resolução não se posiciona diante de situações como a do estrangeiro que tenha indústria consumidora de produtos florestais e precise de terras para plantá-los.


Obras ameaçam índios isolados

Autor(es): Roldão Arruda
O Estado de S. Paulo - 17/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/17/obras-ameacam-indios-isolados

Nem os grupos que vivem em territórios já demarcados estão seguros, segundo o Cimi

O avanço do desmatamento e a retomada de grandes obras de infraestrutura na Amazônia estão tornando cada vez mais dramática a situação dos povos indígenas que ainda se mantêm isolados, segundo agentes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que atuam nos Estados da região. Nem os grupos que vivem em territórios já demarcados estariam seguros.

Ontem pela manhã, após o encerramento de um encontro realizado em Porto Velho (RO), para reunir e analisar informações sobre os isolados, os agentes do Cimi divulgaram um relatório no qual qualificam como "desesperadora" a situação de alguns grupos. Os casos mais preocupantes estariam no chamado arco do desmatamento - um território que vai do sul do Estado do Amazonas ao Maranhão.

Ali, segundo os agentes do Cimi na Amazônia, "a exploração madeireira e o desmatamento, seguida da ocupação da terra pelo gado e pelos monocultivos do agronegócio" seriam as causas da expulsão dos últimos grupos de isolados cujos vestígios ainda podem ser encontrados na região.

De maneira mais ampla, o Cimi também responsabiliza a retomada de grandes projetos governamentais de infraestrutura, que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul Americana (IIRSA) e são destinados a facilitar o acesso e a exploração dos recursos naturais da região.

Hidrelétricas. O Cimi afirma que a construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, e de Belo Monte, no Xingu, também ameaça os índios que vivem ali. "Os licenciamentos ignoraram a presença de grupos isolados nas suas áreas de impacto, reconhecida inclusive pela Funai", diz o texto divulgado ontem.

No Maranhão, segundo os agentes da organização, que é vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), índios do grupo isolado perambulam por terras indígenas já demarcadas e mesmo assim correm riscos.

Essas terras, de acordo com o relatório, são permanentemente invadidas por madeireiros. Os exploradores de madeira também estariam ameaçando povos na fronteira do Acre com o Peru.


Procuradoria do Trabalho processa Sadia

Autor(es): Agencia o Globo/Juraci Perboni
O Globo - 17/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/17/procuradoria-do-trabalho-processa-sadia

Ação pede indenização de R$ 20 milhões e vínculo para 1.200 produtores

O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Santa Catarina entrou ontem com uma ação civil pública contra a Sadia para que seja reconhecido vínculo empregatício entre a empresa e os cerca de 1.200 produtores rurais do interior do estado que trabalham como produtores integrados de aves. Na mesma ação, ajuizada na 1ª Vara da Justiça do Trabalho de Chapecó, no Oeste catarinense, foi pedida também uma indenização por dano moral coletivo de R$ 20 milhões.

Segundo o procurador do Trabalho Sandro Eduardo Sarda, embora exista um contrato definindo as regras do sistema integrado de produção, a medida foi adotada porque há uma relação de subordinação entre a indústria e os criadores.

Não resta dúvida quanto à existência de vínculo de emprego entre a Sadia e os produtores de aves. Está configurado na lei pelo pagamento de remuneração e o trabalho pessoal. E ainda subordinação jurídica, técnica e estrutural, porque devem produzir de acordo com critérios estabelecidos pela empresa.

A Sadia informou que não se manifestaria neste momento sobre o assunto. A Associação Catarinense dos Avicultores (ACA) também não comentou a iniciativa do MPT.

Sarda solicitou ainda que, caso a Justiça reconheça a existência de relação de emprego, seja determinada a adequação de preços pela atividade e o pagamento das diferenças de valores entre o que a Sadia paga e o que foi calculado pela Embrapa para cobrir os custos do sistema integrado R$ 7 mil por lote de 12 mil frangos criados no período de 45 dias, que inclui o serviço do criador, gastos com água, luz e depreciação das granjas. As aves, ração, tratamentos e o controle sanitário da criação são despesas bancadas pela Sadia.

Em 3.843 pagamentos efetuados pela Sadia, somente 27% dos produtores receberam o valor mínimo de R$ 7 mil. Esse modelo de sistema integrado está gerando empobrecimento e problemas de saúde nessas pessoas, disse o promotor.

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