segunda-feira, 6 de setembro de 2010

BNDES planeja volta ao mercado

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BNDES se prepara para voltar ao mercado
Autor(es): Vera Saavedra Durão
Valor Econômico - 06/09/2010
O BNDES se prepara para voltar ao mercado e se captalizar em 2011, já que, ao que tudo indica, não contará com novos aportes do tesouro. O banco planeja o lançamento de debêntures simples entre R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões no mercado doméstico, provavelmente até novembro, e inicia nesta semana um "road show" para investidores europeus, visando a colocação de papéis no exterior. Procurado o BNDES não quis comentar o assunto.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se prepara para voltar ao mercado para engordar o caixa em 2011, quando não contará mais com empréstimos do Tesouro Nacional. Ao mesmo tempo em que prepara o lançamento de uma emissão de debêntures simples de R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões no mercado doméstico, provavelmente até novembro, o banco inicia esta semana um "road show" junto a potenciais investidores europeus para futura colocação de papéis no exterior, apurou o Valor junto a fontes do mercado. Procurado, o BNDES não quis comentar o assunto.
A operação de debêntures simples de titularidade do banco poderá ser bem-recebida no mercado desses títulos, agora bastante aquecido, avaliam as fontes. A última colocação de debêntures do BNDES foi de R$ 1,250 bilhão, feita no ano passado em duas séries - uma de R$ 640 milhões com correção a uma taxa prefixada e vencimento em 2013; e outra de R$ 610 milhões, corrigida pelo IPCA, a vencer em 2015.
As novas debêntures do banco devem seguir os mesmos moldes da anterior, sendo parte dos títulos corrigidos com uma taxa prefixada e outra, pelo IPCA, com prazo de vencimento de cinco anos. A incógnita da operação é para quem os títulos serão destinados, se apenas para investidores institucionais e/ou financeiros ou se também será reservada uma fatia a investidores do varejo, pessoa física.
Em 2006, o banco emitiu R$ 600 milhões em debêntures no mercado com parte dos papéis reservada para venda ao varejo, novidade na época. No ano seguinte, a instituição de fomento captou mais R$ 1,350 bilhão via debêntures simples em duas séries, também com subscrição de pessoa física.
A operação que está sendo planejada já contaria com a chancela da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por se tratar de tranches de debêntures que integram um programa de emissão de debêntures do banco de R$ 6 bilhões, formatado e aprovado pela autarquia em julho de 2008. Em julho deste ano, o programa completou dois anos e foi renovado pelo BNDES junto à CVM.
Devido à forte turbulência dos mercados por causa da crise econômica iniciada no segundo semestre de 2008, a instituição só conseguiu colocar no mercado uma emissão de R$ 1,250 bilhão do programa de R$ 6 bilhões. Restam ainda R$ 4,750 bilhões para serem lançados. Se o BNDES conseguir colocar R$ 3 bilhões este ano, ainda sobram R$ 1,750 bilhão para uma nova operação em 2011.
No ano passado, o mercado de debêntures estava muito ruim, ainda resquício da crise financeira. Foi resgatado pela instrução 476, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A instrução possibilitou a emissão de debêntures com esforços restritos, ou seja, não necessariamente o lançamento destes papéis precisa agora ter registro na CVM. Só que os lançamentos baseados na 476 são "fechados", para no máximo 50 investidores.
O fato é que isto deu fôlego ao mercado de debêntures, avaliou o analista de crédito privado estruturado, Caio de Souza Canco, da gestora Capitânia.
Dados da Anbima informam que em 2009 foram feitas operações de debêntures no valor de R$ 26,3 bilhões, das quais R$ 15,3 bilhões efetuadas com base na 476 e R$ 11 bilhões registradas na CVM. Este ano, até agosto, já foram emitidas debêntures no total de R$ 29,4 bilhões, sendo R$ 15,3 bilhões via 476 e R$ 13,3 bilhões em ofertas públicas registradas na CVM. Mais que no ano passado todo.
Na avaliação de interlocutores financeiros, o BNDES está se movimentando para voltar a ser um banco menor, de R$ 60 bilhões a R$ 80 bilhões, ao retomar a prática de buscar fontes alternativas no mercado para compor o caixa. E escolheu um bom momento no mercado doméstico.
Quanto ao mercado externo, há dúvidas, pois ainda há muitas incertezas lá fora. Em 2008, o banco emitiu com sucesso um bonus de 10 anos de US$ 1 bilhão. No ano passado, fez operação semelhante com bônus de igual valor e também de 10 anos. A instituição também já mostrou intenção de captar recursos via fundos de investimento aqui e lá fora.


O BNDES e o mercado de capitais de longo prazo

Autor(es): Roberto Teixeira da Costa
O Estado de S. Paulo - 06/09/2010

Nas últimas semanas, possivelmente estimulada pela fase pré-eleitoral e pelo momento econômico que estamos experimentando, a atuação do BNDES tem sido posta em discussão.


Quando as fontes de capital praticamente se estancaram, o BNDES assumiu posição de liderança não só em suas áreas tradicionais de atuação, alargando-as para operações de capital de giro, explicadas pela carência de crédito. Desenvolveu política agressiva de apoio a empresas nacionais que, num mercado globalizado, buscavam recursos para associações ou aquisições no exterior, para se situarem em posição competitiva, compatível com a demanda dos mercados mundiais. Isso sem prejuízo das operações com médias, pequenas e microempresas, em que os números cresceram e falam por si mesmos. As críticas referem-se também ao apoio financeiro à Petrobrás, a alguns projetos de infraestrutura, à possível participação no financiamento do trem-bala, e por aí afora.

Algumas dessas críticas são novas, outras ressurgem periodicamente. Comenta-se também que multinacionais estão tomando empréstimos no banco, reduzindo o fluxo de dólares para o País, condição às vezes inevitável para atrair projetos que requerem a participação de recursos nacionais.

O ambiente político favoreceu comentários de críticos, rebatidos pelo presidente do banco, professor Luciano Coutinho, que argumentou que a médio prazo aqueles empréstimos, considerados subsidiados pelo diferencial da taxa de juros, acabarão revertendo em operações que darão saldo positivo ao Tesouro Nacional. Para fazer frente a esse crescimento do BNDES o Tesouro Nacional fez sucessivas capitalizações. Com essas operações o banco procurou reforçar seu índice de Basileia, que lhe permitirá continuar trabalhando sem maior "estresse".

Não vou aqui entrar nessa querela entre os defensores do banco e seus críticos. Gostaria somente de lembrar que, durante o auge da crise financeira, aqui e no exterior o papel dos bancos oficiais foi comentado positivamente, por sua atuação anticíclica. O que me motiva a escrever estas linhas é que, em minha opinião, o eventual superdimensionamento do BNDES esteja ligado fundamentalmente à inexistência de fontes alternativas de longo prazo para o nosso mercado.

Os bancos comerciais, para lastrear suas operações, dependem de recursos que lhes são emprestados por prazos curtos e médios, não podendo assim ser supridores de crédito de longo prazo, a não ser via linhas de repasse. A alternativa de empréstimos externos, apesar da queda do risco Brasil, embute o eventual custo de uma valorização do real, que, evidentemente, será fator de encarecimento de seu custo. Portanto, a solução passa necessariamente pelo contínuo fortalecimento do mercado de capitais. Quando a ele me refiro, não falo exclusivamente do lançamento de ações (IPOs), que tiveram em anos recentes momentos positivos, particularmente antes de 2008. O mercado de novos lançamentos não tem tido consistência previsível de comportamento, pois oferece janelas de oportunidade que se abrem e depois se fecham, fortemente influenciadas por mercados e investidores externos.

Temos, portanto, de pensar em mecanismos que alavanquem não só operações de "equity", como também capital de empréstimo de longo prazo. Assim, foram bem recebidas pelo mercado as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda e pelo presidente do BNDES, conscientes de que o desenvolvimento dos títulos de dívida de longo prazo no mercado local é a solução para que as empresas possam usá-los como alternativa.

Apesar do relativo sucesso das Letras Financeiras em seus primeiros meses de existência, participantes do mercado acreditam que esses papéis, bem como as debêntures, ganharão espaço se o governo der alguns incentivos e se for criado no País um mercado secundário de risco privado. A regulamentação de oferta pública desses títulos está em fase de conclusão, e haverá um "road show" no exterior para apresentá-los aos investidores.

O Ministério da Fazenda está tratando da questão tributária; o Banco Central, do recolhimento compulsório; e o BNDES, do desenvolvimento do mercado secundário.

Duas medidas provocarão muita discussão: a possibilidade de isenção de Imposto de Renda dos ganhos de capital para estrangeiros, como ocorre com títulos do governo, e o fim da exigência do depósito compulsório sobre esses papéis, assemelhando-se às debêntures que não arcam com esse ônus.

A agenda mais adiantada, até o momento, é a do mercado secundário, sendo três os principais tópicos dessa agenda. O primeiro é o desenvolvimento de formadores de mercado ("market makers"). A ideia do governo é formar uma rede de "market makers" que regularmente transacionem no mercado. O segundo tópico é criar condições para o funcionamento de um mercado secundário de papéis privados. Como sabemos, a liquidez é fator fundamental para estimular a presença dos investidores. O terceiro tópico é fazer com que o BNDES ajude a estruturar fundos de crédito recebíveis e de papéis securitizados, com prazos mais longos de vencimento.

No âmbito de crédito mobiliário, outra medida em estudo é a extensão às pessoas jurídicas do mesmo tratamento fiscal das pessoas físicas.

Cremos que com esse conjunto de medidas, e diminuída a volatilidade na Bovespa, que foi fortemente influenciado por condições externas que atingem todos países, poderemos criar condições para que o nosso mercado tenha melhor e mais previsível desempenho, contribuindo assim para a diminuição da necessidade de interferência em grande escala do banco de desenvolvimento e de outros bancos estatais.


Investimento cria ambiente seguro para o PIB

Autor(es): João Villaverde
Valor Econômico - 06/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/6/investimento-cria-ambiente-seguro-para-o-pib

As condições estruturais para um crescimento acelerado estão dadas. A alta de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre em relação ao três primeiros meses do ano demonstram que, no ano, o avanço do PIB deve atingir 8% - que, se verificado, será o maior desde os 10,2% registrados em 1976. A avaliação é de Francisco Eduardo Pires de Souza, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cedido ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para quem o avanço dos investimentos e da contratação de pessoal sinalizam que as condições para o crescimento "estão dadas".
Souza, que é doutorado em economia pela Unicamp e pós-doutorado pela London School of Economics (LSE), vê o ritmo atual como seguro. "Problemas como falta de mão de obra especializada para setores específicos, como construção civil ou engenheiros para operacionalização do petróleo, ocorrem, mas são ajustados conforme crescemos", diz Souza. Ele usa uma metáfora para explicar os ajustes que deverão ser feitos enquanto a economia se expande rapidamente. "É muito mais fácil se equilibrar numa bicicleta em movimento do que quando está parada."
Abaixo, os principais trechos da entrevista ao Valor.
Valor: O avanço do PIB no segundo trimestre foi superior ao que previa a maior parte do mercado. O ritmo está muito forte?
Francisco Eduardo Pires de Souza: Depois daquele crescimento chinês que a economia teve no primeiro trimestre, o mercado como um todo passou a precificar uma desaceleração baseado em duas premissas: a base de comparação seria mais alta, o que dificultaria um avanço estatístico tão expressivo, e a acomodação da indústria e do consumo depois da retirada dos estímulos fiscais e monetários vigentes até o fim do primeiro trimestre. O resultado do período entre abril e junho veio abaixo dos primeiros três meses mesmo, mas não na proporção que se imaginava.
Valor: Por quê?
Souza: As condições estruturais para sustentar um crescimento forte continuaram se expandindo no segundo trimestre. Os investimentos, representados pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresceu 2,4% entre abril e junho e a geração líquida de emprego formal foi superior a 810 mil vagas no período. Os empresários continuam investindo e contratando, que são os principais sinais de atividade, porque indicam que o crescimento continuará forte.
Valor: E continuará nesse ritmo?
Souza: Sem dúvida. É muito caro demitir trabalhadores no Brasil e também custa caro às empresas manter máquinas paradas. Então, se estão contratando e investindo é porque avaliam que as condições para o crescimento da economia não só estão colocadas como continuarão dadas.
Valor: E que condições são essas?
Souza: Há uma série de fatores que funcionarão como estímulo a novos investimentos, como a extração e refino do petróleo do pré-sal, as obras para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Eles são uma oportunidade para diferentes cadeias produtivas, que começam e começarão a investir para ganhar espaço. Além disso, ainda há no Brasil um largo hiato habitacional e de infraestrutura urbana como um todo, que precisa e pode ser preenchido. O setor de construção civil, que foi um dos principais responsáveis pelo forte avanço do PIB no primeiro semestre deste ano, passou quase 30 anos sem projetos. Esse conjunto de fatores cria um horizonte de crescimento da demanda doméstica, num contexto em que o Brasil alcançou uma estabilidade macroeconômica muito importante. Tanto é que as eleições ocorrem num clima de tranquilidade incomum para nossos padrões. E o empresário brasileiro percebe isso.
Valor: O sr. citou obras de infraestrutura, de habitação e projetos para o pré-sal. Todos contam com investimento ou indução indireta do Estado. Qual tem o papel do Estado no crescimento econômico?
Souza: Houve um manejo muito bem feito da política anticíclica por parte do Estado, algo que, diga-se, não foi exclusividade do Estado brasileiro. Me refiro especialmente ao caso do investimento, que acompanho de um ângulo privilegiado. Os investimentos caíram fortemente e de maneira imediata tão logo explodiu a crise mundial, no fim de 2008. O investimento é a variável mais sensível da economia uma vez que denota a expectativa dos agentes quanto ao futuro. Como naquele momento o quadro internacional era péssimo, já que parecia o fim do mundo, com instituições financeiras enormes falindo e toda a atividade desmoronando, o investimento despencou, atingindo o fundo do poço no primeiro trimestre de 2009. O governo, então, passou a estimular o investimento, e a resposta veio rapidamente.
Valor: Que ação o sr. destacaria?
Souza: Quando estava no fundo do poço, entre o primeiro e o segundo trimestre do ano passado, o governo lançou o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que ofereceu juros de 4,5% ao ano para o investimento em máquinas e 7% para a aquisição de caminhões e ônibus. O impacto foi espetacular. Em 2008, o BNDES desembolsava, em linhas semelhantes, o equivalente a R$ 2,7 bilhões por mês. No primeiro semestre de 2009, os desembolsos caíram a R$ 1,7 bilhão por mês. A partir do PSI, lançado em junho, os desembolsos atingiram média mensal de R$ 4 bilhões, e entre janeiro e julho de 2010 atingiram quase R$ 5 bilhões por mês. Agora que a economia está deslanchando o governo vai retirando os estímulos - o PSI já teve os juros elevados e acaba em dezembro.
Valor: No segundo trimestre, o consumo do governo teve seu avanço mais expressivo em dois anos. O que o governo está consumindo?
Souza: Não temos dados abertos, mas o consumo do governo ocorre por meio de licitações e por concurso público. Então, vai desde o gasto com material escolar para escolas públicas até contratação e aumento de salários dos servidores. Ainda não temos dados abertos, mas fica claro que o consumo ajudou a sustentar o crescimento elevado do segundo trimestre, que anualizado atinge 5,1%.
Valor: O consumo do governo está ajudando a sustentar a demanda doméstica?
Souza: Sem dúvida. Aliás, é a demanda doméstica acelerada que sustenta o crescimento. A soma entre o consumo do governo, das famílias e os investimentos está por trás da recuperação da economia no pós-crise e na aceleração que assistimos em 2010. Esse avanço que permite ao Brasil continuar crescendo de forma um tanto autônoma do mundo, que continua sofrendo muito os efeitos da crise global. Não somos independentes do mundo, mas estamos crescendo de forma autônoma.
Valor: E esse crescimento autônomo vai continuar?
Souza: Continua, claro. Mas num prazo maior temos um grande desafio a ser enfrentado.
Valor: Qual?
Souza: As importações estão crescendo muito mais que as exportações e o Brasil está tendo um crescente déficit nas transações correntes, ainda que ele seja financiável.
Valor: Mas as importações aumentam devido ao avanço da demanda doméstica, não?
Souza: Claro, e essa é uma situação que vai continuar, o que não diminui o ímpeto do PIB. Ainda que desacelere um pouco, para taxas de 1% nos próximos dois trimestres, atingiremos um avanço de 7,8% da atividade neste ano. As condições estruturais estão colocadas: o emprego formal, os salários, os investimentos e a concessão de crédito continuam em alta. Vejo o crescimento de 8% como algo totalmente viável para 2010.
Valor: Esse crescimento pode causar transtornos, como alta de preços ou surgimento de gargalos?
Souza: O aumento dos investimentos é superior a alta do PIB, o que amplia a capacidade de oferta da economia como um todo. Problemas como falta de mão de obra especializada para setores específicos, como construção civil ou engenheiros para o petróleo, ocorrem, mas são ajustados conforme crescemos. É muito mais fácil se equilibrar numa bicicleta em movimento do que quando está parada. É a mesma coisa com o crescimento econômico.


Empréstimos de bancos voltam a crescer pela primeira vez após a crise

Autor(es): Melina Costa
O Estado de S. Paulo - 06/09/2010
 

Brasil ficou em segundo lugar entre as economias emergentes, segundo relatório do Banco de Compensações Internacionais



Pela primeira vez desde a eclosão da crise financeira global, os bancos voltaram a aumentar seus empréstimos e linhas de crédito internacionais. Essa é a principal conclusão do último relatório do Banco de Compensações Internacionais (da sigla em inglês BIS), com sede na Basileia. Trata-se de uma espécie de Banco Central dos bancos centrais. Segundo o estudo, a exposição dos bancos aos mercados aumentou em 2,1% no primeiro trimestre deste ano, o que equivale a um acréscimo de US$700 bilhões. Desde meados de 2008 esse número estava em queda.


Ao todo, os bancos emprestaram US$ 33,4 trilhões nos primeiros três meses do ano. A expansão foi puxada tanto por empréstimos interbancários, em que o aumento foi de 1,8%, como por empréstimos e crédito para a economia em geral, cujo aumento foi de 2,5%.

Ainda segundo o relatório, a reviravolta nos balanços dos bancos pode ser atribuída ao aumento de crédito e empréstimos para os Estados Unidos e Reino Unido, mas, especialmente, ao crescimento nas regiões de Ásia-Pacífico, América Latina e o Caribe. Os empréstimos e créditos internacionais para países emergentes cresceram pelo quarto trimestre seguido. A expansão foi de 4,6%, o equivalente a US$ 113 bilhões.

Nesse grupo, o Brasil se destacou. O País foi o segundo colocado entre as economias em desenvolvimento no aumento de empréstimos e créditos internacionais. O fluxo de capitais ao Brasil cresceu em US$18,6 bilhões no primeiro trimestre do ano em relação a o mesmo período do ano anterior. A China, primeira colocada, recebeu US$ 42 bilhões a mais. Uma das consequências desse crescimento de fluxos dos bancos em direção ao Brasil tem sido a valorização do real. Segundo o estudo, o real, na comparação com moedas da Índia e China, foi a que mais se valorizou desde 2008.

Apostas no real. Em outro relatório, divulgado no início do mês, o BIS mostra que o real é uma das duas moedas de países emergentes que mais ganharam espaço no mercado mundial de divisas nos últimos três anos e já é a 20.ª mais trocada e apostada por esse mercado.

Em crescimento de participação no mercado internacional, o real está atrás apenas da lira turca entre as emergentes. A moeda brasileira, que em 2007 representava 0,4% do mercado de divisas, passou a representar 0,7% em 2010. Há 12 anos, a taxa era de 0,2%. Os dados de 2010 são os primeiros a incluir além do brasileiro, o mercado do mundo todo.

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