quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Coutinho vê câmbio como um desafio à indústria

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/2/coutinho-ve-cambio-como-um-desafio-a-industria-a-apreciacao-da-taxa-de-cambio-e-um-desafio-para-o-desenvolvimento-da-capacidade-de-inovacao-e-de-competicao-da-industria-brasileira-bem-como-para-o-aumento-de-sua-prese
Autor(es): Cristiano Romero, de Brasília
Valor Econômico - 02/09/2010
A apreciação da taxa de câmbio é um desafio para o desenvolvimento da capacidade de inovação e de competição da indústria brasileira, bem como para o aumento de sua presença internacional. A afirmação consta de apresentação feita ontem, durante encontro nacional do Sebrae, pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.
Cotado para ser ministro da Fazenda numa possível gestão Dilma Rousseff, Coutinho fez um balanço sobre o desempenho da economia nos últimos anos, expôs os desafios de longo prazo e afirmou que a expectativa do governo é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça, em média, 5,7% ao ano entre 2011 e 2014, ante média de 3,6% entre 2003 e 20008, e de 1,7% entre 1998 e 2002.
Coutinho fez sua apresentação por meio de slides. O último quadro fala dos desafios de longo prazo. Nele, Coutinho menciona a necessidade de "recuperar e qualificar o planejamento de longo prazo (energia, logística, ambiente, infraestrutura de TI [tecnologia da informação])". Em seguida, cita o "desenvolvimento da capacidade de inovar e competir da indústria manufatureira e de sua presença internacional (vs. desafio problematizado pela apreciação da taxa de câmbio)".
Durante a conferência, Coutinho tomou o cuidado de não falar abertamente do tema cambial, que ficou restrito ao texto da apresentação. "Não estou aqui fazendo previsões sobre câmbio", afirmou, acrescentando que era preciso ficar "claro" que ele não faz comentários sobre política monetária e cambial, especialmente em dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Na palestra, o presidente do BNDES disse que, no ciclo atual, a economia brasileira está crescendo liderada pela demanda interna, que, segundo estimativa do Ministério da Fazenda, deve fechar o ano com alta de 9,1% em relação a 2009. A demanda está sendo puxada pelo consumo das famílias, pelo setor habitacional e pela produção de bens duráveis. A massa salarial real média, de acordo com números do IBGE, cresceu 32,7% entre dezembro de 2004 e junho de 2010.
Coutinho revelou que as classes C e D já superam a classe B em poder de consumo. Em 2002, a classe C tinha 21% de participação na massa de renda, e a D, 15%. Em 2010, elas passaram a ter, respectivamente, 31% e 28%. A classe B encolheu sua participação, no mesmo período, de 28% para 24%, e a classe A, de 30% para 16%.
No cenário apresentado por Coutinho, a taxa de investimento da economia, medida pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), deve fechar 2010 com estoque de 18,8% do PIB. O presidente do BNDES acredita que ela atingirá 22,2% do PIB em 2014, uma taxa ainda pequena, na sua opinião. Segundo ele, o investimento será dinamizado por cinco vetores: petróleo e gás, energia elétrica, logística, construção habitacional e agronegócio.
Entre 2005 e 2008, o setor industrial investiu R$ 344 bilhões. No período que vai de 2010 a 2013, aplicará R$ 549 bilhões, de acordo com estimativa do BNDES, um salto de 74,7% quando comparado à fase anterior. O setor de petróleo e gás lidera os investimentos do período atual, com desembolso previsto de R$ 340 bilhões.
No caso do setor de infraestrutura, foram investidos R$ 199 bilhões entre 2005 e 2008 e estão previstos R$ 310 bilhões para 2010-2013, uma alta de 55,3%. Coutinho lembrou que o Brasil está realizando, neste momento, os três maiores investimentos em geração de energia elétrica do planeta - a construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, e de Belo Monte, no Pará.
Durante rápida entrevista, após a apresentação, Coutinho defendeu a operação, autorizada pela Medida Provisória 500, que permitiu transferir ao banco R$ 1,4 bilhão em participação acionária do Tesouro na Eletrobras. À medida que a estatal pagar dividendos adiante, o BNDES receberá uma parte dos recursos.
Segundo assessores do banco, o BNDES vai aproveitar o momento para fazer um ajuste de posições na sua carteira de investimentos, que está muito exposta em aplicações no setor elétrico. "É uma operação interessante", declarou o presidente do banco.
Coutinho esquivou-se de fazer comentários sobre a capitalização da Petrobras, lembrando que é um dos integrantes do Conselho de Administração da empresa. No passado, no entanto, ele deu declarações informando que o BNDES participará da capitalização.


Estatais garantem R$ 107 bi

Autor(es): Gustavo Henrique Braga
Correio Braziliense - 02/09/2010

Governo amplia poder de fogo de suas empresas para garantir, em 2011, investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento.
Fernando Braga/Esp.CB/D.A Press - 29/7/10
Obras para a ampliação do fornecimento de energia elétrica deverão receber R$ 9,1 bilhões

O próximo governo terá uma ajuda e tanto para ampliar a capacidade de investimentos do setor público. Segundo o projeto de lei do Orçamento de 2011 entregue ao Congresso pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, pela primeira vez, as empresas estatais desembolsarão, em um único exercício, mais de R$ 100 bilhões em investimentos. Mais precisamente R$ 107,5 bilhões, volume 13,3% maior do que o previsto para 2010 (R$ 94,9 bilhões) e quase o dobro de 2008 (R$ 53,4 bilhões), quando a economia estava avançando a pleno vapor — a crise mundial só estourou em setembro daquele ano. 

Como de praxe, os desembolsos serão liderados pela Petrobras, que fará, ainda neste mês, um processo de capitalização para manter o fôlego de seus projetos. Estima-se que o reforço de capital por meio da emissão de ações — uma parcela importante dos papéis será comprada pelo governo com barris de petróleo do pré-sal — engordará os cofres da companhia em mais de R$ 150 bilhões. Pelo projeto de lei, a Petrobras investirá R$ 91,2 bilhões, ou 85% do total. A Eletrobras programou desembolso de R$ 8,1 bilhões, sendo que boa parte irá para a construção da usina de Angra III. 

Para o governo, os investimentos das estatais são importantíssimos para manter intocável o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma da principais bandeiras políticas da candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff. As empresas estão por trás de projetos nas áreas de infraestrutura, especialmente de energia elétrica, vital para a sustentação do crescimento econômico do país nos próximos anos. 



Peso demais 

Os investimentos virão de 102 estatais divididas entre 84 do setor produtivo e 18 do sistema financeiro. A estatal que foi criada para tocar as Olimpíadas de 2016, entretanto, está fora do total de recursos previstos no Orçamento, já que, aos fazer as contas, o Planejamento considerou apenas as empresas existentes em janeiro último. O setor de energia responderá, sozinho, por 90% de tudo que será investido, seguido por comércio (3,4%) e transporte (3,2%). Só para a área de combustíveis minerais estão previstos R$ 77,4 bilhões, ou 72% do total, enquanto a de energia elétrica receberá R$ 8,6 bilhões, equivalentes a 8% do montante a ser investido. 

A maior parte dos recursos destinado para eletricidade, R$ 3,9 bilhões, será aplicada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. O Nordeste, região que mais cresce no país apesar de problemas de suprimento, ficará com apenas 19,7% das verbas para a ampliação da rede de luz. “O governo está jogando um peso enorme sobre as estatais. Vamos torcer para que elas não se endividem além da conta para garantir os investimentos. Se isso acontecer, será um problemão para o futuro”, disse um analista especializado em contas públicas. “Não se pode esquecer que a Petrobras já está pendurada no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal e no BNDES”, lembrou.




Para analistas, invasão chinesa é culpa do Estado brasileiro

Autor(es): João Villaverde, de São Paulo
Valor Econômico - 01/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/1/para-analistas-invasao-chinesa-e-culpa-do-estado-brasileiro
A competição comercial entre Brasil e China, que envolve importados chineses mais baratos que os equivalentes nacionais, e a conquista de outros mercados pelos chineses, não é culpa da China. O responsável pela sequência de derrotas entre os dois países nas relações mercantis é o Estado brasileiro. Essa é a avaliação de economistas e especialistas em comércio exterior presentes ontem no 7º Fórum de Economia, realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo.
"Apenas dois países, no mundo inteiro, acreditam que a China é uma economia de mercado. Um acredita com alguma dúvida: a China. O outro, de maneira convicta: o Brasil", afirma Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura entre os anos de 1967 a 1985. Para Delfim, a política industrial, cambial e comercial chinesa não está errada. "Eles fazem o que qualquer país que quer crescer faz. O erro está aqui", diz o ex-ministro.
As críticas à estratégia adotada pelo Estado brasileiro, consensuais entre os analistas, estão centradas nas políticas econômica e comercial adotadas. Para eles, é preciso reduzir as taxas de juros brasileiras e permitir maior desvalorização cambial, que serviriam por tornar o crédito às empresas mais barato e ampliaria a remuneração oriunda das exportações. O câmbio chinês é fixo em torno de 7 yuans por dólar há cinco anos, enquanto o dólar oscila próximo ao patamar de R$ 1,70. As taxas de juros chinesas são de 2,47% ao ano, enquanto a Selic está fixada em 10,75% ao ano - hoje, o Banco Central anuncia a nova taxa.
Além disso, dizem os especialistas, o governo é "tímido" em fiscalizar a entrada de mercadorias subfaturadas provenientes da China. Segundo números apresentados por Roberto Giannetti da Fonseca, diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o saldo entre vendas e compras internacionais de bens manufaturados saiu de superávit de US$ 5,1 bilhões, em 2006, para um déficit projetado de US$ 60 bilhões neste ano.
"Do jeito que está, o déficit da indústria de transformação atingirá US$ 100 bilhões em um ou dois anos. Não só a indústria precisa reverter sua produção para o mercado interno, porque o importado chinês chega mais barato e o câmbio para exportar está ruim, como também estamos perdendo mercado no exterior para os chineses", diz Giannetti da Fonseca.
Para Renato Amorim, ex-secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China e atualmente sócio-diretor da Strategus, o governo brasileiro tem olhado para o alvo errado. Amorim, que chegou ontem de viagem à China, avalia que a disputa se dá em terreno onde os chineses "obviamente" têm vantagens. "As empresas chinesas contratam ótimos engenheiros a US$ 400 por mês. Não temos como competir com isso", afirma Amorim, para quem a disputa não se dá entre empresas, mas entre companhias brasileiras e o Estado chinês.
"As empresas chinesas trabalham com margens muito apertadas, uma vez que não remuneram acionistas e não precisam dar lucro. Por quê? Simplesmente porque são estatais", diz Amorim.
O empresário Antônio Maciel Neto, presidente da Suzano, afirmou ao Valor que a desigualdade de condições se dá também na comparação entre custos para investimentos fixos. A planta da Suzano em Mucuri, no sul da Bahia, a maior unidade produtora de celulose da companhia, teve custo total de US$ 2 bilhões. "O mesmo projeto teria custo de capital US$ 70 milhões menor, por ano, se fosse feito na China", diz Maciel.
Para Vera Thorstensen, que acaba de retornar ao Brasil depois de 15 anos na assessoria econômica do governo brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, os chineses "não respeitam regra alguma". "Eles não respeitam o artigo 4 do FMI, que veta a manipulação cambial, além de terem pendurados uma série de ações antidumping e pedidos de salvaguardas comerciais", diz ela. Para Giannetti da Fonseca, o Brasil "ainda não sabe usar medidas antidumping ou de salvaguardas".


Setor portuário quer maior ajuda do BNDES para os projetos de expansão

Valor Econômico - 01/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/1/setor-portuario-quer-maior-ajuda-do-bndes-para-os-projetos-de-expansao
O setor portuário quer uma presença maior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no apoio a projetos de expansão e melhorias do porto de Santos. Segundo Carlos Cesar Floriano, vice-presidente da Tecondi, empresa que opera o terminal para contêineres da margem direita do porto, o banco não tem dedicado a mesma atenção dada a outras indústrias. "Sentimos dificuldade para ter acesso a linhas de crédito. Ainda que pese o BNDES ter linhas para infraestrutura, não há nada dedicado especificamente aos portos", disse Floriano, durante exposição evento Santos Export, realizado ontem em Brasília.
Como os contratos dos portos são concessões com o governo, disse Floriano, há dificuldades para se apresentar garantias para acesso ao crédito. "As áreas de energia e telecomunicações, e até mesmo as estradas, têm recursos que nós não alcançamos."
Estima-se que os recursos do BNDES para investimentos em portos, ferrovias e rodovias cheguem a R$ 76 bilhões nos próximos três anos. Desse montante, todo o setor portuário, que responde por algo entre 75% e 85% do total das exportações e importações, deverá ter acesso a R$ 14 bilhões.
Segundo Alessandro Teixeira, presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e membro do conselho de administração do BNDES, o banco tem recursos disponíveis para as empresas que atuam no porto de Santos, mas não há plano de se criar uma linha de crédito específica para o setor. Segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o setor portuário precisa de investimentos de R$ 42 bilhões para realizar 265 obras consideradas críticas para o setor. O montante previsto pelo PAC 1 e 2 é de R$ 15 bilhões.

Santos precisa de R$ 10 bilhões para evitar colapso

Autor(es): André Borges e Tarso Veloso, de Brasília
Valor Econômico - 01/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/1/santos-precisa-de-r-10-bilhoes-para-evitar-colapso
O porto de Santos, que hoje responde sozinho por 25% de toda a carga movimentada pelo país, terá de passar por uma verdadeira revolução em sua infraestrutura se quiser manter a posição de maior centro logístico do Brasil. Esse futuro já tem um preço. Dados compilados pela Secretaria dos Portos (SEP) a pedido do Valor apontam que, entre investimentos do setor público, das empresas e da administradora do porto, Santos vai precisar de R$ 10,5 bilhões para fazer frente à demanda projetada para a próxima década, período em que terá de triplicar a capacidade atual de operação.

O plano de ação para o futuro do porto já está em fase de conclusão e não há muitas dúvidas sobre quais as obras necessárias para que Santos não entre em colapso. O que ainda não se sabe é com quanto cada um vai entrar para pagar a conta. O fato é que os recursos disponíveis até agora não dão conta do recado.
O governo federal listou uma série de obras para realizar no porto de Santos nos próximos quatro anos. A relação, que envolve obras como a ampliação de avenidas perimetrais, construções de cais e aprofundamento dos berços, tem orçamento total de R$ 1,43 bilhão, recurso previsto no programa de aceleração do crescimento (PAC 2). A contrapartida das empresas que operam o porto é estimada em R$ 4,7 bilhões. Na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), administradora do porto, há cerca de R$ 500 milhões em caixa para tocar os projetos, segundo informações da SEP. Ou seja, um pacote que soma pouco mais da metade do que é necessário.
"É claro que a limitação de recursos existe e essa é uma preocupação constante", diz Augusto Wagner Padilha Martins, secretário executivo da SEP. "Mas, com o que já conseguimos, temos capacidade de desafogar o porto e garantir suas operações."
Hoje Santos movimenta mais de 90 milhões de toneladas por ano, volume que deverá superar 240 milhões de toneladas até 2014, conforme projeção de crescimento do PIB, dos valores de mercadorias e dos custos do transporte.
Até o fim do ano o governo terá nas mãos seu Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP), estudo que vai detalhar as prioridades dos 12 maiores portos do país. Para Santos, além de obras pontuais, o que se prevê é uma mudança radical na logística de escoamento do país até a baixada santista.
A nova estrutura prevê a construção de dois grandes centros de apoio logístico, comenta Martins. De acordo com o plano, um desses centros seria erguido no alto da Serra do Mar. O segundo ficaria na baixada santista e os dois seriam ligados por ferrovias. Uma vez que a carga chegasse até a baixada, seguiria até o porto por meio dos rios, reduzindo o uso de caminhões e liberando as estradas. "Não se trata apenas de uma alternativa para o porto. Esse é, sem dúvida, o caminho mais viável que temos para Santos", diz Martins.
A distância entre o plano e sua execução é razoavelmente longa, mas o governo quer acelerar as discussões sobre o projeto. Ainda não há detalhamento sobre o tamanho da área que seria necessária para criar os centros logísticos, mas sabe-se que seriam alguns milhares de hectares, o que exigirá um esforço concentrado para conseguir licenças ambientais com o Ibama.
Giovanni Paiva, superintendente de Portos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), afirma que o projeto está em discussão, mas ainda em estágio inicial. "É um plano importante não só pelo fato de o porto de Santos estar no limite de sua capacidade, mas pelos inúmeros benefícios que trás ao setor", diz Paiva. "Há ganhos como a agilidade no desembaraço dos produtos, a redução do custo de frete e o benefício de não ter de construir rodovias."
Atualmente, afirma Pedro Brito, ministro da SEP, há algo entre 14 mil e 15 mil caminhões trafegando diariamente pelo porto de Santos. "Enquanto isso, temos um enorme volume de hidrovias que ainda não é usado. Vamos explorar essa capacidade", diz.
A falta de centros de apoio logístico fez com que os caminhões, além de meio de transporte, assumissem a função de armazenamento das cargas, formando filas gigantescas na região. Hoje os caminhões respondem por 85% da carga que chega ao porto, volume que precisa cair drasticamente nos próximos anos, sob risco de inviabilizar o acesso rodoviário.
No mar, as filas também seguem longas. Ontem, 100 navios aguardavam liberação do porto para atracar. A espera média atual é de duas semanas, segundo a Codesp. Em julho, chegou a 30 dias. O custo diário de um navio parado, dependendo da época do ano, pode custar entre US$ 30 mil e US$ 80 mil.
Ontem, durante o evento Santos Export, realizado em Brasília, governo, empresários e representantes do setor debateram sobre o futuro do maior porto do país. Eram aguardados os candidatos à presidência da República Dilma Rousseff e José Serra, mas ambos não compareceram e enviaram representantes. A escolha do local do evento não agradou o ministro da SEP, Pedro Brito, que abriu seu discurso durante o encontro dizendo que gostaria que o debate tivesse ocorrido em Santos, como já foi feito em outras ocasiões.

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