quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Ipea: mais da metade das famílias brasileiras já têm alguma dívida

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/1/ipea-mais-da-metade-das-familias-brasileiras-ja-tem-alguma-divida
Autor(es): Agencia o Globo/Fabiana Ribeiro
O Globo - 01/09/2010

Mas especialistas não acreditam que nível de endividamento seja alto

Os brasileiros estão endividados.

De acordo com pesquisa do Ipea, mais da metade das famílias (54,15%) têm alguma dívida cujo valor médio chega a R$ 5.426,59. Chama atenção o fato de que 37,8% delas dizem não ter como pagar contas atrasadas no mês seguinte. O levantamento que faz parte do Índice de Expectativas das Famílias, lançado ontem pelo instituto foi realizado em 3.810 domicílios em 214 cidades do país.

Segundo Márcio Pochmann, presidente do Ipea, o nível de endividamento das famílias pode ser considerado baixo. E, por isso, não está num patamar preocupante. E isso mesmo com aproximadamente 20% das famílias com alguma conta em atraso.

Esse número é considerado baixo afirmou ele, ponderando que é preciso, porém, ter um cuidado especial já que muitos disseram não ter como para pagar suas dívidas.

Cerca de 15% das famílias endividadas têm uma dívida de até metade do rendimento familiar mensal; 21% têm entre metade e uma vez a renda; 23,5%, entre uma e duas vezes a renda mensal; 16%, entre duas e cinco vezes; e 23%, de mais de cinco vezes o valor da renda familiar.

É preciso ver o quanto da renda que está sendo usada para pagar dívidas e não o tamanho da dívida. Acima de 30% do orçamento é que é preocupante disse Miguel Ribeiro, vice-presidente da Anefac, para quem o crédito é um importante alavancador da economia. O crédito ajuda a economia a se movimentar, permite o consumo. E a inadimplência vem caindo.

Investimento pode ganhar mais força que consumo Segundo José Antônio Prachedes, presidente da Telecheque, ainda há espaço para as famílias se endividarem.

A estabilidade da economia garantiu bons números no mercado de trabalho, e isso cria condições para um aumento do endividamento.

A vendedora Rosana Marcolino não tem conta corrente em banco, mas tem cartão de crédito.

Com gastos médios na faixa de R$ 500 por mês no cartão, ela diz que nem sempre é fácil chegar no fim do mês no azul.

Às vezes, me deixo levar pelo que vejo, como roupa ou sapato. Então, se necessário, recorro a meu marido ou a minha irmã.

A pesquisa do Ipea mostrou ainda que os brasileiros estão otimistas em relação à economia do país, com pontuação de 62,75. Em agosto, 58,03% das famílias acreditam que o Brasil passará por melhores momentos econômicos nos próximos 12 meses. O otimismo é menos pronunciado quando se trata do consumo, com 53% das famílias acreditando que o presente seja um momento ideal para aquisição de bens duráveis.

Se as famílias não estão com tanto otimismo como em com outros aspectos, certamente ganhará mais importância o próprio investimento, não necessariamente somente o consumo das famílias disse Pochmann.


Para Ipea, endividamento das famílias ainda é baixo

Autor(es): Juliana Ennes, do Rio
Valor Econômico - 01/09/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/9/1/para-ipea-endividamento-das-familias-ainda-e-baixo
O crescimento econômico brasileiro nos próximos meses deverá deixar de ser tão baseado no consumo interno, passando a dar mais importância para o investimento, avalia o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochman.
A declaração baseia-se na pesquisa mensal, lançada ontem pelo órgão, que mede o índice de expectativas das famílias (IEF). O levantamento foi feito em 3.810 domicílios, distribuídos por 214 municípios em todos os Estados brasileiros. A média do índice apurado, de 62,75 pontos, em uma escala de zero a cem, aponta para otimismo.
Apesar de as famílias estarem otimistas, a maior parte dos que têm contas atrasadas diz que não tem condições de arcar com as dívidas, de acordo com o Ipea. Entre os endividados, 37,8% dizem que não terão condições de pagar as contas em atraso, 36,74% terão condições de pagar parte da dívida e somente 22,81% das famílias endividadas declararam ter condições de arcar totalmente com o débito. Outros 2,65% declararam não saber se têm condições ou não.
Na avaliação de Pochman, de uma maneira geral, o "indicador de endividamento das famílias brasileiras é muito baixo". Segundo ele, uma em cada dez famílias está endividada. "No entanto, entre os endividados temos um número significativo com dificuldade de pagar a dívida."
Na média nacional, apenas 7,56% dos entrevistados planejam fazer dívidas. Apesar de 58,03% das famílias acreditarem em melhores momentos nos próximos 12 meses, o percentual dos que acreditam ser um bom momento para comprar bens de consumo duráveis é menor, fechando em 53%.

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