quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Exportação simplificada cresce 60%

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/8/exportacao-simplificada-cresce-60
Menos burocracia na exportação
Autor(es): Agência O Globo/Gustavo Paul e Eliane Oliveira
O Globo - 08/09/2010
O governo não conseguiu cumprir a meta de aumentar em 10% o número de micro e pequenas empresas exportadoras. Mas as vendas por meio de um sistema que diminuiu a burocracia para exportações de até US$ 50 mil cresceram 60% este ano.


Venda de produtos para o exterior por declarações simplificadas cresce 60,2%

Dois anos depois de lançada a política industrial, o governo falhou na tentativa de aumentar em 10%, até 2010, o universo das micro e pequenas empresas no total de exportadores do país, passando para cerca de dez mil firmas.

Entretanto, dados do comércio exterior brasileiro mostram que, sempre que são simplificados os procedimentos de exportação, os resultados surgem e podem incrementar os negócios externos. A venda de produtos para o exterior via Declarações Simplificadas de Exportação (DSEs), cujo limite para operação é de US$ 50 mil ou o equivalente em euros, deu um salto de 60,2% entre janeiro e julho de 2010 em relação ao mesmo período de 2009.

A grande vantagem da DSE é que ela elimina a papelada e a burocracia.

O problema é o limite de US$ 50 mil por operação, o que limita o crescimento do sistema.

Nos primeiros sete meses do ano foram exportados US$ 455,5 milhões, contra US$ 284,2 milhões no mesmo período do ano passado. O fato de a crise financeira internacional ter se amainado ajudou, mas alguns produtos principalmente autopeças tiveram saltos impressionantes. A venda de quadros elétricos cresceu 1.109%, a de peças de bronze aumentou 3.400%, e a de pistões, 1.900%.

Dados dos Correios confirmam o vigor desse sistema: as exportações via postal tiveram em 2009 um crescimento de 8,11% em relação ao ano anterior, depois de dois anos de queda.
Cai número de pequenas exportando
De acordo com as metas estabelecidas pelo governo em abril de 2008 no Programa de Desenvolvimento Produtivo (PDP, a política industrial), a expansão de 10% deveria levar o número de empresas de pequeno porte exportadoras a pouco mais de 13 mil. Porém, no encerramento de 2009, o número caiu para 9,8 mil, 24,7% abaixo do objetivo original.

Mas o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, lembra que a meta foi fixada cinco meses antes do estouro da crise financeira internacional: O PDP foi lançado quando ninguém imaginava crise. Os cenários eram de um crescimento estável.

Mesmo assim, as exportações de micro e pequenas empresas vêm apresentando um bom desempenho. Posso citar como exemplo vendas de autopeças para pessoas físicas.

Mas não são apenas autopeças que brilham na pauta de exportações.

Os produtos vendidos vão de joalheria, metais preciosos e bijuterias até instrumentos de óptica, de fotografia, instrumentos médicocirúrgicos, máquinas e aparelhos e até sucos e gordura de porco.

Com todas as dificuldades, o real valorizado e o rescaldo da crise internacional, por exemplo, os pequenos empresários continuam contratando e exportando atesta o diretor-técnico do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Carlos Alberto dos Santos.

O governo está tentando estimular ainda mais esse setor. Há pelo menos cinco programas no âmbito federal, tocados por Sebrae, Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e Ministério do Desenvolvimento (MDIC). Em agosto, mais quatro estados serão incorporados ao programa 1oExportador do MDIC: Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Bahia se unem a Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

A expectativa é que esses empreendedores comecem a vender ainda este ano, consolidando as exportações em 2011.

É o caso do microempresário carioca Augusto Cesar Petry, da Bioexotic Cosmetics, cuja sede fica em Laranjeiras. Depois de vender o produto pelo país e exportar pequenas quantidades pelos Correios, Petry está se preparando para colocar o pé no mercado do Mercosul. No momento, está passando pela fase de certificação das embalagens e prospectando os mercados com ajuda de universidades do Rio. A meta é ter 30% de suas vendas no exterior em três anos.

Estamos otimistas. Até o fim do ano queremos começar a vender para o Mercosul, que é mais próximo e menos complicado diz Petry.
É difícil se adaptar às exigências
A Ciclo Ambiental, empresa localizada em Santa Teresa, que fabrica artigos de vestuário com fibra de garrafas PET e algodão, está se preparando para invadir a Europa.

Os contatos feitos com turistas e estrangeiros que moram no bairro ajudaram a prospectar mercados, mas a empresária Isabele Delgado está usando o programa Rio Expoint/ Primeira Exportação para profissionalizar sua administração.

Para o pequeno empreendedor é muito difícil se adaptar às exigências da burocracia. Não temos tempo, nem gente, nem experiência diz Isabele, que trabalha ao lado do marido na confecção e terceiriza o resto.

Pode-se chamar de caso de sucesso o do empresário Fernando Japiassu. Começou com uma pequena loja de confecções na Asa Norte de Brasília, abastecida por uma fábrica de 120 metros quadrados.

Hoje, nossos mil metros quadrados não suportam a demanda e vamos montar uma nova fábrica, desta vez com 2.500 metros quadrados diz ele, que vende para mais de 550 estabelecimentos em todo o Brasil, tem no Chile fregueses cativos e exporta, com alguma frequência, para a Europa e os Estados Unidos.

Especialistas são unânimes em lembrar que nada seria mais eficiente do que acabar com a burocracia.

Para exportar, por exemplo, a empresa tem de vencer um emaranhado de normas para conseguir entrar no Radar Comercial, um instrumento de consulta e análise de dados relativos ao comércio exterior. Ainda há a necessidade de despachantes, entre outros problemas.

Mas ainda não há perspectiva de que isso vai acabar tão cedo.


Remessas em crescimento

Autor(es): Fernando Braga
Correio Braziliense - 08/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/8/remessas-em-crescimento
Economia em expansão impulsiona as importações expressas e faz a alegria das empresas especializadas em logística com atuação no país.
DHL/Divulgação
A DHL Express registra aumento de 18% nas encomendas vindas de fora
 

O bom momento vivido pela economia nacional, com o real valorizado e o aumento de produção, tem feito com que o volume de remessas expressas vindas do exterior para o Brasil cresça. As aquisições de maquinário de outros países, por exemplo, tiveram um aumento de 14,6% no primeiro semestre deste ano, segundo a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Com isso, os negócios de companhias especializadas em logística têm sofrido um impacto positivo. A alemã DHL Express registrou um aumento de 18% de encomendas trazidas do estrangeiro em relação ao mesmo período do ano passado.

“O nosso negócio é um reflexo direto do atual período que atravessa a macroeconomia brasileira. Como a produção tem aumentado, a demanda pelo serviço de importação também cresce”, disse a gerente de marketing da companhia alemã, Juliana Vasconcelos, acrescentando que os principais países de origem das remessas são Estados Unidos, China e Alemanha. “Os setores que mais importam são os de eletroeletrônico, têxtil, autopeças e química”, assinalou Juliana. A DHL Express espera que os pedidos que chegam do exterior ao país aumentem ainda mais o ritmo na segunda metade do ano, fazendo com que as importações de encomendas expressas fechem o ano com um crescimento de 25%.

“Muitas empresas estão importando pela primeira vez e aproveitando o câmbio favorável para realizar investimentos. Cerca de 98% do volume total de serviços oferecidos são para fora do país — em importação ou exportação”, afirmou Juliana, lembrando que o número de pequenas e médias empresas que passaram a importar equipamentos vem crescendo nos últimos anos. “São negócios que estão reduzindo seus custos fixos ao optarem por não formar estoque”, contou a executiva.

A unidade brasileira da empresa de logística UPS também comemora o atual ambiente econômico favorável que vive o país e que tem gerado bons retornos nos serviços de encomendas do exterior. “O poder de compra e a estabilidade econômica contribuíram para que o número de produtos importados crescesse no país, assim como as exportações”, afirmou o supervisor de Operações Aéreas da UPS do Brasil para América do Sul, Daniel Sousa. Apesar de não divulgar o balanço dos primeiros meses do ano da unidade nacional, Sousa admitiu que a conjuntura favorável tem sido bastante festejada pela empresa. “Pelo momento atual, acreditamos que a tendência é que o volume de importações continue a crescer até o fim do ano”, disse.

Apoio
Animada com os números gerados por esse tipo de negócio, a alemã DHL lançou, no primeiro semestre do ano, um serviço focado exclusivamente em importação. O objetivo é estimular as encomendas de pacotes individuais que pesam até 70 quilos, como insumos, peças e equipamentos. Com isso, a companhia, que não conta com uma frota de aviões própria no país — utiliza o espaço de carga de aviões de outras companhias —, espera facilitar a vida de quem deseja trazer produtos do exterior para o país.

“Oferecemos todo um suporte para o desembaraço do processo alfandegário e a preparação dos documentos necessários para não comprometer o tempo de chegada do pedido até a empresa”, explicou Juliana. “As grandes companhias que fazem importação geralmente têm suas próprias estruturas para lidar com esses desembaraços. No entanto, as pequenas e médias empresas sofrem com uma carência de informação sobre como se deve proceder para trazer equipamentos para o Brasil e é aí que ajudamos”, acrescentou.

GOOGLE TERÁ SERVIÇOS DE INTERNET EM TV
» O Google vai iniciar a oferta de um serviço para levar a internet para os televisores nos Estados Unidos nos próximos meses (outono no hemisfério Norte), com lançamento mundial no ano que vem. O presidente-executivo do Google, Eric Schmidt, afirmou que o serviço, que vai permitir a navegação completa de internet por meio da televisão, será gratuito, e o Google vai trabalhar com uma variedade de fabricantes de programas e de eletrônicos para disponibilizá-lo aos consumidores. “Nós iremos trabalhar com provedores de conteúdo, mas é muito improvável que nós façamos produção de conteúdo”, disse Schmidt, que participou da feira de eletrônicos de consumo IFA, em Berlim. A Sony afirmou na semana passada que concordou em ter o Google TV em seus televisores, enquanto a Samsung disse que está estudando o serviço.

De olho no Brasil

Lisboa — A portuguesa do setor de telecomunicações ONI, focada em mercados corporativos, está olhando oportunidades de aquisição de operadoras no Brasil para acelerar o seu crescimento, visando elevar a atual participação de 30% das receitas provenientes do exterior, disse o presidente da companhia.

“(No Brasil) temos estado permanentemente em conversas, mas não temos fechado acordos porque não tem havido convergência. O perfil que procuramos são empresas do segmento corporate, muito direcionadas ao IP (Internet Protocol), com receitas entre US$ 50 milhões e US$ 60 milhões”, disse Xavier Rodríguez-Martín, presidente da ONI.

O presidente explicou que a forma de prosseguir com a internacionalização irá variar conforme o mercado, sendo que na Espanha o crescimento será orgânico, enquanto no Brasil virá via fusões e aquisições.

Resultado
A ONI anunciou ontem que teve um lucro anual de 6 milhões de euros entre julho de 2009 e junho de 2010, contra ganhos de 7 milhões de euros um ano antes, resultado de maiores custos financeiros. Além disso, em 2008 e 2009 a empresa se beneficiou de ganhos extraordinários, explicou o executivo em entrevista à Reuters.

Neste período, a empresa aumentou a sua cota de mercado no setor corporate de Portugal de 21,6% para 23%. “Acho que vamos chegar até os 25% no âmbito do nosso business plan até o ano fiscal de 2012”, sublinhou o presidente da ONI, acrescentando que, embora não seja estruturalmente fácil chegar aos 30% de participação de mercado, é possível que isso aconteça num horizonte de cinco anos.



Parcela de importados no consumo volta ao pré-crise

Valor Econômico - 08/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/8/parcela-de-importados-no-consumo-volta-ao-pre-crise
A participação dos importados no consumo aparente do Brasil voltou ao nível pré-crise. No segundo trimestre de 2010 o coeficiente de importação atingiu 20,7%, índice recorde na série trimestral levantada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) desde 2006. O índice praticamente repete os 20,5% de coeficiente de importação do terceiro trimestre de 2008, antes da crise financeira bater na economia real brasileira. O consumo aparente é formado pela produção nacional acrescida das importações e retiradas as exportações.

Ao mesmo tempo, o coeficiente de exportação - percentual da produção nacional destinada ao exterior - está abaixo do pré-crise. Segundo estudo do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, de abril a junho de 2010, de cada US$ 100 produzidos no Brasil US$ 17,70 foram embarcados. No terceiro trimestre de 2008 essa fatia representava US$ 19,80.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o coeficiente de importação do segundo trimestre de 2010 aumentou quase quatro pontos percentuais, de 16,9% para 20,7%. Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Derex, diz que os números são preocupantes. Ele lembra que os coeficientes de importação e de exportação estavam em níveis semelhantes no passado. Desde o terceiro trimestre de 2009, porém, a elevação das importações em ritmo mais forte que o dos embarques fez elevar o coeficiente de importação enquanto a tendência do coeficiente de exportação é de queda (ver quadro ao lado).
O estudo ressalta que o crescimento das importações é natural, já que a base de comparação, relativa ao segundo trimestre de 2009, é baixa, em função de ser o período de plena crise. O levantamento diz, porém, que as importações não estão apenas acompanhando a retomada do consumo interno. Segundo o estudo, as compras do exterior estão apresentando crescimento em ritmo superior ao do consumo aparente e ao da produção industrial interna.
De abril a junho de 2010 o consumo aparente apresentou alta de 20,6% em relação ao segundo trimestre do ano passado. No mesmo período, a produção industrial subiu 14,3%, enquanto a importação teve aumento de 47,9%. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, quando a economia doméstica já reagia, as importações cresceram 11,6%, mais do que o consumo e a produção industrial, que aumentaram 7,2% e 6,9%, respectivamente.
O estudo também verifica o aproveitamento pela indústria e pelas importações na margem, levando em consideração apenas a fatia de consumo adicional gerada no segundo trimestre de 2010 em relação a igual período de 2009. Essa fatia de consumo adicional foi atendida em 60,7% pela produção doméstica e em 39,3% pelas importações. Levando em conta o consumo adicional na comparação com o primeiro trimestre de 2010, o aproveitamento da indústria nacional sobe para 68%. As importações ficam o restante.
Para Giannetti, os números mostram que já começou a substituição de produção nacional por importados ao menos em alguns segmentos. Segundo ele, o setor de máquinas e equipamentos é um deles. "Há algumas empresas decidindo se haverá redução de turno." A medida, explica, ocorre em razão de queda de consumo por alguns tipos específicos de máquinas e também por substituição de produção nacional por importação. Segundo ele, porém, o segundo fator tem sido mais relevante.
O segmento de máquinas e equipamentos para fins industriais e comerciais apresentou coeficiente de importação de 43,5% no segundo trimestre de 2010. No mesmo período de 2008 o índice era de 40% e, em 2009, de 43,1%.
José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), diz que os números não significam desindustrialização. O descompasso entre consumo, produção e importações, por exemplo, pode ser explicado por estoques já existentes ou pela formação de novos estoques em função de câmbio e preços. Além disso, explica, nem sempre o consumo ocorre simultaneamente à produção industrial.

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