Autor(es): Fabiana Batista, | ||||||||||||||||
Valor Econômico - 06/09/2010 | ||||||||||||||||
A Cofco Ltd., um dos maiores grupos de agronegócios e alimentos da China, com faturamento de US$ 26 bilhões em 2009, entrou na disputa por usinas sucroalcooleiras no Brasil. Na mira na empresa estão duas unidades da Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA), que pertence a um pool de fundos de investimentos - entre os quais o Riverstone e o Goldman Sachs -, e também já atraíram o interesse de outros players. Entre outros negócios, a Cofco é a maior produtora de açúcar de beterraba da China, e em razão de sucessivas quebras de safra em seu país passou a ampliar as importações do produto do Brasil, derivado da cana. Se a Cofco levar as duas usinas da CNAA, localizadas em Goiás e Minas Gerais e com capacidade conjunta para processar 4 milhões de toneladas de cana por safra, será o primeiro negócio chinês no segmento fora da Ásia. Fundada em 1949, a Cofco Ltd. tem capital estatal e é a maior importadora e processadora de commodities agrícolas da China. Além do açúcar, realiza nesta frente negócios com soja, milho e trigo. O grupo também atua no ramo imobiliário e em bioenergia. Ao todo, tem nove subsidiárias, entre as quais a Cofco Tunhe, que atua nas áreas de cultivo agrícola, processamento e comercialização de açúcar de beterraba, tomate e frutas. A empresa é a líder na China em processamento de açúcar de beterraba, com 36% da produção do país. São nove fábricas com capacidade total para 500 mil toneladas por ano, vendidas para subsidiárias chinesas de multinacionais como Coca-Cola e Kraft. O interesse chinês no Brasil não é novo, mas o foco estava centrado na aquisição de terras para a produção de grãos. Como há dois anos a oferta de matéria-prima para produção de açúcar está em declínio na China por causa de problemas climáticos, o segmento sucroalcooleiro entrou no radar. A China normalmente importava açúcar da Tailândia, mas os produtores locais também enfrentaram problemas. Com isso, os chineses já compraram 514 mil toneladas de açúcar brasileiro em 2010. Estima-se no mercado que as importações da China, de todas as origens, poderão alcançar até 2 milhões de toneladas em 2011. "A Cofco é uma das empresas chinesas que mais estão importando açúcar do Brasil", diz uma fonte do segmento. Procurado, o grupo chinês não respondeu aos pedidos de entrevista. A CNAA pode ser parte da solução da Cofco para equilibrar seu abastecimento com açúcar. As negociações estão difíceis porque a empresa brasileira gastou muito para construir as duas usinas e por isso, segundo a mesma fonte, está pedindo um preço elevado por seus ativos. O plano da CNAA, segundo informações disponíveis em balanço de resultados do período findo em 31 de março de 2009, era investir R$ 1,8 bilhão para construir três usinas e atingir moagem total de 7,5 milhões de toneladas de cana. Procurada pelo Valor, a CNAA informou, em nota, que já investiu R$ 2 bilhões entre 2006 e 2009 nos projetos de produção de açúcar, álcool e cogeração de energia, "que compreendem as duas unidades e uma terceira, a de Campina Verde (MG), que está em fase de prospecção de recursos". A terceira unidade ainda não foi concluída. A reportagem apurou que a CNAA tem pouca margem para alongar sua dívida, porque boa parte dela é com o fundo Riverstone, que estaria colocando como condição para uma eventual venda de ativos a quitação desse débito, que em março de 2009 era de R$ 672,8 milhões. "Quem comprar, não poderá alongar dívida com bancos, pois o débito existente é majoritariamente com o fundo", diz uma fonte. Em 31 de março de 2009, a dívida total da CNAA era de R$ 1 bilhão. Nesta safra, a empresa deve moer 4 milhões de toneladas de cana nas usinas de Ituiutaba (MG) e Itumbiara (GO).
06/09/2010 - 12h00 Multinacionais devem aumentar investimentos externos em 2011 e 2012, aponta UnctadAs empresas multinacionais (ou transnacionais) estão um pouco mais otimistas sobre a recuperação da economia mundial e aumentaram suas projeções de investimentos para 2010 e os próximos dois anos, mostra pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e o Desenvolvimento), após consultas a 236 empresas "transnacionais" bem como 116 agências de promoção de investimentos. A sondagem mostra que, após o baque com a crise de 2008, com repercussões em 2009, o fluxo de investimento direto estrangeiro começou a dar sinais de recuperação a partir do segundo trimestre do ano passado. No entanto, "o nível geral de investimentos em meados de 2010 ainda permanece mais baixo na comparação com dois ou três anos atrás", constatam os pesquisadores da Unctad. Cerca de 43% dos executivos que responderam as questões da Unctad declararam ter elevado seus investimentos no exterior, neste ano, em comparação com 2009. Uma parcela de 58% respondeu que deve aumentar ainda mais os investimentos em 2011 e 2012. Essas previsões refletem uma percepção mais positiva do cenário mundial. Se no ano passado, 47% dos executivos consultados manifestava pessimismo quanto às perspectivas para 2010, neste ano, 47% dos entrevistados expressa uma visão otimista sobre a economia em 2011, enquanto uma "sólida maioria" (62%) está otimista em relação a 2012. "Apesar do forte impacto da crise econômica e financeira sobre os planos de investimentos das transnacionais, não houve reversões significativas desses investimentos, e as companhias permanecem comprometidas em expandir sua presença no exterior", avaliam os especialistas da Unctad. As transnacionais baseadas nos países em desenvolvimento estão mais otimistas sobre o crescimento de seus investimentos nos próximos anos do que as similares dos países desenvolvidos, ainda mais se comparada com as transnacionais baseadas em países europeus. A própria Unctad calcula um fluxo de investimentos direto estrangeiro da ordem de US$ 1,3 trilhão a US$ 1,5 trilhão (aproximadamente o PIB do Brasil) para 2011, atingindo entre US$ 1,6 trilhão a US$ 2 trilhões em 2012. Neste ano, o organismo das Nações Unidos estima um fluxo de US$ 1,2 trilhão no montante de investimentos entre países. A maior parte (202) das 236 empresas ouvidas pela Unctad são de países desenvolvidos, sendo que a Europa (131) é o continente de origem de mais da metade dessas companhias. A maioria (61%) é do setor industrial, sendo que 35% atua no setor de serviços. Por tamanho de ativos, uma parcela de 44% possui entre US$ 500 milhões e US$ 4 bilhões, enquanto outros 35% tinham menos de US$ 500 milhões. Capital prefere o Brasil aos EUA
Estudo do Ipea sobre Brics aponta produtos mais competitivos do BrasilGABRIEL BALDOCCHI da Sucursal de Brasília Os bens primários, como carne, produtos à base de óleo e semente, e os recursos naturais são os itens mais competitivos na pauta de exportações brasileira, aponta estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre a competitividade dos Brics (Brasil, Índia, China e Rússia). Segundo o documento divulgado nesta quarta-feira, os produtos russos com melhor preço no mercado global são as commodities energéticas, como gás natural e petróleo. Já na China, o destaque é para os produtos com elevado nível de trabalho a partir dos quais o país consegue atingir menores preços por conta da mão de obra abundante e barata. A força de trabalho também é vantagem para a Índia. No país, os itens de maior competitividade externa são aqueles de menor sofisticação tecnológica, como chá e arroz. O estudo também analisa o IDE (Investimento Direto Estrangeiro). O crescimento dos aportes russos em outros países o colocou no topo dos integrantes dos Brics neste quesito. A Rússia ocupa a 14ª posição entre os maiores investidores no mundo, e o principal destino é o grupo dos antigos países integrantes da União Soviética e a Europa. A abertura do capital chinês a investimentos estrangeiros teve de passar pela aprovação do governo. A flexibilização das regras fez o IDE do país asiático crescer 60 vezes entre 1990 e 2008. O foco dos investidores chineses é buscar negócios em países que contribuam com o crescimento do mercado interno, como os de forte produção de commodities. Cerca de 80% do IDE chinês está concentrado em Hong Kong e paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens. As operações indianas no exterior foram marcadas pela alta alavancagem, com empresas adquirindo ativos superiores ao próprio patrimônio líquido. O fluxo anual de IDE subiu de US$ 1,7 bilhão ao ano de 2000 a 2005 para US$ 16 bilhões entre 2006 e 2008, com destaque para a área de TI (Tecnologia da Informação). Encontro Representantes dos governos e pesquisadores dos países integrantes dos Brics discutem nesta quarta-feira em Brasília questões comerciais relacionadas ao grupo. O encontro abre uma série de eventos agendados entre os representantes dos quatro países para a semana até o dia da Cúpula dos Brics, no próximo sábado (17). A reunião de hoje é organizada pelo Ipea e tem como tema o papel dos Brics no mundo pós-crise. Os pesquisadores dos centros de estudos vão discutir questões sobre o comércio exterior, inovação tecnológica e transformações de governança. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aproveitou a data de abertura do evento para divulgar a prévia do estudo sobre comércio exterior e investimento estrangeiro dos quatro países que integram o grupo. O momento da divulgação é pertinente por conta da discussão sobre a criação de uma moeda comum para os Brics, prevista para a sexta-feira. A ideia é buscar uma alternativa ao dólar nas negociações internas do grupo. Brasília será palco de reuniões paralelas entre os representantes dos Brics até o final da semana. Os encontros variam desde discussões entre cooperativas do grupo até a de membros da área de segurança. As datas antecedem a 2ª Cúpula dos Brics, que reunirá os chefes de Estado na sexta-feira. A primeira crise longe de casa
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segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Grupo chinês na briga por usinas no Brasil
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/6/grupo-chines-na-briga-por-usinas-no-brasil
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