Quarenta e duas empresas aderiram, voluntariamente, ao Índice Carbono Eficiente (ICO2), lançado ontem pela BM&FBovespa em parceria com o BNDES. A iniciativa, nesse primeiro momento, tem como objetivo fomentar a adoção de práticas de gestão ambiental voltadas para mudanças climáticas. O próximo passo será promover o índice entre os investidores, por meio do lançamento de um fundo negociado em bolsa, conhecido como ETF (Exchange-Traded Fund), que vai replicar o ICO2.
Para participar da iniciativa, foram convidadas todas as companhias que integram o IBrX-50, composto pelas 50 ações mais negociadas na bolsa. Apenas seis delas ficaram de fora: CSN, Gerdau, Gerdau Metalúrgica, Petrobras, Usiminas e Vale. Outras nove empresas que tinham potencial de ingressar no IBrX-50 (Braskem, Copel, CPFL, Duratex, AES Eletropaulo, Klabin, Light, Ultra e Souza Cruz) aderiram ao processo, mas acabaram fora do ICO2 por não terem entrado no índice de referência. O novo indicador levará em conta o peso de cada empresa no IBrX-50, ponderado pela eficiência em termos de emissões de gases de efeito estufa das empresas. Isso significa que as companhias mais eficientes, se comparadas à média de seu setor e à da carteira total, tendem a ganhar relevância no ICO2 em relação ao peso que detêm no IBrX-50. Para se ter ideia, o coeficiente de emissões do novo índice é cerca de 25% inferior ao coeficiente do IBrX-50, já descontadas as empresas que não aderirem à iniciativa. Quanto menor, maior a eficiência. As empresas que estão no índice de carbono são aquelas que aceitaram abrir suas emissões de gases de efeito estufa, diretas e indiretas. "O índice é um marco zero na vida da empresa que pretende adotar uma política de gestão de emissões de gases de efeito estufa, seja por meio da redução ou da compensação", afirma o gerente de produtos ambientais da BM&FBovespa, Guilherme Fagundes. Além disso, ao privilegiar a transparência, o índice naturalmente torna a empresa alvo da cobrança da sociedade, seja acionista, cliente, fornecedor, empregado. "Investidores e consumidores são os que fazem a roda girar", diz. Na visão da gerente do departamento de operações de meio ambiente do BNDES, Priscila Camacho, a iniciativa, ao estimular o cálculo das emissões, está preparando as empresas para o ambiente competitivo da "economia de baixo carbono". "Emissão é custo", destaca Priscila. Os Estados Unidos, segundo ela, já sinalizaram que pretendem impor barreiras tarifárias a companhias poluidoras. Fagundes lembra ainda que nos setores de papel e madeira já há restrições quanto a produtos não certificados. Do ponto de vista do investidor, empresas que consideram a variável meio ambiente em sua política de gestão do negócio representam menos risco de descontinuidade de suas atividades, afirma o diretor da Carbon Market Consulting, Rodrigo Franco. Para essa primeira carteira, a bolsa optou por uma abordagem inclusiva, ou seja, as empresas não foram obrigadas a apresentar um inventário de emissões, apenas fornecer informações para que estimativas fossem feitas. O cálculo das emissões, assim como a harmonização dos dados fornecidos pelas companhias, foi feito pela consultoria global de pesquisa ambiental Trucost. Para a carteira que irá vigorar a partir de setembro de 2011, as empresas terão de apresentar um inventário das emissões diretas e indiretas, essas geradas pelo consumo de energia elétrica. Em 2012, haverá ampliação das fontes contempladas que serão definidas a partir de estudo a ser realizado em 2011. A carteira será rebalanceada quadrimestralmente com base na participação das empresas no IBrX-50 e anualmente, no mês de setembro, com base no coeficiente de emissão. A ideia foi inspirada em iniciativas do mercado internacional, conta Priscila, do BNDES. É o caso do índice S&P Carbon Efficient Index, lançado em 2009 pela Standard & Poor"s. A grande diferença, segundo ela, é que lá fora as empresas não são consultadas; a S&P escolhe as companhias menos poluentes levando em conta estimativas próprias. O próximo passo, segundo Priscila, é dar liquidez e visibilidade ao índice. Para isso, o BNDES prepara uma oferta pública de cotas de um ETF que vai replicar o ICO2, nos mesmos moldes do Papéis do Índice Brasil Bovespa (PIBB). Até o fim do ano, o banco esperar anunciar o gestor do fundo para então contratar a instituição que vai liderar a operação. A carteira do fundo será constituída por ações hoje detidas pela empresa de participações do BNDES, a BNDESPar, de modo a replicar o Índice Carbono Eficiente. A expectativa é de que a oferta vá a mercado ainda no primeiro semestre de 2011, mas tudo vai depender das condições de mercado. Priscila não revela o tamanho da oferta, mas diz que ela será bem significativa. Como a metodologia do ICO2 não capta ações de compensação de emissões de gases de efeito estufa, a bolsa abriu um espaço específico no site Em Boa Companhia para as empresas participantes divulgarem seus inventários de emissões e outras ações de gestão de emissões.
Petrobras negocia com a Vale uso da Norte-Sul
Autor(es): Ramona Ordoñez |
O Globo - 03/12/2010 |
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/3/petrobras-negocia-com-a-vale-uso-da-norte-sul |
Estatal quer transportar combustíveis do Maranhão para o Centro-Oeste pela ferrovia
A Petrobras quer usar parte da Ferrovia Norte-Sul para levar derivados de petróleo de sua futura refinaria do Maranhão até a Região Centro-Oeste. Segundo o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a estatal já está negociando o uso da rota com a Vale, operadora da Ferrovia Norte-Sul, no trecho que interligará Palmas, no Tocantins à Açailândia, no Maranhão.
- A ideia é aproveitar as locomotivas que vão voltar para o Centro-Oeste vazias e transportar o combustível para a região, que hoje é atendida por caminhões que circulam pelas rodovias - destacou Costa.
Os trechos da Norte-Sul já estão em construção avançada e vão transportar no futuro grãos, principalmente soja, do Centro-Oeste para o Maranhão, para serem exportados pelo Porto de Itaqui. A Petrobras, assim, usaria as locomotivas no sentido contrário (saindo do Maranhão de volta ao Centro-Oeste), em vagões com tanques especiais, para transportar os combustíveis:
- Essa é a maneira pela qual estamos pensando suprir o crescimento todo do Centro-Oeste, via os combustíveis da refinaria do Maranhão.
Se confirmada, a parceria com a Vale seria a primeira da Petrobras para transporte de combustíveis por ferrovias operadas pela mineradora.
A Petrobras já iniciou as obras de terraplanagem para a refinaria do Maranhão, cuja primeira etapa de operação deve ser inaugurada no fim de 2014. Nessa primeira etapa, a refinaria terá capacidade para produzir 300 mil barris por dia de derivados. A partir de 2017, serão outros 300 mil barris diários.
São Gonçalo terá porto na para obras do Comperj
Segundo Costa, além da refinaria do Maranhão, a futura refinaria do Ceará também poderá ser destinada apenas para o mercado interno, devido ao forte aumento recente do consumo de combustíveis. Este ano, o consumo de derivados deverá crescer cerca de 10%. Inicialmente, a Petrobras planejava destinar a produção do Ceará à exportação, principalmente de óleo diesel:
- A demanda de derivados, pela primeira vez, está crescendo acima da média da economia. Se continuar assim, não vai sobrar um litro para exportação.
Sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), Costa informou que já foram assinados contratos para as obras no valor de US$ 4,5 bilhões. Ele não quis informar a estimativa de custos total do projeto. Costa disse que, em breve, a Petrobras vai assinar um convênio com o governo do Estado do Rio e a prefeitura de São Gonçalo para a construção de um porto na Praia da Beira. O objetivo é transportar cargas e equipamentos pesados para as obras do Comperj. Costa disse que a Petrobras não será a operadora do porto, que deverá ser administrado futuramente pelo governo estadual. O custo estimado é de R$200 milhões.
Petrobrás reduz custo de refinarias Premium
Autor(es): Kelly Lima |
O Estado de S. Paulo - 03/12/2010 |
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/3/petrobras-reduz-custo-de-refinarias-premium |
Projetos no Maranhão e no Ceará, avaliados em US$ 30 bilhões, eram criticados pelo elevado valor de investimento
A Petrobrás tem perspectivas de reduzir consideravelmente o valor dos investimentos previstos inicialmente para as duas refinarias Premium a serem construídas no Maranhão e no Ceará, afirmou o diretor de Abastecimento e Refino da estatal, Paulo Roberto Costa. Até o momento, o valor anunciado seria de US$ 30 bilhões, sendo US$ 20 bilhões para a unidade no Maranhão e US$ 10 bilhões para o Ceará.
O elevado valor do investimento vinha sendo criticado por analistas e especialistas do setor, em comparativos com outras unidades semelhantes que foram construídas recentemente no mundo todo, especialmente na China e na Índia. Segundo o executivo, a companhia realizou licitação para escolher uma empresa projetista no mercado internacional para avaliar as melhores condições de instalação das duas unidades. A americana UOP levou o contrato e deve concluir os estudos até o fim do próximo ano. O diretor também informou que a Petrobrás negocia com a Vale para transportar pela ferrovia da mineradora o combustível que será processado na Refinaria Premium do Maranhão, a partir de 2014. Segundo Costa, o objetivo é atender a região Centro-Oeste com o combustível a ser processado na unidade. "Hoje os vagões seguem cheios de grãos e minério para o Porto de Itaqui (MA), mas voltam vazios", afirmou. A ideia é instalar sobre estes vagões tanques de armazenamento modulares para receber o combustível. Segundo Costa, a Refinaria do Ceará deverá atender o mercado externo apenas se não houver demanda excedente no mercado interno. O projeto inicial, feito em 2007 e 2008, era para que a refinaria fosse voltada à exportação, mas o crescimento do País levou a estatal a rever a decisão.
Vale terá papéis listados na bolsa de Hong Kong a partir do dia 8
Autor(es): Ana Luísa Westphalen | De São Paulo |
Valor Econômico - 03/12/2010 |
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/3/vale-tera-papeis-listados-na-bolsa-de-hong-kong-a-partir-do-dia-8 |
A Vale informou que as negociações de seus papéis na Hong Kong Stock Exchange (HKEx) terão início no pregão da próxima quarta-feira, dia 8. A companhia divulgou ontem documento referente à listagem secundária de suas ações ordinárias (ON, com voto) e preferenciais (PN, sem voto) Classe A, sob a forma de certificados de depósito de Hong Kong (HDRs). A operação envolve ações já em circulação, ou seja, não haverá emissão de novos papéis. A listagem irá incluir até 259.242.052 certificados de depósitos ordinários e até 393.470.993 certificados de depósitos preferenciais, cada um deles denominados em dólares de Hong Kong. Os acionistas interessados em converter em HDRs suas ações ordinárias ou preferenciais Classe A listadas na BM&FBovespa ou negociadas na Bolsa de Valores de Madri devem encaminhar uma solicitação ao agente custodiante, neste caso, o Bradesco. Os detentores de ADRs (recibos de ações) listados na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) ou negociados na Euronext Paris da Nyse devem procurar o agente depositário, o JP Morgan Chase. Será respeitada a proporção de um certificado de depósito ordinário para uma ação ON e um certificado de depósito preferencial Classe A para uma ação PN Classe A. A taxa máxima de emissão e cancelamento será de até 0,4 dólar de Hong Kong por HDR. |
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