quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Camex zera tarifa de algodão importado

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/15/camex-zera-tarifa-de-algodao-importado
Camex zera tarifa de algodão importado
Autor(es): Eduardo Rodrigues
O Estado de S. Paulo - 15/09/2010
Conselho decide suspender até maio o Imposto de Importação em cotas de até 250 mil toneladas para evitar desabastecimento da indústria têxtil

Para evitar um desabastecimento na indústria têxtil nacional diante da quebra da safra brasileira de algodão, o conselho de ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu ontem zerar o Imposto de Importação para uma cota de até 250 mil toneladas do produto, entre outubro deste ano e maio de 2011. A tarifa atual é de 10%.
"Os produtores brasileiros de algodão tiveram uma quebra de safra este ano e a decisão foi tomada para manter a competitividade da indústria têxtil", disse o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Segundo ele, não haverá necessidade de se fazer leilões do produto no momento.
De acordo com dados do ministério apresentados à Camex, a área cultivada de algodão no País caiu de 1,077 milhão de hectares em 2009 para 846 mil hectares este ano. O recuo de 21,78% equivale a uma redução de cerca de 1 milhão de toneladas do produto em relação à safra anterior. Com isso, o preço da arroba de algodão passou de R$ 44,60 em janeiro para um pico de R$ 53 em julho. "Se a cota for insuficiente, poderá ser aumentada, mas acreditamos que o limite de 250 mil toneladas tenha uma margem de segurança suficiente para o abastecimento até maio", afirmou o secretário executivo substituto da Camex, André Alvim.
Segundo ele, a decisão ocorreu por um acordo com todo o setor, com a participação da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
Autopeças. O colegiado também aprovou uma lista com 116 autopeças sem produção nacional que terão alíquota de importação reduzida para 2%. A medida terá vigência enquanto durar o regime automotivo comum entre Brasil e Argentina.
Como o governo brasileiro está extinguindo o redutor da tarifa de importação de autopeças, as montadoras solicitaram um regime diferenciado para as partes não produzidas no País. O redutor das alíquotas para qualquer autopeça importada era de 40% até o fim de agosto, ficará em 30% até o fim de novembro e será de 20% até o fim de abril de 2011. Após esse período, voltarão a ser cobradas as alíquotas cheias, que variam de 14% a 18%.
Para o secretário André Alvim, a criação da lista não interfere no objetivo da eliminação do redutor, que é estimular a fabricação nacional de autopeças, uma vez que os 116 itens relacionados se referem a uma quantidade pequena em comparação com a totalidade de peças utilizadas pela indústria automotiva. Para a fabricação de um automóvel são utilizadas entre 4 mil e 4,5 mil peças. As empresas que optarem por adquirir peças da lista com alíquota reduzida a 2% não poderão mais utilizar o redutor até a sua eliminação.


A caminho de mais uma safra recorde

Autor(es): Lauro Veiga Filho
Valor Econômico - 15/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/15/a-caminho-de-mais-uma-safra-recorde
Embalados pelo tremendo apetite chinês e pela preservação dos planos globais de substituição de combustíveis fósseis por alternativas derivadas da biomassa, os produtores de soja preparam-se para lançar ao solo o que poderá ser mais uma safra recorde. As primeiras estimativas sugerem uma colheita muito próxima, senão superior, a 70 milhões de toneladas, acima das 68,7 milhões de toneladas colhidas na safra 2009/2010. Esse desempenho, referendado por analistas, produtores e indústria, ainda terá que passar pela chancela de São Pedro, que tem castigado regiões produtoras do Centro-Oeste, responsável por 46% do grão produzido no país, com uma estiagem que se prolonga desde maio. Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro, diz que não se deve apostar cegamente no que poderá ocorrer daqui até a época de colheita, no início de 2011.
Essa instabilidade se deve ao fenômeno La Niña, que provoca clima mais seco nas regiões centrais do país e excesso de chuvas nos Estados do Sul, que concentram 37% da produção da oleaginosa.
"Quando se olha para trás, percebe-se que houve anos em que La Niña trouxe problemas, com quebras no Sul, enquanto em outros, simplesmente passou despercebida", diz Marcos Rubin, analista de mercado da Agroconsult. A consultoria projeta para 2010/2011 o acréscimo de 700 mil hectares à área de soja cultivada na safra passada, em torno de 23,5 milhões de hectares. Levando-se em conta uma produtividade de 2,9 mil quilos por hectare, a produção tenderia a superar 70 milhões de toneladas - praticamente a mesma previsão da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), segundo o secretário executivo, Fábio Trigueirinho.
Em Mato Grosso, Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), lembra que a seca vai obrigar os produtores a seguirem à risca o calendário agrícola, fazendo o plantio da soja precoce entre 15 de outubro e 15 de novembro. "Todos sabem que a soja plantada em setembro alcança produtividades mais baixas."
O Estado deverá repetir a área cultivada, diz Silveira, em torno de 6,2 milhões de hectares. Se a produtividade igual, os produtores vão colher um volume em torno de 19 milhões de toneladas. A expectativa inicial era de queda na área, para menos de 6,1 milhões de hectares. Como os preços reagiram, os números foram revistos.
Perto de 28% da safra de soja ainda a ser colhida foi negociada no começo do mês, na faixa de US$ 16,50 por saca para entrega na colheita. Os preços no exterior giram ao redor de US$ 10 por bushel, ou US$ 360 por tonelada, nas contas de Trigueirinho. São níveis superiores aos históricos, situados próximos a US$ 6,58 por bushel na média entre 1998 e 2009, segundo a MB Agro. A expectativa é que esses valores sofram algum recuo daqui até o início da colheita da safra brasileira, porque EUA começaram a colher em setembro uma safra que se desenha histórica, perto de 94,8 milhões de toneladas.
A China deverá importar cerca de 55 milhões de toneladas de soja em grão no ano agrícola 2010/2011, nada menos do que 59% das importações globais do grão, 10% acima do último ano. Os chineses já respondem por quase 70% das importações de soja brasileira, que deverão somar, neste ano, 29,8 milhões de toneladas, gerando divisas de US$ 10,728 bilhões nas projeções da Abiove.


Valor da produção agrícola brasileira somará R$ 163,8 bi

Valor Econômico - 15/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/15/valor-da-producao-agricola-brasileira-somara-r-163-8-bi
O Valor Bruto da Produção (VBP, "da porteira para dentro") das 20 principais culturas agrícolas do país deverá somar R$ 163,8 bilhões em 2010, segundo estimativa divulgada ontem pelo Ministério da Agricultura. Em relação à projeção de agosto, houve uma leve correção para cima de 0,6%. Na comparação com o resultado de 2009, o aumento é ainda menor, de 0,2%.
Carro-chefe do agronegócio brasileiro, a soja deverá atingir um VBP de R$ 43 bilhões neste ano, 3,4% menos que em 2009. A baixa é influenciada por preços mais elevados no mercado doméstico no início do ano passado e câmbio desfavorável às exportações. São fatores que também influenciaram o milho, cujo VBP deverá recuar 10,1%, para R$ 15,5 bilhões. Assim, a cana permanece em segundo lugar, com R$ 30 bilhões, 10,8% acima de 2009.


Ensaio para a retomada

Autor(es): Lauro Veiga Filho
Valor Econômico - 15/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/15/ensaio-para-a-retomada
As peças já estão posicionadas no tabuleiro mundial dos grãos e o jogo, que corre solto pelos lados do Hemisfério Norte, responsável por quase 80% da oferta mundial de produtos agrícolas, influencia as decisões que vão sendo tomadas por aqui. Sob impacto das mudanças climáticas, que determinaram a mais grave seca enfrentada pelo Leste Europeu, em especial no caso de Rússia e Ucrânia, e excesso de chuvas na Ásia, as plantações se encaminhavam, no começo de setembro, para a fase final de enchimento dos grãos e início da colheita num cenário de preços valorizados e acima das médias históricas - embora, em alguns casos, ainda inferiores aos recordes atingidos em 2008.


A produção mundial de arroz, milho, soja, trigo e algodão, na estimativa de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), trabalhada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deverá situar-se pouco acima de 2,2 bilhões de toneladas na safra 2010/2011, cerca de 10,4 milhões de toneladas abaixo da produção colhida antes. Mas o suprimento total, incluindo estoques de passagem e importações, deverá repetir o número da safra passada, alcançando pouco mais de 3 bilhões de toneladas para um consumo projetado em 2,22 bilhões de toneladas. O resultado será uma redução de 4,2% nos volumes que o mundo deverá estocar para enfrentar a entressafra, que tendem a se limitar a 481,5 milhões de toneladas, cobrindo um quinto da demanda global, incluindo a alimentação de pessoas e a nutrição de animais.
Vêm da Ásia, novamente, os ventos que deverão dar sustentação ao mercado de grãos neste e nos anos seguintes, segundo projetam diversos analistas. O prognóstico parece se aplicar ao caso da soja, que havia alcançado níveis recordes em 2008, superando a marca histórica de US$ 14 por bushel, para depois retomar níveis mais próximos aos valores observados no mercado futuro, ao redor de US$ 10. A China dobrou suas compras da oleaginosa no mercado externo, saindo de 28,7 milhões de toneladas na safra 2006/2007, equivalentes à época a 41,6% das importações mundiais de soja em grão, para estimadas 55 milhões de toneladas na safra 2010/2011.
Esse volume representará 59,4% das importações globais, segundo o USDA. O vigor chinês tenderá a compensar o aumento da oferta esperado para o ciclo em curso, diante de colheitas históricas previstas para os três maiores produtores globais - Estados Unidos, Brasil e Argentina, pela ordem.
Enquanto os EUA se preparam para receber uma safra recorde de grãos, na casa das 418,9 milhões de toneladas, se nada mais der errado por lá, na Rússia a produção deverá desabar de 97 milhões para 60 milhões a 63 milhões de toneladas, obrigando o país a prolongar a suspensão das exportações de trigo até 2011, conforme os economistas Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro, e Fábio Romão, da LCA Consultores. O Brasil produziu 149 milhões de toneladas na safra recém-encerrada, crescendo mais de 10% em relação ao ano agrícola de 2008/2009.
As perspectivas para 2010/2011, a despeito do fenômeno climático mais conhecido como La Niña, que causa chuvas excessivas no Sul e estiagem para a região central, são de aumento no plantio de soja e algodão, neste último caso, numa recuperação após dois anos de perdas, e algum recuo para o milho, diante dos preços ruins enfrentados pelos produtores neste ano, diz Marcos Rubin, analista de mercado da Agroconsult.
Em geral, diz Anderson Galvão, diretor da Céleres, "a demanda por alimentos segue firme nas diferentes regiões do globo, auxiliando na recuperação, mesmo que gradual, dos preços das commodities agrícolas". Ele aposta em um mercado firme e, em alguns casos, como o do milho, as possibilidades são de alta para as cotações, aqui dentro e lá fora. Mas as condições climáticas incertas na América do Sul tendem a gerar um "período de grande nervosismo" nos mercados agrícolas, o que pode significar fortes oscilações especialmente se as previsões de colheitas abundantes não se confirmarem.
Num paradoxo apenas aparente, a debilidade da economia nos Estados Unidos surge como mais um reforço para a sustentação dos preços agrícolas em dólar no horizonte visível, analisa Barros. As séries estatísticas mais recentes mostram que o dólar e os preços dessas commodities traçam curvas inversamente opostas, sob influência não só dos fundamentos de mercado, mas também por ação dos fundos de investimento.
Invariavelmente, a desvalorização do dólar tem sido acompanhada por elevação nos preços da soja, do milho, do açúcar, do algodão, do café, do suco de laranja, do petróleo e dos metais. Como a depreciação da moeda americana não dá sinais de que poderá ser revertida no curto ou médio prazo, a tendência de valorização das commodities ainda deve prosseguir.
Da mesma forma, a manutenção das políticas de substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis, em geral suportadas pelo milho, pela soja (caso do biodiesel brasileiro) e pela cana, deverá exercer papel idêntico. "Mesmo com a crise, os americanos não tiraram o pé do acelerador. O Brasil ampliou o percentual da mistura de biodiesel no diesel de 2% para 5% desde janeiro deste ano e, na Argentina, o teto para a mistura foi elevado de 7% para 10% a partir de dezembro", afirma Barros.
A quebra da safra de trigo na Rússia e em outras regiões do Leste Europeu fez disparar não só os preços do grão, mas puxou igualmente as cotações do milho, concorrente do trigo quando se trata de alimentação animal. No final do primeiro decêndio de setembro, os preços do milho e do trigo na Bolsa de Chicago haviam estacionado em níveis entre 70% e 90% acima das médias históricas registradas na década encerrada em 2009. A soja em grão, o algodão e o açúcar atingiram cotações entre 60% e 120% mais elevadas do que os valores médios observados entre 1998 e 2009, segundo a MB Agro.
As monções na Ásia e as especulações em torno do tamanho da safra indiana, maior produtor mundial de açúcar, inflaram as tendências de alta para os preços do produto, que voltaram a rondar a faixa de 21 centavos de dólar para os contratos com vencimento em março de 2011, vários pontos acima da média observada na década (9,83 centavos de dólar), refletindo o desequilíbrio entre a oferta e a demanda globais, constata Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Entre agosto e setembro, mostra ainda, filas de navios se formaram nos portos brasileiros à espera de carregamentos de açúcar.
Neste caso, a deficiência não estava na estrutura portuária do país, mas num erro de planejamento dos principais consumidores mundiais diante de um mercado desabastecido, diz Pádua. Na verdade, prossegue ele, os navios foram despachados sem contratos assegurados para compra do açúcar brasileiro. "Tivemos vendas de 3 milhões de toneladas em um único mês, diante de uma média mensal de 1,6 milhão de toneladas em 2009", reforça. Nas contas da Unica, apenas a região Centro-Sul do país deverá embarcar 22,75 milhões de toneladas na safra 2010/2011, crescendo 7,3% em relação ao ano agrícola anterior.
Os resultados em valores deverão ser bem mais generosos. Apenas entre janeiro e julho, enquanto os volumes de açúcar exportados por todo o país cresceram 5,3%, somando 13,34 milhões de toneladas, o resultado em dólar saltou 53,6% e atingiu US$ 6,06 bilhões. Para o etanol, as previsões da Unica limitam as vendas externas do Centro-Sul brasileiro a 1,45 bilhão de litros, em queda de 47,5%.
A tendência de valorização dos preços tem favorecido também o setor cafeeiro, que passa a apostar em exportações na casa dos US$ 5 bilhões em 2010, o que significaria um crescimento de 17% em relação aos US$ 4,27 bilhões exportados em 2009, de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Como o volume exportado não deverá observar variação, mantendo-se entre 29 milhões e 30 milhões de sacas, o ganho virá pela elevação das cotações do grão. Entre janeiro e agosto, o embarque de 19,62 milhões de sacas foi apenas 0,3% menor do que nos mesmos oito meses do ano passado, mas a receita subiu 16%, para US$ 3,1 bilhões, reflexo da alta de 16,5% nos preços médios alcançados no exterior pela saca do grão.
Fábio Romão, da LCA Consultores, afirma que o índice de produtos alimentícios do Commodity Research Bureau (CRB), durante a crise gerada pela escalada dos preços agrícolas em 2008, chegou a acumular elevação de 32,8% entre junho de 2007 e julho do ano seguinte, mas caiu 33% nos cinco meses finais de 2008, passando de 426,43 para 284,65 pontos entre julho e dezembro. A reação esboçada neste ano elevou o índice para 360,87 pontos em julho, com recuperação de 26,8% desde o encerramento de 2008. No início de setembro, o índice CRB para alimentos retomava a casa dos 406,74 pontos, em alta de 12,7% em menos de 60 dias.
Mas o economista descarta o risco de "agroinflação", palavrinha que andou na moda durante a primeira metade de 2008 para descrever o temor mundial de elevação descontrolada dos preços agrícolas. "A economia mundial recupera-se gradualmente, o que impõe um ritmo gradual de recomposição dos preços das commodities", sustenta Romão.

Quebra no mercado externo faz disparar os preços do milho

Valor Econômico - 15/09/2010
A quebra nas safras de trigo na Rússia, no Cazaquistão e em países da Europa por causa da seca, somada ao apoio do governo federal ao produtor por meio dos leilões de PEP (Prêmio de Escoamento da Produção), fizeram os especialistas revisar suas projeções de exportação de milho brasileiro.

"Esse novo cenário deve fazer com que o Brasil alcance vendas externas de 9 milhões de toneladas este ano, acima de nossas previsões iniciais, que eram de 8 milhões de toneladas de milho", previu Aedson Pereira, analista da AgraFNP.
O Brasil, que está entre os três maiores exportadores de milho do mundo, atrás apenas dos EUA e da Argentina, já mandou 3,5 milhões de toneladas no acumulado até agosto. Até o fim do ano deve exportar pelo menos mais 5,5 milhões de toneladas. Em 2009, as vendas externas somaram 7,7 milhões de toneladas.
"Todos os fatores convergem em favor do Brasil", resumiu Pereira. Entre esses fatores estão também o período de entressafra nos EUA - que devem a começar a colher só entre outubro e novembro - e o fato de a Argentina já ter exportado até agosto 14 milhões das 15 milhões de toneladas previstas.
Em relação à produção, a AgraFNP projetou para a safra atual de milho 55,2 milhões de toneladas (34,2 milhões na safra de verão e 21 milhões de toneladas na de inverno). Mas, em meados de setembro, a Conab anunciou que, apesar da seca, a produção de milho em 2009/2010 deverá dar um salto de 10%, para 56 milhões de toneladas, que mostra que o país está colhendo uma de suas maiores safras de milho.
A quebra de safra no mercado externo também fez disparar o preço do milho, que passou de US$ 160,00 a tonelada, em junho, para o patamar de US$ 220,00 colocados no porto. "Quem participou dos dez leilões de maio até setembro deve estar animado com esses preços", disse Pereira. Entre os maiores mercados para o Brasil estão os países árabes e asiáticos.
Para o próximo ano, a AgraFNP avalia que o produtor brasileiro reduzirá sua área de milho, por causa da seca dos últimos meses. "Acredito que teremos safra menor, com a tendência de os preços se estabilizarem", disse Pereira. No Paraná, por exemplo, os produtores devem semear menos de 1 milhão de hectares na safra de verão, de acordo com as estimativas.
Atualmente, a produção de milho mundial foi estimada em 829 milhões de toneladas, ante 809 milhões na safra anterior.
Com uma produção que é a metade do volume que consome, o Brasil continua refém de seus parceiros do Mercosul em matéria de trigo, e isso não deve mudar muito cedo, já que as importações de outros mercados que não sejam da Argentina, Uruguai e Paraguai chegam a ser penalizadas com 10% de tarifa de importação (TEC), mais 25% de frete.
"O peso dos impostos de fora do Mercosul passa dos 15%, o que cria uma reserva de mercado para os parceiros do Brasil no bloco sul-americano", disse Christian Saigh, vice-presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo, também diretor da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). Este ano, o Brasil deve colher pouco mais de 5 milhões de toneladas, de acordo com Conab. Paraná colhe 3,3 milhões e Rio Grande do Sul, de 1,8 milhão a 2 milhões de toneladas.

Apesar das restrições no exterior, Abiec mantém previsão otimista

Autor(es): Genilson Cezar
Valor Econômico - 15/09/2010
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A carne bovina brasileira enfrenta uma série de restrições sanitárias e burocráticas em alguns dos principais mercados importadores. No primeiro caso, há dificuldades sanitárias nos Estados Unidos e União Europeia, enquanto com a Rússia e o Irã existem questões comerciais. Se os problemas persistirem, o Brasil deixará de exportar até US$ 2 bilhões em carne bovina, de acordo com o Ministério da Agricultura.
Embora o Ministério da Agricultura calcule essa perdas, de janeiro e junho, as exportações de carne bovina somaram US$ 2,3 bilhões, 23% a mais do que o vendido no mesmo período de 2009, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Com base nesse desempenho, a "expectativa é de uma receita superior a U$ 5 bilhões com a exportação de carne bovina em 2010", avalia Otávio Cançado, diretor-executivo da Abiec. "O Brasil deve voltar aos níveis de 2008, quando a exportação foi recorde, chegando a US$ 5,3 bilhões."
Segundo a Abiec, os resultados dos últimos meses mostram que há uma recuperação dos preços da carne bovina no mercado internacional. Em junho, o preço médio do produto in natura subiu para US$ 3.986 por tonelada 24% a mais do que em igual mês de 2009. Boa parte da recuperação nas exportações, indicam os empresários, se deve ao aumento das vendas em novos mercados, que não os tradicionais, como Estados Unidos e Europa, onde continuam as restrições impostas ás exportações brasileiras. "Estamos trabalhando para abrir novos mercados, como o do Japão e da Índia, junto com o ministério das Relações Exteriores, da Agricultura e da Indústria e Comércio", diz Wilson Melo, vice-presidente de assuntos corporativos da BRF Brasil Foods, uma das maiores empresas de alimentos processados do país, que nasceu da fusão de duas competidoras tradicionais, a Sadia e a Perdigão.
Pelo balanço do primeiro semestre, a BRF Brasil Foods registrou faturamento bruto de R$ 12,1 bilhões, 41,9% dos quais foram provenientes do mercado externo. As exportações de carnes, a despeito da queda de 8,3% nos preços médios em reais provocada pelo efeito cambial, cresceram 10,2% em volumes. Na Eurásia, houve evolução em preços e volumes, tanto para os produtos de aves como os de suínos, devido ao banimento dos EUA pela Rússia. No período, o Japão continuou a apresentar melhorias nos preços e os volumes permaneceram estáveis. "Apenas 2% do nosso faturamento [não] vem da carne bovina, mas temos planos para transformar essa área num negócio mais relevante para a companhia", diz Melo.
Outra grandes corporações do mercado de carne, a Marfrig Alimentos, também reforçou suas fontes alternativas de negócios no mercado internacional com mais uma aquisição: a compra da americana Keystone Foods, principal fornecedora de processados de carne para o McDonald"s no mundo. A intenção é atingir um dos mercados mais cobiçados atualmente pelos exportadores de carne, a Ásia, onde a Keystone tem cinco unidades de processamento de carnes (China, Tailândia, Malásia e Coreia, além de centros de distribuição e uma sexta fábrica em construção). A expectativa da Marfrig é a de que com a Keystone, pelo menos 30% de sua receita global venham das operações com a rede americana de fast-food.
Para a carne suína, as perspectivas não são muito favoráveis: a previsão é exportar menos de 600 mil toneladas, abaixo da média dos últimos cinco anos. De janeiro a julho, foram exportadas 313,4 mil toneladas, 8,5% a menos do que igual período de 2009.


UE rejeita carga de carne processada do Bertin/JBS

Autor(es): Mauro Zanatta
Valor Econômico - 16/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/16/ue-rejeita-carga-de-carne-processada-do-bertin-jbs

A Direção-Geral de Saúde e Consumidores da Comissão Europeia (DGSanco) notificou ontem, em "alerta rápido" aos 27 países-membros do bloco, a rejeição de 49,5 toneladas de carne bovina processada exportada pelo frigorífico Bertin, incorporado pela JBS.
 
A carga, produzida na unidade de Lins (SP), foi barrada na Europa por conter níveis de resíduos "não autorizados" de vermífugos à base de ivermectina em análises laboratoriais. A empresa teve problema semelhante com lotes embarcados aos Estados Unidos no primeiro semestre de 2010. Desde o fim de maio, o mercado americano está fechado para a carne brasileira. Procurada, a JBS afirmou que não poderia comentar o assunto por desconhecer o alerta europeu.
 
A DGSanco informou que o Bertin foi notificado nove vezes da irregularidade nos últimos três meses. O informe da comissão afirma que as autoridades brasileiras também foram alertadas 10 vezes nos últimos seis meses sobre os problemas do Bertin, em Lins. Antes da rejeição da carga, que era destinada a Gotemburgo (Suécia), foram analisadas quatro amostras de "músculo congelado" no Laboratório Federal de Segurança Alimentar, em Antuérpia, na Bélgica. O lote estava sendo distribuído pela empresa Toledo International.
 
No governo, a situação da unidade industrial do Bertin de Lins é considerada "delicada". Uma missão veterinária dos EUA está no Brasil há duas semanas para avaliar questões sanitárias dos principais frigoríficos exportadores. Na semana passada, a missão passou um "pente fino" nos laboratórios credenciados pelo governo.
 
A avaliação, até aqui, foi positiva. Os veterinários da DGSanco visitaram plantas industriais do Minerva e da Marfrig. Técnicos do governo que acompanham a visita avaliam que a missão dos EUA não detectou "nenhuma inconformidade" nessas instalações. Outra unidade do JBS também teria passado nos testes rigorosos dos americanos. Mas a planta de Lins, principal foco dos problemas detectados nos EUA, está sofrendo uma "inspeção mais rigorosa" do que o normal em situações como essas, asseguram fontes do setor ao Valor. A equipe de veterinários deve permanecer na unidade até amanhã.
 
Governo e dirigentes do setor estão "muito apreensivos" com as medidas que podem ser tomadas após a conclusão da missão técnica dos EUA. A planta poderia ser descredenciada por tempo indeterminado de embarques aos Estados Unidos. Procurada ontem pela reportagem para tratar do assunto, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) preferiu não comentar o tema.
 
Os exportadores vêm sofrendo restrições sanitárias nos principais mercados importadores de carne bovina. Há problemas com a UE, EUA, Rússia e Irã. Os problemas vão desde questões comerciais, passam por divergências sanitárias e desaguam em assuntos políticos, como no caso Irã. O governo brasileiro tem tentado, sem sucesso até aqui, resolver os impedimentos para a exportação da carne.

Cresce concentração nas vendas de etanol

Valor Econômico - 15/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/15/cresce-concentracao-nas-vendas-de-etanol

A comercialização de etanol no Brasil está cada vez mais concentrada. Estima-se que, no início dos anos 2000, cerca de 25% das vendas do biocombustível produzido no Centro-Sul do país nos mercados interno e externo estavam sob a tutela dos maiores grupos do segmento. Com a onda de fusões e aquisições e o fortalecimento de modelos de parcerias para a ampliação de escala que sacudiram a área de lá para cá, o percentual não para de aumentar.
Estimativas de mercado mostram que, na safra 2009/10, os sete maiores grupos de comercialização do mercado já representaram 61,4% das vendas. No ciclo atual (2010/11), a fatia nas mãos dos sete grandes será de 67%.
Diferentes fontes do segmento calculam que as usinas que vendem etanol em grupo chegam a ter custos logísticos entre 10% e 20% menores que as unidades que atuam isoladamente. As vantagens aparecem principalmente na contratação de frete e no compartilhamento de logística.
Essa aglutinação da oferta do biocombustível vem acontecendo, basicamente, de duas formas. A primeira e mais antiga é o modelo da Copersucar. Várias usinas se juntam - hoje o grupo tem 39 unidades associadas - e delegam à cooperativa as decisões sobre a melhor estratégia de venda. O segundo modelo mais usado é o que turbinou as empresas de comercialização. Este ganhou fôlego a partir do início dos anos 2000, depois que o governo federal deixou de regular os mercados de açúcar e álcool, em processo iniciado na década de 90.

Médias e grandes usinas tornam-se clientes dessas empresas de comercialização para ganhar escala na venda e para ter acesso a informações e análises de mercado. "As informações estão aí para todos, mas o diferencial está em usá-las de forma adequada", diz Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, a segunda maior empresa de comercialização do país.
Ele acrescenta que, neste modelo, as usinas têm 100% de autonomia para decidir sobre a venda do etanol. "Elas são nossas clientes", esclarece. Assim como a Bioagência, outras empresas com o mesmo perfil foram criadas. A maior delas é a SCA, que tem entre suas clientes a gigante Cosan, maior grupo sucroalcooleiro do mundo. Outra é a Allicom, que reúne os grupos paulistas São Martinho, São João e Santa Cruz, além da paranaense CPA.
Em linhas gerais, o avanço da concentração nesta safra foi puxado pela expansão da Copersucar, que do ano passado para cá agregou pelo menos mais quatro usinas pequenas e médias à sua estrutura. Também contou com o crescimento da Açúcar Guarani (Grupo Tereos), que comprou duas usinas neste ano. Também houve a aquisição da Santelisa Vale, que estava com problemas financeiros, pela Louis Dreyfus, que praticamente dobrou seus volumes de comercialização de etanol.
"Quem ficar de fora desses "pools" vai ter dificuldade", diz Rodrigues. Em operação de exportação, por exemplo, uma usina isoladamente não consegue, de forma viável, alugar um terminal portuário, detalha o executivo. Além disso, continua ele, se a usina tem pouco volume de etanol para vender e vai para a negociação sozinha com uma distribuidora, recebe um desconto maior no preço da carga.
"Enquanto as compras de volumes de usinas pequenas têm descontos de 2,5%, as maiores têm deságios bem inferiores, de 1%", compara Rodrigues. "Ainda, com maior volume, se há problema de oferta em uma usina, há margem para direcionar o volume demandado para outra", completa.
Essa concentração na venda de etanol pelas usinas se deu até como resposta à concentração na distribuição de combustível. "Além disso, os volumes das distribuidoras, que já eram grandes, cresceram mais. Precisamos ser grandes para atendê-las", diz.

Fabricantes de suco de laranja enfrentam retração na demanda

Autor(es): Vladimir Goitia
Valor Econômico - 15/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/15/fabricantes-de-suco-de-laranja-enfrentam-retracao-na-demanda

O Brasil é o maior exportador de suco de laranja do mundo, com cerca de 80% do mercado global, e ainda é responsável por um em cada dois copos da bebida consumidos no planeta. Mas os desafios que o setor enfrenta para pelo menos manter essa participação são igualmente significativos.

O maior e mais perigoso concorrente hoje é a água, da comum às saborizadas, cuja participação no mercado mundial de bebidas vem crescendo ano a ano de forma impressionante e roubando fatia de produtores e processadores de laranja. Para piorar, o consumo de outras bebidas, como isotônicos, energéticos e outros sucos, entre eles de maçã e os multivitaminados, também tem aumentado.
Outro desafio a ser vencido é greening, a doença mais devastadora da citricultura, cuja única forma de combate é a erradicação da planta contaminada porque, até agora, não foi descoberta uma forma vencê-la. A situação é tão grave que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) avalia que, se não for encontrada uma solução, os laranjais da Flórida, por exemplo, podem até desaparecer e, com isso, o hábito de beber suco de laranja cair mais.
O consumo mundial, que chegou a 2,7 bilhões de litros na safra 2003/04, despencou para pouco mais de 2 bilhões de litros em 2008/09, segundo dados da AgraFNP, empresa de consultoria e informação em agronegócio. Só nos Estados Unidos, o recuo na última década foi de 20%, passando de pouco acima de 1 bilhão de litros, no início do ano 2000, para 800 milhões de litros em 2009. Na Europa, o maior mercado para o suco brasileiro, caiu de pouco de 2,1 bilhões de litros para 1,5 bilhão de litros no mesmo período
Tal é o efeito da mudança de hábito no mundo que as exportações brasileiras de suco de laranja estão estagnadas há uma década. Em termos de volume, por exemplo, tem variado entre 1,2 milhão e 1,4 milhão de toneladas. Em 2009, o Brasil embarcou 1,3 milhão de toneladas, pequeno aumento de 0,7% em relação a 2008, segundo a CitrusBR, associação que reúne as principais indústrias do setor.
Para este ano, o setor, que emprega mais de 400 mil pessoas só em São Paulo, espera faturar com as exportações pelo menos US$ 2 bilhões, ou 20% a mais do que em 2009, quando somou US$ 1,61 bilhão, uma queda de 19% sobre 2008. Mas as cotações apontam para uma recuperação maior com a expectativa de safra menor na Flórida, Estado americano atingido por doenças e geadas.
Christian Lohbauer, presidente da CitrusBR, conta que os contratos de exportações em 2009 mostraram valores ruins, de US$ 1 mil a tonelada. Este ano, segundo ele, melhorou, e alguns deles estão sendo fechados em cerca de US$ 2,5 mil, montante nem um pouco perto dos quase US$ 3,5 mil de 2006. "Em função da melhora de preço que já estamos observando, talvez possamos voltar para os níveis de 2008, quando o Brasil exportou US$ 1,99 bilhão", diz
É bom lembrar que o Brasil exporta 97% do suco que produz. Ou seja, é dependente do mercado externo. A Europa é seu principal cliente, com 71% das exportações brasileiras. Depois, vêm os Estados Unidos, com 20%, seguidos do Japão, com 3% e da China, com 2%. Os restantes 4% são pulverizados em outros mercados.

Preço mais estável impulsiona investimentos em logística

Valor Econômico - 15/09/2010
A concentração na oferta de etanol, sobretudo nas mãos de grupos mais capitalizados, está colaborando para reduzir a volatilidade dos preços domésticos do etanol neste ano. De acordo com previsão da SCA, a maior empresa de venda de etanol do país, a diferença entre o maior e o menor preço do litro do etanol hidratado, usado diretamente os tanques dos veículos, deve ficar neste ano entre 30% e 35%, ante 114% do ano passado. Os atraentes preços do açúcar, que reduz a urgência das usinas em vender etanol, também ajuda a conter as fortes oscilações.
O movimento, que já está claramente desenhado neste ano, tende, também, a dar o tom daqui em diante. Com menos volatilidade, cria-se condições para que o setor busque capturar valor com o etanol em outras frentes - não somente na tradicional venda na entressafra. A logística, afirmam especialistas, está no topo da lista.
Segundo a Bioagência, o uso de ferrovia em vez de rodovia no transporte de etanol pode gerar uma economia de até 50% quando as distâncias são mais longas, como dos Estados do Centro-Oeste até a região litorânea de São Paulo.
"Investimentos em logística sempre foram importantes, mas só agora, com a volatilidade tendendo a diminuir, criam-se vendas e rotas de escoamento de etanol mais regulares. Isso abre condições de investir para criar valor em outra ponta", diz Tarcilo Rodrigues, presidente da Bioagência
Atualmente, em torno de 95% do etanol produzido no Centro-Sul é transportado por caminhões. O ideal, segundo Rodrigues, é que esse percentual caia para 60% com o avanço de outros modais no transporte do biocombustível, como ferrovia e hidrovia.
Na semana passada, o grupo paulista Cerradinho colocou em operação o primeiro terminal ferroviário de etanol de Goiás, localizado em Chapadão do Sul, a 40 quilômetros da terceira usina do grupo, no mesmo município. O terminal, que vai operar em parceria com a América Latina Logística (ALL), foi inaugurado para embarcar 2 milhões de litros por dia e recebeu aportes de R$ 5 milhões.
Por enquanto, a carga da própria empresa ocupa 50% da capacidade, mas estão sendo negociados contratos para carregar etanol das outras usinas da região, segundo Túlio Solbhia, gerente de novos negócios da Cerradinho. Ele diz que há condição de triplicar a atual capacidade do terminal, somente com os projetos de usinas novas em andamento em Goiás e em Mato Grosso do Sul.
Outros grupos vêm se movimentando. A própria Copersucar deve anunciar nos próximos meses um projeto logístico de cerca de R$ 1 bilhão para açúcar e álcool.
Outros modais também vão ganhar espaço. A Cosan, por exemplo, retomou em 2009 o transporte de etanol por cabotagem marítima até os mercados do Nordeste e do Norte. "Muitas empresas se sentem economicamente desmotivadas a explorar essas "janelas" de exportação ao Nordeste por causa do custo elevado do transporte rodoviário", diz Michel Facuri, diretor logístico da Cosan.
Em ferrovia, a Cosan também vai inaugurar três coletores de etanol. Todos esses projetos devem reforçar a logística para etanol, juntamente com os dois alcooldutos previstos para os próximos anos: o da Uniduto Logísticae e o da PMCC, consórcio entre Petrobras, Mitsui e Camargo Corrêa.

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