Por dentro do mercado | |||||||||||||||||||||||||||||||||
Autor(es): Eduardo Campos | |||||||||||||||||||||||||||||||||
Valor Econômico - 10/09/2010 | |||||||||||||||||||||||||||||||||
As expectativas envolvendo a oferta de ações da Petrobras e a retomada das captações externas por bancos e empresas ajudaram o dólar comercial a romper o "piso informal" de R$ 1,75, que prevaleceu por quatro meses. Mas agora parece que o mercado de câmbio já encontrou outra barreira à venda ao redor de R$ 1,72 no mercado à vista e R$ 1,725 no futuro. Pelo segundo pregão consecutivo, o dólar comercial fez mínima a R$ 1,721, mas recuperou preço, mesmo que marginalmente, e encerrou a R$ 1,723, queda de 0,11%. Cabe lembrar que essa foi a sétima queda consecutiva e que tal sequência de baixa não era registrada desde a passagem de maio para junho de 2009. O Banco Central (BC) deu sua contribuição no dia ao fazer, novamente, duas atuações no câmbio à vista. Primeiro tomou moeda a R$ 1,7236 por volta das 12h20, e depois a R$ 1,7242 próximo das 16 horas.
Conforme notou o superintendente de tesouraria do Banco Banif, Rodrigo Trotta, o leilão propriamente dito não traz efeito no preço da moeda. "A questão é mais de sinalização. Mostra que o Banco Central está atento ao mercado", diz Trotta. Segundo o especialista, as compras à vista teriam efeito no preço apenas se o BC pagasse cotações acima das praticadas pelo mercado. Mas isso não faz parte do seu histórico de atuação. Fora isso, a efetividade do leilão à vista depende da boa vontade do mercado. Não adianta o BC anunciar compra se o mercado não quiser vender. Portanto, diz Trotta, essas atuações podem ter gerado um impacto não mensurável, pois se não fossem elas, certamente o dólar já estaria a R$ 1,70. Cabe lembrar que agora em 2009, o BC retomou as duas atuações diárias em 15 de abril, quando a moeda rompeu a linha de R$ 1,74. A estratégia se repetiu por mais três vezes quando a moeda voltou a furar esse mesmo R$ 1,74. A última atuação dupla foi no dia 3 de maio. Depois disso, o BC teve "ajuda" da crise das dívidas soberanas da Europa, que aumentou a demanda por dólar e levou a moeda para cima de R$ 1,85. Ainda no câmbio, mas com um enfoque diferente, o sócio da Global Financial Advisor, Miguel Daoud, afirma que essa força do real é resultado mais de especulação do que qualquer outra coisa. "O real é a segunda moeda mais negociada do mundo nos mercados de derivativos, mas não tem aceitação física fora do Brasil", exemplifica. Segundo Daoud, o mercado sabe que o governo brasileiro não vai deixar o real se desvalorizar pelo simples fato de a demanda interna ser suprida pelas importações. Dentro dessa conjuntura, uma alta no preço do dólar resultaria em alta da inflação e aumento nos juros, pondo fim ao modelo atual de crescimento. O risco, que pode custar boa parte, se não toda, a reserva internacional de US$ 260 bilhões é esse "esquema" de crescimento via importação deixar de funcionar. Ainda na visão do especialista, são dois os gatilhos que podem levar a uma mudança de mão no mercado. Ou seja, fazer esses dólares todos que estão por aqui passear em outro lugar. O primeiro é um ajuste relevante na taxa de juros americana - algo não esperado por ao menos dois anos. Ou a ocorrência de um fato imponderável, como ataques terrorista ou conflito no Oriente Médio. "Isso é algo que pode acontecer e não vejo como desarmar essa armadilha. Temos que defender a nossa moeda." Até aqui, tudo bem
|
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
BC atua e ajuda a segurar dólar a R$ 1,72
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/10/bc-atua-e-ajuda-a-segurar-dolar-a-r-1-72
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário