quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Governo quer bancos de volta a vendas no Irã

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Brasil quer convencer banco privado a operar com o Irã
Autor(es): Mauro Zanatta
Valor Econômico - 08/09/2010
O governo inicia nesta semana uma ofensiva para que os bancos privados retomem as operações de comércio exterior com o Irã. As sanções impostas pela ONU têm preocupado os bancos, que temem represálias por manter relações comerciais com o país. O Irã é hoje o segundo maior comprador de carne bovina brasileira, por exemplo.

O Banco do Brasil manteve suas operações e a Caixa passará a atuar também, mas a Fazenda decidiu esclarecer às instituições privadas que as sanções não proíbem a venda de alimentos ao país. Segundo o chefe de gabinete da Fazenda, Luiz Melin, o ministro Mantega está determinado a impedir que um problema político seja usado para deslocar o Brasil de um mercado importante e disputado pelos grandes exportadores globais.

O governo brasileiro iniciará nesta semana uma ofensiva para que o sistema financeiro nacional retome a concessão de linhas de financiamento e operações de comércio exterior com o Irã. Sanções impostas pela ONU, pelos EUA e pela União Europeia têm inibido as operações dos bancos brasileiros, que temem retaliações internacionais por manter relações comerciais com o regime iraniano.

O chefe de Gabinete do ministro da Fazenda, o economista Luiz Eduardo Melin, disse ao Valorque Guido Mantega está "muito preocupado" com a retração nas operações dos bancos brasileiros no Irã. "O ministro está determinado a atuar para não deixar um problema político ser usado como pretexto para deslocar o Brasil no contexto internacional. O Irã é o nosso segundo mercado para a carne", diz Melin, cujas funções incluem a formulação de políticas da pasta.
O Ministério da Fazenda tentará persuadir os bancos privados brasileiros a retomar as operações com o Irã. A Fazenda diz que o Banco do Brasil não deixou de operar no país, mas Melin admite que "não é um estado de coisas satisfatório" para atender à forte demanda. Os exportadores de carne estimam demanda de operações para US$ 400 milhões até o fim do ano.
A Fazenda admite estimular o BB a ampliar sua atuação. "O BB tem autonomia, mas o ministro avalia todas as hipóteses. Não descarto essa alternativa, mas o ministro não é favorável a que o banco público substitua o conjunto do sistema financeiro", disse Melin. "O BB já tem um papel de moto-próprio, sem intervenção do governo, e continua a processar operações com o Irã fora das sanções."
O ministério vai realizar reuniões com dirigentes de instituições privadas e do Banco do Brasil para "esclarecer" que as sanções impostas pela ONU, pela UE e pelos EUA não proíbem as exportações de alimentos ao país. "As sanções foram só para práticas ilícitas ou operações suspeitas", diz Melin.
O governo entende a postura cautelosa dos bancos, mas insistirá na retomada das operações. "Há informações truncadas, e os bancos estão com excesso de prudência e zelo ao interpretar as resoluções da ONU", diz Melin. "Eles acharam que existe essa situação perigosa. O BB sofre pressões, está preocupado, mas ainda é o esteio das operações. Por menor que seja, ainda dá conta da demanda".
Na sexta-feira, o ministério se reunirá com exportadores de carne, soja, milho, álcool e açúcar para ouvir sugestões de solução do problema. "O governo quer incentivar, de todas as maneiras possíveis, as exportações para gerar saldos, evitando pressões das importações." O ministério insiste que os exportadores não podem perder um mercado de 300 mil toneladas de carne bovina projetado para 2011. "Os exportadores estão sendo prejudicados com a hesitação e a resistência dos bancos. Nossos grandes competidores, como Austrália e EUA, defendem seus exportadores", argumenta Melin.
Por isso, a Caixa Econômica Federal está sendo "preparada", como já antecipou o Valor, para atuar como custodiante dos papéis nas operações "governo a governo" na linha de crédito de 1 bilhão anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio, no Irã. "Está prevista essa atuação, mas está em montagem porque é uma operação governo a governo, o que exige garantias e estruturas específicas", disse Melin. "Nessa linha, teria o papel de custodiar papéis que serão dados em garantia. Será uma oportunidade para a Caixa se firmar no comércio exterior."
Os recursos não serão remetidos ao exterior. As operações via Caixa terão garantia do Tesouro Nacional. O banco adiantará a receita das vendas ao exportador e debitará na conta do Tesouro, que será o responsável por cobrar do governo do Irã o dinheiro depositado pelo importador iraniano.
Produtores de carne têm liderado as pressões sobre o governo. "É uma situação gravíssima. O Irã é o nosso segundo maior mercado. Eles compraram muito neste ano e vão comprar ainda mais em 2011", disse o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Otávio Cançado. De janeiro a julho, o Irã comprou 152,7 mil toneladas de carne bovina em equivalente carcaça do Brasil. "Foram US$ 464,3 milhões, ou 21% do total exportado pelo país", diz Cançado.
"Temos que encontrar maneiras para não deixar que as exportações de alimentos sofram. O comércio normal com o Irã está em perigo", analisa Melin. Para ele, é "contraproducente" perder mercados como o Irã, disputado pelos principais exportadores. "O Irã vai comprar mais do Brasil que da Austrália e dos EUA. Por isso, faremos uma ofensiva de esclarecimento, evitando que o exportador perca mercado e que os bancos deixem essa fatia de negócios".
A Caixa reiterou que "não está autorizada" a operar empréstimos com recursos do Proex (Programa de Financiamento à Exportação). Disse ainda não ter produto que permita a contratação de financiamento de comércio internacional por pessoa não residente no país. O BB afirmou que "respeita as normas internacionais vigentes" para operações com o Irã. "Uma vez que não existam restrições que contraponham tais normas, as transações ocorrem normalmente."


O país da carne encara a escassez de boi

Autor(es): Daniel Rittner
Valor Econômico - 08/09/2010
O país do bife de chorizo, que já chegou a ter duas vacas por habitante e a ostentar o título de nação mais carnívora do mundo, assiste perplexo à crise em torno de sua pérola gastronômica. A Argentina perdeu 8,6 milhões de cabeças de gado em dois anos. Com a redução da oferta, os preços da carne bovina subiram 164% desde setembro, o maior aumento para um único produto no período, segundo a inflação medida pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires (UBA).

Mesmo em um cenário otimista, conforme as projeções do Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina (IPCVA), serão necessários pelo menos três ciclos completos de três anos cada - do nascimento ao abate - para recuperar o estoque de gado perdido. "Se tudo correr bem, é um processo que levará nove anos", disse ao Valor o diretor-geral do IPCVA, Carlos Vuegen.
Sem oferta suficiente, o ajuste tem se dado por duas vias. A primeira é a queda do consumo pelos argentinos. De 70,5 quilos por pessoa/ano de janeiro a maio de 2009, a média diminuiu para 55,6 quilos no mesmo período de 2010. É o nível mais baixo em uma década - ainda assim, são quase dez quilos a mais do que consomem os habitantes do Rio Grande do Sul, os maiores carnívoros do Brasil.
O segundo sintoma é a perda de importância da Argentina no mercado internacional. O país era o dono incontestável do título de principal exportador do mundo até 1970, quando a Política Agrícola Comum (PAC) europeia mexeu no ranking e cedeu o posto ao Velho Continente. Depois, Austrália e Brasil passaram a liderar a lista. Hoje, a Argentina disputa com países menores, como o Uruguai, o sétimo lugar entre os maiores fornecedores. De cerca de 700 mil toneladas exportadas em 2009, as vendas ao exterior devem ficar entre 310 mil e 330 mil toneladas neste ano, segundo projeções do IPCVA.
O marco zero da crise está na primeira metade da década de 1990, quando um número cada vez maior de pecuaristas trocou o gado pelo cultivo de soja, considerado mais rentável. A migração, que durou até 2005, provocou alterações no mapa da pecuária argentina e levou boa parte da produção para o norte do país, distanciando-se dos pampas.
Perderam-se 13 milhões de hectares para a agricultura. A produção não caiu, mas ficou mais cara. "O que ocorreu nesse período foi um processo gradual e lógico", diz o consultor Victor Tonelli. "O problema veio depois, com uma brutal intervenção do governo, que terminou por destruir o sistema produtivo e a possibilidade de exportação dos frigoríficos."
A partir de 2006, começou a cobrança de impostos sobre as exportações e os embarques chegaram até a ser proibidas, em uma tentativa desesperada do governo de aumentar a oferta no mercado interno. Houve acordos "informais" de preços e o governo ameaçou fechar os frigoríficos que pagassem um valor acima do teto definido para o gado vivo. A seca iniciada em 2008, a pior em 70 anos, completou o estrago.
Em um recente boletim de conjuntura, a Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da Argentina (Ciccra) avalia que "a política setorial pareceu ser efetiva inicialmente, porque a febre do paciente baixou e chegou inclusive a desaparecer por algum período, mas nunca se fez nada nada para tratar a doença que a causava".
Enquanto os pecuaristas abatiam seu gado, no processo de desinvestimento mais intenso das últimas décadas, os argentinos se fartavam de carne barata e as exportações não davam sinal de queda. Em 2009, foram produzidos 3,5 milhões de toneladas de carne com osso e as exportações chegaram a US$ 1,6 bilhão. O consumo doméstico atingiu seu recorde histórico.
Mas era uma questão de tempo até a febre voltar. Do total de abates, nada menos que 49,7% eram de fêmeas. Quando esse índice é superior a 40%, o estoque não se recompõe, em um processo conhecido no setor como "liquidação de ventres". De 2008 a 2010, a população bovina caiu de 57,5 milhões para 48,9 milhões de cabeças, segundo números oficiais estimados com base na quantidade de vacinas aplicadas contra a febre aftosa.
Os preços, que conseguiram ser controlados pelo governo e não haviam acompanhado a alta mundial da carne, finalmente subiram e se alinharam aos internacionais. Por isso, garantem os especialistas, é improvável que a Argentina passe a importar carne, como se especula, e o ajuste se dá com a queda de exportações e do consumo doméstico. Mas é certo que a crise, antes concentrada no campo, chegou aos frigoríficos, que andam sem bois para abater. Nos cinco primeiros meses do ano, a produção caiu 23% em volume.
A boa notícia é que há sinais de que uma recuperação - ainda lenta - está em curso, graças aos melhores preços obtidos pelos pecuaristas. As evidências já foram constatadas na proporção de fêmeas abatidas, que caiu para 43% do total em maio, e existem perspectivas de um maior índice de nascimentos. Para um rebanho de 20 milhões de vacas, houve 11,7 milhões de novos bezerros no ano passado. Em 2010, a tendência é que esse número possa atingir 12 milhões.
No próximo ciclo reprodutivo, espera-se aumentar mais. "O processo de desinvestimento ainda não terminou. É preciso alcançar uma taxa de nascimento de 80% do estoque de vacas", afirma Miguel Jairala, analista econômico do IPCVA. Para o consultor Tonelli, a produção voltará a cair em 2011, antes de recuperar-se a partir de 2012.
Tonelli também fala que a recuperação do estoque perdido virá apenas no fim da década. E insiste: "Se não houver problemas climáticos nem políticas que continuem prejudicando os negócios."


País é campeão mundial em focos de incêndio

Autor(es): Virgínia Silveira
Valor Econômico - 08/09/2010
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Com mais de 50 mil pontos de fogo em 2010, o Brasil ocupa a incômoda posição de campeão em queimadas no mundo. Dos 18 países monitorados diariamente pelo Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Bolívia vem em segundo lugar, com 8.843 focos de incêndio em todo o país. Este ano, por conta do clima seco e das altas temperaturas, a propagação do fogo tem sido mais frequente no Brasil, especialmente na região central, nos Estados do Mato Grosso, Tocantins e Goiás, que responderam por 22 mil do total de focos registrados de janeiro a agosto.

Segundo o coordenador do Programa de Monitoramento de Queimadas do Inpe, Alberto Setzer, agosto foi um mês que apresentou o índice mais alto de registro de queimadas deste ano, com 28.608 focos, mais de quatro vezes maior que no mesmo período de 2009. Comparando os números de janeiro a agosto deste ano com os de 2009, a diferença também é grande e aponta para um crescimento de 157% nas queimadas.
"Esses valores são basicamente uma indicação ou termômetro do que ocorre e se referem somente à detecção com o satélite NOAA-15 no horário do fim da tarde". Setzer explica que o número de casos de queimadas e incêndios é muito maior, pois com apenas um satélite de referência, é possível detectar cerca de 20% do que está ocorrendo em termos reais.
"Embora sejam números expressivos, em 2007 tivemos uma situação até pior, com 59.915 focos de queimadas entre os meses de janeiro e agosto. O tempo este ano tem favorecido o uso e a propagação do fogo, mas o maior vilão da história é o próprio homem", explica. Na comparação com outros países da América do Sul, o pesquisador lembra que também é preciso levar em conta o fato de o Brasil ter uma extensão territorial bem maior que os demais países.
A Bolívia, segundo Setzer, é bem menor que o Brasil, mas o problema das queimadas lá é até pior. Paraguai, norte da Argentina, sul da Venezuela e da Colômbia e o México também são citados pelo pesquisador como locais com alto índice de queimadas. Nos últimos três anos, o Brasil vem até reduzindo o número de focos de incêndio. Em 2007 foram registrados 202.299 focos, número que no ano seguinte caiu para 134.864. Ano passado houve uma queda de 63% em relação a 2008, com um total de 69.717 focos de queimadas.
No Brasil, segundo Setzer, mais de 99% das queimadas são provocadas pelo homem, com o objetivo de limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos, colheita manual de cana de açúcar e vandalismo, entre outras. Do ponto de vista global, segundo o pesquisador, as queimadas são associadas com modificações da composição química da atmosfera e as maiores contribuições do Brasil para a mudança do clima do planeta são provenientes do fogo na vegetação.
"As queimadas também se tornaram tema de saúde pública", diz ele. O Ministério da Saúde, informa, criou um banco de dados especial com informações sobre queimadas para orientar suas ações e minimizar problemas de aumento nas internações e mortes causadas pelas queimadas.
O monitoramento das queimadas feito pelo Inpe, considerado o mais completo e abrangente do mundo, utiliza dados de nove satélites diferentes, que produzem e distribuem, quase em tempo real, mais de 200 imagens por dia de detecção de focos de queima da vegetação. Os e-mails de alerta são enviados seis vezes ao dia para 3 mil usuários. Para usuários especiais dos dados, como os órgãos de controle e fiscalização das queimadas, as informações são liberadas menos de 20 minutos após seu recebimento e processamento.
Na segunda, o Ministério do Meio Ambiente decretou estado de emergência ambiental em 14 Estados e no Distrito Federal por causa do grande número de focos de queimadas. Com o decreto, se for preciso, os Estados podem contratar brigadistas para combater o fogo sem necessidade de licitação.


O desafio do Cerrado

O Estado de S. Paulo - 08/09/2010
Um dos grandes desafios do desenvolvimento brasileiro é como conciliar o avanço de sua produção agropecuária com a preservação do meio ambiente. Não se trata apenas do dever de proteger a Amazônia, mas de evitar que outros biomas, como o Cerrado, venham a ser devastados pelo desmatamento indiscriminado. O recente estudo Indicadores do Desenvolvimento do IBGE diz sem meias palavras que, a não ser que sejam tomadas "medidas urgentes para proteção", o bioma do Cerrado, rico em biodiversidade e que concentra nascentes de grandes bacias hidrográficas do País, corre o risco de desaparecer "em pouco tempo".


O alerta coincide com a publicação de uma reportagem na revista britânica The Economist (2/9), com o título de O milagre do Cerrado, onde são elogiados os resultados obtidos pelo modelo brasileiro de ampliação da produção agropecuária naquela região, praticamente sem subsídios do governo. Esse avanço, diz a revista, não é vital apenas para o Brasil, que deixou de ser importador para se tornar um grande exportador de alimentos, mas de grande importância para possibilitar o atendimento da demanda mundial. O Brasil é hoje um dos celeiros do mundo e se espera que continue a expandir a produção agropecuária no futuro. São citados dados da FAO, segundo os quais a produção de grãos tem de crescer 50% e a de carne duplicar para atender ao aumento da população mundial em 2050.

O desenvolvimento da agropecuária no Cerrado, que representa 20% do território nacional, abrangendo 15 Estados e o Distrito Federal, merece, realmente, figurar entre as grandes conquistas nas últimas décadas. Dessa região, desprezada até a década de 1970 pela sua baixa fertilidade, hoje provêm 59% da produção nacional de soja, 26% da de milho, 18% da de arroz, 48% da de café e 70% da de carne bovina, segundo a Embrapa.

Essa transformação foi possível graças à aplicação de técnicas de correção e adubo do solo, bem como da irrigação. O desenvolvimento de variedades adaptáveis ao clima tropical e o plantio de transgênicos, mais resistentes a pragas, também deram uma contribuição fundamental para a expansão da fronteira agrícola. Ganhos de produtividade têm sido mais expressivos na agricultura, mas também já se fazem sentir na pecuária.

O apoio técnico do governo por meio da Embrapa foi e continua sendo essencial, mas as autoridades sempre tenderam a considerar o Cerrado como uma região de vale-tudo sob o ponto de vista do meio ambiente. Como comprova o IBGE, faltaram cuidados especiais, que agora se tornam indispensáveis. A cobertura vegetal do Cerrado foi reduzida à metade e apenas 3,2% da área total do bioma é protegida por unidades federais de conservação, sendo 2,2% de proteção integral. Além disso, o Cerrado - a savana com a maior biodiversidade do mundo - tem 131 espécies de plantas e 99 de animais sob ameaça de extinção.

Se na Amazônia existe um sistema de monitoramento e fiscalização, que, apesar das falhas, vem contendo a taxa de desmatamento, não é isso o que ocorre no Cerrado. A devastação diminuiu no Sudeste, mas aumenta no Norte e Nordeste. Quando o potencial da agropecuária no Cerrado era subestimado, a derrubada de árvores ocorria para a produção de carvão para a siderurgia, atividade que persiste, apesar da implantação de florestas plantadas. Muito piores têm sido as queimadas para abrir pastos para o gado e campos para a lavoura. São frequentemente ignoradas as normas que exigem a reserva de uma parcela das propriedades em estado natural e a proteção das matas ciliares.

Os técnicos recomendam um aumento substancial das unidades federais de preservação, tendo o IBGE identificado por satélite zonas remanescentes nas fronteiras agrícolas. Como boa parte da produção do Cerrado provém de empresas do agronegócio, não deve ser difícil um entendimento do Ibama com o setor em nome da sustentabilidade. Afinal, o que se deseja não é acabar com o desenvolvimento agropecuário no Cerrado, mas discipliná-lo, de modo a proteger o ecossistema, do qual tanta coisa depende, como, por exemplo, as nascentes dos rios, a manutenção do seu fluxo e o regime de chuvas.

Independência 
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/8/selva-de-pedras
» No sertão pernambucano, município de Cabrobó, um banco de sementes foi inaugurado e vai atender mais de 100 famílias de agricultores quilombolas. O Projeto Semente Crioula, desenvolvido com a Embrapa, vai se estender para outras comunidades locais, estimulando a verdadeira independência.

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