A expectativa, porém, é que até a eleição dos novos diretores, que deve ocorrer em fins de outubro, a Colômbia decida apoiar formalmente Batista Júnior. O representante brasileiro no FMI causou atritos com os colombianos ao demitir, em fevereiro, a diretora alterna apontada por aquele país, Maria Ines Agudelo.
A Colômbia ameaçou deixar o grupo do Brasil no Fundo, mas acabou voltando atrás. Hoje, esse é um assunto praticamente superado. A Colômbia indicou um novo diretor alterno, Juan Carlos Jaramillo.
Além da Colômbia, fazem parte do grupo brasileiro a Republica Dominicana, Equador, Guiana, Haiti, Panamá, Suriname e Trinidad e Tobago.
Batista Júnior, um economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi eleito para o FMI pela primeira vez em 2007 e, já no cargo, seguiu como um dos maiores críticos da política monetária do Banco Central. Em tese, o FMI já teria que ter eleito seus diretores-executivos, mas o processo atrasou por causa da disputa entre alguns países europeus e economias emergentes dinâmicas para redistribuir o poder de voto de cada um nas decisões do organismo. As 21 mais importantes economias do mundo, reunidas no G-20, decidiram que os países emergentes dinâmicos devem ampliar em 5% seu poder de voto, num processo que deve ser concluído até novembro.
Em junho, os Estados Unidos derrubaram, por meio de seu poder de veto, a resolução que encaminharia as eleições para a diretoria executiva do FMI. Foi uma cartada dos americanos para forçar os países europeus que têm poder de voto desproporcional ao seu peso econômico, como Bélgica e Holanda, a negociarem.
O bloqueio do processo de eleição significa, entre outras coisas, que o número de diretores-executivos do FMI poderá cair de 24 para 20. O objetivo maior dos Estados Unidos é atingir os países europeus que não querem negociar. Mas um efeito colateral poder ser a perda das representações com menor poder de voto, entre elas as cadeiras do Brasil, Argentina e Índia.
É improvável, porém, uma diretoria-executiva do FMI sem os principais países emergentes, hoje a principal locomotiva do crescimento mundial. Se não houver acordo, esse poderá ser o principal tema da reunião de outono do FMI, no começo de outubro. "Há alguma chance de ser resolvido antes disso", disse Batista Júnior.
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