quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Diferenciar para competir

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/diferenciar-para-competir
Autor(es): Agencia o Globo/Paulo R. Haddad
O Estado de S. Paulo - 09/09/2010

A abertura da economia brasileira, que se vem processando desde o início dos anos 90, encontrou diversos segmentos produtivos imersos e enraizados na economia tradicional. Essa economia é reconhecida a partir dos fundamentos de sua competitividade, cujas características dominantes são o excesso de confiança em fatores básicos (recursos naturais, posição geográfica, mão de obra de baixo custo, etc.); atitude defensiva; paternalismo governamental; limitado conhecimento sobre a posição relativa entre os concorrentes; desinformação sobre a dinâmica do mercado; e, principalmente, suas vantagens, sendo de natureza comparativa, são facilmente replicáveis, impossibilitando comandar um prêmio sobre os preços dos produtos.

Independentemente das características de cada segmento produtivo, todos deverão necessitar, para o seu desenvolvimento, de algumas funções programáticas comuns: melhorar a capacidade empreendedora dos seus participantes, aperfeiçoar a mão de obra local, organizar a logística de comercialização etc. Entretanto, o plano de trabalho de cada segmento produtivo poderá ter funções programáticas específicas em razão das estratégias competitivas selecionadas. Entre elas destacam-se duas que têm comandado a busca de competitividade global das empresas brasileiras.

A estratégia de diferenciação de produto corresponde à introdução na linha de produtos das empresas de um segmento produtivo de uma nova mercadoria, que é substituta próxima de alguma outra previamente produzida e que, portanto, será vendida num dos mercados supridos pelas firmas. Essa nova mercadoria pode surgir da melhoria da qualidade ou de modificações nas especificações. Estratégias de diferenciação podem se basear no nome da marca, em design, tecnologia, serviços ou outras dimensões requeridas pelos consumidores, que estão dispostos a pagar mais por um valor que percebem nos produtos. Exemplo: a introdução de um novo cultivar num segmento produtivo de fruticultura que apresente características (sabor, transportabilidade, rendimento, etc.) mais adequadas às preferências dos consumidores.

Por outro lado, a estratégia em que a competitividade se baseia em custos baixos não é geralmente sustentável e se fundamenta em componentes aleatórios (câmbio desvalorizado), espúrios (economia informal) ou predatórios (uso insustentável da base de recursos naturais renováveis e não renováveis). Estratégias de baixos custos são sustentáveis apenas quando baseadas em inovações duradouras (novos processos, logística, etc.).

Em princípio, não se pode dizer que haja uma escolha de estratégia competitiva melhor do que outra. As empresas de um segmento produtivo devem fazer uma cuidadosa avaliação de seu ambiente competitivo e da estrutura industrial para definir qual abordagem estratégica é mais viável e sustentável. As circunstâncias de cada contexto acabam tendo um peso significativo em cada escolha e delimitam quais funções programáticas devem ser priorizadas.

Mas, de modo geral, os casos de sucesso empresarial no Brasil estão relacionados mais fortemente com as estratégias de diferenciação, que atribuem, via mudanças de processos tecnológicos, novas características e atributos aos produtos da economia tradicional (café gourmet, agricultura orgânica, madeira sustentável, proteína animal de origem certificada, minérios e metais produzidos com vantagens competitivas dinâmicas, etc.).

Do outro lado, da estratégia de custos baixos, há particularmente externalidades incontroláveis, uma vez que as empresas não têm comando sobre o que ocorre com os seus custos das porteiras ou dos portões para fora em termos de logística, de carga tributária, de burocracias governamentais, de corrupção administrativa etc. O que ganham em eficiência operacional podem perder nas externalidades negativas do custo Brasil.


PROFESSOR DO IBMEC/MG, FOI MINISTRO DO PLANEJAMENTO E DA FAZENDA


Brasil e China preveem freio na expansão global

Autor(es): Cláudia Trevisan
O Estado de S. Paulo - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/brasil-e-china-preveem-freio-na-expansao-global


Grupo bilateral criado para discutir temas econômicos acredita que ritmo de crescimento da economia será afetado pela desaceleração nos EUA e na Europa


A economia mundial crescerá a um ritmo mais moderado na segunda fase de recuperação da crise global que eclodiu em 2008, principalmente em razão da desaceleração dos Estados Unidos e da Europa, avaliaram ontem representantes dos governos do Brasil e da China reunidos em Pequim, no primeiro encontro de grupo bilateral criado neste ano para discutir temas econômicos e financeiros de interesse dos dois países.


Com visões coincidentes sobre o panorama mundial, os dois lados acreditam que as nações em desenvolvimento não podem puxar sozinhas o crescimento global e que os desenvolvidos precisam fazer o máximo para ter taxas positivas de expansão.

Em um cenário de incerteza sobre o vigor dos países ricos, os chineses disseram que buscam manter o equilíbrio entre a retirada do bilionário estímulo fiscal adotado em 2008 e a manutenção de altas taxas de crescimento, segundo pessoas que participaram das discussões.

As conversas ocorreram no âmbito da subcomissão econômico-financeira da Cosban, instituição responsável pelo diálogo bilateral em uma série de setores. Criada em abril, a econômico-financeira é a 11.ª das subcomissões da Cosban e, como todas, terá reuniões anuais.

A delegação brasileira foi chefiada pelo secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Galvão, e pelo diretor do Banco Central Luiz Awazu Pereira da Silva.

Câmbio. O patamar depreciado do yuan em relação ao dólar e a outras moedas, incluindo o real, esteve fora da agenda. Tema constante dos encontros bilaterais entre China e os EUA, a cotação do yuan é uma das principais queixas da indústria brasileira em relação ao país asiático. Para os industriais, o câmbio desvalorizado dá uma vantagem desleal aos exportadores chineses.

Realizado na manhã de ontem em Pequim, o encontro foi concentrado na análise da conjuntura global e na troca de informações sobre a reforma dos organismos financeiros multilaterais, especialmente o FMI, e a reunião do G-20 que ocorrerá na Coreia do Sul em novembro.

A reunião foi aberta com apresentações de ambos os lados do desempenho recente de suas economias. Os chineses disseram que estão empenhados na reforma da estrutura do PIB do país, com redução do peso das exportações e dos investimentos e aumento do consumo.

Para os brasileiros, a transição levará à apreciação do yuan e será uma oportunidade para o aumento e para a diversificação das exportações para a China, concentrada em três produtos: soja, minério de ferro e petróleo.


Minério mais barato
A mineradora anglo-australiana Rio Tinto acertou com grandes siderúrgicas japonesas reduzir o preço do minério de ferro entre outubro e dezembro em cerca de 13%, segundo a Reuters, citando informações do jornal econômico "Nikkei". O novo preço será de cerca de US$ 127, superior ao verificado no segundo trimestre. As siderúrgicas, que já conseguiram redução de 7% no preço do carvão, verão os primeiros declínios tanto em minério de ferro quanto em carvão desde abril de 2009.



Brasil cai em ranking de competitividade

Autor(es): Assis Moreira
Valor Econômico - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/brasil-cai-em-ranking-de-competitividade
O Brasil caiu duas posições no Índice Global de Competitividade do Fórum Mundial de Economia, ficando em 58º lugar entre 139 países. A queda é atribuída a "fraquezas preocupantes" na infraestrutura, impostos pesados, juros altos, desvio e desperdício de recursos públicos.
A competitividade da economia brasileira é mostrada como inferior a de países como Tunísia, Barbados, Montenegro e Azerbaijão, economias controladas por regimes duros, e deixa dúvidas sobre a credibilidade do índice. O próprio fato de a Suíça ser o mais competitivo, com economia cartelizada e a agricultura mais subsidiada do planeta, causa controvérsias.
O Fórum, porém, defende seus indicadores. Um assessor argumentou em entrevista na sede europeia das Nações Unidas, ontem, que a classificação do Brasil é reforçada pela percepção de líderes empresariais consultados em pesquisa. Foram ouvidos 13.500 executivos, sendo 168 no país, levando em conta 12 "pilares de competitividade".
Por essa percepção, a economia brasileira não é mais competitiva por causa do efeito da carga tributária (139º lugar, o último do índice), o peso da burocracia sobre os negócios (139º ), ensino de base fraco (127º ), os spreads das taxas de juro nas alturas (136º ), "pobre qualidade da infraestrutura", tudo isso combinado com o tamanho do "desvio de recursos públicos" (posição 121), que é o nome que o Fórum dá à corrupção, à dimensão do desperdício nos gastos do governo (136º lugar), confiança limitada nos políticos e na Justiça.
O relatório dá foco especial à infraestrutura, que resulta em custos logísticos maiores e dificuldades nas exportações, e conclui que, apesar de melhoras já ocorridas, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), três anos depois de seu lançamento concluiu menos da metade de seus objetivos. O ambiente macroeconômico também é alvejado, pela baixa taxa de poupança (15%, a 101ª menor) e alto endividamento público (48% do PIB, na 84ª posição).
Por outro lado, entre as "sólidas vantagens competitivas" do Brasil está o tamanho de seu mercado, permitindo eficiência e dinamismo dos negócios com economia de escala, sofisticação empresarial, capacidade de absorção e inovação. O Fórum aponta, sobretudo, o fato de o Brasil ter um dos "mais desenvolvidos e sofisticados" setores financeiros (50º lugar), sistema de educação superior bom e boa preparação técnica dos trabalhadores.
Em vários aspectos da avaliação, como o de instituições, que inclui desperdício dos gastos do governo e corrupção, o Brasil está na companhia de países africanos e asiáticos de combalida reputação. Pelo relatório, o "desvio de dinheiro público" no país seria maior do que no Cazaquistão, onde um grupo tribal divide a riqueza.
Entre os grandes emergentes, o Brasil, que produz de avião a jato a agricultura sofisticada, tem competitividade abaixo daquela da China (27º lugar) e Índia (51º). Na América Latina, é superado pelo Chile e Porto Rico (41ª posição), e Barbados (43ª ). Isso apesar de ter pulado 16 posições nos últimos dois anos, que o Fórum atribui à melhora na estabilidade macroeconômica, liberalização e abertura da economia e redução da desigualdade. Diz que tudo isso permitiu ao Brasil se sair bem da crise global. Ressalva que a competitividade do Brasil melhorou, só que a de vários outros países melhorou mais.
No topo, a Suíça é seguida de Suécia, Cingapura, Estados Unidos, Alemanha, Japão, Finlândia, Holanda, Dinamarca e Canadá. A China é o mais competitivo dos países em desenvolvimento.





Brasil cai no ranking mundial de competitividade

Autor(es): Jamil Chade
O Estado de S. Paulo - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/brasil-cai-no-ranking-mundial-de-competitividade


Para o Fórum Econômico Mundial, País está entre os piores do mundo em carga tributária, regulação, corrupção e infraestrutura


Com a carga tributária mais nefasta, a pior regulação do governo sobre a economia, uma das piores taxas de corrupção e de desperdício de dinheiro público do mundo, além de um dos maiores spreads bancários, o Brasil cai duas posições no ranking das economias mais competitivas elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. Segundo os dados revelados ontem, o País caiu da 56.ª posição para a 58.ª.


A queda reverte uma tendência positiva dos últimos anos. A reação do Brasil diante da crise fez o País subir oito lugares no ranking de competitividade entre 2008 e 2009. O Brasil passou do 64.º lugar para a 56.ª posição. Em 2007, o Brasil ocupava ainda o 72.º lugar. A pontuação do País na avaliação geral chegou a subir, passando de 4,2 pontos para 4,3 pontos neste ano. Mas isso não foi suficiente para manter sua posição no ranking. Países como Azerbaijão, Tunísia, Costa Rica e Indonésia são vistos como mais competitivos.

No topo da lista está a Suíça, seguida pela Suécia e por Cingapura. O ranking é estabelecido pelas respostas dadas por multinacionais e empresas locais a um questionário sobre a percepção de cada país. A economia americana, que ocupava a 2ª posição em 2009, caiu para a 4ª posição. Já a China é o único país dos Brics que subiu no ranking, passando da 29.ª posição para a 27.ª e superando tradicionais economias como Itália e Espanha.

Pior do mundo. O Fórum Econômico Mundial destaca pontos positivos na economia brasileira. Mas alerta quanto aos desafios. Entre os 139 países avaliados, o Brasil é classificado como o que tem o pior impacto da carga tributária sobre o setor privado. No que se refere aos indicadores que medem a regulação do governo, o Brasil era o penúltimo colocado em 2009 e caiu para último.

"Apesar do progresso feito em direção à sustentabilidade fiscal, o ambiente macroeconômico continua preocupante", afirmou o texto do Fórum. A entidade alertou para os níveis baixos de poupança e constatou que os spreads bancários são os mais altos entre os países avaliados. O endividamento público e a falta de flexibilidade no mercado de trabalho são considerados uma barreira para a competitividade.

O ranking aponta que a população não confia em seus políticos. O Brasil é considerado um dos locais onde a corrupção e o desperdício de dinheiro público têm peso significativo na competitividade. "A qualidade das instituições é considerada pobre", afirmou o Fórum. Entre os países avaliados, apenas três foram considerados piores quanto ao desperdício de verbas públicas.

Em termos de corrupção, o Brasil aparece entre os 18 piores países. Apenas 12 sociedades confiam menos em seus políticos que a brasileira.

A infraestrutura também precisa ser aperfeiçoada. A percepção é de que apenas 17 países têm uma aduana menos eficiente que a do Brasil. No que se refere aos portos, o País está na 122.ª posição entre 139 países. A qualidade das estradas também deixa a desejar e o Brasil não aparece nem mesmo entre os cem países com melhores rodovias. Já o custo da violência é um dos 16 maiores do mundo.

O sistema de educação que ainda não oferece qualidade e o nível primário das escolas está entre os doze piores. A qualidade do ensino de ciências e de matemática está entre as mais negativas. Dos 139 países analisados, o Brasil aparece na 126.ª posição. Para o Fórum, "esforços são necessários para melhorar a qualidade do ensino em todos os níveis e reduzir as disparidades no acesso à educação".

Positivo. Se os desafios ainda são enormes, o Fórum deixa claro que o setor privado é um dos mais competitivos do mundo. A sofisticação das empresas é a 31.ª do mundo, superando muitos países ricos. Em termos de inovação, o Brasil está entre os 42 melhores. A competitividade do mercado financeiro também é tida como exemplar.

O Brasil deixou a lanterna dos Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia e China). Neste ano, aparece à frente da Rússia. Mas ainda é superado na América do Sul pelo Chile, na 30.ª posição.






Brasil piora em ranking de competitividade

Autor(es): Agencia o Globo/Eliane Oliveira
O Globo - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/brasil-piora-em-ranking-de-competitividade

País cai de 56o- para 58o- lugar em lista do Fórum Econômico Mundial que avalia 139 nações. Suíça lidera
O Brasil caiu duas posições passando de 56º em 2009 para 58º lugar este ano no ranking mundial de competitividade.

É o que diz um relatório para o período 2010-11, que será lançado hoje pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com o Movimento Brasil Competitivo e a Fundação Dom Cabral. Empresários brasileiros e estrangeiros instalados no país deram nota 4,28 ao Brasil, índice dentro da média geral em uma escala de zero a 7.

A Suíça, a nação mais competitiva, teve nota 5,63.

Pelo Relatório de Competitividade Global, em que são pesquisados 139 países, os pontos fracos do mercado brasileiro são, principalmente, os itens Saúde e Educação Primária (indicador no qual, isoladamente, o Brasil caiu da 79ª para a 87ª colocação), Eficiência do Mercado de Trabalho (80ª para 96ª) e Prontidão Tecnológica (46ª para 54ª).

Os empresários, que respondem anualmente à pesquisa, avaliaram positivamente algo antes tido como impensável fatores como Infraestrutura, que apresentou uma melhora de oito pontos, da 74ª posição no ranking para a 62ª, Sofisticação Empresarial (da 32ª para a 31ª) e Inovação (43ª para 42ª).

Se não fossem os transportes, especialmente na parte de estradas, o Brasil teria uma nota melhor em infraestrutura e, por tabela, no índice geral comentou o presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Erik Caramano.

Ele explicou que a leitura do MBC é que houve uma melhora em alguns dos 12 pilares usados para a avaliação.

Um exemplo consiste no item Desenvolvimento do Mercado Financeiro, que registrou uma melhora de um ponto, de 51 para 50, refletindo a capacidade do Brasil de enfrentar as turbulências financeiras internacionais.

Para termos um avanço importante, são necessárias medidas microeconômicas, como desoneração tributária, simplificação da legislação, redução da burocracia e aperfeiçoamento na infraestrutura enfatizou Caramano, acrescentando que a melhora em infraestrutura se deve, principalmente, à expectativa criada em torno das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Estados Unidos caem duas posições no ranking O relatório aponta a Suíça como o país mais competitivo do mundo. Os Estados Unidos também caíram duas posições e agora ocupam a 4ª colocação, sendo superados por Suécia (no 2ª lugar) e Cingapura (no 3º).

No caso dos Estados Unidos, instabilidades macroeconômicas que se manifestaram ao longo do tempo enfraqueceram as instituições públicas e privadas no mercado americano, na avaliação dos empresários instalados naquele país, que deixaram claras suas preocupações acerca do mercado financeiro.

No 27º lugar, a China lidera o grupo das economias em desenvolvimento. Os chineses subiram dois pontos em sua colocação e o país asiático se consolida como uma das 30 nações mais competitivas do mundo. Recentemente, o país passou à posição de segunda maior economia do mundo, atrás apenas de EUA e à frente do Japão.


Tesouro libera R$ 1,95 bi para Estados e municípios

Autor(es): Eduardo Rodrigues
O Estado de S. Paulo - 09/09/2010

Valor, que será destinado ao desenvolvimento das exportações, é um adicional ao orçamento previsto para este ano


A pouco menos de um mês para o primeiro turno das eleições, o governo liberou, via medida provisória, R$ 1,95 bilhão para que Estados e municípios fomentem as exportações. De acordo com o Tesouro Nacional, o valor é uma complementação ao montante já pago anualmente aos entes federativos por meio da Lei Kandir (que desonera as vendas ao exterior) e que na programação orçamentária do ano também foi definido em R$ 1,95 bilhão.


Com o novo aporte, a liberação chegará ao total de R$ 3,9 bilhões, semelhante à quantia paga em 2009. Apesar de não haver obrigatoriedade no pagamento dos recursos, o reforço sempre entra nas negociações em torno do orçamento e é um dos temas mais polêmicos na discussão. Em 2009, um movimento liderado pelos parlamentares de Minas Gerais quase impediu a votação da lei orçamentária dentro do prazo no Congresso.

Segundo o secretário-adjunto do Tesouro, André Paiva, o adicional existe desde 2004 em uma rubrica fora da Lei Kandir. O objetivo é que essa parte da divisão dos recursos entre Estados e municípios possa ser calculada de acordo com critérios diferentes dos estabelecidos na lei.

Do total liberado ontem, 75% ficarão à disposição dos Estados e os 25%, dos municípios. De acordo com tabela em anexo da MP, Minas Gerais será o Estado com maior aporte, levando 18,23% dos recursos, seguida de Mato Grosso (16,16%), Pará (8,28%), Rio Grande do Sul (8,04%), Espírito Santo (7,20%) e São Paulo (6,61%).

Segundo Paiva, os coeficientes foram definidos pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), de acordo com critérios que incluem as estatísticas de exportação de cada Estado. Já os municípios farão o rateio conforme os coeficientes individuais de participação da parcela de ICMS de seus respectivos Estados.


Tesouro amplia em R$ 90 bi linha de crédito especial para investimentos

Autor(es): Luciana Otoni
Valor Econômico - 09/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/9/tesouro-amplia-em-r-90-bi-linha-de-credito-especial-para-investimentos
O Tesouro Nacional ampliou em R$ 90 bilhões o limite de financiamentos subvencionados do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), cujas linhas de crédito destinadas a investimento são operacionalizadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com isso, a capacidade de oferta de empréstimos sobe para R$ 134 bilhões. No lado da despesa, a consequência foi a ampliação para R$ 29,8 bilhões no custo de cobertura dos encargos subsidiados.
A determinação consta da Medida Provisória nº 501 publicada ontem. Na prática, porém, o acréscimo é de R$ 10 bilhões. Isso porque dos R$ 90 bilhões autorizados, R$ 80 bilhões se referem a uma liberação prevista na Medida Provisória 487, que perdeu validade. Além do reforço ao crédito subvencionado para o BNDES, a MP nº 501 estabeleceu a liberação de R$ 1,9 bilhão para Estados e municípios para compensações por perdas tributárias decorrentes de exportação desonerada de ICMS. É o segundo montante nesse valor repassado neste ano aos governos regionais de um total de R$ 3,9 bilhões fixado para 2010.
Na MP, o governo também decidiu estender o PSI para a produção de bens de consumo destinados à exportação e para o setor de energia elétrica. A ampliação visa garantir a plena oferta dos empréstimos nos três primeiros meses de 2011, período em que o próximo governo avaliará a continuidade das linhas do PSI.
Formatado em meados de 2009 a fim de assegurar oferta de recursos para investimento em meio à crise financeira global, o PSI teria que ser encerrado em dezembro. Foi, no entanto, prorrogado até 31 de março de 2011. O secretário-adjunto do Tesouro, André Paiva, explicou que o reforço visa assegurar a disponibilidade dessas modalidades de financiamento com juros subsidiados entre janeiro e março do próximo ano.
Ao ampliar os aportes subvencionados, o Tesouro teve de elevar os custos para cobrir a subvenção, que passam de R$ 28,2 bilhões para R$ 29,8 bilhões, isso considerando o horizonte de 30 anos e o estoque de R$ 134 bilhões. Como a concessão dos empréstimos aumentou expressivamente, a despesa anual dessa subvenção passa de R$ 400 milhões neste ano, para R$ 4,7 bilhões em 2011.
Até agosto, o BNDES havia negociado R$ 80,7 bilhões nas linhas de crédito do PSI. Em termos de encargos, os juros médios passaram de 4,5% para 5,5% em julho. O Tesouro evita fazer cogitações sobre um eventual aumento dessa taxa em 2011. No setor privado, no entanto, os fabricantes de máquinas, diretamente beneficiados com as linhas subvencionadas para investimento, consideram que um pequeno ajuste para cima não prejudicaria o programa.
O efeito do PSI sobre a produção nacional de bens de capital pode ser aferida por meio dos dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O diretor-financeiro da associação, Carlos Nogueira, informou que 60% da produção atual de equipamentos é destinada aos tomadores do crédito do PSI.
Ele comenta que houve ampliação na produção de todos os tipos de máquinas direcionadas a diversos setores. Esse desempenho levará os fabricantes a encerrar 2010 com R$ 80 bilhões de faturamento conjunto, 12% acima do resultado de 2009. Carlos Nogueira disse que as taxas poderia ser ajustadas, desde que não voltassem aos níveis anteriores de 12% a 15%.


Captações externas já passam de US$ 40 bi

Autor(es): Cristiane Perini Lucchesi
Valor Econômico - 10/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/10/captacoes-externas-ja-passam-de-us-40-bi
Mais empresas e bancos brasileiros resolveram aproveitar a demanda por títulos de renda fixa no exterior. Com as novas emissões anunciadas ontem da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), do JBS Friboi, do Banco Cruzeiro do Sul e da Suzano, o total de captações externas neste ano já ultrapassa o recorde de US$ 40 bilhões de todo o ano passado, segundo os números do Valor Data. Neste mês, entre transações de eurobônus e empréstimos sindicalizados (com a participação de vários bancos) lançadas e anunciadas, serão levantados mais de US$ 7 bilhões.

"A atividade econômica fraca nos países desenvolvidos leva os investidores externos a trocar o mercado de ações pela segurança do retorno da renda fixa", diz Carlos Gribel, diretor do Banco Máxima. "E está muito fácil vender Brasil no exterior, diante das perspectivas de crescimento econômico maior por aqui", completa ele. Segundo Gribel, o difícil é vender títulos de emissões totais pequenas, de valores abaixo de US$ 200 milhões.
Nem todas as transações, no entanto, têm saído no volume inicialmente previsto pelo mercado. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acabou lançando um total de 750 milhões em eurobônus de sete anos, na comparação com o 1 bilhão estimado anteontem. O rendimento foi de 4,243% ao ano, 200 pontos básicos sobre o chamado "mid-swaps", taxa de referência em toda a Europa. Os líderes da transação foram o BNP Paribas, o Deutsche e o Credit Suisse.
Segundo fontes próximas à transação, a procura por parte dos investidores chegou a mais de 2 bilhões, mas o BNDES resolveu não captar tudo para deixar demanda não atendida e assim conseguir uma boa negociação dos preços dos papéis no mercado secundário.
A demanda extra sobre o total oferecido, de pouco mais de duas vezes, foi menor do que a que tem sido verificada no mercado de eurobônus em dólares nesta mesma semana, que varia de cinco a dez vezes. A venda de bônus em dólar, hoje, nem precisa de "road show", as viagens para visita aos investidores. As emissões de papéis de renda fixa em euro precisam, mas podem interessar as empresas como uma fonte de diversificação de funding. Os investidores americanos blefam mais do que os europeus, diz a fonte: pedem ordens bem maiores do que efetivamente pretendem comprar.
A Vale já fez transações em euro neste ano - de US$ 750 milhões cada uma. O rendimento do papel da Vale na hora de emissão, em março, ficou em 4,441% ao ano, maior do que o do BNDES. O spread sobre o "mid-swap", no entanto, foi de 160,3 pontos básicos, abaixo do pago pelo BNDES. A demanda dez vezes maior ao total oferecido, segundo informou a Vale.
O Banco Cruzeiro do Sul vai lançar títulos em breve, em valor estimado em US$ 250 milhões, segundo a Moody"s. Os papéis terão vencimento em dez anos e serão para dívida subordinada, que entra como capital do balanço da instituição financeira, permitindo um aumento no total de empréstimos. Os líderes são o Barclays, a BCP Securities e o UBS.
A Suzano, do setor de celulose e papel, prepara emissão de valores de US$ 500 milhões também com o prazo de vencimento em dez anos, segundo a Moody"s. Os líderes são o Bradesco, o Itaú BBA e o J.P. Morgan. Os títulos, que serão emitidos pela Suzano Trading (das Ilhas Cayman) serão garantidos integralmente pela Suzano Papel e Celulose S/A.
Já a JBS, maior produtora mundial de carne, planeja captar até US$ 300 milhões com títulos de vencimento em 2018. Os líderes são o J.P. Morgan Chase e o Banco Santander. A oferta é uma reabertura de uma outra transação de total de US$ 700 milhões em títulos que foram emitidos em julho deste ano.
A Cia Siderúrgica Nacional, terceira maior siderúrgica do Brasil, contratou o Bank of America, o Credit Suisse, o Deutsche Bank e o Morgan Stanley para organizar encontros com investidores de dívida, segundo pessoa familiar às transações. Os encontros devem começar a partir de 13 de setembro, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque os termos ainda não estão fechados.

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