Nos últimos dez anos - que coincidem com a vigência do regime de metas para a inflação - identifica-se, no Brasil, uma forte inflação estrutural, de cerca de 3% ao ano. Definida como a presença constante de um movimento de preços derivado do modo de funcionamento dos mercados e de outros aspectos microeconômicos, a inflação estrutural e a decorrente da indexação, que subsiste, estão na raiz da resistência inflacionária da economia brasileira.
Esses são temas que precisam ser melhor avaliados para que o próximo governo tenha condições de reduzir a meta de 4,5%, estável há oito anos, e a margem de tolerância de dois pontos percentuais sobre o IPCA (para a acomodação de choques), a mais elevada dentre os países que adotam o regime.
Em trabalho intitulado "Estrutura da Inflação Brasileira: Determinantes e Desagregação do IPCA", dois jovens economistas do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea), Thiago Sevilhano Martinez e Vinícius dos Santos Cerqueira, procuram avançar no tema e adicionam duas inovações metodológicas: uma desagregação minuciosa do IPCA, que gera a "classificação por segmentos", e o "índice de pressão inflacionária", que mede a contribuição de cada grupo de bens para o IPCA.
Bens resistentes à demanda limitam corte dos juros
Esse texto serve de embrião para a discussão que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, lançou na semana passada, sobre a possibilidade de eventualmente se mexer no regime de metas. Os técnicos da Fazenda falam em ampliar o prazo de convergência de 12 meses para 24 meses, a exemplo do Chile. Alternativa polêmica e politicamente inviável seria a adoção do "núcleo" como meta, excluindo do indice de inflação os itens de grande volatilidade que não são afetados pela política monetária, como os alimentos e bebidas não comercializáveis.
A dinâmica inflacionária mudou nos últimos dez anos. Nos primeiros cinco anos, foram os preços dos bens monitorados que pressionaram mais o IPCA: tarifas de transportes, habitação e comunicações. De 2006 a 2009, os monitorados passaram a subir menos que a meta de inflação, dando o lugar de liderança nos aumentos de preços aos alimentos e bebidas não transacionáveis (alimentação fora do domicílio, feijão, vegetais, pescados e ovos, entre outros) e às despesas pessoais (recreação, loterias, cartórios), pouco sujeitos à contração da demanda. Já os alimentos comercializáveis (exportáveis ou importáveis) têm comportamento errático, mas não raro se colocam ao lado do controle da inflação.
Algumas medidas foram importantes para moderar os preços administrados. No caso das comunicações, os vencimentos de contratos firmados a partir de 1999 foram seguidos da troca de indexadores, do IGP para o Índice de Atualização de Tarifas (IST), e os ganhos de produtividade passaram a ser pós-fixados. Alterações nos contratos de energia elétrica, a partir de 2004, também ajudaram a reduzir a variação do IPCA. Nos combustíveis, o que pesou a favor de um melhor comportamento dos preços foi a tributação variável sobre a gasolina e diesel nos períodos de alta dos preços internacionais do petróleo.
Depois dos alimentos e bebidas não transacionáveis e, a partir de 2007, também os comercializáveis, um terceiro elemento de pressão inflacionária são as despesas pessoais não comercializáveis. Nesse, o peso mais importante tem sido o empregado doméstico, muito provavelmente por causa do aumento real do salário mínimo durante o governo Lula, indica o estudo.
Quatro variáveis macroeconômicas foram testadas para estimar os determinantes da inflação: câmbio, commodities, demanda e expectativas, simultaneamente aos demais aspectos potencialmente causadores de inflação, como a inércia e o componente estrutural, explicam os autores. A área mais sensível à demanda, ao câmbio e às expectativas -, portanto, à política de juros - é a de alimentos e bebidas comercializáveis.
Os achados do estudo são bastante interessantes. A inflação estrutural nos preços monitorados na área de transportes (ônibus urbano e interestadual, avião, gasolina, trem etc.) é estimada em 2,78%. Ou seja, faça chuva ou faça sol, esse impacto ocorrerá.
Após 2005 houve uma queda importante na inflação estrutural dos preços administrados na habitação (energia residencial, água e esgoto, imposto predial, entre outros). Era de 8,42%, de 1999 a 2005, e a partir de 2006 caiu para 1,96%. É bastante elevado o fator estrutural de alimentos e bebidas (não comercializáveis). O aumento médio desse setor é de 9,92% ao ano.
A conclusão dos autores é que não se pode atribuir só ao regime de metas o controle da inflação de 2000 para cá. "Ele teve papel fundamental, mas há outras coisas acontecendo além da política monetária", disse Martinez, referindo-se às políticas tributária e microeconômicas e à revisão de contratos de tarifas como elementos também relevantes.
O sistema de metas pressupõe que a política monetária é eficaz para segurar o aumento dos preços pela contenção da demanda agregada. Mas se seu efeito é limitado sobre um grupo de bens que aumenta mais do que a meta, os juros têm que exercer um impacto muito grande sobre os demais segmentos para que isso se reflita no IPCA. O que resulta em juros sistematicamente altos e pouca margem para redução, concluem.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem sido pródigo em levantar polêmicas desde que foi confirmado na equipe do futuro governo da presidente eleita Dilma Rousseff. Uma das mais incandescentes nasceu da proposta do ministro de estudar a criação de um novo índice de inflação, do qual serão expurgados os preços dos alimentos e dos combustíveis, para balizar o regime de meta de inflação, que atualmente segue o IPCA, calculado pelo IBGE. Mantega também deseja que o novo índice corrija contratos hoje indexados ao IGP-DI, apurado pela Fundação Getúlio Vargas.
O ministro justificou que, impulsionados por fatores climáticos e choques externos, alimentos e combustíveis têm puxado o índice de inflação e freado a queda dos juros. Sem esses preços, o novo índice seria menos volátil e abriria espaço para o recuo das taxas.
A proposta suscitou as mais variadas reações.
Adotar um índice que leve em conta apenas o núcleo da inflação, o "core inflation", não é em si uma má ideia. Vários países usam o "core inflation" e o exemplo mais lembrado é o dos Estados Unidos. Coreia do Sul, Noruega e Tailândia adotaram o sistema de metas de inflação e têm como alvo o núcleo do índice . Já as críticas ao IGP-DI são antigas, pela forte influência do câmbio.
Mesmo especialistas favoráveis à medida afirmam que ela precisa de aperfeiçoamentos. Os combustíveis, por exemplo, têm apresentado grande regularidade de preços ao longo dos anos e, portanto, não explicam a volatilidade da inflação, lembrou o professor da USP, Heron do Carmo. Já alimentos in natura e preços administrados, como tarifas de transporte municipal, oscilam muito ao sabor das chuvas, secas e eleições.
As críticas predominaram, porém. A suspeita de que a proposta encubra a manipulação do índice é um dos motivos, e foi apontada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em cujo mandato o sistema de metas de inflação foi adotado pelo Brasil, em 1999. O presidente do Banco Central (BC) na época, Armínio Fraga, considera um "erro social e político" tirar alimentos e combustíveis do índice de inflação, uma vez que "o povo come e anda de ônibus".
O economista-chefe do Santander, Alexandre Schwartsman, levantou um ponto intrigante na coluna de ontem no Valor: desde 2004, o IPCA sem alimentos e combustíveis ficou acima do IPCA "cheio" em 70% das vezes.
A proposta de Mantega surge, para seu demérito, exatamente em um momento em que os preços dos alimentos estão comandando uma vigorosa arrancada da inflação, que deve fechar o ano perto de 6%, além do centro da meta, que é de 4,5%.
Contribui para alimentar a suspeita de manipulação do índice o fato de o ministro Mantega ter se comprometido com a promessa da presidente eleita de reduzir o juro real para 2% ao ano e cortar a dívida líquida do setor público para 30% até o fim do seu mandato. As recentes manobras para melhorar os resultados das contas públicas à custa de antecipações de dividendos e da futura receita do pré-sal também não ajudam em nada.
O sistema de metas de inflação disseminou-se a partir da década de 90 quando vários países que usavam a âncora cambial para segurar os preços deram-se mal, inclusive o Brasil. O primeiro país a colocá-lo em prática foi a Nova Zelândia, em 1990; atualmente são 26. Estados Unidos, União Europeia, Suíça e Japão adotam alguns dos seus componentes , mas não a meta de inflação.
O índice de inflação usado como meta varia conforme o país e pode mudar também ao longo do tempo - não há uma regra. O alvo em geral é um índice de preços ao consumidor, do qual pode-se excluir alguns componentes. A recente alta das commodities tem aberto esse debate em várias partes do mundo.
Importante também é discutir o horizonte de tempo em que a meta deve ser cumprida, que não necessariamente é o ano-calendário, como no Brasil. Essa definição deve levar em conta o tempo em que medidas como elevação de juros ou inibição do crédito fazem efeito. Já se admite prazos de até dois a três anos.
O professor de Columbia Frederic S. Mishkin ensina que o regime de meta de inflação depende também da responsabilidade do banco central em atingir a meta, do comprometimento do governo com a estabilidade de preços acima de outros objetivos e da total transparência da estratégia de política monetária, que deve ser comunicada ao público.
Pelo que se depreende de Mishkin, a busca da estabilidade de preços vai bem além do índice de inflação a ser escolhido.
Na esteira do "boom" de investimentos programados para o Brasil, para desespero dos pessimistas, a GE americana, uma gigante no fornecimento de equipamentos eólicos, viu sua carteira de contratos saltar, em menos de um ano de US$ 100 milhões para US$ 1,5 bi, e o Brasil despontar como sua principal alternativa para superar a queda da demanda em outros países, principalmente nos EUA.
Enquanto nos EUA a queda no consumo de energia elétrica e a demanda por equipamentos eólicos reduziu-se drasticamente, informa a GE, no Brasil não só o consumo cresceu - em alguns meses desse ano na casa dos dois dígitos - como o governo tem dado sinais de que vai continuar a incentivar a energia eólica. Aqui, em menos de um ano, foi contratada energia de parques eólicos que juntos têm uma capacidade de gerar 3.900 MW.
Outro exemplo do "boom" de investimentos programados para o país: o Grupo Libra, responsável por 15% de toda a movimentação de contêineres do Brasil, anunciou aplicações da ordem de R$ 1,2 bi nos próximos cinco anos, com o objetivo de dobrar a capacidade instalada de seus terminais e criar novas alternativas de logística para seus clientes.
A necessidade de aprovação da reforma tributária
O Porto de Santos, maior da América Latina, vai receber quase a metade destes investimentos: R$ 550 milhões. Desta forma, e no rápido apanhado que transmito a vocês, em matéria de investimentos programados, o céu é de brigadeiro no Brasil.
Só temos que temer o de sempre: o aperto monetário em cima do pretexto de sempre, o de combater a inflação e que pode levar o pais a um impasse dado a situação mundial e o nosso câmbio super valorizado.
Daí a necessidade, ao lado das medidas tomadas pelo Banco Central (BC) - como o anunciado aumento do compulsório retido - de agilizarmos, também, a reforma tributária e ampliarmos e acelerarmos ainda mais os investimentos em infraestrutura, educação e inovação tecnológica.
O noticiário de Economia hoje, com parte das notícias que vão de boas a excelentes, é no mínimo um freio - ou deveria ser - contra a ação dos que querem a todo custo estagnar o nosso crescimento econômico sustentável.
Contra os pessimistas de plantão, tanto a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) já citada no Destaque de hoje, quanto os dados concretos do setor de máquinas e equipamentos provam que o Brasil vai crescer e muito nos próximos anos.
A pesquisa da CNI, divulgada no 5º Encontro Nacional da Indústria, mostra que 92% dos empresários programam investimentos no mercado interno no ano que vem. Para os industriais, a atual capacidade de produção não é suficiente para atender a demanda interna, daí a necessidade das aplicações para garantir o abastecimento e reduzir o risco de inflação por demanda.
Um crescimento de 82% na indústria de máquinas
O levantamento da entidade empresarial mostra que este ano 89,6% dos industriais investiram em suas fábricas e 61,4% garantem ter cumprido os investimentos planejados. Os 39% restantes admitem ter cumprido parcialmente o plano, seja porque reavaliaram a demanda, seja porque não conseguiram vencer a burocracia.
Impulsionados pela forte retomada dos investimentos públicos e privados no período pós-crise, as inversões em infraestrutura, construção pesada e civil fizeram com que a indústria de máquinas e equipamentos pesados tivesse um crescimento de 82% de janeiro a setembro deste ano, depois de uma queda de 24,5% durante todo o ano de 2009.
A projeção do setor é fechar o ano com uma alta de 70% de crescimento nas vendas internas, bem superior à estimativa inicial de 47%. A previsão é de que somente este ano, sejam vendidas 70.530 unidades de equipamentos de construção (maquinário usado em infraestrutura, construção civil, mineração e agricultura).
Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (SOBRATEMA) e estão publicados hoje no jornal Valor Econômico.
03/12/2010 - 15h57
Entidades criticam medidas do BC para conter inflação
A entidades Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) e Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) divulgaram comunicado nesta tarde comentando a decisão do BC (Banco Central) de retirar R$ 61 bilhões da economia para reduzir o crédito com intenção, de acordo com o BC, de controlar o aumento da inflação. A entidade "entende que não há sinal evidente que possa haver escalada de preços nos segmento de bens duráveis".
Nesta manhã, o Banco Central anunciou uma série de medidas para reduzir o ritmo de aumento do crédito e intensificar o processo de desaceleração da economia, a fim de evitar o aumento da inflação.
Haverá aumento do compulsório (dinheiro dos bancos que fica depositado no BC), para retirar R$ 61 bilhões da economia, restrição para empréstimos de longo prazo a pessoas físicas e retirada da ajuda do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para bancos de menor porte.
O objetivo, de acordo com o presidente do BC, Henrique Meirelles, é restabelecer as condições do mercado de crédito no período pré-crise de 2008 e evitar a formação de bolhas.
Meirelles lembrou que, em março, um mês antes do início do último ciclo de aumento taxa básica de juros, o BC também havia anunciado medidas semelhantes para conter a expansão do crédito.
A afirmação aumenta as expectativas de que o BC voltará a aumentar a taxa básica de juros, hoje em 10,75% ao ano, na reunião da próxima semana ou em janeiro.
Como exemplo, a Fecomercio ressalta "que no caso do crédito para veículos, há pouco tempo, os prazos máximos de financiamento já estiveram muito mais dilatados do que os atuais e o próprio mercado fez os ajustes que julgou necessário", explica o comunicado. A entidade avalia que as medidas não vão afetar diretamente as vendas de Natal, pois os recursos já estão disponibilizados. "Porém, as vendas a prazo a partir de janeiro sofrerão forte impacto, pois o corte do BC representa 15% o volume de crédito destinado às pessoas físicas", destaca.
"Se o governo quer restringir algum consumo, que seja o dele mesmo. Sugerimos que o governo adote uma política mais restritiva com relação aos próprios gastos", afirma Antonio Carlos Borges, diretor executivo da Fecomercio.
Já na análise da Anefac, as medidas anunciadas acarretarão efeitos aos consumidores, como: maior rigor das instituições financeiras na concessão dos financiamentos, elevação das taxas de juros das operações de crédito, redução dos prazos de financiamento, maior exigência de entrada nos financiamentos de automóveis.
Para o presidente da Anefac, Andrew Frank Storfer, as medidas vão na direção de conter a inflação via restrição de crédito e solidificar ainda mais as instituições financeiras do país. "Estas medidas ampliam as alternativas de caminhos para a condução da política monetária e, em conjunto com a redução -- ou pelo menos contenção -- do gasto público que se traduz no deficit fiscal, poderão permitir que a SELIC se mantenha no patamar atual, tanto na semana que vem como nos próximos meses, e que venha até a ser reduzida nos próximos anos", afirma o dirigente.
How will Brazil’s economic policy change under Dilma Rousseff? Though elected as a continuity candidate to follow hyper-popular President Lula, we think Rousseff has in mind a different “model” for policy in Brazil, and that model is made in China.
This assertion may seem absurd in view of the vast differences between these two Bric economies. China’s growth model is based on its manufacturing exporting prowess, with high savings and investment rates generating a large (too large for many) current account surplus. Brazil, in many ways, is the mirror image: a commodity exporter with very low savings, running a large (and growing) current account deficit. However, Brazil is already shifting policy in Chinese-inspired directions.
During the 2008 crisis, the Brazilian government stepped up lending from state banks to face the credit crunch, making the BNDES the largest development bank in the world, bigger than the World Bank. The recovery of the economy has not led to less official lending.
Another area where China is inspiring Brazil is exchange rate policy, with the recent imposition of capital controls, which have had some success in holding the realsteady. On Friday, we also saw the central bank of Brazil (BCB) announcing hikes in reserve requirements, much like the Chinese do, to control inflation by restraining credit growth. Under Rousseff, we expect the BCB to appeal more to so-called macro-prudential measures instead of the more classical monetary policy of higher policy interest rates.
Why is Brazil finding inspiration in China? First, economic ties with China are becoming increasingly important: China is Brazil’s biggest export market, and has this year been a major source of foreign direct investment. Second, the Brazilian authorities seem to share the now popular view of China as a rising power, as against the declining fortunes of the United States. And lastly, the Chinese model justifies a leading place for the government in economic policy and development, which fits well with the ideology of President-elect Rousseff’s left-wing Workers’ Party (PT).
In short, when thinking about what Rouseff will do as president, think of China first.
Tony Volpon is head of emerging market research for the Americas at Nomura
SÃO PAULO, 3 de dezembro (Reuters) - O Banco Central e o Conselho Monetário Nacional anunciaram nesta sexta-feira a elevação dos depósitos compulsórios à vista e a prazo, entre outras medidas
Veja a reação de analistas.
INÊS FILIPA, ECONOMISTA, ICAP BRASIL:
"A decisão, apesar de inesperada no momento, não chega a ser uma surpresa uma vez que o BC já vinha alertando há alguns meses para o expressivo crescimento do mercado de crédito. Sabemos que mudanças no compulsório não substituem decisões de política monetária, porém a elevação do recolhimento junto ao BC pode sim atrasar uma eventual alta dos juros."
MARCELO SALOMOM, ECONOMISTA-CHEFE, BARCLAYS:
"Embora as medidas sejam apresentadas como macroprudenciais, na nossa visão, elas essencialmente representam o início do segundo ciclo de aperto monetário."
LUCIANO ROSTAGNO, ESTRATEGISTA-CHEFE, CM CAPITAL MARKETS:
"O BC usa esse tipo de medidas e aguarda para ver qual é o impacto sobre a demanda e sobre a própria inflação. Eu já esperava que os juros fossem mantidos na semana que vem [durante reunião do BC para decidir a Selic, taxa básica de juros], então isso reduz bastante a chance de haver uma alta de juros na semana que vem. O país está com problema de excesso de demanda e essa é uma medida que pega mais sobre a demanda. O BC deixa a porta aberta, dá uma flexibildade para a róxima equipe fazer o que ela achar que é mais prudente -se sobe juros ou não em janeiro."
SILVIO CAMPOS NETO, ECONOMISTA-CHEFE, BANCO SCHAHIN:
"Eles ganham tempo (antes de elevar os juros), mas agora tem que se avaliar os efeitos sobre crédito, e isso não se faz em uma semana. Então na reunião da semana que vem não deve ter alta."
RELATÓRIO, ROSENBERG & ASSOCIADOS:
"Essas medidas deverão ter impacto sobre o ritmo de crescimento da demanda recente, adiando, por algum tempo, a necessidade de elevação de juros -muito possivelmente, o Copom vai analisar os impactos destas medidas sobre o crédito e a demanda antes de reiniciar um ciclo de alta de juros. Deve-se ter em mente, também, que as medidas tomadas têm caráter prudencial, tendo em vista o forte crescimento do crédito nos meses recentes. Os impactos, contudo, deverão ocorrer tanto nos aspectos qualitativos do crédito -prazo e juros-, como quantitativos, isto é, a disponibilidade de crédito ao consumidor deve ser reduzida."
25/06/2010 - 17h32
Entenda o que é o compulsório e como ele coloca mais dinheiro na economia
O depósito compulsório é um dos instrumentos que o Banco Central usa para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia. O mecanismo influencia o crédito disponível e as taxas de juros cobradas.
Por meio do compulsório, os bancos são obrigados a depositar em uma conta no próprio BC parte dos recursos captados dos seus clientes nos depósitos à vista, a prazo ou poupança.
Quando reduz o compulsório, o BC dá aos bancos mais dinheiro para emprestar aos seus clientes. Isso pode ajudar a reduzir os juros bancários ou, em momentos de mais escassez de dinheiro, impedir que sequem as fontes de crédito para o consumidor e para empresas.
Em 2009, a piora da crise nos EUA e na Europa prejudicou principalmente os bancos menores no Brasil, que tiveram dificuldade de captar dinheiro no exterior. Por isso, o BC mexeu no ano passado nas regras do compulsório para colocar mais dinheiro na economia.
Além disso, o governo destinou mais dinheiro para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que repassa esses recursos para empresas que estão em busca de crédito mais barato.
Veja como funcionam os diferentes tipos de compulsório:
1-) Depósitos à vista
Os bancos são obrigados a recolher 42% dos depósitos à vista (dinheiro da conta corrente) feitos pelos seus clientes e depositar o dinheiro em espécie no BC. Sobre esse valor a recolher, é dado um desconto de R$ 44 milhões. Ou seja, os bancos só depositam aquilo que ultrapassa esse valor. Esse dinheiro fica parado, sem remuneração. Equivale hoje a cerca de 20% de todo o compulsório recolhido pelo BC.
2-) Depósitos a prazo
Os bancos são obrigados a recolher 15% dos depósitos a prazo (CDB, por exemplo) feitos pelos seus clientes. Parte do recolhimento é feito por meio de títulos públicos remunerados (30%). Outra parcela, em espécie, fica sem remuneração (70%). Há um desconto de R$ 2 bilhões no valor a ser recolhido. Representa cerca de 20% de todo o compulsório recolhido.
3-) Caderneta de poupança
O BC exige o recolhimento, em espécie, de 20% do dinheiro que os clientes aplicam na poupança. Nesse caso, o dinheiro é remunerado pelo BC, que paga TR + 3% ao ano ao banco. Representa de 25% a 30% de todo o compulsório recolhido pelo BC.
4-) Exigibilidade adicional
Inclui os três tipos anteriores de compulsório. O banco aplica uma alíquota de 5% sobre os depósitos à vista, 5% sobre os depósitos a prazo e 10% sobre poupança. Sobre o valor apurado, há um desconto de R$ 1 bilhão. O recolhimento é em títulos públicos. Equivale a cerca de 25% de todo o compulsório recolhido pelo BC.
5-) Leasing
O recolhimento sobre depósitos interfinanceiros foi criado no início de 2008, com o objetivo de recolher parte do dinheiro gerado pelo aumento das operações de leasing. A cobrança vem sendo implantada gradualmente, com uma alíquota que vai chegar a 25% em 2009. O recolhimento é feito em títulos públicos. Equivale hoje a cerca de 5% de todo o compulsório recolhido pelo BC.
A F/Nazca assina novo filme da Skol que reforça o conceito "Um por todos. Todos por uma". No comercial "Cabo de Guerra", quatro amigos se unem para salvar um cooler de Skol arrastado pela praia. "O novo filme visa resgatar com bom humor e diversão diferentes momentos entre amigos e Skol", afirma, em comunicado, Ricardo Marques, gerente de comunicação de Skol.
A produção de 30 segundos da Pródigo Films mostra a "caixa" de cerveja sendo puxada por uma corda em direção a um buraco. Na cena seguinte, a revelação: uma multidão de chineses puxa a corda e forma um enorme cabo de guerra, que derruba os amigos dentro do buraco. Daí, a assinatura, em chinês: "Um por todos. Todos por uma".
A criação é de Pedro Prado e Rodrigo Castellari, com direção de criação de Fabio Fernandes e Eduardo Lima. A direção de cena é de André Godoi o veja o filme abaixo.
Folia A Skol também patrocina, pelo décimo ano consecutivo, o Carnatal, festa que reúne mais de 1 milhões de pessoas e conta com grandes nomes do axé na capital do Rio Grande do Norte. Para este ano, a marca levou para a cidade um camarote com bar, lounge, ambientes temáticos, e DJ's. Pelo circuito de mais de 3.800 metros da folia passarão nomes como Chiclete com Banana, Ivete Sangalo, Asa de Águia, Claudia Leitte, entre outros. A festa, que começou dia 2, acontece até o dia 5. Os outros patrocinadores do evento são Pepsi, Natal Shopping e Night Power.
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