O ministro da Agricultura, Alimentação e Consumo da Índia, Sharad Pawar, aterrissou ontem em São Paulo para uma de suas mais importantes visitas ao país. Ele é o convidado de honra da inauguração hoje em Brejo Alegre (SP) do projeto de expansão de uma das duas usinas da Equipav Açucar e Álcool, renomeada Renuka do Brasil, adquiridas pela companhia indiana Shree Renuka Sugars neste ano.
Esses ativos, mais as duas usinas compradas da paranaense Vale do Ivaí em novembro, posicionam a maior companhia indiana de açúcar também entre os maiores players do Brasil. Somando-se a capacidade das quatro plantas e já considerando as ampliações em curso, a Renuka do Brasil, subsidiária da Shree Renuka Sugars, terá capacidade de processamento de 15 milhões de toneladas de cana no próximo ciclo.
Pawar reforça que empresas indianas dos setores de eletrônica e software já estão presentes no Brasil, mas observa que a Renuka é a única gigante açucareira da Índia a desbravar o avançado setor brasileiro.
A Renuka é também a empresa indiana que mais investe no Brasil. Pelas quatro usinas foram pagos cerca de R$ 600 milhões, mais a assunção de dívidas de mais de R$ 1,5 bilhão das duas empresas adquiridas.
Além disso, a Renuka toca um plano de investimentos de R$ 426 milhões, sendo R$ 226 milhões para adicionar 1,5 milhão de toneladas à capacidade de processamento de cana da usina de Brejo Alegre e adicionar 100 megawatts (MW) à capacidade de cogeração de energia com bagaço, que irá para 295 MW (programa de investimentos que será inaugurado oficialmente hoje).
Os outros R$ 200 milhões estão sendo aplicados em dois projetos nas unidades do Paraná. O primeiro deles é na implantação de uma usina de açúcar na planta de etanol do Paraná que na próxima temporada já estará com mix 70% açucareiro. O outro é a ampliação da área cultivada com cana em 100 mil hectares. "Temos capacidade para processar 3,1 milhões de toneladas de cana no Paraná, mas a área agrícola apenas está gerando 1,8 milhão de toneladas", explica Narendra Murkumbi, presidente da Shree Renuka Sugars.
Murkumbi deve anunciar até o fim deste mês o presidente da Renuka do Brasil e adianta que será um executivo do mercado brasileiro. Afirma também que neste momento não está participando de nenhuma negociação de compra de usina no Brasil, mas que essa possibilidade não está nem de fora dos planos. "Estamos interessados em ampliar nossa capacidade no Brasil. Temos muito potencial para crescer", diz o executivo.
O volumoso investimento de uma companhia indiana em outro país, no entanto, não incomoda o ministro da agricultura indiano. "O processamento do açúcar [da Renuka do Brasil] será feito na Índia. Além disso, o mercado é aberto", diz Pawar.
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